domingo, 25 de março de 2018

LIVRO DO APOCALÍPSE CAPÍTULO 5

LIVRO DO APOCALÍPSE CAPÍTULO 5


 O capítulo 5 de Apocalipse trata da visão do livro selado e uma pergunta sobre  o livro ecoou no universo: quem é digno de abrir esse livro?


"Vi... um anjo forte, bradando com grande voz: Quem é digno de abrir o livro, e lhe romper os selos?". (Ap 5.2).

Este capítulo trata do livro selado com sete selos. Somente o Cordeiro é digno de abri-lo. 

Selo significa segurança de uma correspondência. Somente a pessoa a quem foi endereçada, pode abrir. Neste caso somente o Cordeiro foi achado digno de abrir aquele livro.


João viu a porta aberta no céu e as coisas impressionantes que ele ouviu são: uma voz como de trombeta que lhe dizia: "Sobe e eu te mostrarei as coisas que depois destas devem acontecer". O que esteve antes destas coisas foram as Cartas às igrejas da Ásia. Ele viu um trono no céu, e nele Alguém assentado. A linguagem bíblica O descreve como semelhante a uma pedra de jaspe, de sardônio (v. 3). Ao redor do trono um arco-íris que se parecia a uma esmeralda.

Tudo aqui é descrito de modo a chamar a atenção para algo majestoso, grandioso. Não é um simples trono, mas um trono onde quem está assentado tem a aparência bem diversa dos que se sentam em tronos humanos. 24 tronos estão ao seu redor. 

Neles estão 24 anciãos, ou seja, 12 representam as tribos de Israel no Antigo Testamento, 12 representam os apóstolos, o Israel da Nova Aliança, vestidos de branco, sinal de pureza espiritual, suas cabeças portam coroas de ouro, afinal, "sê fiel até a morte e dar-te-ei a coroa da vida" é a promessa de uma das cartas. No entanto, essas coroas não estão ali para reverenciar, homenagear, magnificar, exaltar esses anciãos no trono. Eles tomam as coroas e depositam diante do majestoso trono de Deus.

Diante desse trono ardiam 7 lâmpadas de fogo que são os 7 espíritos de Deus. Lembrem-se que sempre que a Palavra "fogo" aparece nas Escrituras, está associada a uma manifestação divina: no portão do paraíso, uma espada de fogo (Gn 3.24); a manifestação da presença de Deus (a shekinah) na sarça ardente (Ex 3.2); colunas de fogo no deserto à noite (Nm 14.14); no Pentecoste, as línguas como que de fogo (At 2.3); no inferno, um lago de fogo significando a justiça de Deus sobre os ímpios, injustos e pecadores (Ap 20.10), e não o "reinozinho" de Satanás, como muitos pensam, pois é a sua prisão.

Aparecem também 4 seres viventes com olhos por diante e por trás. São monstros? Não; é apenas o símbolo de vigilância perene diante de Deus. Jesus ensinou sobre a vigilância: "vigiai e orai..." (Mt 26.41). Aqui é diferente; é "vigiai e louvai", porque tudo o que fazem, só o que fazem é louvar a Deus (Ap 4.8).

Uma profunda marca da Igreja de Jesus Cristo em todas as épocas é a esperança, a grande virtude cristã em todos os tempos. Outro modo do cristão dizer este sentimento é usar a expressão "Segunda Vinda de Cristo". Falar de esperança e da Parousia, o Retorno de Cristo, é falar da mesma realidade. Quando celebramos a Ceia do Senhor, celebramos a esperança. A instrução que temos é "até que Ele venha" (1Co 11.26). Os escritores do Novo Testamento falaram sobre essa abençoada futura realidade como o apóstolo Paulo que disse, "Damos sempre graças a Deus... por vós, desde que ouvimos da vossa fé em Cristo Jesus... por causa da esperança que vos está preservada nos céus..." (Cl 1.3-5). E, ainda, "A graça de Deus se manifestou salvadora, educando-nos para que vivamos aguardando a bendita esperança e manifestação da glória do nosso grande Deus e Salvador Cristo Jesus, o nosso Senhor".(Tt 2.11-13). Quer dizer, a esperança associada à Segunda Vinda. E, fazendo uma união entre a Segunda Vinda e as pressões espirituais e, mesmo, físicas, exorta o apóstolo Paulo, "regozijai-vos na esperança, sede pacientes na tribulação. (Rm 12.12). Alguém aí sabe o que é ser paciente na tribulação?

A tribulação vem, e precede a Segunda Vinda de Cristo e a Grande Tribulação, razão porque Paulo exorta a que sejamos pacientes aguardando a gloriosa Parousia, que nos vai libertar de tudo o mais! Há, portanto, uma íntima ligação entre sofrimento e o retorno de Cristo Jesus. Percebe-se com absoluta clareza o carinho de Deus ao conceder à nascente e sofredora Igreja do primeiro século o livro cheio de encorajamento e de visão da vitória final que é o Apocalipse. Compreende-se o porquê de tantos símbolos, expressões cifradas, figuras medonhas, até, retratando a tremenda luta espiritual entre o Bem e a Malignidade.

É nesse ponto que surge um livro fechado; um livro selado. São sete selos, ou seja, bem fechado, completamente fechado. Esse livro guarda um segredo. A propósito, para quem gosta de filigramas linguísticas, a palavra "selo" vem da língua-mãe latina sigilus, que significa precisamente isso: "segredo, sigilo". 


A visão do livro selado (5.1-14)


O livro visto pelo apóstolo João estava escrito por dentro e por fora, mas fechado com sete selos. Um mensageiro de Deus fazia uma proclamação que é ao mesmo tempo um desafio, levando o vidente a se lamentar porque ninguém tinha dignidade suficientemente o bastante para abri-lo e nem sequer para olhá-lo. Logo foi tranquilizado por um dos anciãos do capítulo 4 que lhe assegurou que o Cristo Vivo, o Cristo Vitorioso, o Messias Exaltado era absoluta e perfeitamente digno de romper os selos e abrir o livro. Só Jesus Cristo pode abrir o livro que guarda o segredo.

Nesse ponto da narrativa, João vê algo diferente no meio da cena; lembremos a cena: o majestoso trono, os 24 tronos, os 24 anciãos, as 4 criaturas com faces de leão, touro, homem e águia, um Cordeiro com aspecto de morto que porta 7 chifres, 7 olhos, e, no entanto, estava vivo. Tem aspecto de morto mas está bem vivo. O Cordeiro tomou o livro do que estava no trono, e todos na cena como um grande coro se prostraram em grande reverência e cantavam a dignidade d’Aquele que comprou para Deus com Seu sangue um povo formado de salvos de todas as tribos, línguas e nações para fazê-los sacerdotes do Deus Vivo! Que cena extraordinariamente maravilhosa! E, assim, cantavam:

“Digno és Senhor de tomar o livro, e de abrir os seus selos, porque foste morto, e com o teu sangue compraste para Deus homens de toda tribo, e língua, e povo e nação. Para nosso Deus os fizeste reino e sacerdotes e eles reinarão sobre a terra" (vv. 9, 10).

Se a visão tivesse terminado no acima exposto, já seria o bastante. Mas não foi o que aconteceu, porque bilhões de anjos rodeando o trono celestial cantavam a mesma dignidade e honra do Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo:

"Digno é o Cordeiro que foi morto, de receber poder, e riqueza, e sabedoria, e força, e honra, e glória, e louvor" (v. 12).

E a visão maravilhosa continuava ainda mais linda e mais preciosa porque se ouvia que:  “ toda criatura no céu, na terra, debaixo da terra e sobre o mar, tudo louvava o Cristo de Deus com exclamações de "Amém!" (v. 14).

Deus abençoe você e sua família.


Pr. Waldir Pedro de Souza 
Bacharel em Teologia, Pastor e Escritor 


sexta-feira, 23 de março de 2018

LIVRO DO APOCALIPSE CAPÍTULO 4

LIVRO DO APOCALIPSE CAPÍTULO 4



Este capítulo trata de uma porta aberta no céu e a glória de Deus. Trata também da visão do trono ds majestade de Deus e sua total soberania, dos vinte e quatro anciãos e dos quatro animais .
     
Após as sete cartas o livro não fala mais nada sobre a igreja, ela desaparece do livro e só volta a ser citada no capítulo dezenove quando da volta gloriosa de Jesus. (Ap 19: 11 a 21). 

João representa a tipificação da igreja no livro do Apocalipse. João sobe ao céu arrebatado em espírito e contempla o trono e a glória de Deus. (Ap 4: 1-2).

Muitos creem ser o arrebatamento de João ao céu uma figura do arrebatamento da igreja que ocorrerá antes da grande tribulação como vemos aqui. João passa a ver do ponto de vista do céu as coisas que vão ocorrer aqui na terra.

A Visão do Trono e da glória de Deus. (Apocalipse 4:1-11).

Depois de terminar as cartas aos anjos das sete igrejas, João passa para uma nova parte da revelação. Os capítulos 4 e 5 mostram a glória de Deus, apresentando primeiro o Pai no seu trono e, depois, o Filho glorificado ao lado dele. A cena nestes dois capítulos pode ser comparada especialmente com a de Daniel 7:9-14.

4:1 Depois destas coisas, olhei, e eis não somente uma porta aberta no céu, como também a primeira voz que ouvi, como de trombeta ao falar comigo, dizendo: Sobe para aqui, e te mostrarei o que deve acontecer depois destas coisas.

Depois destas coisas, olhei: Chegamos a uma transição na mensagem do Apocalipse. Jesus já ditou as suas cartas a cada uma das sete igrejas. O resto do livro pertence a todas elas e, obviamente, serve para a instrução de outros discípulos em outros lugares e em outras épocas.
João olhou e viu, frisando novamente a natureza desta revelação. Deus continuou mostrando visões ao apóstolo.

Ele vê uma porta aberta no céu: João viu uma porta aberta dando-lhe acesso ao céu! Aqui a ênfase não está no acesso ao céu em termos da salvação final e eterna dele, nem no sentido de entrar em comunhão com Deus (sentidos encontrados em trechos como João 1:51; Atos 7:55-56; veja também Efésios 2:6; Filipenses 3:20). João viu o céu aberto porque Deus queria lhe mostrar as coisas que estavam acontecendo lá (compare Ezequiel 1:1). Jesus já falou, transmitindo-lhe mensagens importantes para as igrejas. Agora, João subira ao céu, nestas visões, para buscar outras mensagens para os servos do Senhor na terra.

A primeira voz que ouvi, como de trombeta: A mesma voz de 1:10. Naquele trecho, João virou para ver quem falava e viu Jesus no meio dos candeeiros.

Sobe para aqui, e te mostrarei o que deve acontecer depois destas coisas: O Filho de Deus convida João para ver, no céu, as coisas que iam acontecer. Em 1:19, ele falou para João escrever o que ele viu, o que estava acontecendo naquele momento, e o que ia acontecer depois. Tudo isso ainda está dentro dos limites de tempo de “em breve” e “próximo”. Jesus já falou sobre o estado das igrejas naquele momento (capítulos 2 e 3), e agora começa a falar sobre as coisas que estes discípulos ainda teriam de enfrentar. Interpretações que procuram inserir milhares de anos entre os capítulos 3 e 4 não têm nenhuma base aqui. “Depois” simplesmente sugere uma sequência de transição entre o que já passou e o que ia acontecer. Tudo aconteceu,  acontece e acontecerá segundo à presciência de Deus. 
4:2 Imediatamente, eu me achei em espírito, e eis armado no céu um trono, e, no trono, alguém sentado;
Imediatamente, eu me achei em espírito: A mesma expressão que João usou em 1:10, frisando seu estado de receber revelações por meio de visões.

João viu armado no céu um trono, e, no trono, alguém sentado: Esse trono no céu era algo diferente, era um trono esplendoroso. Muitos vizinhos dos cristãos da Ásia achavam que o trono principal do universo estivesse em Roma, e que o imperador sentado nele fosse o deus supremo. Outros vizinhos adoravam outros diversos deuses e deusas. Mas João convida todos os seus leitores a enxergarem, por meio desta visão, o trono no céu e o verdadeiro Deus sentado nele. O trono de Deus é mencionado 38 vezes no Apocalipse, repetidamente frisando o tema da soberania de Deus e do seu domínio sobre os reinos da terra. A descrição da pessoa sentada no trono e do seu ambiente no céu veem nos versículos seguintes.
4:3 e esse que se acha assentado é semelhante, no aspecto, a pedra de jaspe e de sardônio, e, ao redor do trono, há um arco-íris semelhante, no aspecto, a esmeralda.

João jamais acharia palavras adequadas para descrever perfeitamente a aparência de Deus. Ele começa a explicar, usando comparações com coisas conhecidas, a visão que ele teve do Soberano no seu trono celestial.

Pedra de jaspe e de sardônio, arco-íris semelhante a esmeralda: Duas pedras brilhantes refletem sua luz e produzem o efeito de um arco íris ao redor do trono. Como é o caso de muitas pedras preciosas, as cores de jaspe e sardônio não são únicas e absolutas. Alguns comentaristas sugerem jaspe branco (veja 21:11, que fala de “jaspe cristalina”) e sardônio vermelho (possivelmente sárdonix), assim sugerindo, respectivamente, a santidade e a justiça de Deus. O salmista disse que “justiça e juízo” ou “justiça e direito são o fundamento” do trono de Deus (Salmo 89:14; 97:2). 

Outros sugerem que o jaspe fosse verde, a cor mais comum desta pedra, uma explicação que combina com a cor de esmeralda do arco-íris. Independente das cores refletidas, certamente a luz da glória de Deus e o fogo de seu poder saem do seu trono (veja Isaías 60:1-2; Daniel 7:9-10; Ezequiel 1:26-28; 10:1; Salmo 97:2-3). Esta luz mostra seu poder para julgar e castigar. O arco-íris nos lembra, também, da benevolência de um Deus que faz aliança com as suas criaturas. (Gênesis 9:12-13; Ezequiel 1:28).

4:4 Ao redor do trono, há também vinte e quatro tronos, e assentados neles, vinte e quatro anciãos vestidos de branco, em cujas cabeças estão coroas de ouro.

Ao redor do trono: João começa com a figura central, aquele sentado no trono, e começa a olhar ao redor. Tudo começa com Deus.
Vinte e quatro tronos, vinte e quatro anciãos: Vinte e quatro tronos representam aqueles que reinam com Deus, uma descrição da igreja, dos vencedores vestidos de branco que recebem suas coroas e reinam com o Senhor (2:10,26-27; 3:4-5,11,21). Qual o significado do número 24? Duas explicações diferentes chegam à mesma conclusão. Alguns entendem 12 tribos, representando o povo de Deus no Velho Testamento, mais 12 apóstolos, representando o povo dele no Novo Testamento, dando um total de 24. Outros sugerem 24 como o número de turnos de sacerdotes no Velho Testamento (veja 1 Crônicas 24:1,7-19). Assim entendemos o reino de sacerdotes (1:6) ou sacerdócio real (1 Pedro 2:9) composto de pessoas que entram “na Casa do Senhor” (1 Crônicas 24:19). No final, estas duas interpretações do significado dos 24 anciãos chegam ao mesmo entendimento prático: representam o povo de Deus. São nobres nos seus tronos sujeitos ao Soberano Rei no trono principal.
Vestidos de branco: A santidade e a pureza dos servos fiéis. As únicas vestimentas adequadas aos vencedores.
Coroas de ouro: Coroa, aqui, vem da palavra grega “stephanos” usada no Apocalipse para identificar as coroas dos vencedores. (2:10; 3:11; 4:4; 4:10; 6:2; 12:1; 14:14). 

Encontramos uma outra palavra: diadema; usada tanto para falar dos falsos líderes (12:3; 13:1) como para descrever o verdadeiro Rei (19:12). 

Uma vez, “stephanos” se encontra na descrição dos inimigos de Deus, mas o próprio versículo sugere a falsidade da nobreza deles: “havendo como que coroas parecendo de ouro” (9:7). Os anciãos sentados nos 24 tronos têm todo direito de usar coroas verdadeiras.
4:5 Do trono saem relâmpagos, vozes e trovões, e, diante do trono, ardem sete tochas de fogo, que são os sete Espíritos de Deus.

Do trono saem relâmpagos, vozes e trovões: Sai do trono de Deus o poder para falar, julgar e castigar (veja Salmo 18:13-14; 144:6; Êxodo 19:16-19). Estas manifestações do poder de Deus são características da última fase das séries de sete selos (8:5), sete trombetas (11:19) e sete taças (16:18).

Sete tochas de fogo, que são os sete Espíritos de Deus: As tochas diante do trono são identificadas como os sete Espíritos de Deus, o Espírito Santo (veja 1:4). Ele ilumina ao homem e vai para onde Deus o envia. As sete tochas mostram a onisciência e a onipresença de Deus (5:6).

4:6 Há diante do trono um como que mar de vidro, semelhante ao cristal, e também, no meio do trono e à volta do trono, quatro seres viventes cheios de olhos por diante e por detrás.
Mar de vidro, semelhante ao cristal: O Deus imortal e único “habita em luz inacessível” (1 Timóteo 6:16), separado dos outros por um mar de vidro. No Velho Testamento, os sacerdotes tinham de se lavar no mar de fundição antes de chegar perto de Deus com os sacrifícios (2 Crônicas 4:1-6), assim sugerindo a importância da santificação. Deus é santo, separado de suas criaturas. Mas, na imagem de comunhão perfeita com os vitoriosos no final do livro, “o mar já não existe” (21:1).

Quatro seres viventes (chamados também de quatro animais) cheios de olhos: Veremos melhor as características dos quatro seres viventes nos versículos 7 e 8. Aqui observamos o fato de estarem cheios de olhos, novamente enfatizando a capacidade de ver tudo. Ao redor de Deus estão servos capazes de ver tudo o que acontece. Nada escapa ao conhecimento do Soberano Deus.

4:7-8a O primeiro ser vivente é semelhante a leão, o segundo, semelhante a novilho, o terceiro tem o rosto como de homem, e o quarto ser vivente é semelhante à águia quando está voando.

E os quatro seres viventes, tendo cada um deles, respectivamente, seis asas, estão cheios de olhos, ao redor e por dentro;

Os quatro seres viventes nos lembram de outras passagens que descrevem a presença do Deus glorioso. As visões de Ezequiel são especialmente relevantes, pois falam de quatro seres viventes com quatro rostos diferentes, rostos que correspondem às quatro criaturas vistas aqui (Ezequiel 1:5-14). Ele chama os seres viventes de querubins (Ezequiel 10:9-17) e mostra o papel deles em defender e levar o trono de Deus conforme a vontade do Soberano. Entendendo que os seres viventes são os querubins , lembramos também dos querubins que ficavam acima da arca da aliança. Na visão de João, os seres viventes são semelhantes a quatro criaturas:
Leão: O forte predador, o símbolo de realeza.
Novilho: Em Ezequiel, o boi. Animais conhecidos por sua força.
Homem: A figura do homem acrescenta uma outra característica, juntando à força a inteligência.
Águia: Um predador rápido, capaz de localizar e atacar a sua vítima.
João continua sua descrição de outras características dos seres viventes:
Seis asas: Capazes de se locomover, e de transportar o trono de Deus (Ezequiel 1:20). Também usavam as asas para cobrir a arca da aliança (1 Crônicas 28:18). Os serafins de Isaías 6:2-3, como os seres viventes do Apocalipse, tinham seis asas, enquanto os querubins de Ezequiel tinham quatro. Devemos evitar a tendência de forçar os textos para achar alguma igualdade perfeita nos símbolos destas visões proféticas. Independente de pequenas diferenças, todas mostram servos de alta posição servindo a Deus, fazendo tudo que ele manda.
Estão cheios de olhos: Como as rodas que acompanhavam os querubins em Ezequiel, estes seres estavam cheios de olhos e capazes de ver em todas as direções.
4:8b não têm descanso, nem de dia nem de noite, proclamando: Santo, Santo, Santo é o Senhor Deus, o Todo-Poderoso, aquele que era, que é e que há de vir.

Não tem descanso: Servem e adoram a Deus em todo momento. Deus descansou, no sétimo dia, de seu trabalho da criação, mas continuou agindo para manter o universo que ele domina. Os judeus descansavam, no sábado, de seus trabalhos, mas se dedicavam naquele dia ao serviço de Deus. Nós aguardamos o descanso eterno no céu (Hebreus 4:1,11), mas entendemos que serviremos e adoraremos a Deus eternamente. Não nos surpreende, então, achar estes seres viventes servindo constantemente, sem descansar.

Santo, Santo, Santo é o Senhor Deus: Esta expressão de louvor se encontra somente aqui e em Isaías 6:3. A mesma palavra repetida três vezes dá grande ênfase, especialmente no hebraico (Velho Testamento). Ele está acima, e separado, de todas as suas criaturas.

O Todo-Poderoso: Deus recebe louvor, também, como o Onipotente. A descrição “Todo-Poderoso” encontra-se em quase 60 versículos na Bíblia Sagrada, de Gênesis ao Apocalipse. 

Ele dá vida (Jó 33:4) e sabedoria (Jó 32:8). Ele abençoa os homens (Gênesis 48:3; 49:25). Nos profetas e nos evangelhos, esta descrição de Deus aparece frequentemente em passagens que falam do castigo divino (veja Isaías 13:6; Joel 1:5; Marcos 14:62). Para os fiéis, é uma garantia confortante de proteção (2 Coríntios 6:18). Os exércitos humanos podem mostrar algum poder, mas Deus tem poder absoluto. Este fato traz grande conforto aos fiéis que são protegidos por ele, e aterroriza os seus inimigos.
Aquele que era, que é e que há de vir: Deus eterno (1:4).
4:9-11 Quando esses seres viventes derem glória, honra e ações de graças ao que se encontra sentado no trono, ao que vive pelos séculos dos séculos,

os vinte e quatro anciãos prostrar-se-ão diante daquele que se encontra sentado no trono, adorarão o que vive pelos séculos dos séculos e depositarão as suas coroas diante do trono, proclamando:

Tu és digno, Senhor e Deus nosso, de receber a glória, a honra e o poder, porque todas as coisas tu criaste, sim, por causa da tua vontade vieram a existir e foram criadas.
Glória, honra e ações de graças: Os seres viventes adoram a Deus, pois ele merece toda a honra e glória.

Os vinte e quatro anciãos prostrar-se-ão: 

Os 24 anciãos, representando o povo de Deus, participam entusiasticamente do louvor a Deus.
Depositarão as suas coroas diante do trono: Mesmo as coroas que receberam de Deus servem para a glória do Criador, não das criaturas. Eles livremente entregam toda a sua glória a Deus. Sem Deus, eles seriam nada. Sem Deus, nós seríamos nada!
Tu és digno, Senhor e Deus nosso, de receber: Deus merece:
A glória: Esplendor, majestade, exaltação.
A honra: Reverência devida à posição.
O poder: Força, habilidade. Obviamente, Deus é o Todo-Poderoso, mas os seus servos voluntariamente lhe cedem poder sobre as suas vidas.

Porque todas as coisas tu criaste: Neste capítulo, que focaliza a posição de Deus Pai, o principal motivo de louvor é a criação. É o motivo citado muitas vezes no Antigo Testamento.

Não pode haver nenhuma dúvida. Deus está no controle de tudo. Ele é a personagem principal no céu, e é o Soberano absoluto que criou e domina o universo. Ele merece a adoração e a obediência absoluta de todas as suas criaturas, até dos mais exaltados seres viventes no céu. É o Deus Santo e Todo-Poderoso. Sem dúvida alguma, ele é eterno. Da presença dele saem trovões, vozes, relâmpagos, e a luz resplandecente que reflete no mar de sua santidade. Que privilégio Deus concedeu a João quando o convidou ao céu numa visão! Que privilégio ele nos deu quando relatou toda a cena aos seus servos.

Deus abençoe você e sua família.


Pr. Waldir Pedro de Souza 
Bacharel em Teologia, Pastor e Escritor. 






quarta-feira, 21 de março de 2018

LIVRO DO APOCALIPSE CAPÍTULO 3

LIVRO DO APOCALIPSE CAPÍTULO 3


Os Capítulos 2 e 3 de Apocalipse são especificamente dirigidos às sete igrejas da Ásia. Destacaremos as informações mais importantes de cada capítulo. Neste caso veremos as do capítulo três que trata das três últimas cartas, muito embora, de uma maneira ou de outra daremos ênfase a todas as sete cartas.

Particularidades das cartas às sete igrejas da Ásia.

Jesus incumbiu João de enviar o livro de Apocalipse a sete igrejas. Nos capítulos 2 e 3, o Senhor deu mensagens especiais a cada uma dessas igrejas. Cada carta segue quase o mesmo modelo: tem uma comunicação ao anjo que representava a igreja; tem uma frase descrevendo Jesus; tem um comentário das boas coisas feitas pela igreja (em um caso nada de bom é mencionado: 3:14-22); tem uma repreensão pelas más coisas que Jesus observava (em duas cartas nada de mau é mencionado: 2:8-11 e 3:7-13); tem encorajamento para corrigir o erro (exceto para as igrejas em que nada de mau tinha sido notado): tem uma exortação a ouvir; tem uma promessa àquelas que triunfassem (em alguns casos a ordem destas últimas duas é invertida).

Éfeso; uma igreja doutrinariamente sólida e ativa, ainda que seu amor tivesse ficado frio. É perigoso permitir que nosso serviço a Deus se torne mecânico e ritual; o primeiro mandamento é amar a Deus com todo o coração. Quando uma igreja deixa de amar a Deus ela prejudica sua relação com ele.

Esmirna: esses irmãos estavam sofrendo perseguição e dificuldades econômicas, mas Deus estava orgulhoso deles. O mito que a fidelidade a Deus sempre traz prosperidade e termina o sofrimento é falso.

Pérgamo: esse grupo permanecia fiel mesmo quando um membro foi martirizado, mas tinha um grande problema: tolerava o ensino de falsas doutrinas que encorajavam idolatria e imoralidade dentro da igreja. O Senhor ameaçou fazer guerra contra o anjo da igreja por estar apoiando e permitindo isso dentro da igreja. 

Tiatira:  Essa congregação estava procedendo em todos os sentidos. (2:19), mas foi criticada pelo Senhor porque aceitava uma mulher "que a si mesma se declara profetisa" que promovia pecado sexual. As igrejas têm que rejeitar os membros que encorajam o pecado (Tito 3:10-11).

Sardes: essa igreja tinha grande reputação, mas a realidade desmentia o nome. Não podemos descansar sobre nosso passado. As igrejas vivem por causa de seu atual serviço a Deus.

Filadélfia: As duas igrejas que não foram criticadas (Esmirna e Filadélfia) eram as igrejas que sofriam maior perseguição. O Senhor reassegurou-as de que era ele quem tinha a chave, e que quando ele abrisse a porta para elas, ninguém seria capaz de fechá-la.

Laodicéia: Se autoconfiança fosse o padrão, essa igreja seria proeminente.

Sua autoconfiança era imensa, mas sua falta de fervor tinha deixado o Senhor do lado de fora, batendo na porta para entrar em sua própria igreja. Arrogância e prosperidade material frequentemente produzem cristãos complacentes.

Vejamos o que está escrito em Apocalipse Capítulo 3.

Ao anjo da igreja em Sardes escreve: Estas coisas diz aquele que tem os sete Espíritos de Deus e as sete estrelas: Conheço as tuas obras, que tens nome de que vives e estás morto. Sê vigilante e consolida o resto que estava para morrer, porque não tenho achado íntegras as tuas obras na presença do meu Deus. Lembra-te, pois, do que tens recebido e ouvido, guarda-o e arrepende-te. Porquanto, se não vigiares, virei como ladrão, e não conhecerás de modo algum em que hora virei contra ti. Tens, contudo, em Sardes, umas poucas pessoas que não contaminaram as suas vestiduras e andarão de branco junto comigo, pois são dignas. O vencedor será assim vestido de vestiduras brancas, e de modo nenhum apagarei o seu nome do Livro da Vida; pelo contrário, confessarei o seu nome diante de meu Pai e diante dos seus anjos. Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas. Ao anjo da igreja em Filadélfia escreve: Estas coisas diz o santo, o verdadeiro, aquele que tem a chave de Davi, que abre, e ninguém fechará, e que fecha, e ninguém abrirá: Conheço as tuas obras – eis que tenho posto diante de ti uma porta aberta, a qual ninguém pode fechar – que tens pouca força, entretanto, guardaste a minha palavra e não negaste o meu nome. Eis farei que alguns dos que são da sinagoga de Satanás, desses que a si mesmos se declaram judeus e não são, mas mentem, eis que os farei vir e prostrar-se aos teus pés e conhecer que eu te amei. Porque guardaste a palavra da minha perseverança, também eu te guardarei da hora da provação que há de vir sobre o mundo inteiro, para experimentar os que habitam sobre a terra. Venho sem demora. Conserva o que tens, para que ninguém tome a tua coroa. Ao vencedor, fá-lo-ei coluna no santuário do meu Deus, e daí jamais sairá; gravarei também sobre ele o nome do meu Deus, o nome da cidade do meu Deus, a nova Jerusalém que desce do céu, vinda da parte do meu Deus, e o meu novo nome. Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas. Ao anjo da igreja em Laodicéia escreve: Estas coisas diz o Amém, a testemunha fiel e verdadeira, o princípio da criação de Deus: Conheço as tuas obras, que nem és frio nem quente. Quem dera fosses frio ou quente! Assim, porque és morno e nem és quente nem frio, estou a ponto de vomitar-te da minha boca; pois dizes: Estou rico e abastado e não preciso de coisa alguma, e nem sabes que tu és infeliz, sim, miserável, pobre, cego e nu. Aconselho-te que de mim compres ouro refinado pelo fogo para te enriqueceres, vestiduras brancas para te vestires, a fim de que não seja manifesta a vergonha da tua nudez, e colírio para ungires os olhos, a fim de que vejas. Eu repreendo e disciplino a quantos amo. Sê, pois, zeloso e arrepende-te. Eis que estou à porta e bato; se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta, entrarei em sua casa e cearei com ele, e ele, comigo. Ao vencedor, dar-lhe-ei sentar-se comigo no meu trono, assim como também eu venci e me sentei com meu Pai no seu trono. Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas. Apocalipse 3: 1-22.

Considerações especiais para com as cartas às igrejas de Sardes, Filadélfia e Laodicéia (Ap 3).

Como vimos anteriormente, essas sete igrejas (as quatro do estudo anterior do capítulo 2 e mais as três de hoje, do capítulo 3) são representativas das demais igrejas da Ásia e, de todo o império romano, assim também como das demais igrejas e épocas até o fim dos tempos. 

Procurando aplicar as grandes verdades espirituais do Apocalipse aos nossos dias, não será demais considerar que essas sete igrejas são também representativas das igrejas de hoje e as do futuro além do nosso tempo.

5ª Carta. À Igreja de Sardes. Igreja Morta ou Viva? 

Essa igreja representa a Igreja morta dos anos 1.517 a 1.750 d. C.

(AP 3:1-6). Ao anjo da igreja em Sardes escreve: Estas coisas diz aquele que tem os sete Espíritos de Deus e as sete estrelas: Conheço as tuas obras, que tens nome de que vives e estás morto. (2) Sê vigilante e consolida o resto que estava para morrer, porque não tenho achado íntegras as tuas obras na presença do meu Deus. (3) Lembra-te, pois, do que tens recebido e ouvido, guarda-o e arrepende-te. Porquanto, se não vigiares, virei como ladrão, e não conhecerás de modo algum em que hora virei contra ti. (4) Tens, contudo, em Sardes, umas poucas pessoas que não contaminaram as suas vestiduras e andarão de branco junto comigo, pois são dignas. (5) O vencedor será assim vestido de vestiduras brancas, e de modo nenhum apagarei o seu nome do Livro da Vida; pelo contrário, confessarei o seu nome diante de meu Pai e diante dos seus anjos. (6) Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas.

O nome da cidade de Sardes vem da palavra hebraica “sarid” que significa “o que escapou” ou “o remanescente”.

Historicamente, Sardes era a capital da Lídia e tinha um passado cheio de glórias.

Entretanto, no tempo dos romanos, isto é, na época de João, Sardes havia declinado muito, tornando-se uma cidade provinciana e sem brilho.

O remetente da carta à igreja de Sardes, Cristo, se identifica como "o que tem os sete Espíritos de Deus, e as sete estrelas" (v.1). 

Os sete Espíritos de Deus significam a plenitude do Espírito Santo. Agora, reparem, o Senhor revelou pela boca do profeta Isaias essa plenitude do seu espírito.

Em Is.11:2 está escrito que  “Repousará sobre Ele: 1. O Espírito do SENHOR. 2. O Espírito de sabedoria. 3. O Espírito de entendimento. 4. O Espírito de conselho. 5. O Espírito de fortaleza. 6. O Espírito de conhecimento e 7. O Espírito de temor do SENHOR.

Reparem que Cristo tem, portanto, todos esses poderes, pois os sete Espíritos de Deus estão sobre Ele, tudo está em suas mãos, inclusive os destinos das igrejas. 

Muitas pessoas dizem que o crente precisa ter ou viver na plenitude do Espírito Santo. Mas, reparem, isso é impossível ao ser humano. Nenhuma pessoa pode suportar a plenitude do Espírito Santo, pode, sim, ser cheio do Espírito Santo. 

Aliás, cabe observar que essa expressão não aparece em nenhum lugar da Bíblia. Agora, o que o Senhor quer de nós é que fiquemos “cheios” do Espírito Santo, o que é muito diferente.

Nas cartas anteriores, sempre havia primeiro um elogio e só depois o remetente fazia a crítica ao ponto negativo da igreja.

Aqui, porém, Jesus inverte a ordem. Há mais pontos negativos do que positivos. Em essência, a crítica refere-se ao fato de que a igreja de Sardes demonstrava, externamente, uma grande atividade, mas, internamente, não tinha nenhuma vida espiritual condizente com sua aparência.

Por fora, parecia viva, mas, por dentro, estava morta.

Ou seja, após um início cheio de vida, a igreja de Sardes endureceu o seu coração. Reparem que essa igreja, em contraste com as outras que já vimos, ela é deixada em paz. Satanás não a perturba, Satanás não é nem citado aqui. Será Por quê?

Porque em Sardes não há falsas doutrinas, não há falsos profetas, também não há sofrimento, nem tribulações, justamente porque aquela igreja está morta. “tens nome de que vives e estás morta”.

É claro que Sardes está morta aos olhos do Senhor, porque, aos olhos do mundo, ela tem nome e parece, somente parece, estar viva. 

Ou seja, tudo parece estar em ordem, mas falta algo, e ela pretende ter algo que não existe nela que e a vida espiritual. 

É exatamente isso que acontece com muitas pessoas e igrejas que se dizem cristãs mas na verdade não o são. Teem nome de cristão, mas não vivem como cristão, são pessoas que estão mortas espiritualmente.

E aqui, o Senhor Jesus dá um aviso à Igreja. Ele aconselha a igreja de Sardes a ser vigilante e a "confirmar as coisas que restam, que estavam para morrer" (v.2). 

Naquela igreja, existia ainda alguma coisa que estava viva e que, por isso mesmo poderia reverter o estado moribundo em que viviam caso eles ouvissem as palavras de Jesus, o remetente da carta. 

O aviso à vigilância tinha um especial significado para os habitantes de Sardes, pois a cidade estava edificada em uma elevação. Era uma cidade fortificada e três dos seus lados terminavam numa espécie de precipício. 

Reparem que, no NT, o termo "vigiar" refere mais a manter-se ocupado plenamente no serviço do que simplesmente manter os olhos abertos. 
Na igreja de Sardes poucas pessoas mereciam algum elogio. Esses "não contaminaram seus vestidos" (v.4), significa que alguns não participavam dos cultos pagãos, do mundanismo reinante e da corrupção da cidade. 

Esses poucos haviam permanecido fiéis ao Senhor. Para este grupo fiel é, então, prometido que ele andará com o Senhor, "vestido de vestes brancas" (sem manchas) (v.5).

Esta figura tem um especial significado para Sardes, pois a cidade se orgulhava de seu comércio de tecidos coloridos, usados especialmente pelas pessoas mundanas.

6ª Carta. À Igreja de Filadélfia: Aquela com uma Porta Aberta. 

Essa igreja representa a Igreja missionária dos anos 1.750 até o século XXI.

(AP 3:7-13). Ao anjo da igreja que está em Filadélfia escreve: Estas coisas diz o santo, o verdadeiro, aquele que tem a chave de Davi, que abre, e ninguém fechará, e que fecha, e ninguém abrirá: (8) Conheço as tuas obras - eis que tenho posto diante de ti uma porta aberta, a qual ninguém pode fechar - que tens pouca força, entretanto, guardaste a minha palavra e não negaste o meu nome. (9) Eis farei que alguns dos que são da sinagoga de Satanás, desses que a si mesmos se declaram judeus e não são, mas mentem, eis que os farei vir e prostrar-se aos teus pés e conhecer que eu te amei. (10) Porque guardaste a palavra da minha perseverança, também eu te guardarei da hora da provação que há de vir sobre o mundo inteiro, para experimentar os que habitam sobre a terra. (11) Venho sem demora. Conserva o que tens, para que ninguém tome a tua coroa. (12) Ao vencedor, fá-lo-ei coluna no santuário do meu Deus, e daí jamais sairá; gravarei também sobre ele o nome do meu Deus, o nome da cidade do meu Deus, a nova Jerusalém que desce do céu, vinda da parte do meu Deus, e o meu novo nome. (13) Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas.

É interessante notar que existem muitas referências positivas à igreja de Filadélfia. Ela não recebe críticas do Senhor. Ao contrário, Jesus coloca diante dela "uma porta aberta que ninguém pode fechar".(v.8). 

Cristo sabe que a igreja por si só é fraca, "tens pouca força" (v.8b), diz o Senhor Jesus. A igreja, porém, estava sendo fiel, guardando o nome de Jesus, e a porta aberta daria a ela a oportunidade de ser uma igreja estratégica.

A igreja de Filadélfia é a única que recebe somente elogios. Filadélfia significa amor fraternal.

O texto nos diz que a igreja de Filadélfia podia progredir, apesar de sua pouca força. Filadélfia era conhecida como "a cidade missionária", pois havia sido fundada para fomentar a civilização greco-asiática e o idioma e os costumes gregos nas regiões orientais da Lídia e da Frigia.

A "porta aberta", portanto, era uma referência à possibilidade da igreja de Filadélfia compartilhar da vocação cultural da cidade e desenvolver uma estratégia missionária própria, de proclamação do Evangelho de Jesus.

Aliás, é interessante observar uma certa correlação entre igrejas vitoriosas com aquelas que têm "missões" e evangelismo como uma de suas motivações e prioridades principais.
Assim, por terem agido com fidelidade, Cristo promete aos crentes de Filadélfia, sua graça sustentadora nas tribulações que se abateriam sobre todo o mundo. 

As tribulações não os venceriam (v.10). A Igreja de Filadélfia é encorajada pela vinda do Senhor (v.11).

Várias outras promessas são ainda feitas (v.12). Aos que forem fieis: "Ao vencedor, farei dele coluna no templo do meu Deus", numa alusão a sobrevivência da igreja fiel.

Além disso, como a cidade de Filadélfia ficava em uma região sujeita a terremotos, os crentes daquela cidade entendiam muito bem o significado, ou valor, de uma coluna.

Cristo estava dizendo que, apesar dos terremotos das perseguições, os fiéis seriam como colunas inabaláveis de um templo indestrutível.

Reparem que, no Apocalipse, não há promessa de que os crentes escapem fo sofrimento e da morte. Há promessa, entretanto, de que mal algum aconteceria às suas almas.

Cristo promete, ainda, à igreja de Filadélfia, que viria "sem demora", embora não fique claro se esta expressão se refere à segunda vinda do Senhor, o que podemos deduzir pelo passar dos tempos que a vinda do Senhor Jesus está próxima, conformando aquelas palavras. 

Convém também observar que essa promessa não estabelece um prazo, uma vez que “sem demora” pode significar, igualmente duas situações singulares:"repentinamente" e ou "inesperadamente".

Por outro lado, que sentido haveria em abrir uma porta missionária para Filadélfia, se Jesus estivesse voltando logo a seguir?

7ª Carta. À Igreja de Laodicéia. A Igreja com uma Porta Fechada. ("Misericórdia", o grifo é meu.). 

Essa igreja representa a Igreja a Igreja morna nos tempos do fim, ou seja nos nossos tempos .

(AP 3:14-22): Ao anjo da igreja em Laodicéia escreve: Estas coisas diz o Amém, a testemunha fiel e verdadeira, o princípio da criação de Deus: (15) Conheço as tuas obras, que nem és frio nem quente. Quem dera fosses frio ou quente! (16) Assim, porque és morno e nem és quente nem frio, estou a ponto de vomitar-te da minha boca; (17) pois dizes: Estou rico e abastado e não preciso de coisa alguma, e nem sabes que tu és infeliz, sim, miserável, pobre, cego e nu. (18) Aconselho-te que de mim compres ouro refinado pelo fogo para te enriqueceres, vestiduras brancas para te vestires, a fim de que não seja manifesta a vergonha da tua nudez, e colírio para ungires os olhos, a fim de que vejas. (19) Eu repreendo e disciplino a quantos amo. Sê, pois, zeloso e arrepende-te. (20) Eis que estou à porta e bato; se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta, entrarei em sua casa e cearei com ele, e ele, comigo. (21) Ao vencedor, dar-lhe-ei sentar-se comigo no meu trono, assim como também eu venci e me sentei com meu Pai no seu trono. (22) Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas.

A cidade de Laodicéia era uma cidade próspera. Por ela passavam três estradas romanas. Era, assim, o principal centro de comércio e de finanças da região, sendo reconhecida também como centro terapêutico para os olhos, por conta de um unguento que era lá fabricado. 

Seu progresso pretendia levar seus moradores a serem arrogantes, orgulhosos e independentes, o que de certa forma, refletia na igreja.

Reparem que, das sete igrejas, Laodicéia é a única sobre a qual nada é dito de positivo. Cristo acusa a igreja de Laodicéia de ser uma igreja indiferente: "Assim, porque és morno, e nem és quente nem frio, estou a ponto de vomitar-te da minha boca." (v16).

Reparem ainda que Jesus se utiliza das características da cidade para exortar os crentes de Laodicéia. Ele os chama de pobres, apesar de serem abastados, de cegos, apesar do unguento, ou colírio, para os olhos, que ali se fabricava. E Ele os chama de nus, apesar das boas roupas que usavam. 

Cristo, utilizando a linguagem simbólica e contextualizada do comércio de Laodicéia, aconselha no verso 18, que a igreja compre dele "ouro refinado", "vestiduras brancas" e "colírio para ungires os teus olhos, a fim de que vejas". Havia uma grande inversão de valores naquela igreja assim como agora em nossos tempos nas igrejas de hoje.

No verso 19, Cristo avisa que a igreja será repreendida e disciplinada porque Ele a ama. Aquela igreja tinha tudo, menos Cristo. (v.20) Eis que estou à porta e bato.

O Senhor permanecia do lado de fora batendo à porta. Se alguém a abrisse, Ele entraria e poderia começar a mudar a igreja, mesmo com uns poucos que lhe fossem fiéis.

Ao que vencer o espírito de indiferença e letargia e "abrir a porta", Cristo promete entrar por ela e cear com ele.

O Senhor Jesus promete também que o crente fiel sentará no seu trono, junto com Ele. O brado de alerta contra a indiferença e a apatia espiritual, ainda, está vivo no Apocalipse, dirigido não só a Laodicéia, mas a todas as igrejas na face da terra que estão vivendo aquela realidade de mornidão e frieza espiritual.

Esse brado de alerta está também dirigido a mim e a você. 

É nosso desejo sincero que, ao lermos a mensagem do Apocalipse, destinada primariamente àquelas sete igrejas da Ásia Menor, nós possamos ver a nós mesmos em algumas dessas igrejas e sermos a diferença que vai impactar a vida espiritual do restante dos membros para melhor com muito louvor, adoração e temor a Deus. Nós precisamos ser uma igreja vibrante, forte e cheia do poder e da graça de Deus.

Nós precisamos receber, com sabedoria, as palavras do Senhor Jesus Cristo a nós mesmos endereçadas, seja de críticas, de avisos de advertências e ou de promessas.

Deus tem um plano para cada um de nós e por isso temos que florescer onde estamos plantados.  

"Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas". (Ap 3:22).

Deus abençoe você e sua família.


Pr. Waldir Pedro de Souza 
Bacharel em Teologia, Pastor e Escritor. 



segunda-feira, 19 de março de 2018

LIVRO DO APOCALIPSE CAPÍTULO 2

LIVRO DO APOCALIPSE CAPÍTULO 2



O capítulo 2 de Apocalipse trata das cartas às sete igrejas da Ásia .


Os Capítulos 2 e 3 de Apocalipse são especificamente dirigidos às sete igrejas da Ásia. Destacaremos as informações mais importantes de cada capítulo. Neste caso veremos as do capítulo dois que trata das quatro primeiras cartas muito embora, de uma maneira ou de outra,  daremos ênfase a todas as sete. 

As cartas às sete igrejas da Ásia que receberam do Senhor Jesus advertências e elogios. 
                                              
Éfeso, Smirna, Pérgamo, Tiatira, Sardes, Filadelfia, Laodicéia são as sete igrejas que se situavam no chamado crescente fértil na Ásia.

As cartas, contam a história da igreja através dos tempos, dando continuidade ao livro de Atos 28:31. 

Era uma sequência histórica demonstrada no decorrer dos anos seguintes do início da igreja apostólica, permanecendo até os nossos dias e demonstrando como a igreja primitiva se deteriorou no passar dos anos ate chegar ao nosso tempo de tanta apostasia, representada na igreja de Laodicéia. 

As cartas contêm elogios e advertências às igrejas que devem ser observadas nos dias de hoje.

Trás também promessas gloriosas aos que permanecerem fieis até o fim e será muito triste e de grandes perdas aos infiéis.

Advertem sempre sobre a necessidade das igrejas ouvirem com cuidado a voz do Espírito Santo, reforçando fortemente e com insistência a frase “ quem tem ouvidos ouçam o que o Espírito diz às igrejas “.

Nessas cartas às Sete Igrejas da Ásia, Jesus incumbiu João de enviar um mensagem específica com descrição da vida e do estado espiritual de cada uma delas representadas na pessoa do anjo (pastor) de cada uma daquelas igrejas. Enviou também a devida orientação particular mostrando com evidências reais que se não houvesse uma grande mudança na vida espiritual das lideranças daquelas igrejas para melhor, o destino final delas seria de destruição e mortes. 

Então nesses capítulos 2 e 3 de Apocalipse o Senhor deu mensagens especiais a cada uma dessas igrejas. Cada carta segue quase o mesmo modelo: 

Uma comunicação ao anjo que representava a igreja; 

Uma frase descrevendo a pessoa do Senhor Jesus e o seu grande amor regenerador ao pecador arrependido.

Um comentário das boas coisas feitas pela igreja na vivência do dia a dia delas. (em somente um caso nada de bom é mencionado:  3:14-22).

Uma repreensão pelas más coisas que elas suportavam dentro delas, porém Jesus observa e rejeita aquelas práticas pecaminosas. (em duas cartas nada de mau é mencionado: 2:8-11 e 3:7-13). 

Encorajamento para corrigir os erros (exceto para as igrejas em que nada de mau tinha sido notado).

Uma exortação a ouvir a voz do Espírito Santo e uma promessa àquelas que triunfassem com obediência, fidelidade e dedicação.  (em alguns casos a ordem destas últimas duas é invertida).
A situação espiritual de cada igreja foi refletida através do anjo (pastor) da própria igreja e não das outras. 

Éfeso: Vejamos os detalhes da igreja de Éfeso; uma igreja doutrinariamente sólida e ativa, ainda que seu amor tivesse ficado frio. Perderam a noção do primeiro amor. Essa igreja representa a Igreja do primeiro século. 

É perigoso permitir que nosso serviço a Deus se tornem mecânico e ritual; o primeiro mandamento é amar a Deus com todo o nosso coração, com toda a nossa alma e com todo nosso entendimento. Quando uma igreja deixa de amar a Deus sobre todas ad coisas, ela prejudica sua relação com Deus e está fadada ao fracasso.

Esmirna: Esses irmãos estavam sofrendo perseguição e dificuldades econômicas, mas Deus estava orgulhoso deles. O mito que a fidelidade a Deus sempre traz prosperidade e termina o sofrimento é falso. Essa igreja representa a Igreja perseguida dos anos 100 a 312 d. C.

Pérgamo: Esse grupo permanecia fiel mesmo quando um membro foi martirizado, mas tinha um grande problema: tolerava o ensino de falsas doutrinas que encorajavam idolatria e imoralidade. O Senhor ameaçou fazer guerra contra ele. Essa igreja representa a Igreja mundana casada com o estado dos anos 313 a 600 d.C.

Tiatira: Todos os membros  dessa congregação, inclusive o anjo da igreja,  estavam procedendo bem em todos os sentidos (2:19), mas foi criticada pelo Senhor porque aceitava uma mulher "que a si mesma se declarava profetisa" e que promovia o pecado sexual declarada e deliberadamente com a permissão do anjo da igreja. As igrejas têm que corrigir e rejeitar os membros que encorajam o pecado e vivem na prática do pecado conscientemente.  (Tito 3:10-11). Essa igreja representa a Igreja profana dos anos 600 até 1.517 d. C.

Sardes: Essa igreja tinha grande reputação, mas a realidade desmentia o nome. Não podemos descansar sobre nosso passado. As igrejas vivem por causa de seu atual serviço a Deus e não pelo saudosismo. Essa igreja representa a Igreja morta dos anos 1.517 até 1.750 d. C.

Filadélfia: As duas igrejas que não foram criticadas (Esmirna e Filadélfia) eram as igrejas que sofriam maior perseguição. O Senhor reassegurou-as de que era Ele quem tinha a chave, e que quando ele abrisse a porta para elas, ninguém seria capaz de fechá-la. Essa igreja representa a Igreja missionária. Anos 1.750 até o seculo XXI.

Laodicéia: Se autoconfiança fosse o padrão, essa igreja seria proeminente. Sua autoconfiança era imensa, mas sua falta de fervor tinha deixado o Senhor do lado de fora, batendo na porta para entrar em sua própria igreja. Arrogância e prosperidade material frequentemente produzem cristãos ante complacentes até consigo mesmos. Essa igreja representa a Igreja morna nos tempos do fim. 

Veja o que diz o Apocalipse capítulo 2 

Ao anjo da igreja em Éfeso escreve: Estas coisas diz aquele que conserva na mão direita as sete estrelas e que anda no meio dos sete candeeiros de ouro: Conheço as tuas obras, tanto o teu labor como a tua perseverança, e que não podes suportar homens maus, e que puseste à prova os que a si mesmos se declaram apóstolos e não são, e os achaste mentirosos; e tens perseverança, e suportaste provas por causa do meu nome, e não te deixaste esmorecer. Tenho, porém, contra ti que abandonaste o teu primeiro amor. Lembra-te, pois, de onde caíste, arrepende-te e volta à prática das primeiras obras; e, se não, venho a ti e moverei do seu lugar o teu candeeiro, caso não te arrependas. Tens, contudo, a teu favor que odeias as obras dos nicolaítas, as quais eu também odeio. Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas: Ao vencedor, dar-lhe-ei que se alimente da árvore da vida que se encontra no paraíso de Deus. Ao anjo da igreja em Esmirna escreve: Estas coisas diz o primeiro e o último, que esteve morto e tornou a viver: Conheço a tua tribulação, a tua pobreza (mas tu és rico) e a blasfêmia dos que a si mesmos se declaram judeus e não são, sendo, antes, sinagoga de Satanás. Não temas as coisas que tens de sofrer. Eis que o diabo está para lançar em prisão alguns dentre vós, para serdes postos à prova, e tereis tribulação de dez dias. Sê fiel até à morte, e dar-te-ei a coroa da vida. Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas: O vencedor de nenhum modo sofrerá dano da segunda morte. Ao anjo da igreja em Pérgamo escreve: Estas coisas diz aquele que tem a espada afiada de dois gumes: Conheço o lugar em que habitas, onde está o trono de Satanás, e que conservas o meu nome e não negaste a minha fé, ainda nos dias de Antipas, minha testemunha, meu fiel, o qual foi morto entre vós, onde Satanás habita. Tenho, todavia, contra ti algumas coisas, pois que tens aí os que sustentam a doutrina de Balaão, o qual ensinava a Balaque a armar ciladas diante dos filhos de Israel para comerem coisas sacrificadas aos ídolos e praticarem a prostituição. Outrossim, também tu tens os que da mesma forma sustentam a doutrina dos nicolaítas. Portanto, arrepende-te; e, se não, venho a ti sem demora e contra eles pelejarei com a espada da minha boca. Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas: Ao vencedor, dar-lhe-ei do maná escondido, bem como lhe darei uma pedrinha branca, e sobre essa pedrinha escrito um nome novo, o qual ninguém conhece, exceto aquele que o recebe. Ao anjo da igreja em Tiatira escreve: Estas coisas diz o Filho de Deus, que tem os olhos como chama de fogo e os pés semelhantes ao bronze polido: Conheço as tuas obras, o teu amor, a tua fé, o teu serviço, a tua perseverança e as tuas últimas obras, mais numerosas do que as primeiras. Tenho, porém, contra ti o tolerares que essa mulher, Jezabel, que a si mesma se declara profetisa, não somente ensine, mas ainda seduza os meus servos a praticarem a prostituição e a comerem coisas sacrificadas aos ídolos. Dei-lhe tempo para que se arrependesse; ela, todavia, não quer arrepender-se da sua prostituição. Eis que a prostro de cama, bem como em grande tribulação os que com ela adulteram, caso não se arrependam das obras que ela incita. Matarei os seus filhos, e todas as igrejas conhecerão que eu sou aquele que sonda mentes e corações, e vos darei a cada um segundo as vossas obras. Digo, todavia, a vós outros, os demais de Tiatira, a tantos quantos não têm essa doutrina e que não conheceram, como eles dizem, as coisas profundas de Satanás: Outra carga não jogarei sobre vós; tão somente conservai o que tendes, até que eu venha. Ao vencedor, que guardar até ao fim as minhas obras, eu lhe darei autoridade sobre as nações, e com cetro de ferro as regerá e as reduzirá a pedaços como se fossem objetos de barro; assim como também eu recebi de meu Pai, dar-lhe-ei ainda a estrela da manhã. Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas. Apocalipse 2: 1-29.

Deus abençoe você e sua família. 


Pr. Waldir Pedro de Souza 
Bacharel em Teologia, Pastor e Escritor. 





sábado, 17 de março de 2018

LIVRO DO APOCALIPSE CAPÍTULO 1

LIVRO DO APOCALIPSE CAPÍTULO 1


João tem uma visão do Cristo glorificado . Apocalipse Capítulo 1. 1- 8.

O livro trata de detalhes de dedicação do livro a quem de direito e de assuntos a serem revelados. (1-3). 

Trata da localização onde se encontrava João e além disso da visão de Jesus glorificado. (4-8).


Já neste capítulo primeiro de Apocalipse Jesus começa a tratar dessa revelação principal dos últimos tempos e das últimas coisas. 

Este estudo sobre o livro do Apocalipse é bastante resumido abordando apenas os fatos principais sem entrar em seus detalhes, servindo como roteiro da sequência dos eventos para os que pretendem aprofundar-se em tão complexo e fascinante assunto, cuja leitura por si só já é motivo de bem-aventurança e revelação para a vida do crente.   
           
A revelação de Deus para seu Filho Jesus Cristo que a notifica a seu servo João que a revela a nós que como ele somos servos em Cristo. (Ap 1: 1 a 3).

Este livro contém sete bem-aventuranças para os que leem e os que o ouvem. (Ap 1:3; 14:13; 16:15; 19:9; 20:6; 22:7; 22:14), e para os que guardam as palavras desta profecia, e duas advertências de castigo aos que acrescentarem ou tirarem dele alguma coisa.  (Ap 22: 18 e 19).

Cronologia descrita no livro

Jesus se identifica como o autor do livro e das revelações através de vários títulos. (Ap 1: 4 a 8). 

Ele revela que nos fez reis e sacerdotes para honra e glória  dEle mesmo (Ap 1:6) e anuncia a sua volta visível a terra. (Ap 1:7).

João escreveu o livro quando estava preso na ilha de Patmos e recebeu ordem de escrever as sete cartas e revelá-las às sete igrejas da Ásia (Ap 1: 11) e de escrever num livro tudo o que via e as coisas que são e as que ainda haveriam de ser e de acontecer. (Ap 1: 19).

Apocalipse Capitulo 1

O Cristo Triunfante na visão de Apocalipse 1:1-20.

O livro de Apocalipse retrata o Senhor Jesus Cristo triunfante sobre Satanás e suas forças. É triste que esta mensagem confortante seja frequentemente objeto de amargo debate. Estes artigos ressaltarão o propósito de Apocalipse, e não a especulação.

Indicações para interpretação deste texto:

1. João escreveu o que ele viu (1:11,19), que era basicamente uma peça vívida, emocionante. Para entendê-la, precisamos visualizar as cenas em nossa imaginação.

2. Jesus enviou a mensagem de Apocalipse às sete igrejas (1:4,11) que estavam passando por um período de dura perseguição e também de afastamento da comunhão e de apostasia e idolatria.(1:9). 
Como em qualquer carta, nós a entenderemos melhor vendo a mensagem através dos olhos de seus destinatários originais. Em certo sentido, estamos lendo a correspondência de alguém.

3. O livro revela as coisas que aconteceriam por vontade e interferência do próprio Deus.  (1:1,3; 22:6,10). Em todos os séculos, os intérpretes da Bíblia têm pensado que o Apocalipse descreve os eventos políticos de sua própria época, mas os eventos descritos são também de uma época distante e futura, o fim dos tempos. Daniel escreveu sobre acontecimentos que ocorreriam 400 anos mais tarde, ele selou as palavras porque elas se referiam a um futuro também  muito distante para sua época. (Daniel 8:26). Quando João escreveu o Apocalipse ele não selou as palavras porque o tempo estava próximo, mas os tempos de Deus são diferentes e não como são os dos seres humanos.  A representatividade dos tempos foi e teem sido fidedigna aos acontecimentos futuros.  (22:10).

4. O livro de Apocalipse foi escrito com símbolos. (veja 1:20). Os candelabros que João viu, por exemplo, simbolizavam igrejas; as estrelas significavam anjos. Precisamos distinguir entre o que João viu e o significado do que ele viu. Livros como Daniel, Zacarias, Ezequiel e Isaías usam linguagem figurada semelhante.

Aparição de Cristo:

Em Apocalipse 1, Jesus apareceu a João. Na visão Ele era enorme: tinha sete estrelas em uma mão. Seu semblante resplandecia como o sol. Sua voz trovejava como os trovões bradam nos céus com muitos raios e o barulho  de muitas aguas impetuosas. Seus pés eram como o bronze refinado no fogo, incinerando tudo em sua passagem. Seus olhos flamejantes eram tão brilhantes que seu brilho poderiam penetrar tudo o que quisesse como uma "visão de raio X". Cristo tinha entrado no reino da morte e emergiu de lá vitorioso possuindo as chaves da morte e do inferno. (Hades).

João desmaiou, ficou como se estivesse morto. Seus sentidos ficaram fora do seu controle emocional. Ele foi arrebatado em seus sentidos. Ele nunca tinha visto o Senhor Jesus exaltado nos céus, agora contemplava algo nunca visto por ele em suas visões espirituais.  Muitos, hoje, jamais perceberam a glória do Senhor. Eles ainda imaginam Jesus como um recém-nascido numa manjedoura ou uma figura patética na cruz. Mas Cristo está, hoje, exaltado e extraordinariamente glorificado e poderoso em todo seu esplendor de glória nos céus.

Assim está escrito em Apocalipse 1.1-20.

Revelação de Jesus Cristo, que Deus lhe deu para mostrar aos seus servos as coisas que em breve devem acontecer e que ele, enviando por intermédio do seu anjo, notificou ao seu servo João, o qual atestou a palavra de Deus e o testemunho de Jesus Cristo, quanto a tudo o que viu. Bem-aventurados aqueles que leem e aqueles que ouvem as palavras da profecia e guardam as coisas nela escritas, pois o tempo está próximo. João, às sete igrejas que se encontram na Ásia, graça e paz a vós outros, da parte daquele que é, que era e que há de vir, da parte dos sete Espíritos que se acham diante do seu trono e da parte de Jesus Cristo, a Fiel Testemunha, o Primogênito dos mortos e o Soberano dos reis da terra. Àquele que nos ama, e, pelo seu sangue, nos libertou dos nossos pecados, e nos constituiu reino, sacerdotes para o seu Deus e Pai, a ele a glória e o domínio pelos séculos dos séculos. Amém! Eis que vem com as nuvens, e todo olho o verá, até quantos o traspassaram. E todas as tribos da terra se lamentarão sobre ele. Certamente. Amém! Eu sou o Alfa e Ômega, diz o Senhor Deus, aquele que é, que era e que há de vir, o Todo-Poderoso. Eu, João, irmão vosso e companheiro na tribulação, no reino e na perseverança, em Jesus, achei-me na ilha chamada Patmos, por causa da palavra de Deus e do testemunho de Jesus. Achei-me em espírito, no dia do Senhor, e ouvi, por detrás de mim, grande voz, como de trombeta, dizendo: O que vês escreve em livro e manda às sete igrejas: Éfeso, Esmirna, Pérgamo, Tiatira, Sardes, Filadélfia e Laodicéia. Voltei-me para ver quem falava comigo e, voltado, vi sete candeeiros de ouro e, no meio dos candeeiros, um semelhante a filho de homem, com vestes talares e cingido, à altura do peito, com uma cinta de ouro. A sua cabeça e cabelos eram brancos como alva lã, como neve; os olhos, como chama de fogo; os pés, semelhantes ao bronze polido, como que refinado numa fornalha; a voz, como voz de muitas águas. Tinha na mão direita sete estrelas, e da boca saía-lhe uma afiada espada de dois gumes. O seu rosto brilhava como o sol na sua força. Quando o vi, caí a seus pés como morto. Porém ele pôs sobre mim a mão direita, dizendo: Não temas; eu sou o primeiro e o último e aquele que vive; estive morto, mas eis que estou vivo pelos séculos dos séculos e tenho as chaves da morte e do inferno. Escreve, pois, as coisas que viste, e as que são, e as que hão de acontecer depois destas. Quanto ao mistério das sete estrelas que viste na minha mão direita e aos sete candeeiros de ouro, as sete estrelas são os anjos das sete igrejas, e os sete candeeiros são as sete igrejas. 

Deus abençoe você e sua família.


Pr. Waldir Pedro de Souza 
Bacharel em Teologia, Pastor e Escritor.