segunda-feira, 23 de março de 2020

UM POUCO DA HISTÓRIA DOS JUDEUS

UM POUCO DA HISTÓRIA DOS JUDEUS 

Desde a Antiguidade até a criação do Estado de Israel, no século XX em maio de 1948, os judeus sempre percorreram e ocuparam diferentes regiões pelo mundo. Por onde passaram e se fixaram, acabaram exercendo grandes atividades intelectuais, comerciais ou foram perseguidos pelas populações locais.

Na Antiguidade Oriental, local que hoje é conhecido por Oriente Médio, os hebreus, também chamados de judeus ou israelitas, habitavam Canaã, território do atual Estado de Israel. Essa civilização deixou como herança para o mundo ocidental sua conduta moral e ética, que influenciou o surgimento de duas das principais religiões da atualidade: o judaísmo e o cristianismo.


Os hebreus são de origem semita, povos que surgiram na Ásia, descendentes de Noé. 

Segundo a Bíblia, os hebreus, em razão da seca e da fome, migraram para o Egito ficando 400 anos onde foram escravizados pelos egípcios. A civilização hebraica, liderada por Moisés, retornou à Canaã, como está escrito no livro de Êxodo.


No ano de 935 a.C., com a morte do rei Salomão, filho de Davi, ocorreu a divisão entre as doze tribos de Israel, constituindo a formação de dois Estados: o Reino de Israel, dez tribos do norte e o Reino de Judá  duas tribos do sul. Os habitantes do Reino de Israel ficaram conhecidos como israelitas; e os habitantes do Reino de Judá foram chamados de judeus, porém eram e são até hoje o mesmo povo, descendentes dos doze filhos de Jacó. 


Após a divisão das doze tribos de Israel, enormes crises sucederam no ano de 721 a. C. Os assírios submeteram o Reino de Israel ao seu domínio, fato que levou ao desaparecimento das dez tribos. No ano de 596 a.C., o rei babilônico Nabucodonosor conquistou o Reino de Judá, submetendo-o ao chamado ‘Cativeiro da Babilônia’, judeus prisioneiros na cidade-estado da Babilônia.


Os judeus foram libertados da Babilônia no ano de 538 a.C., após a conquista persa. Posteriormente, a civilização judaica retornou à Canaã, região que passou a ser dominada, no ano de 332 a.C., por Alexandre, rei da Macedônia. Em 63 a.C., os macedônicos e Canaã foram conquistados pelos romanos; e os judeus organizaram revoltas duramente repreendidas por Roma. Sendo expulsos da Palestina, saíram em diáspora (dispersão) pelo mundo.


Ocupando diferentes regiões pelo mundo, os judeus conviveram em pequenas comunidades. 

Apesar de não possuírem um Estado, um território, eram considerados uma nação, um povo e procuravam conservar sua identidade cultural por meio da língua, religião, costumes e hábitos das leis de Moisés descritas no Pentateuco, que são os cinco primeiros livros da Bíblia, que é a Torá, a Bíblia dos Hebreus, dos Judeus até os dias atuais. 


Na Europa medieval, ocuparam principalmente a região da Península Ibérica, Portugal e Espanha. Antes do ano 1000, tinham liberdade religiosa e influenciaram o desenvolvimento cultural e científico do mundo de então. No ano de 1095, começaram a ser perseguidos pelos cristãos, porque a Igreja Católica julgou os judeus como responsáveis pela morte de Jesus Cristo. 

A partir desse fato, a civilização judaica sofreu constantes ataques nas cidades europeias; enclausurando-se nos guetos, milhares de judeus foram vítimas da Santa Inquisição, que era um tribunal da Igreja Católica que julgava os Judeus como hereges.


A partir da Idade Moderna, os judeus foram expulsos da Península Ibérica. A grande maioria das comunidades judaicas teve que se instalar em regiões protestantes, norte da Europa. Após o advento dos Direitos Universais do Homem, durante a Revolução Francesa, os judeus passaram a gozar de certa liberdade religiosa e desenvolveram várias atividades no continente europeu, em diversos setores, tais como: bancos e indústrias; além de atividades intelectuais, como: ciências, artes e filosofia, principalmente.


Com grande ascensão econômica e intelectual, no século XIX, vários países começaram a acusar a comunidade judaica de querer dominá-los. Nesse contexto, começaram a surgir ideias de aversão e preconceito contra os judeus, o antissemitismo. Ainda no século XIX, surgiu entre a civilização judaica o desejo de retornar ao seu território de origem, a Palestina, e criar um Estado Judaico nesse território. Era o ‘Sionismo’, milhares de judeus retornaram, fugindo do antissemitismo europeu.


No século XX, a comunidade judaica foi vítima de uma das maiores atrocidades da história, o chamado holocausto. Instituído pelo líder nazista Adolf Hitler, durante a II Guerra Mundial, 1939-1945, seis milhões de judeus foram submetidos aos campos de concentração, sendo torturados e mortos.


Após o término da guerra, o movimento sionista reivindicou à Organização das Nações Unidas (ONU) a criação do Estado de Israel na Palest3ina. No ano de 1948, foi criado o Estado Judeu – contrariando os palestinos e árabes que viviam na região, milhares de judeus retornaram. A partir da criação do Estado de Israel, vários conflitos étnicos e guerras passaram a ser constantes na região conhecida como faixa de Gaza.

43% dos judeus do mundo vivem hoje em Israel, de acordo com o censo de 2016.

De acordo com o censo de Israel em 2016 sua população é atualmente formada por cerca de 8,5 milhões pessoas, segundo dados publicados nesta segunda-feira (9) pelo Escritório Central de Estatísticas de Israel (CBS, na sigla em inglês).


Cerca de 6,3 milhões de judeus vivem em Israel (74,8% da população), além de 1,7 milhão de árabes (20,8%) e 374 mil pessoas que abrigam os cristãos não-árabes e membros de outras religiões (4,4%).


Quando Israel foi fundado em 1948, o país tinha apenas 806 mil residentes. De acordo com estimativas da CBS, haverá cerca de 11,3 milhões de pessoas vivendo em Israel até 2035.


Além disso, a organização aponta que entre os 14,3 milhões de judeus que existem em todo o mundo, cerca de 43% vivem hoje em Israel. Quando Israel foi fundado, em 1948, apenas 6% dos 11,5 milhões de judeus que existiam no mundo viviam no país.

Profecias bíblicas a respeito de Israel. 

De acordo com alguns teólogos, o aumento do retorno dos judeus à Israel significa o cumprimento das profecias bíblicas que apontam para o fim dos tempos.


Esse movimento é potencializado com iniciativas como as do projeto "Operation Exodus" ("Operação Êxodo ", em português), uma organização que ajuda judeus que vivem nos Estados Unidos a se deslocarem para Israel.


O grupo acredita que sua missão tem raízes intensamente bíblicas. "Por várias vezes, é dito em Isaías: 'Vou levantar um estandarte para as nações', ou seja, para os gentios. Eles devem trazer seus filhos e filhas de volta", afirma Debra Minotti, presidente da Operation Exodus. "Eu só posso dar glória a Deus, porque esta é a Sua obra”.


Minotti relata que houve um aumento de 79% nos pedidos de ajuda para a migrar à Israel desde 2014. O crescimento da população de Israel saltou de 800 mil pessoas em 1948 para mais de 6 milhões atualmente. Só no ano passado, 27 mil pessoas migraram para Israel sob a Lei do Retorno.

Muitos evangélicos acreditam que os versículos mencionados em Isaías 11:11-12, Jeremias 31: 38-40 e Ezequiel 11:17 são profecias que indicam a recriação do Estado judeu, que se desdobrou somente em 1948, muitos séculos depois do registro dessas palavras.

Como vivem os judeus que são seguidores de Jesus em Israel atualmente. 

Jesus Cristo é reconhecido como Messias por mais de 350 mil judeus pelo mundo que são chamados de “ messiânicos ”. Em Israel, esse grupo é muito menor, estimativas indicam que a comunidade messiânica é formada por 10 a 20 mil judeus.


Embora o movimento messiânico tenha tido seu início através dos apóstolos de Jesus, o judaísmo messiânico moderno passou a ter mais relevância a partir do século XIX. No entanto, o surgimento de judeus messiânicos na Terra Santa se deu apenas a partir da criação do Estado de Israel, em 1948.


“Somente depois que o Estado de Israel foi criado, alguns poucos judeus, de alguma maneira, tiveram acesso ao Novo Testamento e viram que Jesus era judeu e Messias. Isso aconteceu somente com a revelação do Espírito Santo. Ninguém os evangelizou”, disse alguns dos judeus. 


Judeus que vivem na comunidade comunitária Yad-Hashmona, localizada nas montanhas da Judeia,  judeus e gentios compartilham sua fé em Jesus e nas Escrituras, tanto o Antigo como o Novo Testamento.

Eles contam que, a princípio, os judeus messiânicos foram assimilados ao cristianismo gentílico, perdendo sua identidade judaica. Com o passar do tempo, o grupo foi resgatando suas origens e voltou a celebrar as tradições judaicas, após compreenderem que Jesus também estava inserido nesse contexto.

“Eles são muito similares a nós, cristãos, em seu dia a dia, em sua fé e em sua teologia. 

Mas eles procuram guardar as festividades da Torá, como o Shabat, dia do descanso. 

Entre eles também há diferentes correntes e interpretações, mas basicamente muito similares aos cristãos”, conta Diná.

Judeus messiânicos participam de conferências da União das Congregações Judaicas Messiânicas.

Por causa de sua fé em Jesus, os messiânicos não são reconhecidos como judeus pelo governo de Israel para efeitos da “aliá”, imigração de judeus a Israel. A Lei do Retorno apenas considera aptos à “aliá” os filhos ou netos de judeus que não sigam crenças e costumes estranhos ao judaísmo, como é o caso do cristianismo.

Os judeus messiânicos também têm limitações quando o assunto é evangelismo em Israel. “Eles podem contar a seus amigos que creem em Jesus como Messias, mas não é uma evangelização como nos países latino-americanos, onde podem ir à uma praça e evangelizar. As pessoas não gostam disso aqui”, revela alguns Judéia.

O estado de Israel e o modernismo atual. 

Como povo estrangeiro, que não se integrava completamente na cultura dos países onde se instalava, os judeus foram muitas vezes vistos com desconfiança. Eles foram alvo de muitas perseguições étnicas e religiosas no mundo inteiro.

As tentativas regulares para exterminar os judeus, sua incapacidade de se defenderem e sua falta de direitos levou ao surgimento de um movimento para formar um novo país de Israel. Esse movimento, que ganhou força a partir do século XIX, ficou conhecido como o movimento sionista, por causa do monte Sião, que fica junto de Jerusalém.

O regime nazista realizou o maior massacre de judeus da História. No fim da Segunda Guerra Mundial, a compreensão do que tinha acontecido trouxe grande apoio à ideia de criar um estado para os judeus. 

Em 1948, a região da Palestina, que tinha ficado debaixo do domínio britânico, foi dividida e nasceu o estado de Israel.

No entanto, os povos árabes à volta não ficaram felizes e várias vezes tentaram conquistar o novo país. 

Desde sua fundação, o estado moderno de Israel tem enfrentado muitos conflitos e muitas perseguições. 


Quais são as causas principais de todo o antissemitismo no mundo?

Por que será  que o mundo odeia os judeus? 

Por que o antissemitismo é tão visível e demonstrado em tantas nações diferentes? 

O que será que há de errado com os judeus? 

A história tem mostrado que, em diversos períodos ao longo dos últimos 1.700 anos, os judeus foram expulsos de mais de 80 países diferentes. Os historiadores e especialistas concluíram que há pelo menos seis diferentes razões:

Razões Raciais: os judeus são odiados porque, segundo eles, são uma raça inferior.

Razões  Econômicas: os judeus são odiados porque possuem muita riqueza e poder e isso causa muita inveja nas nações gentílicas.  

Razões sobre sua nacionalidade: os judeus são odiados porque são bem diferentes de todos os outros porque são monoteístas, adoram à um só Deus, o Deus dos patriarcas descritos no Pentateuco, que é a sua Bíblia. 


Razões de coloca-los como Bode Expiatório:  os judeus são odiados porque são a causa de todos os problemas do mundo e de tudo o que é ruim no mundo.  

Razões por serem os que mataram Jesus: os judeus são odiados porque mataram Jesus Cristo a quem o mundo diz que ama e segue, mas na verdade odeiam a Cristo Jesus também. 


Razões de os Judeus dizerem que são um povo escolhido por Deus: os judeus são odiados porque “arrogantemente”, segundo as nações que os perseguem, declaram que são os “escolhidos de Deus na face da terra”.


Existe alguma verdade nessas razões?

Em relação à causa racial, a verdade é que os judeus não são uma raça. Qualquer pessoa no mundo de qualquer credo, cor ou raça ou religião pode se tornar um judeu, adotando o judaísmo como seu estilo e modo de vida.


Na área econômica que cita que os judeus são ricos e que você não encontra nenhum Judeu pobre na face da terra, também é duvidosa e não é confiável. A história tem mostrado que, durante os séculos 17-20, especialmente na Polônia e na Rússia, os judeus eram desesperadamente pobres e tinham pouca, alguma e ou nenhuma influência em sistemas empresariais ou políticos da história recente. 


Na área da imigração como estrangeiros e peregrinos nas nações durante o século 18, os judeus tentaram desesperadamente se assimilar com o resto da Europa, porém não alcançaram seus objetivos. Eles esperavam que a assimilação ou aproximação dos Judeus com o resto do mundo causaria o desaparecimento do antissemitismo. No entanto, foram odiados ainda mais por aqueles que afirmavam que os Judeus contaminariam a sua raça com genes inferiores. Isso foi verdade especialmente na Alemanha antes da Segunda Guerra Mundial.


Transformaram os Judeus em bode expiatório. O fator principal é que os judeus têm sempre sido odiados por  tantas nações  o que os torna um alvo muito conveniente para continuarem a ser odiados por onde passarmos.


Sobre a idéia de acusarem os Judeus de terem matado Jesus, um inocente, a Bíblia deixa claro que os romanos foram os que realmente mataram Jesus, embora os judeus tenham sido cúmplices. Não foi os judeus propriamente que o fizeram. Até algumas centenas de anos depois que os judeus foram citados como os assassinos de Jesus, há história acabou por absorver essa meia mentira. É de se perguntar por que os romanos não são os odiados se foram eles que governavam Israel a partir de Jerusalém até Samaria abrangendo o antigo reino do norte bem como o reino do Sul?  O próprio Senhor Jesus perdoou os judeus pelos males causados à Ele. (Lucas 23:34). 

Até o Vaticano absolveu os Judeus da morte de Jesus em 1963. No entanto, nenhuma declaração tem diminuído o antissemitismo que é a extrema perseguição e ódio dos Judeus. 

Quanto à sua pretensão de serem o "povo escolhido de Deus", os judeus na Alemanha rejeitaram a sua posição de "escolhidos" durante a última parte do século 19 para melhor assimilarem a cultura alemã. No entanto, sofreram o Holocausto. Hoje, alguns cristãos e muçulmanos afirmam ser o "povo escolhido" de Deus, no entanto, em grande parte, o mundo os tolera e ainda odeia os judeus.


Isso nos leva à verdadeira razão pela qual o mundo odeia os judeus. O apóstolo Paulo nos diz: "Porque eu mesmo desejaria ser separado de Cristo, por amor de meus irmãos, que são meus parentes segundo a carne; os quais são israelitas, de quem é a adoção, e a glória, e os pactos, e a promulgação da lei, e o culto, e as promessas; de quem são os patriarcas; e de quem descende o Cristo segundo a carne, o qual é sobre todas as coisas, Deus bendito eternamente. Amém". (Romanos 9:3-5). 

A verdade é que o mundo odeia os judeus porque o mundo odeia a Deus. Os judeus eram os primogênitos de Deus, o Seu povo escolhido. (Deuteronômio 14:2). Através dos patriarcas judeus, dos profetas e do templo, Deus usou os judeus para trazer a Sua Palavra, a lei e a moral para um mundo de pecado. Ele enviou o Seu filho, Jesus, o Cristo, em um corpo Judeu para redimir o mundo do pecado. Satanás, o príncipe das trevas (João 14:30, Efésios 2:2), envenenou as mentes dos homens com o seu ódio pelos judeus. Veja Apocalipse 12 para uma representação alegórica do ódio de Satanás (o dragão) pela nação judaica (a mulher).


Satanás tem tentado exterminar os judeus através dos babilônios, persas, assírios, egípcios, hititas e os nazistas. Entretanto, ele tem falhado toda vez. Deus ainda tem um plano para Israel. Romanos 11:26 nos diz que um dia todo o Israel será salvo, e isso não pode acontecer se Israel não existir mais. Portanto, Deus vai preservar os judeus para o futuro, assim como Ele tem preservado a sua remanescente ao longo da história, até que Seu plano final venha a acontecer. Nada pode frustrar o plano de Deus para Israel e para o povo judeu.

Atualmente, israelitas e palestinos ainda não conseguem viver em paz e os dois lados têm cometido atrocidades uns contra os outros. 

Israel hoje é uma mistura de influências judaicas, cristãs e islâmicas. Cada vez mais judeus estão voltando para Israel mas o país ainda enfrenta muitos desafios. A história de Israel tem sido muito violenta, mas Deus cumpriu Sua promessa de abençoar todos os povos da terra a partir de Abraão, através de Jesus.

Deus abençoe você e sua família. 

Pr. Waldir Pedro de Souza
Bacharel em Teologia, Pastor e Escritor. 



segunda-feira, 16 de março de 2020

CIDADES DESTRUIDAS POR DEUS

CIDADES DESTRUIDAS POR DEUS 


Vamos ver porque estas cidades foram destruídas por Deus. 

Corazim, Betsaida e Cafarnaum. Três pequenas cidades (ou vilarejos) à época de Jesus, mas todas confirmadas pelos estudos científicos de nossa época (Arqueologia). Por que, será, a indignação de Jesus com essas cidades? Sem falar que Jesus também lamenta a situação de Jerusalém, que, no tempo dos evangelistas, já havia sido atacada ou destruída (Mt 23, 37 e Lc 13, 34).

Ele sofre pelo endurecimento dos corações daquele povo. Jesus andava pelas vilas e cidades pregando a Palavra de Deus, inclusive nas sinagogas. Mas muitos ainda não haviam aceitado as boas novas que Ele trazia. Era muita mudança; era muito radical segundo o entendimento deles.

Não podemos afirmar que os judeus não aceitaram Jesus e a sua mensagem, pois os primeiros discípulos eram genuínos judeus; a multidão que o seguia era judaica; Maria e José eram judeus; e, é claro, Jesus era um bom judeu. João usa o nome de “judeus” para rivalizar com Jesus porque a realidade em que escreve o seu Evangelho é bem diferente da realidade em que o Mestre viveu.

De Betsaida, vieram André e Pedro (Jo 1, 44) e Filipe (Jo 12, 21). Cafarnaum foi a morada de Jesus (Mc 9, 33; Mt 4, 13), onde ele passou a maior parte de seu tempo, pregando, curando e ensinando àquela população. Corazim, citada quatro vezes no Evangelho de Mateus e Lucas, também parece ter sido lugar de grande apreço para o Mestre. São todas cidades do norte: da “rústica” Galileia, muito querida por Jesus.


Mais 4 cidades destruídas por Deus no Velho Testamento. 

A Bíblia trás uma informação sobre as 4 cidades destruídas por Deus.

São elas: Sodoma, Gomorra, Admá e Zeboim.
No livro Deuteronômio, encontramos os seguintes versículos:

“As gerações vindouras, os vossos filhos que se levantarem depois de vós, e o estrangeiro que vier de terras remotas, verão as pragas desta terra e as suas doenças com que o Senhor a afligirá.

Toda a sua terra será abrasada com enxofre e sal, de sorte que não será semeada, e nada produzirá, nem nela crescerá erva alguma. Será como a destruição de Sodoma e de Gomorra, de Admá e de Zeboim, que o senhor destruiu na sua ira e no seu furor.

Todas as nações perguntarão: Por que o senhor fez assim a esta terra? Qual a causa do furor e desta tão grande ira?

Então se dirá: Porque abandonaram a aliança do Senhor, o Deus de seus pais, a qual com eles tinha feito quando os tirou do Egito.

Foram servir a outros deuses, e prostraram-se diante deles, deuses desconhecidos, que o Senhor não lhes tinha dado.

Portanto se acendeu a ira do Senhor contra esta terra, para trazer sobre ela todas as maldições que estão escritas neste livro.

O Senhor os tirou da sua terra com ira, com indignação, com grande furor, e os lançou em outra terra, como hoje se vê.

As coisas encobertas pertencem ao Senhor nosso Deus, porém as reveladas pertencem a nós e a nossos filhos para sempre, para que cumpramos todas as palavras desta lei”.
Deuteronômio 29.22-29.



A destruição de Tiro e Sidom foi profetizada por Isaías no capítulo 23 e pelo profeta Ezequiel capítulos 26,27,28.

A Babilônia representava o poder imperial. Tiro (situada no Líbano) significava poder comercial. Sua influência, com a da antiga cidade de Sidom (próxima de Tiro), referida aqui como se fosse mãe em relação a Tiro, (Isaías 23.4,12) era maior do que a de qualquer outra nação.


Profecia cumprida: Tiro foi destruída e nunca mais edificada.

O profeta Ezequiel (capítulos 26, 27 e 28) profetizou que Tiro, cidade fenícia localizada na costa oriental do Mar Mediterrâneo, seria destruída e inundada, e nunca voltaria a ser edificada. As passagens se referem ao lugar onde Tiro estava. Mas a cidade foi reconstruída em outro local com o mesmo nome. 

De acordo com a profecia feita por Ezequiel, a cidade de Tiro seria arrasada (Ez 26:8), lançada no mar (Ez 26:12) e suas muralhas iriam se tornar uma penha que serviria de enxugadouro de redes para os pescadores (Ez 26:15). De acordo com um excelente comentário da Bíblia , “esta mensagem veio a Ezequiel em 586 a.C.”. Alguns meses depois, em 585 a.C., Nabucodonosor II cercou a cidade por 13 anos e a destruiu.

Porém, a cidade era, na verdade, dividida em duas: uma maior no continente (conhecida pelos gregos como Antiga Tiro), e outra fortificada numa ilha (também chamada de Tiro pelos gregos) defronte à cidade continental. Nabucodonosor conseguiu tomar e destruir a cidade no continente, mas não a cidade fortificada na ilha. Até aí, a profecia havia-se cumprido somente em parte.

Cerca de duzentos anos mais tarde, em 332 a.C., Alexandre, o Grande, atacou a cidade fortificada e, para chegar até ela, fez com que os soldados lançassem ao mar os escombros das muralhas da cidade continental destruída por Nabucodonosor, fazendo, assim, um caminho ligando o continente à ilha (Diod. Sic. XVII. 40-46). 

O que não era possível fazer com seus navios, Alexandre conseguiu construindo este istmo sobre o qual seu exército podia passar.  E, assim, cumpriu-se o versículo 12 da profecia: “Despojarão a sua riqueza e saquearão os seus suprimentos; derrubarão seus muros e demolirão suas lindas casas, e lançarão as suas pedras, o seu madeiramento e todo o entulho ao mar”. (Ezequiel 26:12).

Esse caminho de pedras nos séculos seguintes passou a ser usado pelos pescadores da região para enxugadouro de redes: “Tiro se tornou um lugar para secar redes de pesca”. 

Assim, cumpriu-se o versículo 14: “Farei de você uma rocha nua, e você se tornará um local propício para estender redes de pesca”.

“Alexandre, o Grande, reduziu Tiro a ruínas em 332 a.C. Tiro recuperou-se em uma certa medida deste golpe, mas nunca recuperou o lugar que uma vez chegou a ocupar diante do mundo. A maior parte do lugar do que uma vez era uma grande cidade, agora é tão vazio como o topo de uma rocha – um lugar onde os pescadores que ainda frequentam o local espalham suas redes para secar”.

De acordo com o dicionário bíblico Moody, a cidade de Tiro: “Foi reconstruída em 314 A.C. 

A cidade de Tiro está relacionada com o ministério de Jesus. (Mt. 15:21-28; Mc. 3:8; cons. Mt. 11:21, 22), e foi o lar de crentes (Atos 21:3-6). Orígenes foi ali sepultado em 254 d. C. e Eusébio pregou ali em 323 d.C. Os muçulmanos a conquistaram em 638 d.C e os cruzados a tomaram em 1124 d.C. A cidade foi completamente destruída pelos sarracenos em 1291 d.C. Atualmente é uma pequena vila de pescadores, chamada de Es-Sur”.

A maior parte da profecia de Ezequiel tratava da cidade continental de Tiro, cuja localização é mais provável que tenha se perdido permanentemente e esteja soterrada sob as águas do Mar Mediterrâneo, como atestou em um diário de viagens um viajante judeu.

Quanto à cidade da ilha diz-se: “Na atualidade, a cidade da ilha segue sendo um montão de escombros, testemunho do julgamento de Deus”.

A Tiro antiga não existe mais, nem mesmo a ilha; ficaram algumas poucas ruínas. O que agora se chama de Tiro (Sur), nem de longe lembra a antiga cidade quase invencível. Portanto, a Palavra de Deus se cumpriu cabalmente.


Cidades censuradas por Jesus. 

Estas cidades são também chamadas na Bíblia de cidades impenitentes. Mt 11, 20-24.

Aqui, Jesus faz referência a seis cidades; no entanto, destas, visitou apenas três, Corazim, Betsaida e Cafarnaum, onde fez muitos milagres. Ainda assim elas não se converteram, não acreditaram no Cristo, ali, no meio delas. Se Jesus tivesse visitado Tiro e Sidom e lá feito os milagres que nelas se realizaram, estas teriam se convertido. E se em Sodoma, que já havia sido destruída por seus pecados, tivessem sido realizados tais milagres, ela teria permanecido até aqueles dias. Portanto, não é propriamente o milagre que converte, mas a fé.

Tiro e Sidom foram duas cidades do Antigo Testamento que caíram por falta de fé, por não acreditarem nas palavras dos profetas. 

Por isso a advertência de Jesus, quando disse: "Ai de ti, Corazim! Ai de ti, Betsaida! Porque se em Tiro e em Sidom tivessem sido realizados os milagres que em vós se realizaram, há muito se teriam convertido… Mas Eu vos digo: O Dia do Juízo será mais tolerável para Tiro e Sidom do que para vós. 

E tu, Cafarnaum, por acaso te elevarás até o Céu? Antes, até o inferno descerás. Porque se em Sodoma tivessem sido realizados os milagres que em ti se realizaram, ela teria permanecido até hoje…" Cafarnaum estava sendo devorada pela luxúria, logo onde Jesus esteve e fez milagres.

Existe, portanto, um fio condutor entre as cidades onde se realizaram os milagres e aquelas onde eles não foram feitos. Jesus nos dá ideia do que é a fé e o poder destruidor da falta de fé e da luxúria.

Em Nínive aconteceu o contrário, aquela cidade escutou a palavra de Deus, atendeu o Seu pedido e se converteu. Por isto foi preservada. O profeta Jonas viveu essa história e a escreveu. 


Ninguém pode ser condenado sem conhecimento da culpa. Àquele que muito foi dado, muito será cobrado. O nosso coração é um divisor de águas, temos que orar e vigiar, para não sermos cobrados por aquilo que conhecemos e não fazemos. A presença de Jesus é o divisor das águas, é pela Sua palavra, pelo Seu testemunho que o homem se salva.

O rigor do julgamento será muito maior para aquele que conhece. Alguém que não conhece Jesus, mas vive no seu mundo particular, terá menor rigor no julgamento.

Seremos, pois, cobrados pelo conhecimento que temos das coisas de Deus e pela forma que o vivenciamos.

O ponto central de toda esta explicação é o Reino de Deus. Este é uma semente que, dependendo do lugar onde cai, pode frutificar ou morrer. O Reino de Deus nos vem sem estar condicionado ao milagre. A vida é um grande vestibular: podemos passar por essa prova, porque o Céu aproveita o que de bom fazemos e está sempre a nos dar oportunidade. Se passarmos nessa prova, seremos bem-aventurados; caso contrário, seremos mal-aventurados. É a lei de Deus. Devemos, pois, abrir o nosso coração a uma conversão sincera, sem esperarmos por milagres, para que não ressoe em nós aquela advertência: "Ai de ti, Betsaida. Ai de ti, Corazim…".

Passados dois milênios daqueles ensinamentos, vemo-nos hoje mergulhados numa Sodoma, numa Tiro e Sidom, atolados na luxúria e na falta de fé. Precisamos mover nosso coração em direção a Deus e depois pedir o milagre. Mas costumamos fazer exatamente o inverso: pedimos primeiro o milagre, para depois movermos o coração. 

Se não recebemos o milagre, continuamos com o coração fechado. A profundeza do Reino de Deus está nesta semente. Ele está onde ela brotar. E onde brotará? No terreno fértil? No meio dos espinhos? No terreno pedregoso? Ela será pisada...?

Aprendemos que ela brotará naquele coração que tiver a fertilidade necessária, é aí mesmo! Caso contrário, acontecerá conforme Jesus disse a Cafarnaum: "Antes, até o inferno descerás”.

Ou movemos nosso coração em direção à fé, à Palavra de Deus, ou não alcançaremos o Seu Reino. Esta é a hora de nossa grande prova, passamos por ela agora ou nunca.

O caminho da fé é a vivência da fé. O maior ensinamento que podemos dar da fé é o nosso próprio testemunho de fé. Se não agirmos assim, espalharemos em nosso meio Tiro, Sidom, Cafarnaum…, etc.


Cuidado Com os Fariseus

Jesus adverte seus discípulos a cumprirem os ensinamentos dos fariseus, mas os aconselha a não viverem da mesma maneira que eles. Isto porque eles não viviam de acordo com o que ensinavam. (Mateus 23.1 – 10).
Eles eram dominadores e tinham fome de poder.(v.v 23.11,12).

O fariseus e mestres da lei sempre foram famintos por poder, autoridade e notoriedades terrenas eram seus objetivos. O Senhor Jesus é contrário a essa maneira de pensar e se comportar.

Ele estimula seus discípulos ao serviço, de forma que quem servir mais esse será o maior.

Criticas à hipocrisia farisaica. (v.v 23.13 – 36).

Jesus separa uma longa secção do seu ensino para criticar a atitude hipócrita e diabólica dos mestres da lei, principalmente dos fariseus.

Jesus mostra sua indignação com quem quer transformar a religião em fonte de prazer pessoal e manipulação de pessoas. Os verdadeiros servos de Deus amam a sua Palavra e vivem de maneira dina do Evangelho.

Jesus, depois de criticar duramente os Fariseus, trás o seu lamento sobre Jerusalém, demonstrando o quanto os habitantes de Jerusalém, em sua maioria, estavam errados em não ouvi-lo, principalmente os sacerdotes. (v.v 23.37 – 39).

O Senhor Jesus Cristo em suas últimas semanas faz um lamento sobre a cidade de Jerusalém. Ele mostra como Deus tem tentado, há muito tempo reuni-la debaixo de suas asas mas ela tem rejeitado e assassinado seus mensageiros.

Por fim, o Senhor anuncia profeticamente que isso lhe custará caro. Ao longo dos séculos Jerusalém tem sofrido com sua desobediência a Deus. 


Deus abençoe você e sua família. 

Pr. Waldir Pedro de Souza
Bacharel em Teologia, Pastor e Escritor. 











segunda-feira, 9 de março de 2020

PARA QUE SERVIAM AS CIDADES DE REFÚGIO

PARA QUE SERVIAM AS CIDADES DE REFÚGIO. 


Números 35:9-34 e Josué 20:1-9.

As cidades de refúgio eram uma espécie de região segura para as pessoas que precisavam dos direitos humanos no pleno entendimento da palavra nos tempos veterotestamentários. Estas cidades foram criadas para proteger pessoas que, muito embora fossem pessoas honestas e trabalhadoras, tinham cometidos crimes e precisavam de proteção até que fossem julgados para serem considerados culpados ou não. Os crimes culposos eram, via de regra, perdoados. Quanto aos crimes dolosos, que são os crimes premeditados, geralmente as pessoas que adentravam à essas cidades, eram condenados à morte sem perdão e ou sem piedade quando tentavam enganar as autoridades daquelas cidades com mentiras.


Em estudos sobre o Pentateuco encontramos em várias nuances ou pequenas variações  a presença da misericórdia de Deus  em nossas vidas, e uma delas é citada em vários livros da Bíblia são as conhecidas cidades de refúgio. Essas cidades aparecem pela primeira vez na Bíblia através de Moisés, pois o Senhor havia dado a ele leis de igual retribuição aos crimes cometidos, o conhecido “olho por olho e dente por dente”, assim o parente de alguém morto poderia justificar o assassinato por vingança porém as cidades de refúgio saiam um pouco da rigidez dessa regra. 

Temos que deixar claro em nossas mentes que o povo de Israel não tinha código de lei vigente ainda, foi um povo escravizado e que vivia no Egito de forma totalmente desorganizada, sem saber o que era o certo ou o errado. Contudo o Senhor veio por intermédio de Moisés mudar essa visão. 

Iniciando nossa jornada a partir do contexto histórico da época, vamos descobrir que um local era considerado cidade quando a mesma era cercada por muros, (ex.: cidade de Jericó) caso não houvesse os muros era considerada uma aldeia.

Em Ex.21:23-25 vemos como eram julgados os crimes:

Mas se houver morte, então darás vida por vida. Olho por olho, dente por dente, mão por mão, pé por pé, queimadura por queimadura, ferida por ferida, golpe por golpe. Essa era a lei.


Apesar disso, as cidades de refúgio envolviam certas medidas de misericórdia.

É evidente que Deus queria impressionar os filhos de Israel com a santidade da vida humana. Por fim a vida de uma pessoa, não intencionalmente, é algo muito sério, e as cidades de refúgio sublinhavam isso de modo enfático. Assim aquele que cometia crimes sem querer ou cometesse por engano um homicídio culposo, (sem intenção de matar) poderia buscar proteção em alguma destas seis cidades.

Fazei com que vos estejam à mão cidades que vos sirvam de cidades de refúgio, para que ali se acolha o homicida que ferir a alguma alma por engano. Números 35:11.

A grande importância da existência dessas cidades fica claro ao serem citadas em quatro livros do Antigo Testamento. As cidades de refúgio são uma ordem provinda de Deus e não uma mera invenção dos homens.

“ E falou mais o Senhor a Moisés, dizendo...”.
Números 35:9.

O próprio Deus foi quem cuidou dos detalhes de localização de cada uma das seis cidades de refúgio. Vejam abaixo o nome de cada uma delas. A localização geográfica de cada uma era estratégica, três do lado leste do rio Jordão e três na terra de Canaã. Num 35;13.

“E das cidades que derdes haverá seis cidades de refúgio para vós”. Números 35:13.

Quando o Senhor entregou Canaã aos Hebreus, Ele ordenou que a terra fosse dividia em três partes, e cada parte deveria escolher uma cidade de refúgio. Deuteronômio 2-3. 

Assim foram instituídas as três primeiras: Bezer, Ramote-Gileade e Golam.  

A partir do momento em que outras terras de Canaã fossem dada aos Hebreus mais três cidades de refúgio deveriam ser acrescentadas. 

E, se o Senhor teu Deus dilatar os teus termos, como jurou a teus pais, e te der toda a terra que disse daria a teus pais “quando guardares todos estes mandamentos, que hoje te ordeno, para cumprí-los, amando ao Senhor teu Deus e andando nos seus caminhos todos os dias”, então acrescentarás outras três cidades além destas três. Deuteronômio 19:8-9

Os nomes dados às outras três cidades de refúgio que surgiram posteriormente foram: Quedes, Siquém e Quiriate-Arba.

Para uma maior compreensão fica claro que Moisés designou três ao oriente do Jordão e depois da conquista de Canaã, Josué e os chefes das tribos, designaram as outras três cidades a oeste do rio.

As cidades de refúgio não poderiam ser longe dos locais onde as doze tribos de Israel se estabeleceram, para que no caso de um homem que houvesse necessidade de fugir para ela, não fosse alcançado pelo vingador de sangue, o vingador de sangue no caso era o parente mais próximo da vítima que ansiando por vingança buscasse matar o que por engano ou sem querer houvesse cometido aquele homicídio culposo.

A preocupação em facilitar o acesso às cidades de refúgio, exigia que as estradas fossem bem cuidadas e com sinais claros que indicassem “refúgio”, “refúgio", “refúgio”.  

Além disso, haviam atletas treinados em corridas para ajudar na fuga daqueles inocentes que, apavorados, gritavam por socorro. 

O indivíduo que chegasse à cidade de refúgio, na entrada da cidade deveria declarar porque razão estava ali. Assim os anciãos responsáveis por aquela cidade cuidariam para que ele tivesse proteção, alimentação e abrigo. O vingador de sangue que violasse o recinto daquela cidade seria executado.

Tais cidades serviam como medidas judiciais auxiliares para ajudar o escape dos homicidas involuntários, quando os vingadores da vítima matavam sem misericórdia ao culpado sem temer a ação por parte da Lei.

Havia qualificações específicas para aqueles que buscassem as cidades de refúgio, e os anciãos das cidades tomavam decisões referentes a cada caso.

O julgamento daquele que matou sem querer a um homem começava com o júri a favor do homicida e não do homem responsável por vingar a morte do seu parente.

O povo tinha o dever de defender o réu, não permitindo que fosse morto pelo vingador. 

Após o julgamento o réu deveria ser levado para a cidade de refúgio e ficar lá até a morte do Sumo-Sacerdote.

Se no julgamento ficasse provado que o homicídio foi voluntário, era entregue à morte. Se, porém, ficasse provado que matou em legítima defesa, ou por acidente, então a cidade lhe oferecia asilo. Se ele deixasse a cidade, antes do falecimento do sumo sacerdote, sua vida correria perigo e lhe seria de total responsabilidade. Depois da morte do sumo sacerdote, era permitido voltar a sua casa sob a proteção das autoridades.


A condição para ser recebido e mantido em segurança nas cidades de refúgio era decidida pelos líderes da mesma. Quando o fugitivo ia ao lugar de julgamento na entrada da cidade, ele explicava aos líderes o que aconteceu e assim eles o deixavam ficar naquela cidade e lhe davam um lugar para morar ali.

Em qualquer uma dessas cidades de refúgio o homem estaria seguro e ninguém poderia matá-lo.

Para que ali se acolhesse o homicida que involuntariamente matasse o seu próximo a quem dantes não tivesse ódio algum; e se acolhesse a uma destas cidades, e vivesse;
Deuteronômio 4:42.

Os lugares de refúgio se estendiam aos templos, os santuários e os lugares santos de todas as variedades. Uma das características mais inclusivas das cidades de refúgio era o fato de todos quantos carecessem pudessem alcançar ali a misericórdia, a proteção e o sustento para si e para todos os seus familiares pelo tempo necessário ou até mesmo para sempre, pelo resto de sua vida.


Martinho Lutero em 1529 quando estava escondido no castelo em Coburg escreveu o hino Castelo Forte aludindo ao refúgio que Cristo lhe estava dando naquele momento.

Neste hino, Lutero expressa o quanto podemos confiar em Jesus, nosso Castelo Forte, nosso Escudo e Boa Espada. Mostra também que quem nos defende é o Senhor dos altos céus, o próprio Deus e que o nosso grande acusador cairá com uma só palavra. No nosso hinário (harpa cristã) é o número 581, e o título do hino é Castelo Forte. 

Estas cidades serviram de refúgio tanto para o israelita como para o estrangeiro.

Serão por refúgio estas seis cidades para os filhos de Israel, e para o estrangeiro, e para o que se hospedar no meio deles, para que ali se acolha aquele que matar a alguém por engano. Números 35:15.

Se trazemos a ideia que o nosso Salvador é hoje nossa cidade de refúgio podemos entender que Jesus é o nosso sumo sacerdote e esconderijo, mesmo para Israelitas ou para gentios (estrangeiros ou prosélitos), sua morte nos livrou do temor da retaliação do pecado, hoje não existe mais distinção de nações, pois todos que O aceitam são enxertados na videira verdadeira.

E também eles, se não permanecerem na incredulidade, serão enxertados; porque poderoso é Deus para os tornar a enxertar.
Romanos 11:23.

As cidades de refúgio estabelecidas pelo Senhor Deus através de Moisés e confirmadas a Josué eram a proteção daqueles que eram culpados involuntariamente, assim Cristo se tornou através da sua morte na cruz nossa eterna cidade de refúgio, n’Ele encontramos misericórdia, segurança e salvação. Em Cristo há aceitação para o rejeitado, há refúgio para o excluído e para o perdido pecador. 


As cidades de refúgio aparecem na narrativa bíblica do Antigo Testamento e despertam a curiosidade de algumas pessoas. As principais referência acerca das cidades de refúgio são encontrada nos livros de Números (35:9-34) e Josué (20:1-9). Neste texto, conhecemos um pouco mais sobre o quem eram, e quais eram as cidades de refúgio mencionadas na Bíblia.

O que eram essas cidades de refúgio?

A tribo de Levi não recebeu terras como as demais tribos, ao invés disso, a tribo de Levi foi escolhida para viver em 48 cidades espalhadas pela Palestina. Dessas 48 cidades, seis delas, por ordem de Deus, foram designadas como “cidades de refúgio“, sendo três de cada lado do rio Jordão. Números 35:13,14.

As cidades de refúgio serviam como um tipo de asilo para os homicidas não intencional. Entretanto, havia uma restrição clara em relação ao tipo de homicídio. Só podia recorrer ao recurso das cidades de refúgio, a pessoa que, sem intenção (crime culposo), tirasse a vida de alguém. Números 35:15.

Em caso de assassinato intencional (crime doloso), o assassino não tinha qualquer direito de partir para as cidades de refúgio, devendo então ser morto por conta do crime cometido. 

Em Números 35:16-23, encontramos os critérios que ajudavam a determinar quando um crime era intencional e quando era involuntário.

A necessidade de se recorrer ao privilégio das cidades de refúgio ficava por conta de que, quando alguém era morto, o parente masculino mais próximo da pessoa assassinada deveria agir como “vingador de sangue”. Números 35:12,19; Deuteronômio 19:12.

Logo, na vida pública do povo de Israel devia ser aplicada a lei da retribuição de Êxodo 21:23-25; Levítico 24:10-23; Deuteronômio 19:21, um princípio também expresso na conhecida e antiguíssima Lei de Talião. 

O termo "lei do talião" não aparece nem na Bíblia e nem no Código de Hamurabi. Deriva da expressão latina lex talionis (Lei do Talião). O termo "talião" vem do latim "talis" (tal) que significa "idêntico" ou "semelhante". 

Portanto a pena para os crimes aos quais se aplicava essa lei não é uma pena equivalente, mas idêntica, semelhante.

Tratava-se da primeira tentativa de controlar a vingança, estabelecendo uma proporção entre o dano recebido num crime e o dano produzido com o castigo.

Porém, o vingador de sangue não poderia causar dano ao homicida que matou involuntariamente, enquanto ele estivesse acolhido em uma das cidades de refúgio.

O assassino poderia deixar a cidade de refúgio quando o sumo sacerdote morresse, ficando livre para habitar em outra cidade em completa segurança, sem que o vingador tivesse qualquer direito sobre ele. Nm 35:25-28.

O principal objetivo das cidades de refúgio era fazer com que a terra onde o povo de Israel habitava, ficasse livre de toda impureza, pois a presença do Senhor era o ponto principal dentre os israelitas. Números 35:33,34.

Quando o assassino desintencional chegasse à cidade de refúgio, ele deveria expor o seu caso aos anciãos, e ser recebido na cidade adequadamente. Também é importante ressaltar que sempre os crimes eram julgados, para que ninguém se aproveitasse desse benefício indevidamente, ficando a cargo dos anciãos da localidade onde o homicida morasse, estabelecer o julgamento final sobre sua causa.

Quais eram as cidades de refúgio?

Já sabemos que eram seis as cidades de refúgio, situadas estrategicamente nas regiões norte, central e sul da terra em que habitavam os israelitas, com estradas que mantinham o acesso fácil e aberto a elas. 

Moisés escolheu três delas no lado leste do Jordão (Deuteronômio 4:41-43): Bezer, Ramote em Gileade e Golã em Basã.

Depois, já na época de Josué, outras três cidades foram indicadas, dessa vez do lado oeste do rio Jordão, sendo elas: Quedes, Siquém e Efraim. (Josué 20:7).

No Novo Testamento, é possível que o escritor da Epístola aos Hebreus tenha usado uma referência às cidades de refúgio como um tipo de figura do refúgio que encontramos em Cristo Jesus. Hebreus 6:18.


Os efeitos das cidades de refúgio no Novo Testamento e sua aplicabilidade.  


As seis cidades de refugio são a figura da Igreja e do próprio Cristo. Rm. 8.1.

Como escaparemos nós? Hebreus 2.3.

Ao estudarmos as histórias bíblicas, principalmente as do Velho Testamento, precisamos entender o que elas têm em comum com a realidade do Novo Testamento e também com a nossa realidade no mundo moderno. 


“Deus é o nosso refúgio e fortaleza”. Salmo 46.1. 

“Tu és o lugar em que me escondo; tu me preservas da angústia; tu me cinges de alegres cantos de livramento”. Salmo 32.7. 


Vejamos a seguir os nomes das cidades de refugio e seus significados para nós hoje.


Estas cidades eram consideradas cidades de refúgio para os impuros. 

Quedes significa que o lugar é santo, portanto intocável. 

E disse: Não te chegues para cá; tira os sapatos de teus pés; porque o lugar em que tu estás é terra santa. Êxodo 3.5.


As cidades de refúgio eram consideradas refúgio para o cansado. 

Siquém significa ombro amigo.

Mateus 11:28 diz Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei.


As cidades de refúgio eram consideradas refúgio para o que está longe do lar e quer voltar.  

Hebrom significa cidade da comunhão e refúgio para o que está longe do lar e quer voltar. 

1 Coríntios 1:9 diz que Fiel é Deus, pelo qual fostes chamados para a comunhão de seu Filho Jesus Cristo.


As cidades de refúgio era considerada refúgio para o fraco e para os fracassados na vida. 

Bezer significa fortaleza.

2 Timóteo 2:1 diz: Tu, pois, meu filho, fortifica-te na graça que há em Cristo Jesus.


As cidades de refúgio eram consideradas refúgio para o humilhado. 

Ramote significa lugar exaltado e refúgio para o humilhado.


Lucas 14:11 diz: Porquanto qualquer que a si mesmo se exaltar será humilhado, e aquele que a si mesmo se humilhar será exaltado. Tiago 4:10 diz: Humilhai-vos perante o Senhor e Ele vos exaltará.


As cidades de refúgio eram consideradas refúgio para o que está sendo envolvido pelas coisas erradas do mundo.

Golam significa lugar separado.


1 João 2:14 diz: Eu vos escrevi, pais, porque já conhecestes aquele que é desde o princípio. Eu vos escrevi, jovens, porque sois fortes, e a palavra de Deus está em vós, e já vencestes o maligno.


1 João 2:15,16 diz: Não ameis o mundo, nem o que no mundo há. Se alguém ama o mundo, o amor do Pai não está nele.

Porque tudo o que há no mundo, a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida, não é do Pai, mas do mundo.

Alguém aconselhou: nunca se envolva com este mundo, fuja para a cidade de Golam, ou seja, siga para os braços de Jesus Cristo, autor e consumador da nossa fé.   


Com a criação das seis cidades de refugio Deus queria proporcionar para o pecador arrependido uma oportunidade de santificação e comunhão com Deus em total segurança.

Ali o perseguido sem justa causa alcançaria a exaltação, recuperação dos dias de sofrimento e aflição, pois o Salmos 46:1 nos diz: Deus é o nosso refúgio e fortaleza, socorro bem presente na angústia.

Deus abençoe você e sua família. 

Pr. Waldir Pedro de Souza 
Bacharel em Teologia, Pastor e Escritor.