segunda-feira, 23 de março de 2020

UM POUCO DA HISTÓRIA DOS JUDEUS

UM POUCO DA HISTÓRIA DOS JUDEUS 

Desde a Antiguidade até a criação do Estado de Israel, no século XX em maio de 1948, os judeus sempre percorreram e ocuparam diferentes regiões pelo mundo. Por onde passaram e se fixaram, acabaram exercendo grandes atividades intelectuais, comerciais ou foram perseguidos pelas populações locais.

Na Antiguidade Oriental, local que hoje é conhecido por Oriente Médio, os hebreus, também chamados de judeus ou israelitas, habitavam Canaã, território do atual Estado de Israel. Essa civilização deixou como herança para o mundo ocidental sua conduta moral e ética, que influenciou o surgimento de duas das principais religiões da atualidade: o judaísmo e o cristianismo.


Os hebreus são de origem semita, povos que surgiram na Ásia, descendentes de Noé. 

Segundo a Bíblia, os hebreus, em razão da seca e da fome, migraram para o Egito ficando 400 anos onde foram escravizados pelos egípcios. A civilização hebraica, liderada por Moisés, retornou à Canaã, como está escrito no livro de Êxodo.


No ano de 935 a.C., com a morte do rei Salomão, filho de Davi, ocorreu a divisão entre as doze tribos de Israel, constituindo a formação de dois Estados: o Reino de Israel, dez tribos do norte e o Reino de Judá  duas tribos do sul. Os habitantes do Reino de Israel ficaram conhecidos como israelitas; e os habitantes do Reino de Judá foram chamados de judeus, porém eram e são até hoje o mesmo povo, descendentes dos doze filhos de Jacó. 


Após a divisão das doze tribos de Israel, enormes crises sucederam no ano de 721 a. C. Os assírios submeteram o Reino de Israel ao seu domínio, fato que levou ao desaparecimento das dez tribos. No ano de 596 a.C., o rei babilônico Nabucodonosor conquistou o Reino de Judá, submetendo-o ao chamado ‘Cativeiro da Babilônia’, judeus prisioneiros na cidade-estado da Babilônia.


Os judeus foram libertados da Babilônia no ano de 538 a.C., após a conquista persa. Posteriormente, a civilização judaica retornou à Canaã, região que passou a ser dominada, no ano de 332 a.C., por Alexandre, rei da Macedônia. Em 63 a.C., os macedônicos e Canaã foram conquistados pelos romanos; e os judeus organizaram revoltas duramente repreendidas por Roma. Sendo expulsos da Palestina, saíram em diáspora (dispersão) pelo mundo.


Ocupando diferentes regiões pelo mundo, os judeus conviveram em pequenas comunidades. 

Apesar de não possuírem um Estado, um território, eram considerados uma nação, um povo e procuravam conservar sua identidade cultural por meio da língua, religião, costumes e hábitos das leis de Moisés descritas no Pentateuco, que são os cinco primeiros livros da Bíblia, que é a Torá, a Bíblia dos Hebreus, dos Judeus até os dias atuais. 


Na Europa medieval, ocuparam principalmente a região da Península Ibérica, Portugal e Espanha. Antes do ano 1000, tinham liberdade religiosa e influenciaram o desenvolvimento cultural e científico do mundo de então. No ano de 1095, começaram a ser perseguidos pelos cristãos, porque a Igreja Católica julgou os judeus como responsáveis pela morte de Jesus Cristo. 

A partir desse fato, a civilização judaica sofreu constantes ataques nas cidades europeias; enclausurando-se nos guetos, milhares de judeus foram vítimas da Santa Inquisição, que era um tribunal da Igreja Católica que julgava os Judeus como hereges.


A partir da Idade Moderna, os judeus foram expulsos da Península Ibérica. A grande maioria das comunidades judaicas teve que se instalar em regiões protestantes, norte da Europa. Após o advento dos Direitos Universais do Homem, durante a Revolução Francesa, os judeus passaram a gozar de certa liberdade religiosa e desenvolveram várias atividades no continente europeu, em diversos setores, tais como: bancos e indústrias; além de atividades intelectuais, como: ciências, artes e filosofia, principalmente.


Com grande ascensão econômica e intelectual, no século XIX, vários países começaram a acusar a comunidade judaica de querer dominá-los. Nesse contexto, começaram a surgir ideias de aversão e preconceito contra os judeus, o antissemitismo. Ainda no século XIX, surgiu entre a civilização judaica o desejo de retornar ao seu território de origem, a Palestina, e criar um Estado Judaico nesse território. Era o ‘Sionismo’, milhares de judeus retornaram, fugindo do antissemitismo europeu.


No século XX, a comunidade judaica foi vítima de uma das maiores atrocidades da história, o chamado holocausto. Instituído pelo líder nazista Adolf Hitler, durante a II Guerra Mundial, 1939-1945, seis milhões de judeus foram submetidos aos campos de concentração, sendo torturados e mortos.


Após o término da guerra, o movimento sionista reivindicou à Organização das Nações Unidas (ONU) a criação do Estado de Israel na Palest3ina. No ano de 1948, foi criado o Estado Judeu – contrariando os palestinos e árabes que viviam na região, milhares de judeus retornaram. A partir da criação do Estado de Israel, vários conflitos étnicos e guerras passaram a ser constantes na região conhecida como faixa de Gaza.

43% dos judeus do mundo vivem hoje em Israel, de acordo com o censo de 2016.

De acordo com o censo de Israel em 2016 sua população é atualmente formada por cerca de 8,5 milhões pessoas, segundo dados publicados nesta segunda-feira (9) pelo Escritório Central de Estatísticas de Israel (CBS, na sigla em inglês).


Cerca de 6,3 milhões de judeus vivem em Israel (74,8% da população), além de 1,7 milhão de árabes (20,8%) e 374 mil pessoas que abrigam os cristãos não-árabes e membros de outras religiões (4,4%).


Quando Israel foi fundado em 1948, o país tinha apenas 806 mil residentes. De acordo com estimativas da CBS, haverá cerca de 11,3 milhões de pessoas vivendo em Israel até 2035.


Além disso, a organização aponta que entre os 14,3 milhões de judeus que existem em todo o mundo, cerca de 43% vivem hoje em Israel. Quando Israel foi fundado, em 1948, apenas 6% dos 11,5 milhões de judeus que existiam no mundo viviam no país.

Profecias bíblicas a respeito de Israel. 

De acordo com alguns teólogos, o aumento do retorno dos judeus à Israel significa o cumprimento das profecias bíblicas que apontam para o fim dos tempos.


Esse movimento é potencializado com iniciativas como as do projeto "Operation Exodus" ("Operação Êxodo ", em português), uma organização que ajuda judeus que vivem nos Estados Unidos a se deslocarem para Israel.


O grupo acredita que sua missão tem raízes intensamente bíblicas. "Por várias vezes, é dito em Isaías: 'Vou levantar um estandarte para as nações', ou seja, para os gentios. Eles devem trazer seus filhos e filhas de volta", afirma Debra Minotti, presidente da Operation Exodus. "Eu só posso dar glória a Deus, porque esta é a Sua obra”.


Minotti relata que houve um aumento de 79% nos pedidos de ajuda para a migrar à Israel desde 2014. O crescimento da população de Israel saltou de 800 mil pessoas em 1948 para mais de 6 milhões atualmente. Só no ano passado, 27 mil pessoas migraram para Israel sob a Lei do Retorno.

Muitos evangélicos acreditam que os versículos mencionados em Isaías 11:11-12, Jeremias 31: 38-40 e Ezequiel 11:17 são profecias que indicam a recriação do Estado judeu, que se desdobrou somente em 1948, muitos séculos depois do registro dessas palavras.

Como vivem os judeus que são seguidores de Jesus em Israel atualmente. 

Jesus Cristo é reconhecido como Messias por mais de 350 mil judeus pelo mundo que são chamados de “ messiânicos ”. Em Israel, esse grupo é muito menor, estimativas indicam que a comunidade messiânica é formada por 10 a 20 mil judeus.


Embora o movimento messiânico tenha tido seu início através dos apóstolos de Jesus, o judaísmo messiânico moderno passou a ter mais relevância a partir do século XIX. No entanto, o surgimento de judeus messiânicos na Terra Santa se deu apenas a partir da criação do Estado de Israel, em 1948.


“Somente depois que o Estado de Israel foi criado, alguns poucos judeus, de alguma maneira, tiveram acesso ao Novo Testamento e viram que Jesus era judeu e Messias. Isso aconteceu somente com a revelação do Espírito Santo. Ninguém os evangelizou”, disse alguns dos judeus. 


Judeus que vivem na comunidade comunitária Yad-Hashmona, localizada nas montanhas da Judeia,  judeus e gentios compartilham sua fé em Jesus e nas Escrituras, tanto o Antigo como o Novo Testamento.

Eles contam que, a princípio, os judeus messiânicos foram assimilados ao cristianismo gentílico, perdendo sua identidade judaica. Com o passar do tempo, o grupo foi resgatando suas origens e voltou a celebrar as tradições judaicas, após compreenderem que Jesus também estava inserido nesse contexto.

“Eles são muito similares a nós, cristãos, em seu dia a dia, em sua fé e em sua teologia. 

Mas eles procuram guardar as festividades da Torá, como o Shabat, dia do descanso. 

Entre eles também há diferentes correntes e interpretações, mas basicamente muito similares aos cristãos”, conta Diná.

Judeus messiânicos participam de conferências da União das Congregações Judaicas Messiânicas.

Por causa de sua fé em Jesus, os messiânicos não são reconhecidos como judeus pelo governo de Israel para efeitos da “aliá”, imigração de judeus a Israel. A Lei do Retorno apenas considera aptos à “aliá” os filhos ou netos de judeus que não sigam crenças e costumes estranhos ao judaísmo, como é o caso do cristianismo.

Os judeus messiânicos também têm limitações quando o assunto é evangelismo em Israel. “Eles podem contar a seus amigos que creem em Jesus como Messias, mas não é uma evangelização como nos países latino-americanos, onde podem ir à uma praça e evangelizar. As pessoas não gostam disso aqui”, revela alguns Judéia.

O estado de Israel e o modernismo atual. 

Como povo estrangeiro, que não se integrava completamente na cultura dos países onde se instalava, os judeus foram muitas vezes vistos com desconfiança. Eles foram alvo de muitas perseguições étnicas e religiosas no mundo inteiro.

As tentativas regulares para exterminar os judeus, sua incapacidade de se defenderem e sua falta de direitos levou ao surgimento de um movimento para formar um novo país de Israel. Esse movimento, que ganhou força a partir do século XIX, ficou conhecido como o movimento sionista, por causa do monte Sião, que fica junto de Jerusalém.

O regime nazista realizou o maior massacre de judeus da História. No fim da Segunda Guerra Mundial, a compreensão do que tinha acontecido trouxe grande apoio à ideia de criar um estado para os judeus. 

Em 1948, a região da Palestina, que tinha ficado debaixo do domínio britânico, foi dividida e nasceu o estado de Israel.

No entanto, os povos árabes à volta não ficaram felizes e várias vezes tentaram conquistar o novo país. 

Desde sua fundação, o estado moderno de Israel tem enfrentado muitos conflitos e muitas perseguições. 


Quais são as causas principais de todo o antissemitismo no mundo?

Por que será  que o mundo odeia os judeus? 

Por que o antissemitismo é tão visível e demonstrado em tantas nações diferentes? 

O que será que há de errado com os judeus? 

A história tem mostrado que, em diversos períodos ao longo dos últimos 1.700 anos, os judeus foram expulsos de mais de 80 países diferentes. Os historiadores e especialistas concluíram que há pelo menos seis diferentes razões:

Razões Raciais: os judeus são odiados porque, segundo eles, são uma raça inferior.

Razões  Econômicas: os judeus são odiados porque possuem muita riqueza e poder e isso causa muita inveja nas nações gentílicas.  

Razões sobre sua nacionalidade: os judeus são odiados porque são bem diferentes de todos os outros porque são monoteístas, adoram à um só Deus, o Deus dos patriarcas descritos no Pentateuco, que é a sua Bíblia. 


Razões de coloca-los como Bode Expiatório:  os judeus são odiados porque são a causa de todos os problemas do mundo e de tudo o que é ruim no mundo.  

Razões por serem os que mataram Jesus: os judeus são odiados porque mataram Jesus Cristo a quem o mundo diz que ama e segue, mas na verdade odeiam a Cristo Jesus também. 


Razões de os Judeus dizerem que são um povo escolhido por Deus: os judeus são odiados porque “arrogantemente”, segundo as nações que os perseguem, declaram que são os “escolhidos de Deus na face da terra”.


Existe alguma verdade nessas razões?

Em relação à causa racial, a verdade é que os judeus não são uma raça. Qualquer pessoa no mundo de qualquer credo, cor ou raça ou religião pode se tornar um judeu, adotando o judaísmo como seu estilo e modo de vida.


Na área econômica que cita que os judeus são ricos e que você não encontra nenhum Judeu pobre na face da terra, também é duvidosa e não é confiável. A história tem mostrado que, durante os séculos 17-20, especialmente na Polônia e na Rússia, os judeus eram desesperadamente pobres e tinham pouca, alguma e ou nenhuma influência em sistemas empresariais ou políticos da história recente. 


Na área da imigração como estrangeiros e peregrinos nas nações durante o século 18, os judeus tentaram desesperadamente se assimilar com o resto da Europa, porém não alcançaram seus objetivos. Eles esperavam que a assimilação ou aproximação dos Judeus com o resto do mundo causaria o desaparecimento do antissemitismo. No entanto, foram odiados ainda mais por aqueles que afirmavam que os Judeus contaminariam a sua raça com genes inferiores. Isso foi verdade especialmente na Alemanha antes da Segunda Guerra Mundial.


Transformaram os Judeus em bode expiatório. O fator principal é que os judeus têm sempre sido odiados por  tantas nações  o que os torna um alvo muito conveniente para continuarem a ser odiados por onde passarmos.


Sobre a idéia de acusarem os Judeus de terem matado Jesus, um inocente, a Bíblia deixa claro que os romanos foram os que realmente mataram Jesus, embora os judeus tenham sido cúmplices. Não foi os judeus propriamente que o fizeram. Até algumas centenas de anos depois que os judeus foram citados como os assassinos de Jesus, há história acabou por absorver essa meia mentira. É de se perguntar por que os romanos não são os odiados se foram eles que governavam Israel a partir de Jerusalém até Samaria abrangendo o antigo reino do norte bem como o reino do Sul?  O próprio Senhor Jesus perdoou os judeus pelos males causados à Ele. (Lucas 23:34). 

Até o Vaticano absolveu os Judeus da morte de Jesus em 1963. No entanto, nenhuma declaração tem diminuído o antissemitismo que é a extrema perseguição e ódio dos Judeus. 

Quanto à sua pretensão de serem o "povo escolhido de Deus", os judeus na Alemanha rejeitaram a sua posição de "escolhidos" durante a última parte do século 19 para melhor assimilarem a cultura alemã. No entanto, sofreram o Holocausto. Hoje, alguns cristãos e muçulmanos afirmam ser o "povo escolhido" de Deus, no entanto, em grande parte, o mundo os tolera e ainda odeia os judeus.


Isso nos leva à verdadeira razão pela qual o mundo odeia os judeus. O apóstolo Paulo nos diz: "Porque eu mesmo desejaria ser separado de Cristo, por amor de meus irmãos, que são meus parentes segundo a carne; os quais são israelitas, de quem é a adoção, e a glória, e os pactos, e a promulgação da lei, e o culto, e as promessas; de quem são os patriarcas; e de quem descende o Cristo segundo a carne, o qual é sobre todas as coisas, Deus bendito eternamente. Amém". (Romanos 9:3-5). 

A verdade é que o mundo odeia os judeus porque o mundo odeia a Deus. Os judeus eram os primogênitos de Deus, o Seu povo escolhido. (Deuteronômio 14:2). Através dos patriarcas judeus, dos profetas e do templo, Deus usou os judeus para trazer a Sua Palavra, a lei e a moral para um mundo de pecado. Ele enviou o Seu filho, Jesus, o Cristo, em um corpo Judeu para redimir o mundo do pecado. Satanás, o príncipe das trevas (João 14:30, Efésios 2:2), envenenou as mentes dos homens com o seu ódio pelos judeus. Veja Apocalipse 12 para uma representação alegórica do ódio de Satanás (o dragão) pela nação judaica (a mulher).


Satanás tem tentado exterminar os judeus através dos babilônios, persas, assírios, egípcios, hititas e os nazistas. Entretanto, ele tem falhado toda vez. Deus ainda tem um plano para Israel. Romanos 11:26 nos diz que um dia todo o Israel será salvo, e isso não pode acontecer se Israel não existir mais. Portanto, Deus vai preservar os judeus para o futuro, assim como Ele tem preservado a sua remanescente ao longo da história, até que Seu plano final venha a acontecer. Nada pode frustrar o plano de Deus para Israel e para o povo judeu.

Atualmente, israelitas e palestinos ainda não conseguem viver em paz e os dois lados têm cometido atrocidades uns contra os outros. 

Israel hoje é uma mistura de influências judaicas, cristãs e islâmicas. Cada vez mais judeus estão voltando para Israel mas o país ainda enfrenta muitos desafios. A história de Israel tem sido muito violenta, mas Deus cumpriu Sua promessa de abençoar todos os povos da terra a partir de Abraão, através de Jesus.

Deus abençoe você e sua família. 

Pr. Waldir Pedro de Souza
Bacharel em Teologia, Pastor e Escritor. 



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