segunda-feira, 10 de agosto de 2020

PASTORES QUE APASCENTAM A SI MESMOS

PASTORES QUE APASCENTAM A SI MESMOS

Esta postagem está baseada no capítulo 34 do livro do profeta Ezequiel. 

Curiosidades Bíblicas sobre Ezequiel. 

Ezequiel significa o profeta do cativeiro. Profetizou em Babilônia todos os 22 anos de seu ministério. Como Jeremias, era também sacerdote. Ao contrário dos profetas anteriores ao exílio, que foram primeiramente enviados a Judá, ou às dez tribos, Ezequiel foi enviado aos filhos de Israel, a toda a casa de Jacó. Seu livro profético é complementado por muitas visões. 

Seu conteúdo é dividido por capítulos da seguinte forma.

a) a chamada do profeta. (1 - 3);

 b) a sorte de Jerusalém e da nação. (4 - 24);

c) profecias contra as nações. (25 - 32);

d) a restauração de Israel. (38 - 48).

“Filho do homem, profetiza contra os pastores de Israel; profetiza e dize-lhes: Assim diz o Senhor  Deus: Ai dos pastores de Israel que se apascentam a si mesmos! Não apascentarão os pastores as ovelhas?” Ezequiel 34:2.

Enquanto pensamos sobre o significado desta repreensão do Senhor através do profeta Ezequiel, sobre apascentar a si (a nós) mesmo, nos vem à  nossa mente as escolhas e decisões que tomamos e ou que teremos que tomar em nossas vidas cujos motivos eram e ou são o apascentar as ovelhas do Senhor Jesus.

Quantas decisões e escolhas que fazemos afetam diretamente a vida dos discípulos e ovelhas do Senhor Jesus que foram confiados a nós? 

E quantas destas decisões e escolhas foram realmente presididas pelo Espírito Santo? 

Quantas destas decisões e escolhas foram apascentando a nós mesmos enquanto éramos guiados por uma alma cheia de autopiedade?

Quantas vezes tomamos o caminhos visando atenuar o nosso próprio sofrimento? 

Quantas vezes ministramos a nós mesmos sem ouvir a voz do nosso Pastor Jesus? 

Já imaginou se Jesus tivesse ouvido Pedro?

“E Pedro, chamando-o à parte, começou a reprová-lo, dizendo: Tem compaixão de ti, Senhor; isso de modo algum te acontecerá”. Mt 16:22.

Compaixão de si mesmo ou das ovelhas que se perdem quando perdemos o contato com o caminho da cruz?

Certo pastor estava pronto para fugir de um sofrimento e perseguição na igreja que ele pastoreava e Deus usou a esposa dele para lhe ensinar o que significa: “terminou o meu tempo aqui nesta congregação”. 

Aquela decisão estava inclusive debaixo da cobertura e do conhecimento dos meus pastores, dizia ele, que aplaudiriam o acontecimento pela vacância da vaga do pastor, mas com certeza era Deus provando mais uma vez o meu coração, reconheceu ele. “Era uma mudança buscando o meu alívio, mas que iria ferir as ovelhas do Senhor confiadas ao meu pastoreio”, reconheceu ele. 

Não era tempo de tomar aquela decisão. Eu precisava “tomar uma atitude”, mas estava tão cego que não entendia que melhor do que ser um homem de atitude era ter a “alegria do Pai celestial” em minha vida e fazer a coisa certa sob a orientação de Deus. 

A terceirização no ministério pastoral é uma prática muito corriqueira no mundo moderno. 

Aqueles que possuem certo conhecimento sabem que, salvo no caso de trabalho temporário, a terceirização das atividades de uma empresa só é possível quando se tratar de uma atividade-meio, e não de uma atividade-fim. Talvez isso fique mais claro se usarmos um exemplo prático. 

O funcionamento de uma escola, além de exigir serviços relacionados ao ensino (atividade-fim) também exige outros serviços que não estão relacionados diretamente com a finalidade da escola (manutenção, limpeza, segurança etc..). 

Neste caso, uma escola pode contar com o serviço terceirizado de limpeza, por exemplo, mas não pode terceirizar sua atividade de ensino, ou seja, sua atividade-fim.

Essa menção à terceirização pode nos ajudar a introduzir um ensino essencial à igreja. Se uma empresa, que tem interesses puramente terrenos, precisa ter bem clara qual é a sua atividade-fim, quanto mais a igreja, e em especial seus pastores, devem ter absoluta clareza de suas finalidades, posto que o trabalho destes têm valor eterno.

 Os apóstolos, enquanto pastores da comunidade cristã em Jerusalém, em certo momento tiveram que reafirmar em suas mentes e corações qual era a sua atividade-fim. 

Esse momento está registrado em Atos 6. Ali, com a multiplicação dos discípulos, algumas viúvas necessitadas estavam sendo prejudicadas no serviço diário. Quando o problema chegou até os apóstolos, eles reconheceram a importância do socorro às viúvas e que isso é indispensável à igreja. A igreja deve ter esta atividade como prioridade. Atender os órfãos e viúvas, que são carentes e que são domésticos da fé devem ser atendidas constantemente e assistidas enquanto durar o tempo necessário para sua recomposição diante da sociedade. 

Contudo, essa não era atividade-fim do ministério pastoral. Por isso , designaram outros homens para cuidarem desse serviço, que são os diáconos, a fim de se dedicarem a sua atividade-fim: a orações e o serviço da Palavra.
Muitas vezes, os pastores mergulham em uma série de atividades que os afastam daquilo que é essencial no ministério pastoral. Infelizmente, é comum que a oração seja uma atividade entregue ao grupo ou ministério de intercessão, enquanto os pastores se ocupam com a organização de eventos ou como administradores.
Precisamos compreender que as ovelhas precisam de pastores que orem por elas, que intercedam perante o Senhor, que invistam tempo e consagrem seus corações nessa batalha, tal como Epafras fazia pelos colossenses:
“Saúda-vos Epafras, que é dos vossos, servo de Cristo, combatendo sempre por vós em orações, para que vos conserveis firmes, perfeitos e consumados em toda a vontade de Deus”. (Cl. 4:12). 

Precisamos de pastores que tenham o coração como o de Paulo.

“Não cesso de dar graças a Deus por vós, lembrando-me de vós nas minhas orações: Para que o Deus de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai da glória, vos dê em seu conhecimento o espírito de sabedoria e de revelação”. (Ef. 1:16-17).

“Dou graças ao meu Deus todas as vezes que me lembro de vós, fazendo sempre com alegria oração por vós em todas as minhas súplicas”. (Fp. 1:3-4).

“Graças dou ao meu Deus, lembrando-me sempre de ti nas minhas orações”. (Fm 1:4).

Os pastores podem confiar a outros muitas de suas atividades, porém, qualquer “terceirização” da oração ou do serviço da Palavra é um afastamento da essência do ministério pastoral, um desvio que causará grave dano à igreja.

Que o Senhor conduza seus pastores a perseverarem no serviço a que foram chamados.

“Atenta para o ministério que recebeste no Senhor, para que o cumpras”. (Cl. 4:17).

Todas as decisões pastorais sempre influenciam as ovelhas e o ministério sob sua responsabilidade. 

Quando sabemos que as nossas decisões afetam a vida dos discípulos e por amor a Cristo e as ovelhas, além de sofrer, suportamos todo sofrimento justo ou injusto, é nesta hora que aparece a essência do verdadeiro pastor: “aquele que dá a vida pelas ovelhas”.

Nós precisamos escolher que tipo de pastor seremos: Os que apascentam as ovelhas do Senhor ou os que apascentam a si mesmos. 

O rebanho do Senhor não precisa dos “pastores de si mesmos”.

Vejamos o que diz o profeta Ezequiel quanto aos maus pastores nos dias atuais. 

Ezequiel 34.1-31

1.   E veio a mim a palavra do Senhor, dizendo:

2. Filho do homem, profetiza contra os pastores de Israel; profetiza e dize aos pastores: Assim diz o Senhor Jeová: Ai dos pastores de Israel que se apascentam a si mesmos! Não apascentarão os pastores as ovelhas?

3. Comeis a gordura, e vos vestis da lã, e degolais o cevado; mas não apascentais as ovelhas. 

4. A fraca não fortalecestes, e a doente não curastes, e a quebrada não ligastes, e a desgarrada não tornastes a trazer, e a perdida não buscastes; mas dominais sobre elas com rigor e dureza.

5. Assim, se espalharam, por não haver pastor, e ficaram para pasto de todas as feras do campo, porquanto se espalharam.

6. As minhas ovelhas andam desgarradas por todos os montes e por todo o alto outeiro; sim, as minhas ovelhas andam espalhadas por toda a face da terra, sem haver quem as procure, nem quem as busque.

7. Portanto, ó pastores, ouvi a palavra do Senhor: 

8. Vivo eu, diz o Senhor Jeová, visto que as minhas ovelhas foram entregues à rapina e vieram a servir de pasto a todas as feras do campo, por falta de pastor, e os meus pastores não procuram as minhas ovelhas, pois se apascentam a si mesmos e não apascentam as minhas ovelhas, 

9. portanto, ó pastores, ouvi a palavra do Senhor:

10. Assim diz o Senhor Jeová: Eis que eu estou contra os pastores e demandarei as minhas ovelhas da sua mão; e eles deixarão de apascentar as ovelhas e não se apascentarão mais a si mesmos; e livrarei as minhas ovelhas da sua boca, e lhes não servirão mais de pasto.

11. Porque assim diz o Senhor Jeová: Eis que eu, eu mesmo, procurarei as minhas ovelhas e as buscarei. 
12. Como o pastor busca o seu rebanho, no dia em que está no meio das suas ovelhas dispersas, assim buscarei as minhas ovelhas; e as farei voltar de todos os lugares por onde andam espalhadas no dia de nuvens e de escuridão.

13. E as tirarei dos povos, e as farei vir dos diversos países, e as trarei à sua terra, e as apascentarei nos montes de Israel, junto às correntes e em todas as habitações da terra. 

14. Em bons pastos as apascentarei, e nos altos montes de Israel será a sua malhada; ali, se deitarão numa boa malhada e pastarão em pastos gordos nos montes de Israel. 

15. Eu apascentarei as minhas ovelhas, e eu as farei repousar, diz o Senhor Jeová. 

16. A perdida buscarei, e a desgarrada tornarei a trazer, e a quebrada ligarei, e a enferma fortalecerei; mas a gorda e a forte destruirei; apascentá-las-ei com juízo.

17. E, quanto a vós, ó ovelhas minhas, assim diz o Senhor Jeová: Eis que eu julgarei entre gado pequeno e gado pequeno, entre carneiros e bodes.

18. Acaso não vos basta pastar o bom pasto, senão que pisais o resto de vossos pastos a vossos pés? E beber as profundas águas, senão que enlameais o resto com os vossos pés? 

19. E, quanto às minhas ovelhas, elas pastam o que foi pisado com os vossos pés e bebem o que tem sido turvado com os vossos pés.

20. Por isso, o Senhor Jeová assim lhes diz: Eis que eu, eu mesmo, julgarei entre o gado gordo e o gado magro. 

21. Visto como, com o lado e com o ombro, dais empurrões e, com as vossas pontas, escorneais todas as fracas, até que as espalhais para fora,

22. eu livrarei as minhas ovelhas, para que não sirvam mais de rapina, e julgarei entre gado miúdo e gado miúdo.
23. E levantarei sobre elas um só pastor, e ele as apascentará; o meu servo Davi é que as há de apascentar; ele lhes servirá de pastor. 

24. E eu, o Senhor, lhes serei por Deus, e o meu servo Davi será príncipe no meio delas; eu, o Senhor, o disse.
25. E farei com elas um concerto de paz e acabarei com a besta ruim da terra; e habitarão no deserto seguramente e dormirão nos bosques. 
26. E a elas e aos lugares ao redor do meu outeiro, eu porei por bênção; e farei descer a chuva a seu tempo; chuvas de bênção serão. 
27. E as árvores do campo darão o seu fruto, e a terra dará a sua novidade, e estarão seguras na sua terra; e saberão que eu sou o Senhor, quando eu quebrar as varas do seu jugo e as livrar da mão dos que se serviam delas.
28. E não servirão mais de rapina aos gentios, e a besta-fera da terra nunca mais as comerá; e habitarão seguramente, e ninguém haverá que as espante.
29. E lhes levantarei uma plantação de renome, e nunca mais serão consumidas pela fome na terra, nem mais levarão sobre si opróbrio dos gentios. 
30. Saberão, porém, que eu, o Senhor, seu Deus, estou com elas e que elas são o meu povo, a casa de Israel, diz o Senhor Jeová.
31. Vós, pois, ó ovelhas minhas, ovelhas do meu pasto; homens sois, mas eu sou o vosso Deus, diz o Senhor Jeová.

A explicação lógica deste capítulo em relação ao mundo religioso moderno.  

Ezequiel 34.1-31. Neste trecho, Deus aponta os fracassos dos líderes de Israel (v. 1-6) e então prediz: (1) seu fim (v. 7-10); (2) o estilo divino de cuidar do rebanho (v. 11-16), marcado por condenação (v. 17-19) e salvação (v. 20-24); e (3) uma aliança de paz e prosperidade (v. 25-31).

34.1-6. Pastores de Israel é uma metáfora para os líderes políticos de Israel, mas também pode incluir líderes espirituais (até mesmo os reis deveriam dar exemplo espiritual). Os pastores foram acusados de esquecer as principais características de um líder temente a Deus: altruísmo e comprometimento com a obra do Senhor (Is 52.13—53.12; Mt 23.11; Mc 10.45; Lc 22.24-30; At 20.17-38; Rm 12.1-5; Fp 2.1-11; 1 Tm 3.1-7; 1 Pe 2.18-25;5.1-4).

Os resultados de uma liderança egoísta em Israel são vistos nos versículos 5 e 6: assim, se espalharam as ovelhas por não haver pastor. Isso significa que os líderes que buscarem apenas ser servidos é o mesmo que o povo não ter liderança; portanto, os israelitas eram como ovelhas sem pastor. (Mt 9.36). As pessoas caminhavam sem direção, se espalharam, e tornavam-se alvos fáceis, ficaram para pasto de todas as feras. O termo “espalhadas” é uma alusão às deportações e à dispersão dos israelitas entre as nações. 

34.7-10. Não apascentam as minhas ovelhas. Os crimes dos líderes de Israel são mencionados antes que seu castigo seja declarado. 

34.11-16. Compare a persistência do Senhor em pastorear e guiar Seu povo com a infidelidade dos líderes de Israel demonstrada no versículo 6 (v. 25-31; Jr 23.1-6; Jo 10.1-30). Veja também o Salmo 23, onde há descrição semelhante sobre o cuidado de Deus, nesse caso, com indivíduos. O dia de nuvens e de escuridão é o dia em que Jerusalém sucumbiu (Ez 30.1-5; S f 1.15). Também pode ser uma menção à libertação futura, quando Deus irá buscar suas ovelhas (Ez 36.16-36). Israel, embora sendo culpado e mal direcionado, afinal seria resgatado pelo Bom Pastor e restabelecido na Terra Prometida (capítulos 33—39).

34.17-22. Os carneiros e bodes eram os líderes de Israel que haviam fracassado em guiar o povo corretamente. Tiraram proveito de sua posição de autoridade, prejudicando o povo. 

34.23,24. A mudança do pronome da primeira pessoa do singular para o da terceira indica que Deus continuaria operando como Pastor-mor, mas por intermédio de um governante futuro que Ele escolheria da linhagem de Davi. Este seria o Messias, o Filho unigênito de Deus e Seu servo. 

34.25-31. Os exilados são estimulados pela promessa de um concerto de paz (Ez 37.26-28;38.11-13;39.25-29;Is54.10), caracterizados pelas seguintes promessas:

1.     proteção contra nações estrangeiras, a besta ruim da terra; 

2. chuvas de bênção, simbolizando produtividade e prosperidade; e 

3. a certeza de que o Senhor é o Deus de Israel e deseja ter comunhão com Seu povo e um relacionamento duradouro baseado numa nova aliança (Jr 31.31-34; Hb 8.6).

Assim aconteceu no passado no tempo do profeta Ezequiel, mas esta mensagem profética está viva e ativa até hoje como um alerta para os líderes religiosos modernos.

“Fomos libertos da escravidão da religião e da religiosidade; somos uma igreja, um povo, que honra e enaltece o nome bendito de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. Amém.”. By. Waldirpsouza.

Quem são os desigrejados dos púlpitos das igrejas neste tempo da modernidade e do modernismo teológico que modifica todo o conteúdo bíblico fazendo uma verdadeira inversão de valores?

Estes são os maus pastores, obreiros e líderes que somente pensam em surrupiar as ovelhas com toda sorte de “obras e milagres do engano e da mentira” que são características do Anticristo.

Os novos desigrejados são os que estão nos púlpitos das igrejas se passando por santos milagreiros, mas que de santidade não teem nada. 

São os pastores e líderes evangélicos que apascentam à si mesmo e não se importam em doutrinar e ensinar a palavra de Deus para os membros de suas igrejas.  

Os pastores e líderes desigrejados e o pecado da omissão quanto às suas vidas e de suas igrejas.

2 tessalonicenses 2:3,4.

3- Ninguém, de maneira alguma, vos engane, porque não será assim sem que antes venha a apostasia e se manifeste o homem do pecado, o filho da perdição,

4- o qual se opõe e se levanta contra a tudo o que se chama a Deus ou se adora; de sorte que se assentará, como Deus, no templo de DEUS, querendo parecer (ser igual a) Deus.

O que é  o pecado da omissão.

Aquele, pois, que sabe fazer o bem e não o faz, comete pecado. (Tiago: 4. 17).

Este versículo nos confronta e desconstrói  uma crença de que somente quando cometemos algum erro é que estamos em pecado, já que ele nos diz, de uma forma muito clara, que o fato de deixar de fazer o que é correto também é pecado. 

O medo do fracasso faz com que as pessoas se escondam. A teologia da confissão positiva muito incentivada e pregada hoje em dia faz com que as pessoas sintam-se fracassados quando algo não dá certo. Este é um dos motivos de tanto desânimo das pessoas com relação à sua comunhão com Deus. Acham que não foram atendidos por Deus porque Deus não quer lhes abençoar. Ledo engano, veja Eclesiastes 9.2.

Isto nos leva a uma reflexão a respeito daquilo que fazemos e ou deixamos de fazer, pois a partir do instante que chegamos a essa conclusão, muitas das coisas que não estamos fazendo e a respeito das quais achávamos estar tomando a atitude correta, está nos levando  a ser tão pecadores quanto as pessoas que cometem seu erros.

Não retarde as suas decisões quando Deus lhe mostra o que fazer.

É evidente que estamos falando de omissão, que nada mais é do que nos silenciar diante de determinadas coisas, ficarmos mudos diante de fatos onde deveríamos nos posicionar, deixar de lado aquilo que não poderia ser deixado.

O interessante é que quando nos omitimos em uma determinada situação e deixamos de lado alguma coisa que deveria ser denunciada, não parece tão grave quanto ao fato de praticarmos algum ato que esteja em desacordo com os padrões da palavra de Deus. O que precisamos entender, e ficar bem claro, é que os dois estão errados e carregam o mesmo peso diante de Deus, o fato de ficarmos em nosso canto, não querendo nos envolver, fingindo de morto é uma falta tão grave quanto cometer um erro, por isso é chamado de pecado de comissão e o outro de pecado de omissão.

O apóstolo Paulo diz “Todas as coisas contribuem para o bem daqueles que amam a Deus”.

Sendo assim, se podemos fazer o bem e não fazemos estamos sendo tão pecadores quantos aqueles que fazem o mal. O problema maior é que jamais conseguiremos esconder isso de Deus, ou seja, Ele sabe muito bem tudo aquilo que podemos e não podemos fazer, já que é Ele que nos capacita e nos dá todas as condições de continuarmos em nossos propósitos, sejam bons ou maus.

Isso colocado nós devemos ter em mente que se podemos fazer o bem, façamos, se precisamos nos aproximar de alguém de quem estamos longe, aproximemos, se precisamos perdoar a alguém, perdoemos, isto é, não podemos ficar ignorando aquilo que precisamos fazer e cometendo o pecado da omissão.

Vejamos como derrubar os argumentos dos desigrejados. 

Como derrubar os argumentos dos “mal informados” desigrejados.

É de apertar o coração ver os tais desigrejados bradarem com todo orgulho a sua errada opção de “desigrejar-se”, que é igual a desviar-se dos caminhos do Senhor Jesus,  sob o argumento de que as igrejas atuais perverteram o cristianismo verdadeiro, ou de que são covis de salteadores.

Ainda é pior a situação quando os próprios líderes, pastores e obreiros das igrejas não dão mais a devida honra ao Senhor de tudo e de todos, querem a honra para sí mesmos.
É comum vermos líderes e pregadores cheios de graça, porém ‘vazios da graça de Deus’. 
Cheios de sabedoria humana, porém ministram um evangelho que não tem nada a ver com a graça de Deus.
É comum depararmo-nos com crentes que estão escandalizados com seus líderes que mais parecem comerciantes da fé, mercadores de milagres, vendilhões e corruptos que fazem da igreja um curral fechado e negociam votos ou apoios dos crentes de suas igrejas e convenções por quantias altíssimas e outras benesses, com políticos e politiqueiros que até se fingem de crentes para enganar milhares e milhões de crentes com a conivência de seus líderes.

É comum vermos pessoas que preferem não ir às suas igrejas porque lá não se prega mais a palavra de Deus, mas fala-se mais em dinheiro, política e políticos  do que em Cristo Jesus e a Salvação providenciada por Ele.
O que realmente está acontecendo com o chamado “meio evangélico"? O evangelho de Mateus  capítulo 23 nos dá uma visão empla sobre este assunto. 

Estamos vendo tantas pessoas que estão com seus pensamentos contaminados pelo pecado de tal forma que já nem acham que os pecados bem declarados na Bíblia como pecado, sejam pecado mesmo; a estas situações chamam de ‘deslises’ apenas, para não ferir vida íntima de determinados crentes que são sabidamente e conhecidamente contumazes na prática do adultério, da sodomia, da prostituição, entre outras práticas pecaminosas.
Líderes que continuam no altar de Deus em suas igrejas, porém não vivem o que deveriam viver para estarem naquele altar. 
Líderes que estão dentro da igreja, dentro dos templos, ministram a palavra de Deus em seus púlpitos, porém são pérfidos, são perniciosos, usam a retórica mais polida possível, porém seus atos lhes fazem “desigrejados dentro da igreja”. Não vivem o que pregam. Estão lá mas não vivem o que pregam. Estão lá para única e exclusivamente enganar as pessoas, os fiéis e os neófitos na fé. Estão lá, fingem ser santos, fingem ser espirituais, fingem fazer milagres, mas o interesse deles é somente financeiro; ao sair das reuniões vão para os clubes, barzinhos da vida e inferninhos de prostituição gastar o que surrupiaram dos incaltos e humildes que frequentam suas igrejas e suas reuniões.

Líderes “desigrejados”: 

São uma nova categoria de líderes religiosos que usam seus esquemas de maldades para enganar os pobres necessitados e arrancam tudo do pouco que essas pessoas conseguem ganhar. E pior ainda: Arrancam de seus corações a esperança de dias melhores com promessas de que vão ficar ricos se seguirem seus “conselhos” que geralmente são convidativos mas depois as pessoas quando percebem que foram enganados (as) saem da igreja e não querem voltar mais para a comunhão, colocando, infelizmente, a culpa em Deus.
Ainda existem líderes que zelam pela verdade do evangelho e vivem essa verdade. 
São conservadores dos princípios bíblicos e vivem uma vida cheia da graça e do poder do Espírito Santo de Deus.
Tenho, porém, uma boa notícia (ou má, se você for um “desigrejado" convicto), para os desiludidos de estarem na comunhão da igreja. 

Existem muitas boas e excelentes igrejas por aí  em todos os lugares.  

Existem muitos bons e excelentes Pastores na obra de Deus.
Existem muitos e bons líderes que realmente se interessam em fazer o bem para as pessoas; não fique como macaco pulando de galho em galho; permaneça firme com o Senhor Jesus que é o nosso eterno Salvador.

Só saia de verdade de uma igreja se você perceber que os líderes daquela igreja saíram dos planos de Deus e que o “ter” passou valer mais  do que o ‘ser”. Ou seja os bens e posses das pessoas passaram ter mais valor para a igreja e seus líderes do que a alma das pessoas.

Jesus nunca se interessou por paredes, tijolos, construções, carros, veículos, posses financeiras, etc, mas o que Ele se interessou e se interessa mais é a salvação dos perdidos pecadores. Mateus 6:33 diz: Mas buscais em primeiro lugar o reino de Deus e a sua justiça e as demais coisas vos serão acrescentadas”.

E se você não está conseguindo se enquadrar em nenhuma delas, o problema, meu caro, é você.
Sugiro que analise as seguintes alternativas:
1) Você está com o coração tão endurecido, que se tornou incapaz de conviver em comunhão com os irmãos.
2) Você se acomodou na desculpa de que todas as igrejas são ruins, são todas do mesmo jeito, e você abstem-se de congregar e se responsabilizar na obra.
Ou você diz: esta é a minha igreja preferida.
3) E neste caso você pode não ter a maturidade suficiente para distinguir entre uma igreja boa e uma ruim, e, por isso, sai berrando por aí que nenhuma presta.
4) Você é uma pessoa que não se converteu e só sabe colocar defeitos nas igrejas, nos líderes espirituais e na obra de Deus.
5) Você não apercebeu-se que em qualquer sociedade ou locais onde se possam reunir pessoas para quaisquer fins, existem pessoas boas e pessoas más. É o caso também de, no meio dos chamados desigrejados, a maioria deles serem pessoas boas e estarem apenas indo na má conversa ou má fé de pessoas que até as consideram como amigos ou amigas ou estão sendo mal informados por líderes contrários ao que você deseja ter como seus pastores e amigos.
6) Observo os argumentos aleatórios expressos pelos desigrejados e percebo a natureza birrenta de suas alegações. Quando apelam a generalizações vazias, do tipo “as igrejas de hoje em dia não são como era a igreja primitiva”, é fácil perceber a premeditação tática do discurso.
O discurso tático, neste caso, é a repetição exaustiva de um conceito que, pretende-se tão óbvio, a ponto de não haver necessidade de ser melhor explicado.
O desigrejado então se torna um expert em comunicações, postando e repostando casos de heresias, modismos, unções estranhas e extorsões (que inequivocamente existem aos montes), como justificativa de sua fúria anti-igreja.
Ao fazer isso os desigrejados estão se rebaixando ao nível imoral dos que se perdem e dos que se corrompem moralmente.
Passa a viver na defensiva. O tempo todo tentando provar aos outros (e a si mesmo) que estes “alguns” representam todos.
Não estamos todos comprando vassouras ungidas ou recebendo a unção do cuspe, meu amigo desigrejado. Não estamos todos dando “trízimos” ou pagando mensalidades de carnês da benção.
Ainda há na face da terra um povo que conserva os bons usos e costumes com uma igreja que também conserva a sã doutrina. 
A verdadeira Palavra de Deus está sendo pregada em muitos lugares. 
Alguém perguntaria: em igrejas perfeitas? Claro que Não. Nenhum de nós é perfeito. Você também não é. Logo, quando nos unimos, somamos nossas imperfeições. A igreja primitiva também não era perfeita. Tinha seus tropeços e necessidades de aprimoramento. (Atos 6.1-3).
O que distingue uma Igreja verdadeira da que prega um falso evangelho não é a impossibilidade de ter problemas ou cometer equívocos eventuais, mas sim o cerne do cristianismo que vive, exige e apregoa o verdadeiro evangelho que liberta em nome de Jesus. 
Você está cansado de heresias e enganos e se considera um desigrejado. Ótimo. Eu também estou muito preocupado. Por isso estou atuando em minha igreja local, para que, mesmo com todos os nossos defeitos, blindemos a igreja de falsos profetas e de teologias da heresia. 
Se você não luta pela Igreja você não a ama.
Volto às alternativas listadas acima.
 Será que o problema está em todas as igrejas e cristãos praticantes do mundo, ou em você?

Será que você atingiu um status de santidade que o posiciona acima de todos os outros servos do Senhor?
Será que você é maduro o bastante para discernir entre a igreja mentirosa e a verdadeira?
Existem áreas da nossa vida em que só podemos exercer o cristianismo fora da Igreja. São nossa vida matrimonial, profissional, a cidadania, os lazeres e etc. 

Em tudo isso, porém, devemos louvar a Deus com nossas atitudes porque é fora da Igreja que as pessoas vão nos conhecer melhor quanto ao nosso testemunho. Não dá para substituir. Tem que dar bom testemunho dentro e fora da igreja.
Mas o oposto é verdadeiro. Há áreas da vida cristã que só podem ser exercidas dentro da Igreja.

Cuidado para, ao desigrejar-se, não acabar descristianizando-se sem perceber e perder a salvação.
Um alerta importante de Deus para os (maus) pastores vem do profeta Jeremias no velho testamento capítulos 23 a 25 e no novo testamento  tem o alerta também no capítulo 19 do evangelho de João. Não custa nada dar uma olhada nestes capítulos.
Deus abençoe você e a sua família.

Pr. Waldir Pedro de Souza
Bacharel em Teologia, Pastor e Escritor.




segunda-feira, 3 de agosto de 2020

AS SUTILEZAS E OS ENGANOS DA IDOLATRIA

AS SUTILEZAS E OS ENGANOS DA IDOLATRIA


Deuteronômio 32.15-20

15. E, engordando-se Jesurum, deu coices; engordaste-te, engrossaste-te e de gordura te cobriste; e deixou a Deus, que o fez, e desprezou a Rocha da sua salvação.

16. Com deuses estranhos o provocaram a zelos; com abominações o irritaram.

17. Sacrifícios ofereceram aos diabos, não a Deus; aos deuses que não conheceram, novos deuses que vieram há pouco, dos quais não se estremeceram seus pais. 

18. Esqueceste-te da Rocha que te gerou; e em esquecimento puseste o Deus que te formou. 

19. O que vendo o Senhor, os desprezou, provocado à ira contra seus filhos e suas filhas; 

20. e disse: Esconderei o meu rosto deles e verei qual será o seu fim; porque são geração de perversidade, filhos em quem não há lealdade. 

Segundo o dicionário bíblico, a palavra “Jesurum” significa no hebraico, amado, reto.

Deuteronômio 32:15.

“Jesurum engordou e deu pontapés; você engordou, tornou-se pesado e farto de comida. Abandonou o Deus que o fez e rejeitou a Rocha, que é o seu Salvador”.


O Eterno Deus criador dos céus e da terra graciosamente nos abençoa com muitas e preciosas riquezas em todo o nosso viver e desde antes de nascer. O problema é que podemos fazer delas ou do casamento ou dos filhos ou do emprego ou das nossas posses financeiras e patrimoniais ou das nossas habilidades profissionais, etc,  nossos ídolos.

O que é  idolatria: Idolatria significa confiar em algo ou alguém além de Deus, no lugar de Deus.  Idolatria significa permitir que a confiança não esteja somente em Deus . A Bíblia nos ensina que os ídolos são enganosos e inúteis. Jeremias 10.14,15 afirma: “...suas imagens são mentira... vaidade são, obra ridícula...”.

Mas o problema é que sempre estamos confiando em ídolos. Fazemos de nossas habilidades, capacidades, oportunidades, carreiras profissionais, relacionamentos, ministério, dinheiro e recursos, o centro de nossa vida e de nossa maior atenção. Permitimos que essas coisas se tornem o significado e o propósito último, principal, do nosso viver.

Quando você confia nos ídolos do seu próprio coração, você encontrará pela frente o fracasso, a frustração e a decepção. 

A Palavra de Deus nos ensina em Ezequiel 14.3: “Filho do homem, esses homens levantaram ídolos em seu coração e seguem coisas que os farão cair em pecado...”.

Os ídolos do seu coração sempre mentem e lhes escravizam, e pior, você acaba por se tornar aquilo que adora. Se você, por exemplo, adora o dinheiro, você se tornará ganancioso, mesquinho, materialista e avarento. Se você adora o prazer, você se tornará um hedonista, um libertino e imoral.

A idolatria do coração é sutil. Por isso, olhe bem para dentro de si e procure se há algo ou alguém maior ou mais importante do que o Senhor Deus na sua vida. Se houver, arrependa-se e volte-se urgentemente para o Caminho, a Verdade e a vida, para o Senhor Jesus, confiando somente nEle e vivendo uma vida de bom testemunho diante de Deus e da sociedade.  

Deus odeia a idolatria. Nada nem ninguém deve ocupar o seu coração além do Senhor Jesus que através do Espírito Santo, realiza a obra de santificação constantemente em nossas vidas. Somente o Deus Trino, Pai, Filho e Espírito Santo, deve ser adorado, glorificado, exaltado e honrado em sua vida.

Outro ponto de ponderação são as futilidades da vida. 

Futilidade é um substantivo feminino na língua portuguesa que caracteriza ou particulariza um indivíduo fútil; caráter daquilo que é fútil, ou seja, aquele que dá mais e ou a maior importância ao que é superficial e efêmero, trivial. 

A futilidade é uma qualidade de quem valoriza coisas ou situações irrelevantes e mais insignificantes em detrimento daquilo que verdadeiramente deveria fazê-lo, como por exemplo ter a prioridade de servir e adorar ao único Deus criador e Senhor de nossas vidas. No entanto a pessoa fútil prefere as sutilezas; porém os pequenos tropeços são aqueles que levam todas as pessoas à derrotas quase que sem retorno e para sair do fundo do poço só mesmo suplicando pela mão amiga do Senhor Jesus.  

Futilidade é também possuir ou comprar algo que não é necessário, é somente para esbanjar, somente para aparecer, apenas para se posicionar melhor no status quo de uma sociedade capitalista. Na área sentimental as vezes as pessoas dão mais valor em situações bizarras do que nas coisas ou causas mais essenciais da vida, como por exemplo o fato das pessoas não darem mais crédito aos casamentos conservadores que são realizados com a noiva vestida de branco com véu e grinalda também brancos significando que ela verdadeiramente faz jus àquelas indumentárias, bem como o noivo o faz com as mesmas características, demonstrando que ambos se guardaram um para o outro. Na área espiritual, as vezes as pessoas dão mais valor em coisas feitas pelas mãos dos homens do que naquilo que Deus criou ou até mesmo em detrimento do próprio Criador de todas as coisas.

Um exemplo bem nítido que podemos citar é a futilidade feminina que está associada com a "ditadura da moda", onde os padrões capitalistas impões regras e modas de beleza e que são seguidos à risca e com exagero. A futilidade está no ato de passar horas na frente do espelho, escolhendo roupas e sapatos ou preferindo fazer atividades que vão de encontro às necessidades ou prioridade do indivíduo em verdadeiro sentido de adoração ao corpo e não àquele que tudo criou.

A futilidade humana também é percebida quando o ser humano tem um comportamento banal perante uma situação séria, preocupando-se com trivialidades ou algo que não diz respeito.

Sinônimos de futilidade que podem ter influências na sua vida e no seu cotidiano. 

As bagatelas ou coisas baratas você não as compra de jeito nenhum porque sua personalidade é influenciada por classes sociais mais altas e você tem que parecer que é da alta sociedade para não ser criticado(a).

Lembremos de Eclesiastes capítulo 3 onde nos adverte que tudo tem o seu tempo devido para acontecer em nossas vidas e viveremos melhor ou pior de acôrdo com nossas convicções e nossa fé. 


Deus odeia a idolatria, mas ama o pecador. 

Deus é amor. Nós amamos que Deus seja amor, que Ele seja a fonte inesgotável de amor, que ele seja o único que sempre age de forma amorosa. Mesmo aqueles que rejeitam a fé cristã ainda gostariam de imaginar e acreditar em um Deus que é amor.

Mas Deus não é só o amor. O Deus que ama também deve odiar? O Deus que ama tudo que é bom, puro e santo deve odiar tudo o que é mau, contaminado e perverso? 

E, não surpreendentemente, a Bíblia nos fala de muitas coisas que inflamam a ira de Deus. Às vezes, Ele diz-nos claramente como em Provérbios 6:16: “Há seis coisas que o Senhor odeia…” Às vezes, ele nos fala de coisas que são uma abominação para Ele ou coisas que são detestáveis à sua vista. Ao pesquisar chegamos a uma lista de mais de 40 coisas que Deus odeia expressamente. Eles vão desde práticas sexuais abomináveis à formas pagãs de culto e atos de grave injustiça.

Como já vemos no nosso dia a dia existe  uma série de coisas que Deus odeia e porque o que Deus odeia. Devemos odiar também tudo o que Deus odeia. 

Deus odeia a Idolatria e está em busca de adoradores que o adorem em espírito e em verdade.

Deus criou os seres humanos para serem seus adoradores. A questão não é o “adoraremos” mas “o quê e a quem vamos adorar”. Nós todos vamos buscar algo como antídoto para o vazio da nossa insuficiência, o vazio da  nossa alma. Todos vamos buscar um significado, um preenchimento, uma satisfação de viver. Os curiosos de plantão dizem assim: “É impossível adorar o nada: nós, seres humanos, somos criaturas adoradoras, e se nós não adoramos o Deus que nos criou, será inevitável que adoraremos alguém ou alguma outra coisa no lugar de Deus”.

É claro que “a verdade é que a nossa realização suprema e introspectiva como seres morais feitos à imagem e semelhança de Deus é encontrada e expressa na adoração ativa ao nosso Deus Criador”. Não é de admirar, então, que os três primeiros dos dez mandamentos lidem com a adequada adoração à Deus sobre tudo e sobre todas as coisas. 

Deus nos diz em termos inequívocos que Ele odeia a idolatria. Ele despreza a adoração a qualquer coisa ou pessoa que não seja Ele mesmo. Em Deuteronômio 7:25, Ele diz a seu povo o que fazer quando encontrar ídolos estrangeiros na terra em que estão entrando: “eles não devem apenas destruir os ídolos, mas até mesmo se livrar da matéria-prima com as quais são feitos”. “As imagens de escultura de seus deuses queimarás; a prata e o ouro que estão sobre elas não cobiçarás, nem os tomarás para ti, para que te não enlaces neles; pois são abominação ao Senhor, teu Deus”. Se Deus odeia os ídolos, então é claro que ele odeia a idolatria, a adoração aos falsos deuses. Em Jeremias 44:3, Ele explica que o castigo veio em cima de seu povo “por causa da maldade que fizeram, para me irarem, indo queimar incenso e servir a outros deuses que eles nunca conheceram, eles, vós e vossos pais”. 

O povo teimosamente ignorou seus profetas que repetidamente falaram esta advertência divina: “Oh Israel não façam essa abominação que Eu odeio”.

A idolatria pode tomar formas em práticas de cultos e sacrifícios aos deuses do paganismo  e Deus particularmente destaca seu ódio por essas práticas, dizendo que Ele odeia a adivinhação, a feitiçaria e a necromancia (Deuteronômio 18:10-12). Ele também odeia a astrologia, a adoração ao sol, à lua e as estrelas (Deuteronômio 17: 3-4), e outras práticas de culto pagãos, como sacrifício humano (Deuteronômio 18:10). A palavra de Deus é clara. Deus diz ao seu povo para adorar e como adorar somente a Ele porque Ele despreza a todos os desvios de seus desejos divinos e de Suas ordenanças. Deus espera que odiemos a idolatria com o mesmo grau de justa ira que o ato merece. 

Por que Deus odeia tanto a idolatria.

Por que Deus odeia a idolatria? Deus odeia a idolatria porque ela é uma farsa, porque ela faz declarações falsas sobre a natureza e o caráter de Deus. A idolatria proclama serem verdadeiras coisas que Deus afirma que são falsas. Ela inevitavelmente recria um deus na imagem do homem, diminuindo ou querendo diminuir a pessoa e a santidade do Deus vivo, esvaziando-O de sua santidade, de sua transcendência. Um certo pesquisador  explica muito bem o intento do idólatra e sua tentativa de equiparar a adoração aos ídolos com a adoração ao Único e verdadeiro Deus:

 “Um deus (um ou vários ídolos) estiver (em) nas sombras ou dentro de um coração caído, vai naturalmente ser diferente do Deus Único e verdadeiro na visão do idólatra que mantém o coração carregado de idolatria, negando a adoração pura ao verdadeiro Deus”. 

Esse ídolo pode ser do tipo que podemos ver e tocar, um pedaço de pedra ou um toco de madeira. Pode também ser algo imaterial, mas agradável, como o sexo ou dinheiro. 

Esse ídolo pode até ter um culto perverso ao próprio Deus. Êxodo 32 define um ídolo da seguinte maneira:
“É algo mais importante para você do que Deus, qualquer coisa que absorve seu coração e imaginação mais do que Deus, tudo o que você procura para te dar o que só Deus pode dar. Um ídolo é qualquer coisa que você olha e diz no fundo do seu coração: “Se eu tiver isso, então eu vou sentir que a minha vida tem sentido, então eu vou saber que tenho valor, então eu vou me sentir importante e seguro”. Enfim, esse ídolo é algo tão central e essencial para a sua vida que, se você perdê-lo, você sentiria que não valeria tanto a pena viver.

Deus odeia os ídolos, porque seus adoradores fazem declarações falsas e mentirosas sobre eles. Deus também odeia os ídolos porque eles danificam a mente e os corações das pessoas símplices da sociedade e daqueles que são os portadores de suas crendices e de suas imagens. 

Quando buscamos ídolos, buscamos coisas que nunca podem nos satisfazer e paramos de perseguir a única coisa que pode trazer satisfação completa e permanente para nossos corações e nossa alma, a adoração ao Deus trino. Quando o objeto de homenagem é nobre, a rendição da homenagem é enobrecedor; mas quando os objetos de homenagem não são nobres, a homenagem é degradante. A coisa mais degradante que podemos fazer como seres humanos é viver nossas vidas em busca de deuses vazios e que não são nada, o Apóstolo Paulo nos ensina que o ídolo nada é por isso temos o dever de adorar somente ao nosso Deus criador dos céus e da terra, inclusive a todos os seres humanos.  

Você certamente já ouviu dizer que o coração é uma fábrica de ídolos, outras pessoas dizem que é uma fábrica de sonhos ou de fábulas. A história humana confirma isso. 

Em nossas casas, em uns poucos momentos de introspecção honesta, isso fica ainda mais claro e bem patente. Se estivermos adorando algo ou alguma coisa mais do que a Deus, somos ou seremos todos considerados como idólatras. Como Deus, devemos desprezar a idolatria pelo que ela diz sobre Deus e pelo que ela faz conosco, ou seja a idolatria é tão abominável que escraviza os seres humanos. 

Julgamento de Deus sobre idólatras

Se Deus odeia os ídolos e a idolatria, não devemos ficar surpresos ao saber que Ele lida com os idólatras da maneira mais dura. 

E, de fato, sob a lei do Velho Testamento, aqueles que adoravam deuses estrangeiros eram condenados à morte. Deuteronômio 13:10-11. 

No Novo Testamento lemos algo ainda mais terrível:  “Ou não sabeis que os injustos não herdarão o reino de Deus? Não vos enganeis: nem impuros, nem idólatras, nem adúlteros, nem efeminados, nem sodomitas, nem ladrões, nem avarentos, nem bêbados, nem maldizentes, nem roubadores herdarão o reino de Deus”. (1 Coríntios 6:9 -10). Idólatras perdem a bênção de Deus e o seu lugar no Seu reino eterno. O fim deles é a condenação, é a perdição eterna.

Há esperança para os idólatras.

Deus odeia os ídolos e a idolatria, mas ainda há uma boa notícia para os idólatras. Se 1 Coríntios 6:9-10 fornece o aviso, o versículo seguinte fornece a esperança: “Tais fostes alguns de vós; mas vós vos lavastes, mas fostes santificados, mas fostes justificados em o nome do Senhor Jesus Cristo e no Espírito do nosso Deus”. Membros daquela igreja tinha sido idólatras. Eles adoravam falsos deuses, ajoelhando-se aos ídolos. No entanto, Paulo pôde dizer que isso era parte do passado. Eles tinham aprendido o que todos nós devemos aprender: Cristo morreu na cruz do calvário para salvar os idólatras também. Há perdão para os idólatras se eles adorarem a Deus Pai por meio de Cristo Jesus, seu Filho, aceitando-O como único e suficiente Salvador de suas vidas. 

Nós, logo aprendemos que não é suficiente destruir os ídolos, jogar fora, queima-los, etc. Nós temos que tirá-los completamente de nossas vidas, da nossa mente e de nossos corações. Devemos substituir a nossa adoração a falsos deuses por um culto ao verdadeiro Deus. Isso é o que os cristãos de Corinto fizeram. Eles encontraram o evangelho de Jesus Cristo, colocaram sua fé n’Ele, receberam o perdão e foram habitados pelo seu Espírito. Deus oferece essa mesma esperança para você. “Portanto, meus amados, fugi da idolatria”. (1 Coríntios 10:14). 

Fugi da idolatria, fugindo para Cristo Jesus. Corra para os braços do nosso único Senhor e Salvador que é Jesus Cristo o Unigênito Filho de Deus.  

Versículos esclarecedores sobre idolatria

Se você gostaria de saber mais sobre este assunto, veja abaixo os versículos-chave sobre o ódio de Deus quanto à idolatria.

Deus odeia os ídolos e até mesmo os materiais utilizados para formá-los. (Deuteronômio 7:25).

Deus odeia a adoração ao sol, à lua e às estrelas. (Deuteronômio 17:3-4).

Deus odeia o sacrifício humano muito comum em atividades religiosas do paganismo. (Deuteronômio 18:10).

Deus odeia adivinhação. (Deuteronômio 18:10).

Deus odeia a feitiçaria, a bruxaria, a magia negra e suas atividades cultuais de prostituição. (Deuteronômio 18:10).

Deus odeia os encantamentos, Deus odeia os “cultos" sacrificiais da umbanda, da quimbanda e outros assemelhados  de oferendas no mar, nas encruzilhadas, nos montes, no fogo. (Deuteronômio 18:11).

Deus odeia a bruxaria e toda a idolatria pertencente à ela  pois casa ídolo da igreja católica tem um seu correspondente na bruxaria.  (Deuteronômio 18:11).

Deus odeia a mediunidade, seja de qualquer linha. Branca, Preta ou Negra ou de qualquer outra cor e as suas entidades malignas que ali atuam e acorrentam as pessoas com legiões de demônios. (Deuteronômio 18.11).


Deus odeia a necromancia e todas as atividades pertinentes de adoração aos mortos.  (Deuteronômio 18:11).

Deus odeia a idolatria e todos os seus ídolos de qualquer religião em qualquer parte do universo. Deus criou tudo e só Ele deve ser adorado.   (Jeremias 44: 2-4).

Deus exige que os idólatras sejam condenados à morte. Por fim quem não se converter, infelizmente será condenado (a) à morte eterna. (Deuteronômio 13:10-11). (Apocalipse 21.8).

Deus ordena que fujamos da idolatria porque nela há condenação. (1 Coríntios 10:14).

Deus oferece o perdão para os idólatras, porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu seu filho Unigênito, para que todo aquele que nEle crer não pereça, mas tenha a vida eterna. (1 Coríntios 6:9-11), (João 3.16).

A idolatria, o culto aos deuses estrangeiros, aos ídolos, é uma crítica constante dos profetas em relação ao comportamento do povo eleito, durante a narração da história do povo de Israel. O caso mais emblemático é a própria vida do Rei Salomão, que, embora Deus lhe tivesse dado tanta sabedoria, deixou com que seu coração se convertesse aos deuses de suas inúmeras esposas estrangeiras. (1 Reis 11,1-8).

E a admoestação a lutar contra a idolatria está também no novo testamento. Basta citar 1 João 5,21: "Filhinhos, guardai-vos dos ídolos". E também Paulo nos adverte e nos ensina em 1 Coríntios 10,14: "deveis fugir da idolatria”.

Há uma palavra direta do Senhor Jesus para o anjo (pastor) da igreja de Laodicéia que diz o seguinte:

Apocalipse 3.15-23

15. E ao anjo da igreja que está em Laodiceia escreve: Isto diz o Amém, a testemunha fiel e verdadeira, o princípio da criação de Deus.

16. Eu sei as tuas obras, que nem és frio nem quente. Tomara que foras frio ou quente!

17. Assim, porque és morno e não és frio nem quente, vomitar-te-ei da minha boca. 

18. Como dizes: Rico sou, e estou enriquecido, e de nada tenho falta (e não sabes que és um desgraçado, e miserável, e pobre, e cego, e nu),

19. aconselho-te que de mim compres ouro provado no fogo, para que te enriqueças, e vestes brancas, para que te vistas, e não apareça a vergonha da tua nudez; e que unjas os olhos com colírio, para que vejas.

20. Eu repreendo e castigo a todos quantos amo; sê, pois, zeloso e arrepende-te.

21. Eis que estou à porta e bato; se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta, entrarei em sua casa e com ele cearei, e ele, comigo. 

22. Ao que vencer, lhe concederei que se assente comigo no meu trono, assim como eu venci e me assentei com meu Pai no seu trono. 

23. Quem tem ouvidos ouça o que o Espírito diz às igrejas.


Apocalipse 21.6-8

6. E disse-me mais: Está cumprido; Eu sou o Alfa e o Ômega, o Princípio e o Fim. A quem quer que tiver sede, de graça lhe darei da fonte da água da vida. 

7. Quem vencer herdará todas as coisas, e eu serei seu Deus, e ele será meu filho.

8. Mas, quanto aos tímidos, e aos incrédulos, e aos abomináveis, e aos homicidas, e aos fornicadores, e aos feiticeiros, e aos idólatras e a todos os mentirosos, a sua parte será no lago que arde com fogo e enxofre, o que é a segunda morte.

Adoremos única e exclusivamente ao Senhor Jesus nosso Eterno Senhor e Salvador. 

Deus abençoe você e sua família. 

Waldir Pedro de Souza
Bacharel em Teologia, Pastor e Escritor. 


segunda-feira, 27 de julho de 2020

O SOFRIMENTO E A VITÓRIA DE JÓ

O SOFRIMENTO E A VITÓRIA DE JÓ

Jó foi um exemplo de perseverança no sofrimento e nas provações. Venceu pela fé e pela plena confiança em Deus. 

Jó estava assentado no meio do monturo da cidade, coçando as feridas, suportando o mal cheiro do seu próprio corpo, os "amigos" acusando-o de pecados.

No Salmo 113:5-8 encontramos a seguinte informação que Deus “levanta do pó o desvalido”.

5. Quem é como o Senhor, nosso Deus, que habita nas alturas;

6. que se curva para ver o que está nos céus e na terra;

7. que do pó levanta o pequeno e, do monturo, ergue o necessitado,

8. para o fazer assentar com os príncipes, sim, com os príncipes do seu povo; 

Jó só descobriu que Deus estava no controle de sua vida e de tudo à sua volta quando aparece um redemoinho depois de uma grande tempestade, ou seja, a tempestade era tudo o que Jó estava vivendo e vivenciando, mas logo a seguir veio o redemoinho, que vem limpando tudo ao seu redor e tirando todos os impedimentos da vida de Jó. O áureo esplendor é a certeza de que todos os que confiam plenamente no Senhor, um dia resplandecerão nos átrios do nosso Deus.


Vale lembrar que foi em um redemoinho que Deus escolheu aparecer para Jó (38:1; 40:6). Um pouco antes, houve uma tempestade e depois, um áureo resplendor. Aquele evento simbolizou a experiência de Jó. Então, Deus falou com Jó por meio de um redemoinho. Sabemos que quando um redemoinho ataca e sopra fortemente, ele varre tudo, destruindo tudo que está em seu caminho. Ele levanta tudo da terra consigo e, por um tempo, gira incessantemente sem direção, fazendo uma confusão, varrendo tudo o que está diante dele.



Jó  percebe um redemoinho, que talvez para ele tal redemoinho fosse um poder de destruição, contudo no meio do redemoinho surgi uma voz dizendo: "Levanta-te Jó,  cinge da tua força, pois eu o Senhor teu Deus quero falar com você". 

E Deus começa a fazer perguntas a Jó. Podem ter a certeza que foram muitas e Jó não teve argumentos para responder nenhuma.  

Onde você estava quando eu lancei as colunas de sustentação da terra? 

Onde você estava quando os anjos cantavam e celebravam o meu nome enquanto eu desenrolava os céus? 

Qual o peso do vento?

Deus faz dezenas de perguntas á Jó, e nenhuma resposta. Mas porque Deus faz estas perguntas a Jó, se Deus sabe das resposta e também sabe que Jó não teria como respondê-las?

Em meio a dor de Jó, Deus estava querendo dizer a ele o seguinte: saiba que Eu, o Senhor, controlo tudo, e que nada está fora  do meu comando. E tudo está sobre o meu controle.

Então vejamos a história e todas as particularidades da vida de Jó na Bíblia, mas atentemos para a fidelidade ímpar de Jó para com Deus. 


A história de Jó é uma das mais conhecidas da Bíblia, e está registrada no livro do Antigo Testamento que traz seu nome. Algumas questões sobre quem foi Jó causam muita curiosidade nas pessoas, especialmente com relação à data em que ele viveu e a cidade onde morava. Neste texto, conheceremos o que a Bíblia nos informa sobre a biografia de Jó.

Quem foi Jó?

Jó foi um homem muito rico que viveu na terra de Uz. A localização dessa cidade é incerta, porém uma das possibilidades mais aceitas entre os estudiosos é a de que Uz ficava em uma região a leste de Judá e, talvez, fronteiriça com o deserto, porém era uma terra propícia para a criação de gado e agricultura. (Jó 1:3,14).

A Bíblia nos diz que Jó era íntegro, reto e temente a Deus. A prova da fidelidade de Jó pode ser vista na afirmação de que ele “desviava-se do mal” (Jó 1:1). 

O próprio Deus testemunhou que Jó era o homem mais piedoso e correto que viveu na terra em sua geração.

Jó, inicialmente, tinha sete filhos e três filhas, porém no total ele foi pai de vinte filhos, pois os primeiros dez filhos morreram durante o período de intenso sofrimento ao qual ele foi submetido, mas depois Deus lhe concedeu que fosse pai de outros dez filhos.

Jó era casado, apesar da Bíblia não revelar o nome de sua esposa. Segundo o texto bíblico, a família de Jó provavelmente era bastante unida, pois seus filhos visitavam uns aos outros em suas casas e faziam banquetes onde se confraternizavam uns com os outros. (Jó 1:4).

Jó era um pai que se preocupava com o bem estar de sua família, mas especialmente dos seus filhos e continuamente buscava e orava a Deus de madrugada, consagrando seus filhos ao Senhor e oferecendo sacrifícios em nome deles. (Jó 1:5).

Em que época ocorreu a história de Jó?

Essa pergunta é muito pertinente porém muito difícil de ser respondida, pois não há como determinar com certeza quem foi o autor do livro que traz seu nome, nem mesmo a data em que foi escrito. Existe uma referência a Jó no livro do profeta Ezequiel, onde ele o menciona ao lado de Daniel e Noé.

Existe alguma possibilidade do Daniel mencionado por Ezequiel não ser o profeta Daniel, mas sim um heroico rei mencionado num texto ugarítico que viveu numa época muito remota. Se for este o caso, então Jó viveu em uma data tão recuada quanto os outros dois personagens.

A melhor probabilidade é a de que Jó tenha vivido na era patriarcal, pelo menos é isto o que alguns detalhes biográficos sobre ele parecem sugerir, como por exemplo, o fato d’ele ter vivido cerca de dois séculos (Jó 42:16) e o papel que desempenhava semelhante ao de Abraão como sacerdote da família. (Jó 1:5; cf. Gn 15:9,10).

A riqueza de Jó era muito grande. 

Jó possuía grande riqueza, e desfrutava de alta posição social. Algumas lendas antigas sugerem que Jó tenha sido um rei, porém não existe qualquer fundamentação para tal sugestão e devemos rejeitá-la. Além do mais, se Jó fosse um rei provavelmente o relato bíblico nos informaria, visto que o texto se preocupou em fornecer detalhes acerca da riqueza que Jó possuía.

A Bíblia nos diz que Jó era proprietário de sete mil ovelhas, três mil camelos, quinhentas juntas de bois e quinhentas jumentas. Uma quantidade tão grande de gado na época em Jó viveu, certamente representava um imponente patrimônio.

Para cuidar de tantas propriedades, Jó contava com um número muito grande de servos a seu serviço, de modo que, somando tudo, Jó era o homem mais rico do oriente (Jó 1:3).

O sofrimento e a paciência de Jó.

Segundo o texto bíblico, num certo dia houve uma reunião nas regiões celestiais, e os filhos de Deus foram se apresentar perante o Senhor. A melhor interpretação sobre a expressão “filhos de Deus” nesse texto é a de que se trata dos anjos.

No entanto, no meio deles também estava Satanás, que havia vindo “de rodear a terra e passear por ela” (Jó 1:7). Então Deus perguntou se Satanás havia observado Jó. Perceba que foi Deus quem iniciou a conversa sobre Jó, ou seja, não foi Satanás que escolheu Jó para o teste de sofrimento a qual foi submetido, mas o próprio Deus.

Diante do testemunho dado por Deus da fidelidade de Jó, Satanás sugere que toda sua integridade se devia ao fato de Jó ser abençoado por Deus e possuir tantos bens quanto desejava.

Em outras palavras, Satanás estava acusando Jó de ser uma pessoa interesseira, de modo que sua fidelidade estava condicionada aos bens que Deus havia lhe concedido possuir, e que se caso tudo aquilo lhe fosse tirado, certamente Jó blasfemaria contra Deus.

Então o Senhor permitiu que Satanás submetesse Jó a um teste, podendo tocar em tudo o que possuía, exceto em sua vida. (Jó 1:12).

Com a permissão de Deus, Jó perdeu todos os seus semoventes ou animais como gado, camelôs, e seus servos foram mortos a fio de espada. (Jó 1:13-17). 

Como se não bastasse tudo isso, seus filhos que estavam todos reunidos na casa de seu primogênito morreram, quando um grande vento soprou sobre a casa em que estavam e a casa caiu sobre eles.

Diante de tanto sofrimento, Jó rasgou suas vestes, rapou sua cabeça, lançou-se sobre a terra e adorou (a Deus). É nessa hora que ele diz as conhecidas palavras “Nu sai do ventre de minha mãe e nu voltarei; o Senhor o deu e o Senhor o tomou; bendito seja o nome do Senhor”. (Jó 1:21).

A terrível doença de Jó

Mais uma vez os filhos de Deus se apresentaram perante Deus, e no meio deles estava Satanás. Novamente o Senhor perguntou a ele sobre Jó, e dessa vez ele afirmou que Jó não havia blasfemado contra Deus, pois ainda desfrutava de saúde. 

Então, Deus permitiu que Satanás tocasse na saúde de Jó, de forma que só não poderia matá-lo. (Jó 2:1-6).

Assim, Jó foi acometido de uma terrível enfermidade. Não é possível sabermos que tipo de doença castigou Jó. Alguns estudiosos sugerem a elefantíase, eritema e varíola. Há uma doença conhecida hoje como “fogo selvagem” que tem também as características daquilo que Jó sofreu, porque coçava suas feridas com cacos de telhas.

A grande dificuldade em determinar o tipo da doença se dá pelo fato de que a descrição dos sintomas é apresentada em um texto poético.

Seja como for, o que sabemos é que Jó foi ferido com “feridas malignas desde a planta dos pés até o alto da cabeça”. (Jó 2:7), apesar de essa descrição poder representar apenas um estágio da doença. A Bíblia também nos diz que Jó usava algo parecido com cacos de telhas para poder se raspar.

O comportamento negativo e acusador da mulher de Jó.

Ao ver o marido imerso em tanto sofrimento, a mulher de Jó o aconselhou a apressar o fim inevitável e a amaldiçoar a Deus, fazendo a seguinte sugestão: “amaldiçoa o teu Deus e morre". Obviamente ela não sabia que a vida de Jó estava preservada por Deus, e fatalmente compartilhava da opinião comum de que tudo aquilo era um castigo divino.

A resposta de Jó para sua mulher foi que a de que ela estava falando como “qualquer doida”. O termo hebraico traduzido como “doida” possui um sentido de infidelidade e apostasia, ou seja, Jó lhe disse que ela estava falando como uma pessoa infiel diante de um Deus que, assim como derramou sobre eles o bem, também poderia derramar aquele mal temporal sem com isto ser injusto.

Os “mui” amigos de Jó

Segundo o texto bíblico, Jó foi visitado por três amigos, Elifaz, Bildade e Zofar. Estes amigos também eram sábios e ricos, e pertenciam a uma posição social semelhante à de Jó. Os três homens foram ter com Jó para consolá-lo.

A situação de Jó era tão complicada que num primeiro momento seus amigos não o reconheceram de longe. Então eles se compadeceram e choraram, rasgaram cada um o seu manto, e lançaram pó sobre a cabeça. Eles ficaram com Jó durante sete dias e sete noites sem dizer uma única palavra, tamanho era aquele sofrimento.

Depois que o silêncio foi rompido por Jó (Jó 3), iniciou-se uma longa e formal discussão entre ele seus amigos. Com base nessa discussão, podemos perceber que os amigos de Jó começaram a estabelecer uma sequência de discursos com o raciocínio de causa e efeito, onde basicamente acusaram a Jó de ser o único culpado por todo aquele sofrimento.

Assim, em poucas palavras, podemos dizer que os amigos de Jó o acusaram ser um adúltero, ladrão, alguém sem hospitalidade e louco. Por fim, eles o exortaram a se arrepender. Nos discursos dos amigos de Jó podemos perceber toda a insensatez da sabedoria humana. (Jó 4-31). Acusaram Jó de tudo o que eles eram e de tudo de errado que eles faziam e praticavam. Porém Jó continuou em sua integridade moral e em sua intimidade com Deus. 

Após as acusações dos amigos de Jó e de sua tentativa de justificar-se, um jovem chamado Eliú, nome comum aos hebreus, chamou a atenção para o papel disciplinador do sofrimento (Jó 32-37), de modo que o homem não é capaz de compreender tudo o que Deus faz.

Deus responde a Jó.

Depois da grande discussão de Jó com seus amigos, o Senhor, do meio de um redemoinho, falou com Jó. Deus não respondeu as indagações feitas por Jó enquanto debatia com seus amigos, ao contrário, Deus lhe fez cerca de setenta perguntas retóricas, onde toda Sua sabedoria e soberania fizeram com que Jó percebesse sua ignorância.

Jó então entendeu que lhe bastava apenas confiar em Deus, pois Ele tudo pode, e “nenhum de Seus planos pode ser frustrado” (Jó 42:2). Deus é o Senhor de tudo, Ele governa o universo e não necessita que ninguém lhe aconselhe de nada. Tudo o que Ele faz é mediante a Sua soberana vontade.

Deus também repreendeu os três amigos de Jó, dizendo que eles agiram com loucura, e o que tinham falado durante a discussão com Jó não havia sido reto. Então o Senhor ordenou que eles fossem ter com Jó e oferecessem holocaustos e que pela oração de Jó eles não seriam castigados pela loucura que demonstraram diante da situação calamitosa de Jó. (Jó 42:7-9).

Deus restaura a Jó quando este da fraqueza e da luta ainda encontra forças para orar pelos seus amigos, que agora estavam arrependidos do que acusaram ao seu amigo Jó.

A Bíblia diz que quando Jó orava por seus amigos, o Senhor mudou a sua sorte, e lhe deu o dobro de tudo o que antes havia possuído. Assim, Jó veio a ter quatorze mil ovelhas, seis mil camelos, mil juntas de bois e mil jumentas.

Jó também teve outros dez filhos, sendo sete homens e três mulheres. As filhas de Jó se chamavam Jemima, Quezia e Quéren-Hapuque, e foram as mais formosas mulheres em todo o Oriente.

Depois de tudo o que ocorreu, Jó viveu 140 anos, e viu a sua posteridade até a quarta geração. (Jó 42:16). Muito abençoado por Deus, Jó morreu com uma idade muito avançada. Tiago, em sua epístola, se referiu a Jó como um exemplo de paciência em suportar as aflições que lhe atingiram. (Tg 5:11).

A vida de Jó e o final vitorioso que Deus lhe deu.

O livro inicia com uma cena no céu onde Satanás aparece diante de Deus para acusar Jó. Ele insiste que Jó apenas serve a Deus porque o Senhor o protege. Satanás pede então pela permissão de Deus para testar a fé e lealdade de Jó. Deus concede a Sua permissão, mas apenas dentro de certos limites. Por que os justos sofrem? Esta é a pergunta feita depois que Jó perde sua família, sua riqueza e sua saúde. Os três amigos de Jó (Elifaz, Bildade e Zofar) aparecem para “confortá-lo” e discutir a sua enorme série de tragédias. Eles insistem que seu sofrimento é em castigo pelo pecado em sua vida. Jó, no entanto, continua a ser dedicado a Deus por tudo isso e afirma que sua vida não tem sido uma de pecado. Um quarto homem, Eliú, diz a Jó que ele precisa se humilhar e submeter ao uso de dificuldades por parte de Deus para purificar a sua vida. Finalmente, Jó questiona o próprio Deus e aprende lições valiosas sobre a Sua soberania e a sua necessidade de confiar totalmente no Senhor. Deus então restabelece a saúde, felicidade e prosperidade para muito além do seu estado anterior.


À medida que Jó pondera a causa de sua miséria, três perguntas vieram à sua mente, todas as quais são respondidas apenas em nosso Senhor Jesus Cristo. Essas questões ocorrem no capítulo 14. 


Primeiro, no versículo 4, Jó pergunta: “Quem da imundícia poderá tirar coisa pura? Ninguém!?” A pergunta de Jó vem de um coração que reconhece que não pode agradar a Deus ou se justificar diante dEle. Deus é santo, nós não. Portanto, existe um grande abismo entre Deus e o homem que foi causado pelo pecado. Mas a resposta à pergunta angustiada de Jó é encontrada em Jesus Cristo. Ele pagou pela penalidade dos nossos pecados e trocou-a por Sua justiça, tornando-nos assim aceitáveis aos olhos de Deus (Hebreus 10:14, Colossenses 1:21-23, 2 Coríntios 5:17).


A segunda pergunta de Jó: “O homem, porém, morre e fica prostrado; expira o homem e onde está?" (Versículo 10) é uma outra pergunta sobre a eternidade, vida e morte que é respondida apenas em Cristo. 

Com Cristo, a resposta a “expira o homem e onde está?” é vida eterna no céu. Sem Cristo, a resposta é uma eternidade nas “trevas” onde há “choro e ranger de dentes”. (Mateus 25:30).


A terceira pergunta de Jó, encontrada no versículo 14, é: “Se um homem morre, viverá outra vez?” Mais uma vez, a resposta é encontrada em Cristo. Nós realmente viveremos de novo se estamos nEle. “E, quando este corpo corruptível se revestir de incorruptibilidade, e o que é mortal se revestir de imortalidade, então, se cumprirá a palavra que está escrita: Tragada foi a morte pela vitória. Onde está, ó morte, a tua vitória? Onde está, ó morte, o teu aguilhão?” (1 Coríntios 15:54-55).


Então o Livro de Jó nos lembra que existe um aparente conflito acontecendo por trás das cenas sobre a qual normalmente não sabemos nada a respeito, tudo é no mundo espiritual. 

Muitas vezes nos perguntamos por que Deus permite algo, e acabamos questionando e ou duvidando da bondade de Deus sem ver a imagem completa. O Livro de Jó nos ensina a confiar em Deus em todas as circunstâncias. 


Devemos confiar no Senhor não apenas quando não entendemos, mas porque não entendemos. O salmista nos diz: “O caminho de Deus é perfeito”. (Salmo 18:30). 

Se os caminhos de Deus são “perfeitos”, então podemos confiar que tudo o que Ele faz e tudo o que Ele permite também é perfeito. 

Isso pode não nos parecer possível, mas nossas mentes não são a mente de Deus. É verdade que não devemos antecipar que entenderemos a sua mente perfeitamente, pois Ele nos lembra “Porque os meus pensamentos não são os vossos pensamentos, nem os vossos caminhos, os meus caminhos, diz o Senhor, porque, assim como os céus são mais altos do que a terra, assim são os meus caminhos mais altos do que os vossos caminhos, e os meus pensamentos, mais altos do que os vossos pensamentos”. (Isaías 55:8-9). No entanto, a nossa responsabilidade para com Deus é obedecer e confiar nEle, submetendo-nos à sua vontade, quer entendamos ou não.


O final vitorioso da vida de Jó é alcançado diante de Deus por sua perseverança. (42.10-17).

42.10   Mudou o Senhor a sorte de Jó, quando este orava pelos seus amigos; e o Senhor deu-lhe o dobro de tudo o que antes possuíra. 42.11   Então, vieram a ele todos os seus irmãos, e todas as suas irmãs, e todos quantos dantes o conheceram, e comeram com ele em sua casa, e se condoeram dele, e o consolaram de todo o mal que o Senhor lhe havia enviado; cada um lhe deu dinheiro e um anel de ouro. 42.12   Assim, abençoou o Senhor o último estado de Jó mais do que o primeiro; porque veio a ter catorze mil ovelhas, seis mil camelos, mil juntas de bois e mil jumentas. 42.13   Também teve outros sete filhos e três filhas. 42.14   Chamou o nome da primeira Jemima, o da outra, Quezia, e o da terceira, Quéren-Hapuque. 42.15   Em toda aquela terra não se acharam mulheres tão formosas como as filhas de Jó; e seu pai lhes deu herança entre seus irmãos. 42.16   Depois disto, viveu Jó cento e quarenta anos; e viu a seus filhos e aos filhos de seus filhos, até à quarta geração. 42.17   Então, morreu Jó, velho e farto de dias.

De repente os tumores sumiram sem deixar cicatrizes. A febre se vai quando uma brisa suave o refresca. Os amigos sorriem e aplaudem. Ele pode voltar para casa, e a propriedade que constrói tem o dobro do tamanho da outra. Certa manhã, algum tempo depois, na mesa do café, sua esposa inclina-se sobre o ombro dele e sussurra com um sorriso: “Estou grávida". Daí viriam outros sete filhos e outras três filhas. 

Sabe o que mais é maravilhoso? O silêncio de Satanás. O acusador teve que fechar a boca. O adversário teve que permanecer silencioso na derrota e vendo o quanto Deus  amava Jó e o quanto Jó amava a Deus. 

Os bens de Jó foram duplicados. O Senhor restaurou a prosperidade de Jó quando ele orou pelos seus amigos. A última parte do versículo explica o que isto significa: “E o Senhor deu-lhe o dobro de tudo o que antes possuíra”. (Jó 42:10). Ficamos também sabendo da multiplicação entre os animais com o passar do tempo: “Assim, abençoou o Senhor o último estado de Jó mais do que o primeiro”. (Jó 42:12).

Se voltarmos para Jó 1:3, vamos ver o que Jó possuía originalmente. Ele tinha 7.000 ovelhas e acaba com 14.000. Seus rebanhos então crescem enquanto ele os alimenta e cria. O número deles aumenta até o dobro do tamanho. Há fartura de alimento. Há também muito pasto, e as ovelhas chegam a 14.000. Ele não tem mais 3.000 camelos, mas 6.000. Todos os filhos de Jó são substituídos. “Também teve outros sete filhos e três filhas”. (Jó 42:13). Tudo isso aconteceu com Jó porque Deus é fiel e sabe quem é fiel a Ele. 


Deus abençoe você e sua família. 

Pr. Waldir Pedro de Souza.
Bacharel em Teologia, Pastor e Escritor.