segunda-feira, 17 de outubro de 2022

OS JUÍZES, OS REIS E OS PROFETAS

OS JUÍZES, OS REIS E OS PROFETAS DE ISRAEL  

 

Os juízes de Israel no decorrer da história em que muitos foram obedientes e outras desobedientes à Deus. Incluímos aqui outras informações importantes dos Juízes, dos Reis e dos Profetas tanto do Velho como do Novo Testamento.  

A história dos Juízes de Israel e de Judá se mesclam entre Juízes, Reis, sacerdotes e profetas. O ministério dos profetas se estenderam até o final do Velho Testamento, sendo que, no Novo Testamento este ministério foi renovado e revigorado e sobrevive até os nossos dias.

Os profetas existiram no Velho Testamento e continuaram seu ministério no Novo Testamento.

O dom de profecia, em seu sentido original no Novo Testamento, é um privilégio especial concedido pelo Espírito Santo a certos membros das igrejas para receber e transmitir mensagens e revelações vindas de Deus, assim como aconteciam no Velho Testamento.

No início da igreja primitiva, quem recebiam esse dom eram chamados “profetas”, a exemplo dos que aparecem no Velho Testamento. Junto com os apóstolos, eles construíram o fundamento para a edificação dos santos, membros da família de Deus, sendo Cristo Jesus a principal pedra da esquina. (Efésios 2:19 e 20).

Os profetas falavam sob a imediata autoridade do Espírito Santo de Deus, e transmitiam comunicações divinas concernentes a verdades doutrinárias, e esclarecimentos de eventos futuros, conforme o caso.

O ministério dos profetas foi preservado para nós no Novo Testamento. Entre eles contamos também com Tiago e Judas, sendo que este começou seu livro dizendo: “enquanto eu empregava toda a diligência para escrever-vos acerca da salvação que nos é comum, senti a necessidade de vos escrever, exortando-vos a pelejar pela fé que de uma vez para sempre foi entregue aos santos”. (versículo 3).

Uma vez concluído o fundamento pelos apóstolos e profetas, que é “a fé que de uma vez para sempre foi entregue aos santos”, a igreja de Jesus Cristo continuou a ser construída nesse fundamento e apenas firmado no ministério terreno de Jesus Cristo o Filho de Deus. (1 Coríntios 3:10-12, Efésios 2:20, Hebreus 6:1).

A palavra de Deus para os Juízes, Reis e profetas, sempre foi de alerta e fonte de inspiração para o ministério individual de cada um

Isaías 10.1 Ai dos juízes injustos e dos que decretam leis injustas! 

Isaías 10.2  Daqueles que não há justiça para os pobres, para as viúvas e para os órfãos! Sim, porque assim que chegam até à verdade roubam as viúvas e órfãos!

Isaías 10.3 Que, você vai morrer, quando você estiver na terra distante? Para quem hão de voltar-se para pedir ajuda? Onde vão pôr os vossos tesouros de forma a serem em segurança?

Isaias 10.4  Nada eis de fazer, senão andar aos tropeções por entre os prisioneiros e cair por entre os mortos. Mesmo assim, a sua ira não desaparecerá. A sua mão continua sobre eles.

A geração dos Juízes durou um período aproximadamente de 410 anos e além das personalidades de Moisés e Josué, fazem parte da lista de nomes dos juízes que lideraram neste tempo: Otniel, Eúde, Sangar, Débora, Gideão, Tola, Jair, Jefté, Ibsã, Elom, Abdom, Sansão, Eli e Samuel, sendo que estes dois últimos foram sacerdotes também.

Os juízes de Israel foram pessoas escolhidas por Deus e especialmente dotadas para julgar e liderar o povo de Israel. (Jz 2:16-23; 3:9,10; 1Sm 12:9-11; 2Sm 7:11). O período em que essas pessoas lideraram o povo de Deus ficou conhecido como “o período dos juízes“. Nesta postagem, conheceremos quem foram os juízes de Israel e os pontos mais importantes desse período.

 

O período dos juízes de Israel

O período dos juízes foi o momento histórico que constituiu a transição do governo de Moisés para o reinado dos reis de Israel. Este período é descrito no livro de Juízes, no Antigo Testamento.

O período dos juízes começou com a opressão de Cusã-Risataim após Josué e os anciãos terem morrido, e o povo de Israel ter se entregado a uma profunda apostasia. Por fazer o que era mau aos olhos do Senhor, e adorar deuses estranhos, Deus permitiu que Cusã-Risataim, rei da Mesopotâmia, subjulgasse o povo de Israel durante oito anos. (Jz 2:7-11; 3:7,8).

Após este tempo, o Senhor levantou Otniel, sobrinho ou talvez irmão de Calebe, para libertar o povo dando início ao período dos juízes. O período dos juízes terminou quando Saul foi eleito rei de Israel, aproximadamente  no ano 1050. Logo, a maioria dos estudiosos entende que o período dos juízes durou aproximadamente 320 anos.

 

Quem foram os juízes de Israel?

Como já dissemos, os juízes de Israel foram pessoas levantas por Deus em tempos de crise, e eram capacitados pelo Espírito Santo de Deus para julgar e liderar o povo. No livro de Juízes lemos: “E levantou o Senhor juízes, que os livraram da mão dos que os despojaram”. (Jz 2:16; cf. 3:10; 13:25; 14:19; Sl 106:43-45; At 13:20).

As funções judiciais exercidas por eles estavam diretamente ligadas à liderança espiritual sobre o povo. (1Cr 17:6; 2Sm 7:7). Os juízes permaneciam em suas funções até morrerem. (Jz 2:19; 1Sm 4:18; 7:15), e, diferente dos reis, eles não estabeleceram um governo hereditário em Israel. (Jz 8:22,23).

Esses juízes eram heróis nacionais, e algumas vezes foram designados como “libertadores”. Uma lista com os juízes de Israel geralmente sofre algumas discussões. Alguns consideram apenas a lista dos juízes nos doze ciclos presente no livro de Juízes, com Sansão sendo o último deles.

Outros também incluem Eli (1Sm 4:18) e Samuel (1Sm 7:15) na lista oficial de juízes de Israel. Seja como for, obviamente Eli e Samuel lideraram e julgaram Israel antes da instituição da monarquia, apesar de não serem citados no livro dos Juízes e a atuação destes possuir algumas diferenças pontuais com relação aos líderes citados no livro dos Juízes.

Mesmo dentro da lista fornecida pelo livro dos Juízes, existe uma discussão entre os intérpretes acerca de Débora e Baraque. Alguns consideram apenas a liderança de Débora, outros contam separadamente Débora e Baraque, e, outros, unificam a atuação de ambos.

Também é importante citar que Eli e Samuel muito provavelmente foram contemporâneos durante algum tempo de Sansão, o último juiz mencionado no livro dos Juízes. A lista dos juízes apresentada nos doze ciclos registrados no livro dos Juízes é a seguinte: Otniel (Jz 3:7-11). Eúde (Jz 3:7-11). Sangar (Jz 3:31). Débora (Jz 4:1-5:31). Gideão (Jz 6:1-8:32). Tola (Jz 10:1-2). Jair (Jz 10:3-5). Jefté (Jz 10:6-12:7). Ibsã (Jz 12:8-10). Elom (Jz 12:13-15). Ablom (Jz 12:13-15). Sansão (Jz 13:1-16:31).

Apresentamos aqui a cronologia do período dos juízes de Israel.

É muito difícil conseguir estabelecer uma cronologia para o período dos juízes, pois faltam informações fundamentais para tal, como por exemplo, o período de tempo que decorreu entre o começo da conquista de Canaã com Josué e o início da opressão de Cusã-Risataim.

Também existe uma grande dificuldade de interpretação em relação à somatória dos números fornecidos pelo livro dos Juízes, isto é, totalizando os períodos de opressão e de governo dos juízes, chega-se a um resultado que excede significativamente o período de tempo total aceitável para este momento histórico. Logo, devemos entender que alguns períodos de opressão e de trégua sob a liderança dos juízes se sobrepuseram, de forma que não é possível determinar por quanto tempo houve sobreposição em cada caso específico.

Com base nas dificuldades apontadas, podemos arriscar uma estimativa de como se deu a cronologia do tempo dos juízes de Israel. Entre aproximadamente 1405 e 1364 a.C. houve o governo de Josué e dos anciãos (Jz 2:7), e em 1356 a.C. a libertação, com Otniel, da opressão de Cusã-Risataim (Jz 3:8). Depois houve uma trégua de quarenta anos, entre aproximadamente 1356 e 1316 a.C. (Jz 3:11).

Em cerca de 1298 a.C., Eúde libertou o povo dos dezoito anos de opressão moabita (Jz 3:14-15). Em aproximadamente 1258 a.C., houve a libertação do povo dos 20 anos de opressão do rei Jabim, com Débora e Baraque (Jz 4:3), e seguiu-se quarenta anos de paz no norte até 1218 a.C.

Após o período de trégua, registrou-se uma opressão Midianita de sete anos, chegando ao fim com a libertação liderada por Gideão em cerca de 1211 a.C. (Jz 6:1ss). A liderança de Gideão durou quarenta anos (Jz 8:28), até aproximadamente 1171 a.C. Depois deste período, houve o reinado perverso de Abimeleque, filho de Gideão, sobre Siquém, entre 1171 e 1168 a.C. (Jz 9:22).

Entre aproximadamente 1168 e 1123 a.C. houve a liderança de Tola e Jair (Jz 10:1-3). Depois os povo Amonitas oprimiu os israelitas por dezoito anos, até que surgiu Jefté em aproximadamente 1105 a.C. (Jz 10:8-11,33). Depois de Jefté, temos o registro da liderança de Ibsã, Elom e Abdom (Jz 12:7-9,11,13,14).

O capítulo 13 do livro dos Juízes relata um período de quarenta anos sob opressão dos filisteus, seguindo um relato sobre as proezas de Sansão entre aproximadamente 1101 e 1081 a.C., sendo este o último dos líderes registrado no livro dos Juízes. (Jz 14:1-15:20; 16:31).

Se estendermos nossa cronologia até os relatos do livro de Samuel, temos o registro da captura da Arca da Aliança e a morte de Eli em aproximadamente 1099 a.C. (1Sm 4:18), depois a batalha de Ebenézer (1Sm 7:2-12) e Samuel julgando o povo entre 1079 e 1050 a.C. (1Sm 7:15-17).

Eli e Samuel os dois últimos juízes de Israel.

Análise de fatores importantes da história de Eli. Os capítulos 1 a 4 do primeiro livro do profeta Samuel trás um relato de como foi o trabalho do sacerdote Eli e sua família. Diga-se de passagem que foi muito prejudicial ao povo de Israel e desagradou sobremaneira ao Senhor Deus.

Ao longo da época dos juízes, a degradação moral se tornou cada vez pior e faltava uma liderança firme. (Juízes 21:25). O sacerdote Eli liderou o povo por 40 anos mas ele deixou seus filhos cometerem muitos pecados, que desagradaram a Deus. Por isso, a família de Eli ficou debaixo de maldição e seus filhos morreram em batalha. Quando ouviu a notícia da morte de seus filhos, Eli caiu de sua cadeira e morreu também.

Eli tinha criado um menino consagrado a Deus, chamado Samuel, no templo. Quando cresceu, Samuel se tornou o novo juiz de Israel e liderou o povo em grandes vitórias contra os filisteus. Quando envelheceu, ele tentou passar a liderança para seus filhos mas eles eram ruins e o povo não os aceitou.

Depois dos Juízes vieram os reis. Os 3 Reis que atuaram antes da divisão das tribos de Israel foram:

1-  Saul (por volta de 1.060 aC) 1Sm 10.1.
2-  Davi (+/- 1.020 aC) 2Sm 2.1.
3-  Salomão (980 aC)  1Rs 1.39.

Os reis de Israel foram 19. Reis de Israel que atuaram depois da divisão das tribos de Israel. Capital em Samaria.

1- Jeroboão I (937 aC)  1Rs 11.28
2- Nadabe (915 aC)  1Rs 14.20
3- Baasa ( 914 aC) 1Rs 15.16
4- Elá (891 aC) 1Rs 16.8
5- Zinri (890 aC) 1Rs 16.15
6- Onri (890 aC) 1Rs 16.16
7- Acabe (876 aC) 1Rs 16.29
8- Acazias (856 aC) 1Rs 22.40
9- Jeorão ou Jorão (854 aC) 2Rs 1.17
10-  Jeú (842 aC)  1Rs 19.16
11-  Joacaz (814 aC) 2Rs 10.35
12-  Jeoás (797 aC) 2Rs 13.10
13-  Jeroboão II (781 aC) 2Rs 14.23
14-  Zacarias (741 aC) 2Rs 14.29
15-  Salum (741 aC) 2Rs 15.10
16-  Manaém (740 aC) 2Rs 15.14
17-  Pecalias (737 aC) 2Rs 15.23
18-  Peca (736 aC) 2Rs 15.25
19-  Oséias (730 aC) 2Rs 15.30

A reis de Judá que atuaram depois da divisão das tribos foram 20. Reis de Judá. Capital em Jerusalém.

1- Reoboão (937 aC) 1Rs 11.43
2- Abias (920 aC) 1Rs 14.31
3- Asa (917 aC) 1Rs 15.8
4- Josafá (878 aC) 1Rs 15.24
5- Jeorão (851 aC) 2Cr 21.1
6- Acazias (843 aC) 2Rs 8.25
7- Atalias (rainha) (842 aC) 2Rs 8.26
8- Joás (836 aC) 2Rs 11.2
9- Amazias (796 aC) 2Rs 14.1
10-  Uzias ou Azarias (777 aC) 2Rs 14.21
11-  Jotão (750 aC) 2Rs 15.5
12-  Acaz (734 aC) 2Rs 15.38
13-  Ezequias (727 aC) 2Rs 16.20
14-  Manasses (697 aC) 2Rs 21.1
15-  Amon (642 aC) 2Rs 21.19
16-  Josias (640 aC) 1Rs 13.2
17-  Joacaz ou Salum (608 aC) 2Rs 23.30
18-  Joaquim (608 aC) 2Rs 23.34
19-  Jeoaquim ou Jeconias (598 aC) 2Rs 24.6
20-  Zedequias ou Matanias ( 598 aC) 2 Rs 24.17.

Análise de mais fatos importantes sobre a história de Samuel, o último dos juízes de Israel e que acumulou o cargo de profeta.

Diante da instabilidade política e social, os israelitas exigiram um rei. Eles estavam rejeitando a Deus como seu verdadeiro rei e agora queriam ser como os outros povos. Deus permitiu que tivessem um rei mas avisou que isso não seria a solução para o país. (1 Samuel 8:7-9). Guiado por Deus, o profeta Samuel ungiu Saul como o primeiro rei de Israel.

Samuel continuou como líder influente até sua morte, mas a liderança política passou para os reis. Depois que Saul foi rejeitado como rei, por desobedecer a Deus, Samuel ungiu o próximo rei de Israel, Davi, que teria uma longa dinastia. Cada um teve a oportunidade, a seu tempo, de dar e fazer o melhor de si para obedecer e agradar a Deus. Assim terminou a época dos Juízes, dos Reis e dos Profetas veterotestamentários que atuaram até Malaquias, vindo a seguir a época dos apóstolos, profetas pastores e líderes até chegar ao nosso tempo.   


Deus abençoe você e sua família.

Pr. Waldir Pedro de Souza

Bacharel em Teologia, Pastor e Escritor.

 

 

segunda-feira, 10 de outubro de 2022

VOCÊ NASCEU HOMEM, SEJA HOMEM

VOCÊ NASCEU HOMEM, SEJA HOMEM.

 

Você nasceu homem, seja homem. Você nasceu mulher, seja mulher. Deus se agrada de você ser como Ele te fez.

 

A formação do homem. Gênesis 1.26-27.

26. E disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança; e domine sobre os peixes do mar, e sobre as aves dos céus, e sobre o gado, e sobre toda a terra, e sobre todo réptil que se move sobre a terra.

27. E criou Deus o homem à sua imagem; à imagem de Deus o criou; macho e fêmea os criou.

 

A formação da mulher. Gênesis 2.7,17-18, 21-25.

7. E formou o Senhor Deus o homem do pó da terra e soprou em seus narizes o fôlego da vida; e o homem foi feito alma vivente.

 17. mas da árvore da ciência do bem e do mal, dela não comerás; porque, no dia em que dela comeres, certamente morrerás.

18. E disse o Senhor Deus: Não é bom que o homem esteja só; far-lhe-ei uma adjutora que esteja como diante dele.

21. Então, o Senhor Deus fez cair um sono pesado sobre Adão, e este adormeceu; e tomou uma das suas costelas e cerrou a carne em seu lugar.

22. E da costela que o Senhor Deus tomou do homem formou uma mulher; e trouxe-a a Adão.

23. E disse Adão: Esta é agora osso dos meus ossos e carne da minha carne; esta será chamada varoa, porquanto do varão foi tomada.

24. Portanto, deixará o varão o seu pai e a sua mãe e apegar-se-á à sua mulher, e serão ambos uma carne.

25. E ambos estavam nus, o homem e a sua mulher; e não se envergonhavam.

 

O início da criação.

O que aconteceu no início quando Deus formou o homem do pó da terra e soprou em suas narinas o fôlego de vida, vindo a seguir, não se sabe quanto tempo depois, Deus viu que não era bom que o homem ficasse só e tirando das costelas do homem formou a mulher, e a colocou como adjutora do homem no Jardim do Édem.

 

Em Gênesis 2:24 diz que Deus tomou o homem e o colocou no jardim do Éden.

Desvendando a história da criação e da existência do Jardim do Éden.

Sempre que lemos o capitulo referente à formação do jardim do Éden, no livro de Genesis, temos muitas perguntas, não de incredulidade, é claro. Através da fé, creio em toda a Bíblia e em Deus como Criador.

 

Muitas dúvidas dizem respeito à interpretação do texto, como por exemplo:
“E plantou o Senhor Deus um jardim no Éden, do lado Oriental, e pôs ali o homem que tinha formado”. Gn 2:8.

O jardim foi plantado no Éden, e onde fica o Éden? Se foi plantado na terra, foi destruído depois? Se foi destruído, por que não há referência a este aspecto? Há um local terreno onde se possa afirmar com convicção: Aqui jaz o Éden?

“E o Senhor Deus fez brotar da terra toda a árvore agradável a vista, e boa para comida; e a árvore da vida do meio do jardim, e a árvore do conhecimento do bem e do mal”. Gn 2:9.

As duas árvores (da Vida e do conhecimento do bem e do mal), Deus as plantou na terra e depois as levou para o céu? Por que elas aparecem no livro de Apocalipse (2:7 e 22:2) relatadas como estando no “Paraíso de Deus”? O Paraíso de Deus é o mesmo Éden?

 

Há muitas informações na Bíblia que muito nos ajudam na compreensão dessas questões.
Qualquer pessoa que desejar estudar o atual mapa do Iraque, poderá, sem nenhuma dificuldade, identificar o território da Mesopotâmia, entre os rios Tigre e Eufrates.

Ali, segundo as Escrituras, o homem foi formado por Deus, há cerca de seis mil anos atrás. Porém, ao lermos as Escrituras que é a Bíblia Sagrada, tomamos conhecimento da existência de um jardim plantado no Éden. Que jardim era este? E onde está o Éden narrado na Bíblia?

O primeiro Livro da Bíblia, o Gênesis, narra a criação dos céus e da terra, a criação do homem, a comunhão do homem com Deus e a trágica queda do primeiro casal. Para que possamos compreender mais profundamente o Livro de Gênesis, é necessário termos em mente que Deus planejou a criação para nela estabelecer um relacionamento paternal e amoroso com o homem. No princípio, Deus se relacionava íntima e diretamente com o homem, até que este desobedeceu o Criador, introduzindo o pecado no mundo e, como consequência, foi rompida a comunhão original entre a criatura e o Criador. E foi, precisamente, a fim de restabelecer esta comunhão perdida que Deus enviou seu Filho Unigênito, o Senhor Jesus Cristo para nos salvar.

 

Algumas informações sobre o Jardim do Éden.

Durante a narrativa da criação dos céus e da terra, vemos na Bíblia que Deus criou toda a vegetação da terra no terceiro dia: “E disse: Produza a terra relva, ervas que dêem semente e árvores frutíferas que dêem fruto segundo a sua espécie, cuja semente esteja nele, sobre a terra. E assim se fez. A terra, pois, produziu relva, ervas que davam semente segundo a sua espécie e árvores que davam fruto, cuja semente estava nele, conforme a sua espécie. E viu Deus que isso era bom. Houve tarde e manhã, o terceiro dia”. Gênesis 1:11-13.

 

O trecho bíblico acima mostra que a relva, as árvores frutíferas e as sementes estavam sobre a terra. Mais a seguir na narrativa bíblica encontramos o seguinte:

“E disse Deus ainda: Eis que vos tenho dado todas as ervas que dão semente e se acham na superfície de toda a terra e todas as árvores em que há fruto que dê semente; isso vos será para mantimento”. Gênesis 1:29.

Novamente vem a afirmação de que as ervas ainda não estavam na superfície da terra.

“Não havia ainda nenhuma planta do campo na terra, pois ainda nenhuma erva do campo havia brotado; porque o SENHOR Deus não fizera chover sobre a terra, e também não havia homem para lavrar o solo. Mas uma neblina subia da terra e regava toda a superfície do solo”. Gênesis 2:5, 6

Vemos, pois que a erva da terra ainda não havia brotado e que ainda aguardava que Deus fizesse chover sobre a terra e, ainda, para que o homem lavrasse o solo. O texto bíblico diz que não havia ainda nenhuma planta do campo na terra. Imediatamente após esta narrativa, vemos na Bíblia, nos dois versículos seguintes ao anterior, o que se segue: “Então, formou o SENHOR Deus ao homem do pó da terra e lhe soprou nas narinas o fôlego de vida, e o homem passou a ser alma vivente. E plantou o SENHOR Deus um jardim no Éden, na direção do Oriente, e pôs nele o homem que havia formado”. Gênesis 2:7,8.

 

A Bíblia diz que Deus plantou um jardim no Éden. A distinção entre as sementes da terra, as quais aguardavam pela chuva, e o jardim plantado por Deus é clara. Enquanto a erva aguardava seu crescimento sobre a terra, um jardim completo foi plantado pelo próprio Deus, no Éden. O texto bíblico prossegue: “Do solo fez o SENHOR Deus brotar toda sorte de árvores agradáveis à vista e boas para alimento; e também a árvore da vida no meio do jardim e a árvore do conhecimento do bem e do mal”. Gênesis2:9.

O trecho acima não diz “do solo da terra”, mas, simplesmente, do solo. O solo do Éden. Diz ainda a Bíblia que do solo do Éden Deus fez brotar a Árvore da Vida, a qual se encontrava no meio do jardim. No Livro do Apocalipse vemos quatro  referências a esta mesma Árvore da Vida, a qual Deus fez brotar do solo do Éden. Eis duas referências: “Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas: Ao vencedor, dar-lhe-ei que se alimente da árvore da vida que se encontra no paraíso de Deus”. Apocalipse 2:7.

“No meio da sua praça, de uma e outra margem do rio, está a árvore da vida, que produz doze frutos, dando o seu fruto de mês em mês, e as folhas da árvore são para a cura dos povos”. Apocalipse 22:2

A Bíblia, em Gênesis,  diz que a Árvore da Vida brotou do solo do Éden e que a Árvore da Vida se encontrava no meio do jardim. E no Livro do Apocalipse vemos que esta mesma Árvore da Vida se encontra no meio da praça da Nova Jerusalém, e no Paraíso de Deus. Vejamos um pouco mais sobre a glória da cidade eterna, a Jerusalém celestial:
“A praça da cidade é de ouro puro, como vidro transparente. Nela, não vi santuário, porque o seu santuário é o Senhor, o Deus Todo-Poderoso, e o Cordeiro”. Apocalipse 21:21,22.

É, pois, evidente, que a Bíblia está afirmando que a Nova Jerusalém é o lugar da habitação de Deus, pois a Nova Jerusalém desce do céu, da parte de Deus:

“E levou-me em espírito a um grande e alto monte, e mostrou-me a grande cidade, a santa Jerusalém, que de Deus descia do céu. E tinha a glória de Deus; e a sua luz era semelhante a uma pedra preciosíssima, como a pedra de jaspe, como o cristal resplandecente. Apocalipse 21:10,11.

Pois bem, é justamente nessa cidade celestial e eterna que a Bíblia diz estar a Árvore da Vida, a mesma Árvore da Vida que Deus fez brotar do solo do Jardim do Éden. Diante do que foi exposto, podemos entender que o Éden era, e continua sendo, um lugar distinto da terra, pois a Árvore da Vida sempre esteve no solo do Éden, e que o jardim do Éden foi plantado pelo próprio Deus no solo do Éden e não sobre o solo da terra.
Vemos ainda, em um belíssimo relato bíblico, que Deus passeava no jardim do Éden durante o período quando era a tarde sobre a terra, e que Adão podia ouvi-lo: “Quando ouviram a voz do SENHOR Deus, que andava no jardim pela viração do dia, esconderam-se da presença do SENHOR Deus, o homem e sua mulher, por entre as árvores do jardim”. Gênesis 3:8. E aqui, precisamente neste versículo, vemos que o homem tinha acesso ao Éden, onde está a Árvore da Vida, e nele caminhava. Porém, após a queda, o homem foi expulso do Éden: “O SENHOR Deus, pois, o lançou fora do jardim do Éden, para lavrar a terra de que fora tomado”. Gênesis 3:23.

Ora, se o homem foi expulso do Éden e posto para lavrar a terra de que fora tomado, é claro que o Éden e a terra nunca foram o mesmo lugar. Pelas Escrituras, vemos que o Éden é o lugar da habitação de Deus, o lugar onde está o Senhor, e que este lugar era aberto ao acesso do homem, porém, este último perdeu o acesso ao lugar da habitação de Deus, em consequência da queda, em consequência do pecado.


“E havendo lançado fora o homem, pôs querubins ao oriente do jardim do Éden, e uma espada inflamada que andava ao redor, para guardar o caminho da árvore da vida”. Gênesis 3:24.

Não somente ao homem foi vedado o acesso ao Éden, bem como lhe foi bloqueado o acesso à Árvore da Vida, a qual brotou do solo do Éden e que se encontra no Paraíso de Deus. O acesso ao Paraíso de Deus e à Árvore da Vida foram restabelecidos pela obra do Senhor Jesus Cristo, o qual desceu do céu a fim de reconciliar consigo o mundo: “a saber, que Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não imputando aos homens as suas transgressões, e nos confiou a palavra da reconciliação”. 2 Coríntios 5:19.

“Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas: Ao vencedor, dar-lhe-ei que se alimente da árvore da vida que se encontra no paraíso de Deus”. Apocalipse 2:7.

Embora tendo sido feito do pó da terra, o homem possuía acesso ao mundo espiritual e com ele interagia, pois o homem tinha acesso ao mesmo jardim onde Deus passeava na viração do dia, o Jardim do Éden. O Éden não ficava na terra, porém, da terra o homem podia adentrar nesse Jardim, o homem vivia em total comunhão com Deus na dispensação da inocência, antes de pecar.

Esta observação é comprovada pelo fato do homem ter se escondido de Deus, após a desobediência, por entre as árvores do Jardim do Éden, tendo sido, posteriormente, de lá expulso. O Éden era o local de comunhão da criatura com o Criador, o entrelaçamento do ambiente original da criação (material) com Deus (espiritual). A mesma Árvore da Vida que brotou do solo do Éden, para a qual o homem perdeu o acesso, se encontra no Paraíso de Deus, lugar da eterna e gloriosa habitação do Criador e onde viverão com Ele todos os que adentrarem pela Porta:


“Eu sou a porta. Se alguém entrar por mim, será salvo” disse o Senhor Jesus Cristo. João 10:9.

Algumas características do homem para viver na presença de Deus.

 

1. A primeira coisa que Deus deu ao homem foi sua presença, viva na presença de Deus.

2. A segunda coisa que Deus disse ao homem foi apenas uma palavra: trabalhe! Gênesis 2:15. Deus disse ao homem: cultive a terra, cultivar significa obter o melhor em tudo que está ao seu redor, fazer todas as coisas frutíferas e Deus disse isso somente para o homem.

Deus deu ao homem o trabalho antes de lhe dar a mulher.

Isso significa dizer que o homem precisa de um trabalho antes de ter uma mulher. As prioridades de Deus são muito claras.

3. A terceira coisa que Deus disse ao homem: guarde o jardim.

O homem deve proteger tudo que está sob o seu cuidado.

Foi por isso que Deus lhe fez com uma estrutura óssea mais forte, com mais massa muscular, não para abusar da mulher, mas para proteger a mulher.

4. A quarta coisa que Deus deu ao homem foi a sua palavra, Deus disse:

“Não toque na árvore”. Deus nunca falou com a mulher sobre a árvore, nunca.

O que significa que o homem foi o único que recebeu “ordens” de Deus, deu sua Palavra ao homem. O homem deve ensinar a sua esposa a Palavra de Deus, instruí-la na Palavra que recebe de Deus, dar direção a ela da Palavra recebida de Deus.

 

Qual foi a última ordem que Deus deu ao homem? “Não toque na arvore”. Gênesis 2:16-17.

Após estabelecer o homem no Jardim do éden em Gênesis 2:18, “Deus disse: Não é bom que o homem esteja só”, lhe darei uma ajudadora idônea, uma adjutora que esteja ao seu lado. Por isso Deus fez a mulher da costela de Adão.

 A que homem Deus estava se referindo? Ao homem que estava na presença dEle; ao homem, Adão, que Ele criou.

Estava trabalhando porque a missão do homem é ser provedor, protetor e instruidor da família lhes ensinando a Palavra de Deus.

Se um homem não tem essas características estabelecidas por Deus, é melhor que ele fique sozinho e procure ser o homem certo antes de procurar uma mulher para si.

 

Como os casados ou os que querem casar devem proceder para evitar sofrimentos.

Deus em sua sabedoria definiu prioridades para que um casamento desse certo, até mesmo para um casal incrédulo que respeite  as Leis estabelecidas por Deus em seu casamento, colherão frutos bons pois toda Lei que Deus estabelece funciona independente de ser entre um casal incrédulo ou não.

Se uma mulher está procurando um homem fora da presença de Deus e sem as prioridades estabelecidas por Deus, colherá os frutos de não buscá-lo em Deus. Quem ignora o Conselho de Deus, o que foi por Ele estabelecido para cada área de nossa vida, colherá os frutos amargos de escolher para si seus próprios caminhos e ignorar a sabedoria do Criador dos céus e da terra.

 

As palavras que o rei Davi dirigiu para seu filho Salomão que deveriam marcar sua trajetória como rei de Israel. Dentre tantos conselhos Davi enfatizou o que deveria ser visível aos olhos da população e das nações com respeito ao rei: “Seja homem”.

A palavra do rei Davi para seu filho Salomão foi bem direta e no sentido amplo de autoridade, mas é muito importante o que, na essência das palavras, o significado da preservação da origem da criação, por Deus, desde a criação que o homem deveria continuar sendo homem e que a mulher deveria continuar sendo mulher e mesmo que ambos não concordassem, continuariam sendo como foram criados. Mas, através do livre arbítrio que Deus deu ao ser humano,  cada um fizesse o que quisesse com seu corpo, mas a essência da criação de Deus nunca seria mudada.


você nasceu homem? Seja homem. Você nasceu mulher? Seja mulher.

Bons conselhos sempre são bem-vindos, principalmente partindo do rei Davi o pai daquele que seria o futuro rei de Israel.

Conselho que o rei Davi deu a seu filho Salomão, quando lhe passou o trono de Israel: “Seja homem”. (1 Reis 2.2).

O conselho foi necessário, porque Salomão era muito jovem na ocasião, tinha mais ou menos uns dezoito anos. Para ser um bom rei, precisava agir como homem, ou seja precisava de experiências, precisava tomar atitudes de pessoas mais maduras, ainda que não tivesse muita experiência e nem idade para isso, mas tinha ao seu lado bons conselheiros amigos de seu pai.

Mas, ao contrário do que comumente se poderia pensar, o conselho do grande rei não era para o filho provar sua masculinidade por meio de um relacionamento heterossexual, ou por ser valente, ou, ainda, por falar grosso e adotar um gestual másculo, agressivo ou violento. Estas são atitudes externas, que, evidentemente também são esperadas de um homem ou de qualquer ser humano, ainda mais em nosso tempo; mas elas não são o resumo de um verdadeiro homem. Atos bons ou maus não definem o verdadeiro caráter de um verdadeiro homem ou mulher.


Para Davi, ser homem consistia em “guardar as normas de Deus, andar nos seus caminhos e obedecer os seus mandamentos”. (1Rs.2.3). E não o de ter, para provar que era homem de verdade, à sua disposição setecentas mulheres e trezentas concubinas. A plenitude da masculinidade ou feminilidade está em um relacionamento correto com Deus, o Criador, e na obediência à sua Palavra, pois nela é que estão os princípios elementares para se agir como um verdadeiro homem diante de Deus e da sociedade.


Deus não aceita quebra de princípios estabelecidos por Ele.

Princípios que ensinam sobre a castidade, a honestidade, a fidelidade, a lealdade, a verdade e o caráter, existem em todos os setores da sociedade. O homem só se identifica completamente como homem cumprindo o propósito para o qual Deus o criou, isto é, de ser à Sua imagem e semelhança, figuras que se referem ao caráter de Deus.

E como homem que deveria ser temente a Deus, Salomão buscou dEle a orientação para reinar, reconhecendo a sua falta de experiência. (1 Rs.3.7). O Senhor lhe apareceu em sonho e deu-lhe a oportunidade de pedir o que quisesse para ter sucesso no seu governo. Entretanto, não pediu poder nem riqueza, mas sabedoria. E nisto já mostrou ser sábio, pois uma das características de ser verdadeiramente homem é ser sábio.

Ser temente a Deus é o princípio da sabedoria e Salomão fez desta escolha e dos conselhos de seu pai,  o rei Davi,  o seu estilo de vida e de governo em seu reinado.

Mas como o ser humano é cheio de imperfeições e de defeitos, não foi diferente com Salomão. Quando Salomão fraquejou e buscou conselhos fora do padrão que Deus lhe deu através de seu pai Davi, então ele fez coisas desagradáveis a Deus até o final de seu governo. Segundo ele era bom ter muitos amigos e aliados de outras nações, de outros povos e de outros países e permitiu que suas mulheres e  concubinas que foram dadas a ele como “presentes para gerar filhos para perpetuar sua administração e de seu nome e sua posteridade”, levantassem altares nos altos de Israel para que seus deuses fossem adorados nas terras de Israel.


Os pecados estranhos de Salomão e sua queda.

Essas mulheres estranhas a quem Salomão se apegou voltaram seu coração contra Deus, o Deus único e verdadeiro, o Deus de Israel.

Essas mulheres estrangeiras adoravam outros deuses e trouxeram influências pagãs e cultos de idolatria para Israel. Deus havia dado o aviso de que nenhum casamento entre eles e essas nações dariam certo “porque eles desviarão seu coração de Deus”.

Por causa da transgressão de Salomão, o Senhor ficou irado e declarou seu julgamento contra o rei Salomão. 1 Reis 11.9-13.

Pelo que o Senhor se indignou contra Salomão; porquanto desviara o seu coração do Senhor Deus de Israel, o qual duas vezes lhe aparecera. E acerca deste assunto lhe tinha dado ordem que não seguisse a outros deuses; porém não guardou o que o Senhor lhe ordenara. Assim disse o Senhor a Salomão: Pois que houve isto em ti, que não guardaste a minha aliança e os meus estatutos que te mandei, certamente rasgarei de ti este reino, e o darei a teu servo. Todavia nos teus dias não o farei, por amor de Davi, teu pai; da mão de teu filho o rasgarei; Porém todo o reino não rasgarei; uma tribo darei a teu filho, por amor de meu servo Davi, e por amor a Jerusalém, que tenho escolhido. 1 Reis 11:9-13.

 

Em nosso tempo as coisas vão de mal a pior.

Nestes tempos da pós modernidade e por anos e anos da existência do ser humano encontramos exemplos de homens e mulheres que fizeram história anonimamente desde o comando de uma pequena família até no caso de grandes nações,  grandes empresas;  o que os definiu e os distinguiu foi exatamente lutar para cumprir suas responsabilidades e alcançar o sucesso desejado para si e para os seus auxiliares, seus familiares, mormente aqueles que buscam serem cheios do Espírito Santo de Deus.  


Desejo a todos que peçam a Deus sabedoria e tenham muito sucesso em suas trajetórias de vida. Lembrem-se sempre da palavra do rei Davi ao seu filho Salomão: "seja homem". Nunca se desviem dos propósitos de Deus para sua vida.

 

Deus abençoe você e sua família.


Pr. Waldir Pedro de Souza.

Bacharel em Teologia, Pastor e Escritor.


segunda-feira, 3 de outubro de 2022

A IMPORTÂNCIA DA DISCIPLINA DOS FILHOS

A IMPORTÂNCIA DA DISCIPLINA DOS FILHOS

 

A importância da disciplina e da correção dos filhos.

 Provérbios 29.15,17.

15. A vara e a repreensão dão sabedoria, mas o rapaz entregue a si mesmo envergonha a sua mãe.

17. Castiga o teu filho, e te fará descansar e dará delícias à tua alma.

Para muitas pessoas hoje, contudo, disciplina é uma palavra feia. Elas veem toda a ideia a partir de uma luz negativa e restritiva que é associada a pensamentos de punição, dor, sofrimento e privação. Embora essas realidades possam estar envolvidas de certa maneira, toda verdadeira disciplina nunca é um fim em si mesma. Sempre é um meio para um fim desejável. Como Hebreus 12.11 explica: “Toda disciplina, com efeito, no momento não parece ser motivo de alegria, mas de tristeza; ao depois, entretanto, produz fruto pacífico aos que têm sido por ela exercitados, fruto de justiça”.

Disciplina é uma atividade que acontece no “momento” mas sempre tendo em vista o “depois”. É precisamente por causa dos resultados positivos que Deus não retém a disciplina do povo que Ele ama. Essa é uma verdade vitalmente importante de ser lembrada pelos cristãos quando passam por provações e dificuldades. O autor da carta aos Hebreus enfatiza esse ponto citando Provérbios 3.11-12 para encorajar seus leitores que não se fatiguem ou desmaiem em meio ao sofrimento. Ele pede a eles (e a nós) que nos lembremos de que Deus nos trata como filhos nessa passagem quando ele diz: “Filho meu, não menosprezes a correção que vem do Senhor, nem desmaies quando por ele és reprovado; porque o Senhor corrige a quem ama e açoita a todo filho a quem recebe”. (A quem ama). (Hb 12.5-6).

Da mesma maneira, Deus chama os pais a serem como Ele é, amando os próprios filhos o suficiente a ponto de discipliná-los apropriadamente. Ele faz isso expondo os benefícios positivos que derivam da disciplina das crianças. “Corrige o teu filho, e te dará descanso, dará delícias à tua alma”. (Pv 29.17).

Não apenas os pais se beneficiam, mas a criança também se beneficiará. “A estultícia está ligada ao coração da criança, mas a vara da disciplina a afastará dela”. (Pv 22.15). Uma criança bem disciplinada terá a sua insensatez exposta e corrigida de forma tão regular e consistentemente que a beleza e a bondade da sabedoria se tornarão cada vez mais atrativas a ela.

A Escritura deposita a responsabilidade de disciplinar as crianças diretamente sobre os ombros do pai e da mãe, especialmente do pai. A mais clara e sucinta declaração a respeito disso é feita por Paulo em Efésios 6.4: Pais, não provoqueis vossos filhos à ira, mas criai-os na disciplina e na admoestação do Senhor”. Esse versículo cobre toda uma gama de deveres paternais.

Como melhorar a disciplina dos filhos?

Como melhor disciplinar os filhos pode ser uma tarefa difícil de aprender, mas é de importância crucial. Alguns afirmam que a disciplina física (castigo corporal) como a palmada seja o único método que a Bíblia apoie. Outros insistem que "castigos" e outras punições que não envolvam a disciplina física são muito mais eficazes. O que diz a Bíblia? A Bíblia ensina que a disciplina física é adequada, benéfica e necessária, porém,  sem violência.


Não entendam mal, não estamos de modo algum defendendo o abuso infantil, o espancamento ou a violência. Uma criança nunca deve ser disciplinada fisicamente a ponto de causar-lhe dano físico. De acordo com a Bíblia, entretanto, a disciplina física, de forma apropriada e controlada, é algo bom e contribui para o bem-estar e correto treinamento da criança.


Na verdade, muitos versículos e passagens bíblicas nos ensinam como promover a disciplina física. “Não retires a disciplina da criança; pois se a fustigares com a vara, nem por isso morrerá. Tu a fustigarás com a vara, e livrarás a sua alma do inferno” (Provérbios 23:13,14; ver também 13:24; 22:15; 20:30). Há também outros versículos que apoiam a correção física (Provérbios 13:24, 22:15, 20:30). A Bíblia fortemente enfatiza a importância da disciplina; é algo de que todos precisamos para que sejamos pessoas produtivas, e é muito mais fácil se aprendido quando somos mais jovens. Crianças que não recebem disciplina muitas vezes crescem rebeldes, não têm respeito à autoridade e como resultado não estão dispostas a prontamente obedecer e seguir a Deus. O próprio Deus usa a disciplina para nos corrigir e conduzir ao caminho certo e para encorajar o arrependimento por nossos atos errados (Salmos 94:12; Provérbios 1:7, 6:23, 12:1, 13:1, 15:5; Isaías 38:16; Hebreus 12:9).


A fim de aplicar a disciplina de forma correta e de acordo com os princípios bíblicos, os pais devem estar familiarizados com o que a Bíblia diz sobre a disciplina. O livro de Provérbios contém sabedoria abundante em relação à educação dos filhos, tais como: "A vara e a repreensão dão sabedoria, mas a criança entregue a si mesma, envergonha a sua mãe" (Provérbios 29:15). Este versículo descreve as consequências de não disciplinar uma criança - os pais passam vergonha. Naturalmente, a disciplina deve ter como objetivo o bem da criança e nunca deve ser usado para justificar o abuso e maus-tratos infantis. Nunca deve ser usado para descarregar raiva ou frustração.


A disciplina é usada para corrigir e treinar as pessoas a seguir no caminho certo. "E, na verdade, toda a correção, ao presente, não parece ser de gozo, senão de tristeza, mas depois produz um fruto pacífico de justiça nos exercitados por ela". (Hebreus 12:11). A disciplina de Deus é amorosa, assim como deve ser entre o pai e seu filho. A disciplina física nunca deve ser usada para causar danos ou dores físicas permanentes. A punição física deve ser sempre seguida imediatamente por confortar a criança com a garantia de que ele/ela é amada. Esses momentos são perfeitos para ensiná-la que Deus nos disciplina porque nos ama e que, como pais, fazemos o mesmo pelos nossos filhos.

Podem outras formas de disciplina, tais como castigos ou “tempo sentado”, ser usadas no lugar da disciplina física? Alguns pais acham que seus filhos não respondem bem à disciplina física. Alguns pais acham que castigos ou tomar algo das crianças é mais eficaz em estimular a mudança de comportamento. Se esse for realmente o caso, com certeza os pais devem empregar os métodos que melhor produzem a mudança necessária de comportamento. Embora a Bíblia inegavelmente defenda a disciplina física, a Bíblia está mais preocupada com o objetivo de construir um caráter que agrade e Deus do que no método preciso utilizado para produzir esse objetivo.

Para dificultar essa questão ainda mais é o fato de que os governos estão começando a classificar todo o tipo de disciplina física como abuso infantil. Muitos pais não dão palmadas em seus filhos por medo de serem denunciados ao governo e correrem o risco de perderem os seus filhos. O que os pais devem fazer se um governo tornou ilegal a disciplina física de crianças? De acordo com Romanos 13:1-7, os pais devem se submeter ao governo. Um governo não deve nunca contradizer a Palavra de Deus e a disciplina física é, biblicamente falando, para o bem das crianças. No entanto, manter as crianças em famílias em que pelo menos receberão um pouco de disciplina é muito melhor do que perder crianças aos "cuidados" do governo.

Em Efésios 6:4, os pais são orientados a não provocarem os seus filhos à ira. Em vez disso, devem criá-los nos caminhos de Deus. Educar uma criança na "doutrina e admoestação do Senhor" inclui disciplina física controlada, corretiva e amorosa.

A Psicologia aponta alguns motivos pelos quais os pais são os culpados dos filhos virarem delinquentes:

1) Pai que dá ao filho tudo que ele pede:

A criança crescerá pensando que tem direito a tudo que desejar.

2) Pai que ri quando o filho fala palavrões:

A criança crescerá pensando que o desrespeito é normal e engraçado.

3) Pai que não repreende por mal comportamento:

A criança crescerá pensando que não existem regras na sociedade.

4) Pai que limpa a bagunça do filho:

A criança crescerá pensando que os outros podem assumir suas responsabilidades.

5) Pais que deixam de assistir TV porque o filho grita quando tira do desenho: Crescerá pensando que não há diferenças entre adulto e criança e que para conseguir o que quer, basta dar piti.

6) Pais que deixam que os filhos ouçam músicas que vulgarizam a mulher, estimulem o sexo sem compromisso e a violência com o diferente:

Não precisa nem dizer o que vai resultar, né?

7) Pais que dão aos filhos dinheiro a hora que querem:

Crescerão pensando que dinheiro é fácil e não hesitarão em pegar quando não conseguirem.

Pais que se colocam sempre a favor do filho, independente de estar certo ou errado: Crescerá acreditando que os outros o perseguem quando for contrariado.

 A Bíblia diz em Provérbios 22,6:

“Ensina a criança no caminho em que deve andar, e, ainda quando for velho, não se desviará dele”. Em Eclesiástico 30,1 diz: “Aquele que ama seu filho, castiga-o com frequência, para que se alegre com isso mais tarde, e não tenha de bater à porta dos vizinhos”.

Orientações importantes para a disciplina e a correção dos filhos.

Erros que pais e mães cometem ao disciplinar os filhos.

A lista de erros não deve ser motivo de remorso ou culpa, mas sim de reflexão para que, a partir disso, os pais mudem o que precisa ser mudado e aprendam a disciplinar os filhos de uma maneira mais efetiva e saudável.

“Criar uma criança é fácil, basta satisfazer-lhe todas as suas vontades”.

Educar e ensinar é que dá trabalho. Você educa e a escola ensina. Tudo no seu tempo determinado e com interatividade constante e vigiada dos pais e ou responsáveis pelas crianças.

A frase do falecido médico e escritor brasileiro Içami Tiba, autor de dezenas de livros sobre educação, lembra que aprender a educar e a disciplinar os filhos é realmente um dos maiores desafios dos pais. E como todo desafio, exige dedicação e esforço.

Só que na prática, por mais que se esforcem, os pais também cometem alguns equívocos. No entanto, esses erros não devem ser motivo de remorso, culpa ou lamentação, mas sim de reflexão para que, a partir disso, mudem o que precisa ser mudado e, consequentemente, aprendam a disciplinar os filhos de uma maneira mais efetiva e saudável.

Baseado no livro Cuore di papà (“Coração de pai”) do psicólogo e psicoterapeuta italiano Osvaldo Poli, o site espanhol Hacer Familia publicou uma lista com dez erros que os pais costumam cometer na hora de disciplinar os pequenos. Se você tem filhos, aproveite a leitura dos itens para fazer uma autoavaliação e lembre-se que sempre é tempo de buscar ser um pai e uma mãe melhor.

O erro da incoerência entre o dizer e o agir.

Sem dúvida, esse é o erro mais comum da maioria dos pais. O hábito de estipular consequências que nunca são aplicadas ou então prometer algo da boca para fora, por exemplo, demonstra que os pais têm uma autoridade fraca. E não pense que as crianças não percebem isso. Então, quando decidir que um mal comportamento do seu filho terá uma determinada consequência, aplique-a todas as vezes que esse mal comportamento acontecer. O mesmo princípio deve ser adotado para as promessas que você faz ao seu pequeno.

O erro de usar o medo como uma ameaça.

Se você é daqueles que, para evitar um mal comportamento do seu filho, faz ameaças como “cuidado que o bicho papão vai vir te buscar à noite”, é melhorar refletir sobre as consequências que isso pode trazer ao seu filho. O medo nunca é boa ferramenta para fazer uma criança aprender o que deve ou não fazer. Esse tipo de ameaça pode até fazer com seu filho te obedeça em um primeiro momento, mas além de não ser efetivo a longo prazo, o medo usado como uma forma de intimidação pode favorecer o desenvolvimento de outros medos irracionais ao longo da vida de seu filho.  

O erro de impor punições irreais.

Às vezes, no calor do momento, os pais impõem punições exageradas e desproporcionais ao comportamento da criança, como por exemplo: “Se você fizer isso, nunca mais vai no parquinho” ou então “nunca mais vai comer doce”. É claro que você vai levar seu filho ao parquinho novamente. E é claro que ele vai comer doce de novo. Essas punições irreais não ajudam a criança a desenvolver a virtude da obediência porque jamais serão cumpridas.

O erro da falta de argumentos.

Um outro grande erro de muitos pais é estabelecer uma consequência para um determinado comportamento, mas não dar nenhuma explicação sobre porque a punição escolhida foi aquela. Por exemplo, se seu filho bateu em um amiguinho e você decidiu deixá-lo longe de seu brinquedo preferido por uma semana sem dar nenhuma explicação, isso não vai fazer sentido algum para ele. O ideal é que você converse, explique porque aquele comportamento terá uma punição e, de preferência, escolha uma consequência que seja diretamente relacionada ao mal comportamento.

O erro dos gritos ( e até berros) constantes com os filhos.

Quando você grita com seu filho, ele automaticamente para de ouvir o que você está “dizendo” e, mesmo que pare de fazer o que estava fazendo de errado, faz isso por medo e não porque entendeu que aquilo era errado. Além disso, se o grito é usado com frequência na hora de tentar corrigir a criança, com o tempo, ela passará a não reagir mais a eles.

O erro da autoridade dividida.

Sabe aquela história de “por mim, eu não deixo, mas pergunta para sua mãe”, ou vice-versa. Incoerências e desencontros no exercício da autoridade dos pais transmitem aos filhos uma mensagem de insegurança familiar, de desunião na família e isso deixa a criança confusa em relação ao que ela deve ou não fazer. A falta de um critério comum entre o pai e a mãe definitivamente dificulta muito o trabalho educativo. Para evitar isso, é fundamental que os pais conversem muito sobre a educação dos filhos e jamais tirem a autoridade um do outro na frente das crianças, permitindo o que o outro já negou, por exemplo.

O erro do excesso de negatividade.

É o tal de “tudo não pode”. As palavras mais usadas para traumatizar uma criança são: “Não grite”, “não corra”, “não pule”, “não pegue”, dentre outras. Assim como os gritos frequentes perdem o efeito desejado com o tempo, a palavra “não” usada de forma excessiva também passa a ter o efeito oposto na criança. Ela passa a não reagir mais aos “nãos” que ouve. Isso não significa que, a partir de agora, você deve ser permissivo. Explicar cada proibição e não somente responder com um “porque não” já é um bom hábito a se adotar. Claro, no caso de pais neuróticos demais, a sugestão é relaxar e deixar os filhos mais livres.

O erro de não conhecer bem o seu filho (a).

O que funciona para um filho pode não funcionar para o outro. Cada criança é única e quando você não se esforça para conhecer bem o seu filho, seu temperamento, suas limitações, seus pontos fortes e fracos, pode cometer o erro de aplicar técnicas de disciplina que não irão funcionar bem com ele. E pior, depois ainda acreditar que seu filho é que é uma “criança difícil”. Converse com seu pequeno e mergulhe na pessoa que ele é e no coração que ele tem. Conhecendo-o verdadeiramente será mais fácil tomar decisões mais assertivas em sua educação.

O erro da equivocada liberdade total para as crianças.

Educar em liberdade não significa que você deve permitir que as crianças façam o que querem, quando querem e onde querem. Isso não é respeitar sua liberdade individual. Se assim fosse, qual seria o problema em deixar a criança colocar o dedo na tomada, por exemplo? Ela está sendo livre, não está? Uma criança experimenta uma liberdade saudável quando pode tomar suas decisões com base nas diferentes possibilidades que lhes são apresentadas e sempre entendendo as consequências que essas decisões terão em sua vida. Promover e apresentar essas possibilidades é papel dos pais.

O erro da permissão exagerada das novas tecnologias à disposição das crianças.

As crianças neste mundo moderno está tão ou mais conectadas do que os adultos.  

Nada ao excesso faz bem, ainda mais no período da infância quando o assunto é tecnologia, o uso de celulares, tablets, entre outros aparelhos eletrônicos. É muito comum nos dias de hoje, ver crianças de todas as idades, até mesmo antes de completar 1 ano, tendo amplo acesso a esse mundo online.

Essa ideia de mundo conectado, que cresce cada vez mais entre as gerações, colabora muito para o uso de eletrônicos de maneira tão precoce, e contínua durante a vida das crianças, desde cedo elas já vão criando o hábito de passar horas e horas em frentes às telas. Mas dentre as famílias, grande parte dos pais utilizam as atividades online em busca de alcançar minutos de sossego, como um modo de entreter e distrair os pequenos.

Entretanto, as consequências desses minutinhos de tranquilidade são inúmeras, principalmente ligadas ao desenvolvimento das crianças, em diversos pontos. O que justifica o uso limitado de aparelhos eletrônicos, ou até mesmo o não uso, de acordo com a faixa etária de cada um.

Atualmente, é normal ver crianças que, enquanto comem com suas famílias, estão usando seus smartphones para assistir vídeos, interagir nas redes sociais ou enviar mensagens.

Permitir que isso se torne um hábito sem qualquer penalidade pode contribuir para o desaparecimento da comunicação em família e, consequentemente, da união entre pais e filhos. Além disso, o uso excessivo de telas prejudica o desenvolvimento das crianças.

Enfim, disciplinar os filhos significa ensinar-lhes um comportamento responsável e de autocontrole. Com disciplina adequada e consistente, as crianças e adolescentes conseguem aprender sobre as consequências das suas próprias ações e a gerir da melhor forma os seus sentimentos.

Em Efésios 6:4, os pais são orientados a não provocarem os seus filhos à ira. Em vez disso, devem criá-los nos caminhos do Senhor Jesus. Educar uma criança na "doutrina e admoestação do Senhor" inclui disciplina física controlada, corretiva e, principalmente, amorosa.

 

Deus abençoe você e sua família.

 Pr. Waldir Pedro de Souza

Bacharel em Teologia, Pastor e Escritor.