quarta-feira, 18 de abril de 2018

LIVRO DO APOCALIPSE CAPÍTULO 17

LIVRO DO APOCALIPSE CAPÍTULO 17


O livro do Apocalipse Capítulo 17 trata dos seguintes temas:

1. A condenação da grande prostituta que está assentada sobre muitas águas (nações).

2.  A queda da Babilônia.

3. A visão da grande prostituta assentada sobre a besta. 

17.1,2 A referência a um dos sete anjos que tinham as sete taças marca essa passagem como uma continuação de Apocalipse 16.17-21. A referência à grande Babilônia (Ap 17.5) tem o mesmo efeito de ligação. Muitas águas são interpretadas no versículo 15 como povos, multidões, nações e línguas.

Embora a Babilônia seja chamada de prostituta nos versículos 1, 5 e 16 e em Apocalipse 19.2, a sua prostituição natural foi introduzida em Apocalipse 14.8, assim como a sua iminente e bem merecida condenação.

Tanto os reis da terra como os que habitam na terra são seduzidos a cometer adultério espiritual com a Babilônia. A indicação é que ela fez com que eles se embriagassem com poder, bens materiais, falsa adoração e orgulho. O vinho da prostituição da Babilônia (Ap 14-8) é julgado rigorosamente e de forma final por Deus no vinho da indignação da sua ira (Ap 16.19).

17.3 Em espírito descreve o arrebatamento de João que lhe permitiu receber as várias visões descritas em Apocalipse (Ap 1.10). O deserto é onde a mulher identificada como Babilônia, a mãe das prostituições (v.5), é vista sentada sobre uma besta de cor escarlate (Ap 12.3; 13.1). 

Como essa mulher normalmente está assentada sobre muitas águas (Ap 17.1) e a mulher que deu à luz o Rei-Messias fugiu para o deserto como um lugar de proteção (Ap 12.6,14), talvez a Babilônia aqui seja vista associada ao dragão e à besta enquanto eles perseguem ferozmente o povo de Deus (v.13-16).

A descrição da besta cor de escarlate a associa claramente com a besta do mar, o Anticristo, em Apocalipse 13.1,5,6. Os dez chifres são interpretados no versículo 12 como dez reis; eles podem representar os dez dedos dos pés da visão de Nabucodonosor (Dn 2.41).

17.4 A mulher, Babilônia, está vestida como uma rainha (Ap 18.7), com púrpura, escarlata, ouro e pérolas. Embora a aparência da grande prostituta (v.1,5) seja majestosa, o seu cálice de ouro está cheio das abominações e da imundícia, idolatria e atos impuros que desagradam a Deus. Essa descrição é dada primeiro sob o ponto de vista do povo, que olha para a aparência exterior e, então da perspectiva de Deus, que conhece o coração (1 Sm 16.7).

17.5 O nome na testa da Babilônia pode indicar que ela é subordinada à besta (Ap 13.16,17). Mistério pode ser a primeira parte do título para a Grande Babilônia. Mas, baseando-se no uso da palavra mistério no versículo 7, o texto aqui provavelmente deveria ser lido na sua fronte um nome misterioso foi escrito. O título propriamente dito sugere que toda prostituição espiritual e todos os atos abomináveis na história são, de alguma forma, fruto da Babilônia.

17.6 A mulher Babilônia está embriagada do sangue dos santos e dos mártires cristãos (Mt 24.21), assim como pelo vinho da sua prostituição (Ap 17.2). Dessa forma, as suas ações são duplamente repugnantes ao Senhor, assim como as ações de qualquer um que persiga o povo de Deus. O ódio da mulher pelo cristianismo é claramente retratado nesse versículo. Estar embriagada com o sangue dos santos indica uma época de um massacre fora do comum.

17.7 O que o apóstolo João viu ainda precisa ser explicado detalhadamente. Como a revelação foi concedida a ele, não para confundi-lo, mas para instruí-lo, o anjo (compare com o versículo 1) promete esclarecer o mistério da mulher e da besta.

17.8 A descrição da besta como aquela que foi ejá não é, e há de subir do abismo, e irá à perdição é um contraste consciente para a descrição de Deus, em Apocalipse 1.4,8.

Era, aparentemente, indica que a besta se manifestou no passado (Dn 7). Não é sugere que ela não estava agindo na época de João. Há de subir; à perdição sugere ruína ou punição eterna. Aqueles cujos nomes não estão escritos no Livro da Vida (Ap 13.8; 20.12,15) são enganados pela besta porque não conhecem o seu destino certo e eterno. Tudo o que eles veem é alguém que uma vez existiu e agora faz uma reaparição incrível.

17.9,10 O sentido de que tem sabedoria, possuir conhecimento espiritual divinamente ajudado, ter uma mente receptiva à verdade de Deus (Ap 1.3). Possivelmente, a frase pode estar conectada ao versículo 8 mais do que ao versículo 9 e pode referir-se especificamente à sabedoria e o conhecimento de quem é a besta. 

É possível que faça referência também aos versículos seguintes, à interpretação das cabeças, da besta, dos chifres, da mulher (v.1-6).

As sete cabeças da besta (v.3) simbolizam sete montes e sete reis. Como, na Nova Versão Internacional, a palavra montes também significa colinas, a maioria dos intérpretes entende que é uma referência às sete colinas ao longo do rio Tigre, uma designação bem conhecida da cidade de Roma. 

No entanto, a expressão sete montes pode referir-se também aos sucessivos impérios mundiais, já que montes são símbolos típicos de reinos e impérios da terra (SI 30.7; Jr 51.25; Dn2.44,45). De acordo com essa visão, cinco seriam reinos passados (talvez Egito, Assíria, Babilônia, império Medo-Persa e Grécia), com o sexto sendo o império romano e o sétimo outro que ainda não é vindo. 

Talvez seja um império romano restaurado. Reis podem fazer menção aos imperadores romanos, mas isso não é muito provável, já que mais de cinco reinaram antes de o livro de Apocalipse ser escrito.

17.11,12 A besta é o oitavo, e é dos sete. A besta é associada ao sétimo rei, mas também tem uma identidade separada. O teor obscuro pode expressar a admiração mundial com o fato de a besta ser curada de uma ferida mortal para reger o mundo novamente (Ap 13.3). 

Parece que o oitavo império mundial é uma espécie de império romano revitalizado sobre o qual o Anticristo estabelece a autoridade imperial de um ditador. Ele vencerá três chifres, ou nações (Dn 7.20) e exigirá autoridade universal.

Uma hora. Um tempo limitado é designado para os dez reis, ou dez chifres (Ap 1.3; Dn 2.34,41,42), que receberá autoridade para reinar junto com a besta (Ap 18.10,17,19). 

A soberania do Senhor não é ameaçada nessas declarações de sucessão e duração porque a besta pelo justo juízo de Deus vai ser condenada à perdição eterna. O tempo ajustado para esses acontecimentos pode ser concomitante com Apocalipse 16.14, onde as preparações para a batalha em Armagedom são descritas.

17.13 Os dez reis que reinam por último sob a autoridade da besta (v.12) cooperam completamente e entregam de volta seu poder e autoridade à besta. 

Alguns estudiosos entendem que esses dez reis são líderes de províncias no império romano na época de João, enquanto outros acham que dez significa simbolicamente um grande número de poderes nacionais aliados à besta. Outros ainda veem uma confederação de dez nações, talvez um império romano atual restaurado (Dn 7.7,19,20,23,24).

17.14 Os dez reis em aliança com a besta serão ousados que combaterão contra o Cordeiro (Cristo). Ele, o Todo-poderoso, o Senhor dos senhores e o Rei dos reis (Ap 19.16), irá vencê-los facilmente em Sua segunda vinda na batalha final chamada de, a batalha final do Armagedom  em Megido. (v.19-21). Na segunda fase de Sua vinda, no final dos últimos três anos e meio da grande tribulação, Jesus virá pessoalmente para derrotar aquele que até então era invencível, o Anticristo. Então Jesus implantará o seu Reino Milenial .

O teor dessa passagem está em contraste direto com Apocalipse 13.7, onde a besta e seus exércitos recebem permissão divina para fazer guerra aos santos e vencê-los. Muitos daqueles que a besta derrotou e até mesmo matou são contados agora no exército vitorioso do Cordeiro. O exército do Senhor é composto dos chamados, eleitos e fiéis, provavelmente os soldados celestiais de Apocalipse 19.14.

17.15 As águas de Apocalipse 17.1 são interpretadas como todos os povos e nações do mundo.

17.16,17 Os dez chifres (os reis do versículo 12) odiarão a Babilónia, a prostituta. Como resultado, eles irão destruí-la totalmente. Como essa descrição é parecida com a do juízo de Deus sobre a Babilônia em Apocalipse 18.8, parece que o Senhor usa soberanamente os exércitos da besta como Seu instrumento de juízo sobre o reino do Anticristo (cap. 18) antes que eles mesmos sejam destruídos (Ap 19.19-21).

Com o advento da besta como um rei supremo devido ao auto endeusamento (Dn 11.36; Mt 24-15; 2 Ts 2), Satanás começou uma ordem completamente nova, a qual é tão radicalmente diferente da grande prostituta, que a besta, ou talvez o sistema político desse mega império, volta-se contra a prostituta destruindo o aspecto religioso da Babilônia.

17.18 A mulher na visão de João (v.1-6) é a grande cidade da Babilônia (Ap 16.19) e também a antiga mãe das prostituições (Ap 17.5). 

Dessa forma, a influência Satânica dessa cidade sobre os líderes mundiais continuou desde Babel, através da Babilônia até Roma (v.9-10), sua clássica manifestação no primeiro século depois de Cristo.

Deus abençoe você e sua família.


Pr. Waldir Pedro de Souza 
Bacharel em Teologia,  Pastor e Escritor.


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