segunda-feira, 13 de novembro de 2023

AS LIDERANÇAS ECLESIÁSTICAS E SEUS DESAFIOS

AS LIDERANÇAS ECLESIÁSTICAS E SEUS DESAFIOS

 

Jeremias 33.3 nos ensina como podemos vencer os desafios mais difíceis do nosso dia a dia em nossas vidas e na obra de Deus.

Assim diz o Senhor Deus através do profeta Jeremias: “Clama a mim e responder-te-ei e anunciar-te-ei coisas grandes e firmes que não sabes". Jr.33.3.

A oração é a nossa ligação direta com Deus. Uma liderança cristã eficaz na igreja é construída sobre uma fundação sólida de comunicação com Deus. Através da oração constante e da busca pela orientação de Deus, um líder cristão pode encontrar sabedoria, força e discernimento para liderar sua congregação, seu ministério com graça e compaixão, mas principalmente com a unção do Espírito Santo de Deus sobre sua vida.

Cultivando as qualidades cristãs necessárias para vencer o orgulho e a soberba e outras vaidades ministeriais.

A Bíblia é muito clara ao mostrar que Deus resiste aos soberbos, mas dá graça aos humildes. O escritor de Provérbios diz que Deus detesta olhos altivos, e abomina aqueles que têm coração arrogante, (Provérbios 6:17; 16:5). O mesmo livro de Provérbios ainda diz que a soberba causa contendas e leva à ruína. (Provérbios 13:10; 16:18).

No Novo Testamento, vemos que o próprio Senhor Jesus se ocupou em advertir seu povo acerca da necessidade de um espírito humilde. Por mais de uma vez Ele falou que “aquele que se humilhar será exaltado, e aquele que se exaltar será humilhado”. (Mateus 23:12; Lucas 14:11; 18:14).

Soberba, orgulho, arrogância, sentimento de superioridade, tudo isso é falta de humildade. O soberbo tem uma visão distorcida de si mesmo, achando que é melhor que os outros. A Bíblia diz que a soberba leva à ruína.

Soberba é se achar superior a outras pessoas (Jeremias 48:29-30). No caso mais extremo, o soberbo pode achar que é mais importante que Deus. O soberbo despreza as pessoas que acha “inferiores”, não os tratando com o respeito e a dignidade que merecem.

Uzias rei de Judá é um exemplo que não serve de exemplo pra ninguém. Vejamos outros péssimos exemplos de orgulho e da soberba.  

Uzias, rei de Judá, é um péssimo exemplo (2 Crônicas 26.1-23). Seu reinado em Jerusalém durou 52 anos, e teve um começo exemplar, mas ao longo dos anos, foi derrotado pelo orgulho e altivez. Ao lermos a referência acima citada, chegamos à conclusão de que Uzias, também chamado Amazias, realmente foi um grande conquistador, um líder por excelência, um estrategista que comandou um poderio militar. Sob suas ordens havia um exército guerreiro de 307.500 homens, com um detalhe: “…faziam a guerra com grande poder”. (v.13).

Uzias ficou muito famoso. Porém, no ápice de suas conquistas aconteceu justamente o que não deveria: “Mas, havendo-se já fortificado, exaltou-se o seu coração para a sua própria ruína, e cometeu transgressões contra o SENHOR, seu Deus, porque entrou no templo do SENHOR para queimar incenso no altar do incenso”. (v. 16). Como consequência disso, Uzias teve lepra na testa de forma pública, foi excluído da Casa de Deus e morreu aproximadamente em 740 a. C. de forma isolada, sem visitas. Trágico, não? Neste contexto, é oportuno lembrar o registro de Lc 18.14 “…todo o que se exaltar será humilhado…”.

Os versículos de Lc 18.9-13 narram a famosa parábola do fariseu e o publicano. O fariseu orava da seguinte forma: “Ó Deus, graças te dou porque não sou como os demais homens, roubadores, injustos e adúlteros, nem ainda como este publicano”. Já o publicano foi sensato: “…estando em pé, longe, não ousava nem ainda levantar os olhos ao céu, mas batia no peito, dizendo: Ó Deus, sê propício a mim, pecador”.

O fariseu se viu acima do publicano. Pensava ter uma espiritualidade “acima da média”, de modo que considerou-se superior ao publicano. Mas Jesus reprovou sua atitude, mencionando que o publicano desceu justificado para sua casa e não o fariseu. Comumente o orgulho pode nos levar à autossuficiência e justiça própria. Uma pessoa orgulhosa geralmente tem dificuldades em receber favor de terceiros.

Qualquer ajuda pode ferir seu orgulho. Outra marca importante que estava impregnada no coração do fariseu era seu desprezo e desdenho pelo seu semelhante. Quanto a isto, Paulo enfatizou: “Nada façais por partidarismo ou vanglória, mas por humildade, considerando cada um os outros superiores a si mesmos”. (Filipenses 2.3). Quantas vezes caímos nesta mesma armadilha, desprezando e ridicularizando nosso próximo porque ele não pensa, não se veste, não vive como nós. Como crentes, quantas vezes depreciamos nosso próximo só porque ele faz parte de uma denominação diferente da nossa.

Uma Palavra bíblica do profeta Miquéias que pode preencher alguma lacuna da falta de esperança dos fiéis pregadores e profetas de Deus neste tempo de alta modernidade. Talvez essa possa ser a única que seja perfeita para o momento, foi essa a de Miqueias 3.11, que diz: (ARA).  “Os seus cabeças dão as sentenças por suborno, os seus sacerdotes ensinam por interesse, e os seus profetas adivinham por dinheiro; e ainda se encostam ao SENHOR, dizendo: Não está o SENHOR no meio de nós? Nenhum mal nos sobrevirá”.

Porém o tempo do juízo e do julgamento de Deus está perto. Deus fara justiça e trará e fará juízo em tudo e em todos. É só esperar, o tempo do grande julgamento de Deus vai chegar, talvez mais depressa do que pensamos.

Por isso desenvolver liderança cristã eficaz na igreja requer o cultivo de qualidades cristãs em que o amor de Deus e o Deus de amor seja demonstrado em todos os nossos passos e em todas as nossas decisões.

O líder deve ser um exemplo de amor, humildade, paciência e perdão. Ele deve demonstrar compaixão e empatia em todos os aspectos de sua liderança, refletindo os atributos de Jesus Cristo caracterizados e enraizados em sua vida e até, principalmente, em seu testemunho pessoal, sempre visualizando a verdade, nada mais que a verdade.

A vitória da fé que derrota e que mata o orgulho.

Deus apontou a fé em Jesus Cristo seu filho como o único caminho da salvação e da libertação. Este Caminho da fé exclui o orgulho de duas maneiras: (1) A fé, por natureza, tira o foco de nós e o coloca em Deus. É a essência da fé não olhar para nós mesmos, e sim para Deus que é o autor e consumador da nossa fé. (2) A própria fé é um dom de Deus que nos é dado gratuitamente. Hb.11.1.

Aqui está uma passagem sobre o primeiro modo como a fé mata e elimina o orgulho de nossas vidas: “Assim, onde há motivo para orgulho? Foi excluído. Por qual lei? Das obras? Não, mas pela lei da fé”. (Romanos 3.27). A fé exclui a vanglória e a exaltação de si mesmo. Quando você se vangloria, você não confia em Deus, e quando se confia em Deus, não há como se vangloriar porque toda honra e toda glória pertencem a Deus.

Fé é o que uma pessoa faz quando está feliz por ser incapaz de poder fazer aquilo que fez. Mas regozija-se por estar segura nos braços de seu Senhor que o abençoou para dar conta da sua obrigação de fazer o que não dava conta de fazer.

 Vou repetir. Fé é o que uma pessoa tenta ou faz quando está derrotada por ser incapaz de fazer e estar entra no conforto seguro dos braços de seu pai, Deus, que a ajudou a fazer ou que por ela tudo fez. A pessoa não se gloria de sua autossuficiência, dizendo: “Olha como sou esperto, eu dei conta de fazer, mas por estar nos braços do meu pai, todos vão saber quem realmente foi capaz de fazer”. Ela se gloria no pai que fez e não em si mesmo, e olhando para os braços do pai e vendo o sorriso dEle, por ajudar seu filho(a) a fazer aquilo que não era capaz de fazer.

Acima disso, a fé é um dom. “Porque pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós; é dom de Deus; não de obras, para que ninguém se glorie”. (Efésios 2.8-9). Essa passagem traz um princípio escrito por Paulo em 1 Coríntios 4.7: “Pois quem é que te faz sobressair? E que tens tu que não tenhas recebido?”. Deus apontou a fé em Jesus como o caminho da salvação e excluiu o orgulho e a altivez. A natureza da fé é como a de uma criança que precisa da força de seu pai, não da sua própria força. E até isso é um dom de Deus.

A passagem bíblica mais clara sobre a relação entre eleição e vocação no sentido do chamado para a obra de Deus é humildade, a humildade nos mostra a eleição, porém ela não pode se sobrepor à nossa vocação senão se tornará em elementos de destruição e orgulho derrotando qualquer um que não vigiar, é esta a escrita e a preocupação do Apóstolo Paulo demonstrada aos coríntios.

“Irmãos, reparai, pois, na vossa vocação; visto que não foram chamados muitos sábios segundo a carne, nem muitos poderosos, nem muitos de nobre nascimento; pelo contrário, Deus escolheu as coisas loucas do mundo para envergonhar os sábios e escolheu as coisas fracas do mundo para envergonhar as fortes; e Deus escolheu as coisas humildes do mundo, e as desprezadas, e aquelas que não são, para reduzir a nada as que são; a fim de que ninguém se vanglorie na presença de Deus”. (1 Coríntios 1.26-29).

O orgulho é aniquilado pela eleição, a eleição livre, soberana, da vontade de Deus e não determinada pelo homem. Deus escolhe, Deus elege seus escolhidos e ele faz isso de modo que nenhum ser humano possa se gloriar. Então Paulo continua assim: “Por causa dEle, ou seja, por causa de Deus, vocês estão em Cristo Jesus”. Vocês não fizeram nada disso. Vocês não decidiram ir a Cristo. Vocês não ressuscitaram dos mortos por si próprios.  “Mas vós sois dele, em Cristo Jesus, o qual se nos tornou, da parte de Deus, sabedoria, e justiça, e santificação, e redenção, para que, como está escrito: Aquele que se gloria, glorie-se no Senhor”. (1 Coríntios 1.30–31).

O orgulho é perigoso. A Bíblia diz em Provérbios 16:18: “A soberba precede a destruição, e a altivez do espírito precede a queda”.

A humildade produz honra. A Bíblia diz em Provérbios 29:23: “A soberba do homem o abaterá; mas o humilde de espírito obterá honra”.

Deus é contra os orgulhosos. A Bíblia diz em 1 Pedro 5:5-6: “Semelhantemente vós, os mais moços, sede sujeitos aos mais velhos. E cingi-vos todos de humildade uns para com os outros, porque Deus resiste aos soberbos, mas dá graça aos humildes. Humilhai-vos, pois, debaixo da potente mão de Deus, para que a seu tempo vos exalte”.

O orgulho pode separar-nos de Deus e das outras pessoas. A Bíblia diz em Lucas 18:14: “Digo-vos que este desceu justificado para sua casa, e não aquele; porque todo o que a si mesmo se exaltar será humilhado; mas o que a si mesmo se humilhar será exaltado”.

“Aquele, pois, que pensa estar em pé, olhe não caia”.

A vontade de Deus para nossa vida está sintetizada no seguinte texto bíblico: “Ele te declarou, ó homem, o que é bom e que é o que o SENHOR pede de ti: que pratiques a justiça, e ames a misericórdia, e andes humildemente com o teu Deus”, (Miquéias 6:8). Praticar a justiça significa ser justo com as outras pessoas, em uma dimensão ética e relacional. Amar a misericórdia é ter satisfação em ser misericordioso. Andar humildemente com Deus é ter uma atitude de humilde sabedoria em resposta ao Senhor. Os dois princípios iniciais estão ligados ao relacionamento horizontal, de ser humano com ser humano, ao passo que o último lida com a relação vertical entre ser humano e Deus.

Orgulho, este é um mal que infelizmente tem afetado a muitos ministros do Senhor. O fato de muitas vezes ocuparmos um cargo importante, uma posição importante, uma oportunidade importante leva-nos, muitas vezes a achar que somos especiais demais, destacáveis demais, altos demais e isso representa um sério perigo em nosso ministério.

O orgulho de si mesmo nas lides eclesiásticas é um mal que tem assolado muitos púlpitos, muitas igrejas e até muitos seminários de teologia.

Pastores e líderes evangélicos que se acham os donos da igreja, são tão orgulhosos de si mesmo que se acham donos da história e  titulares das academias Teológicas da glória terrena, se julgam mandatários dela, imperadores ou déspotas do rebanho, regem com punhos de ferro quando deveriam ser mais piedosos e paternais. Já outros pastores e líderes evangélicos arrogam-se serem mais inteligentes, mais contundentes, a frente de seu tempo, mais atualizados e altamente preparados.  Em ambos os casos a soberba e o orgulho eclesiásticos são visíveis. Pastores há que acham que porque lideram grandes igrejas, rebanhos, são intocáveis, inatingíveis quase que uma figura papal, são supremacistas.

Outros há que, porque pregam ou ensinam bem, são tidos com notoriedade pelo povo, especialmente nessa época de estrelismo midiático gospel. Nossa posição como ministros do Senhor é bastante delicada, haja vista os perigos que a cercam. Se não estivermos revestidos da humildade e do temor a Deus, colocando cem por cento do que somos no serviço da obra de Deus, sucumbiremos à sedução de idolatria pessoal que o ministério pode gerar nas lideranças. Satanás tem duas poderosíssimas armas contra os pastores e líderes evangélicos, uma nos joga pra baixo, outra pra cima e em ambas a queda é iminente. Quando fazemos a obra de Deus com a direção plena do Senhor Jesus, somos menosprezados na terra e poderemos ganhar o céu; quando menosprezamos a vida espiritual do rebanho e damos mais valor nos dotes materiais e conhecimentos acima da média, poderemos ser elogiados, diplomados e consagrados pelos homens como sábios, daí ganhamos tudo aqui na terra e perdemos o céu.

Na primeira oportunidade somos lançados ao cimo, aos píncaros da glória humana, do orgulho, ao topo do ovacionamento, ao palco das luzes populares e das luminárias brilhantes iluminando o elemento por todos os lados.  

Já na segunda oportunidade somos lançados ao fosso da insignificância, da derrota, ao chão da indiferença, ao calabouço silencioso e doloroso da autocomiseração, da rejeição e do opróbrio.

Muitos colegas entre nós têm desenvolvido patologias emocionais incuráveis, gravíssimas, e que muitas vezes terminam em surpreendentes tragédias exatamente por viverem essas duras realidades ministeriais sem discernimento. Mas é muito importante a prevenção. Devemos estar atentos a este perigo ao nosso derredor, afinal, para que o mundo nos reconheça como "ministros de Cristo e despenseiros dos mistérios de Deus", não precisamos fazer mais nada além de nos humilharmos debaixo da potente mão de Deus e pregar a Palavra, repito: pregar o evangelho, a Palavra de Deus.  (1 Co 4.1).

O orgulho é perigoso. A Bíblia diz em Provérbios 16:18 que a soberba precede a destruição, e a altivez do espírito precede a queda.

A humildade produz honra. A Bíblia diz em Provérbios 29:23 que a soberba do homem o abaterá; mas o humilde de espírito obterá honra.

Deus é contra os orgulhosos. A Bíblia diz em 1 Pedro 5:5-6, semelhantemente vós, os mais moços, os jovens, sede sujeitos aos mais velhos. E cingi-vos todos de humildade uns para com os outros, porque Deus resiste aos soberbos, mas dá graça aos humildes. Humilhai-vos, portanto, debaixo da potente mão de Deus, para que a seu tempo vos exalte. Eclesiastes capítulo 3 nos dá um referencial do que pode acontecer com as pessoas no decorrer dos tempos, e afirma que “há tempo para todo propósito debaixo dos céus”.

O orgulho pode separar-nos de Deus e das outras pessoas. A Bíblia diz em Lucas 18:14,  digo-vos que este desceu justificado para sua casa, e não aquele; porque todo o que a si mesmo se exaltar será humilhado; mas o que a si mesmo se humilhar será exaltado.

Uma humildade semelhante à de uma criança é de muito valor no céu. A Bíblia diz em Mateus 18:4, portanto, quem se tornar humilde como esta criança, esse é o maior no reino dos céus.

Os orgulhosos serão humilhados. A Bíblia diz em Mateus 23:12, qualquer, pois, que a si mesmo se exaltar, será humilhado; e qualquer que a si mesmo se humilhar, será exaltado.

Os que são orgulhosos podem cair. A Bíblia diz em 1 Coríntios 10:12 que Aquele, pois, que pensa estar em pé, olhe não caia.

Deus abençoe você e sua família.

 

Pastor Waldir Pedro de Souza.

Bacharel em Teologia, Pastor e Escritor.

 

 

 

 

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