segunda-feira, 25 de fevereiro de 2019

QUEM ERAM ANÁS E CAIFÁZ

QUEM ERAM ANÁS E CAIFÁZ

Você sabe quem foram Anás e Caifáz e como atuaram no tempo de Jesus com relação ao Messias e a religião oficial(?) daquele tempo?  

É um fato curioso a história desses dois personagens da História Bíblica, que eram tão desacreditados diante de Pilatos, muito embora fossem indicados para os seus cargos equiparados a cargos políticos, pelo governador de Roma em Israel. 

Segundo a Bíblia quem eram Anás e  Caifáz?

O que a Bíblia e a história bíblico secular  nos informam sobre estes personagens.

Quem  foi Anás.

Anás foi um personagem do Novo Testamento citado nos Evangelhos como o sogro de Caifáz, o qual era o sumo sacerdote na época do julgamento de Jesus. Segundo o texto bíblico, Anás teria sido sumo sacerdote em Jerusalém e tinha grande influência na época do ministério de seu genro.

Quem na verdade era Anás o sumo sacerdote? 

Seu nome é a forma contraída de Ananias (no hebraico, “protegido por Yahweh”). Foi sumo sacerdote dos judeus (ver Luc. 3:2; João 18:13,24; Atos 4:6). Em Lucas ele é mencionado como sumo sacerdote juntamente com Caifáz, seu genro.

No tempo de Cristo, o ofício sumo sacerdotal tornara-se extremamente instável, extremamente improdutivo e quase desacreditado por estar sob domínio dos Romanos, a quem se submetiam, porquanto eram nomeados e destituídos sumos sacerdotes ao sabor do capricho das autoridades romanas, sendo Pôncio Pilatos o contemporâneo deles, governador em Jerusalém. 

Assim sucedeu que, embora removido do ofício, Anás reteve grande autoridade, quando seus filhos e seu genro, Caifáz tornaram-se sumos sacerdotes. Anos após haver sido deposto, continuava grande a sua autoridade, pois em Atos 4:6 ele é o primeiro nome a aparecer na lista de líderes sacerdotais.

No trecho de João 18:19,22, ele é o sumo sacerdote em questão, embora Caifáz esteja em foco nos vs. 13 e 24. Anás era filho de Sete, nomeado sumo sacerdote por Quirínio, governador da Síria, mas deposto por Valério Gratus. No Antigo Testamento, esse ofício era vitalício, e um novo sumo sacerdote só podia ser nomeado em face da morte do anterior. Porém, a ocupação romana alterou essa norma. 

Como sumo sacerdote oficial, Anás governou de 6 a 25 D.C. Ele é referido em conexão com o ministério de João Batista (ver Luc. 3:2). Quando Jesus foi aprisionado, foi levado diante desse homem (ver João 18:13). Foi ele quem interrogou Jesus acerca de seus discípulos e de Seu ensino, e quem também deu ordem a um dos soldados que batesse em Jesus com a mão. (ver João 18:19-22). Após ter sido interrogado, Jesus foi enviado amarrado para Caifás.

Semanas mais tarde, esteve presente à reunião do Sinédrio quando Pedro e João defenderam-se acerca da pregação da nova fé. (ver Atos 4:6). O fato de ser ele chamado de sumo sacerdote tem deixado alguns comentadores perplexos, posto que Caifáz, seu genro, nos evangelhos, é apresentado como o sumo sacerdote. Com base no trecho de Luc. 3:2, ficamos sabendo que Anás e Caifáz eram reputados, ambos, como sumos sacerdotes que atuavam ao mesmo tempo; e este versículo do livro de Atos (4:6), informa-nos que Anás ainda era considerado pelos judeus como o líder inconteste, embora deposto pelos romanos, tendo sido substituído no ofício por seu próprio genro, Caifáz.

Todavia, os judeus não reconheceram como legítima essa substituição vitalícia, isto é, o cargo era ocupado pelo mesmo indivíduo enquanto vivesse. No ano em que o Senhor Jesus foi crucificado no entanto, José Caifáz ou simplesmente Caifáz já era o presidente oficial do sinédrio, bem como o sumo sacerdote legal, por nomeação dos romanos. 

O historiador judeu Flavio Josefo (Antiq.  xviii. 2,1) revela-nos como o ofício sumo sacerdotal caíra em desordem. E esse mesmo escritor presta-nos a seguinte informação: Anás foi nomeado como sumo sacerdote com a idade de trinta e sete anos, no ano 7 D.C., por Quirínio, governador da Síria. Tendo sido deposto, foi substituído por Ismael, em 14 D.C.

Seguiram-se mais duas modificações antes que seu genro, José Caifáz, tivesse subido a essa posição. Caifáz permaneceu no ofício até o ano 37 D .C., ao passo que Anás continuou a ser uma espécie de sumo sacerdote “de jure” (por direito, segundo a opinião e a lei do povo judeu), embora Caifáz fosse o sumo sacerdote “de facto” ainda que, segundo o ponto de vista dos romanos, Caifáz fosse o sumo sacerdote “de jure”. A verdade, entretanto, é que para todos os efeitos práticos, Anás ainda retinha grande dose de autoridade, e Caifáz sempre pareceu relutante em tomar qualquer decisão importante, sem primeiramente consultá-lo.

No devido tempo, diversos dos filhos de Anás ocuparam, sucessivamente, o ofício sumo sacerdotal. O ofício sumo sacerdotal propriamente dito se tornara corrupto, por ter-se transformado em motivo de jogo político corrupto daquela época, sendo comprado e vendido a dinheiro. 

Caifáz sucedera a Simeão bem Camhith no ofício, mas sua permanência no posto sumo sacerdotal foi de curta duração. Simeão bem Camhith substituíra Ismael bem Phabi. Todos esses sumos sacerdotes foram nomeados por Valério Grato, governador romano. Josefo (ver Antiq.  xx.10) mostra-nos que, além de Caifáz, houve um total de vinte e oito sacerdotes, em um período de cento e sete anos.

Quem foi Caifáz?

Caifáz foi o sumo sacerdote durante a época em que Jesus foi julgado e crucificado. Seu nome era José Caifás, e ele era genro de Anás, com quem aparentemente esteve fortemente associado.
Acredita-se que Caifáz exerceu o cargo de sumo sacerdote durante cerca de dezoito anos, entre aproximadamente 18 a 36 d.C.


A história de Caifáz, o sumo sacerdote.

José Caifáz foi um sucessor de Anás, seu sogro, deposto do cargo de sumo sacerdote em aproximadamente 15 d.C. Caifáz foi nomeado pelo procurador romano Valério Grato, o homem que precedeu Pôncio Pilatos.

Caifáz ainda era o sumo sacerdote quando ocorreram as primeiras perseguições contra os cristãos registradas no começo do livro de Atos dos Apóstolos. Ele acabou sendo deposto por Vitélio.

Cronologicamente, Caifáz aparece pela primeira vez na Bíblia em Lucas 3:2. Nesse texto o evangelista fala sobre o início do ministério de João Batista, e faz uma citação incomum. Ele escreve: “Sendo Anás e Caifáz sumo sacerdotes”. Obviamente este não foi um erro do escritor bíblico.

Esta frase simplesmente reflete a realidade da época. Anás tinha sido deposto anos antes, mas “permanecia” sumo sacerdote ao lado de Caifáz. Essa permanência, no entanto, não era oficial, mas era real.

Enquanto Caifáz ocupava a posição de sumo sacerdote, seu sogro continuava a exercer autoridade equiparável a dele, talvez até maior. Alguns acreditam que Caifáz era o sumo sacerdote, mas Anás o dirigia nos bastidores.

Caifáz e o plano para matar Jesus.

Nas passagens bíblicas em que é mencionado, é possível ver quem foi Caifáz realmente. Caifáz era uma pessoa perversa e manipuladora. Ele não media esforços para obter o que queria. Ele não se importava em faltar com a justiça e derramar sangue inocente, desde que seus interesses estivessem protegidos. (Mateus 26:3,57; 18:13-28; Atos 4:6).

O comportamento astuto, oportunista, e pavoroso de Caifáz, fica claro na forma com que ele defendeu a condenação de Jesus. Ele afirmou que Jesus deveria ser sacrificado para o bem da nação.  (João 11:49,50). Mas Caifáz não pensava no bem-estar do povo, suas artimanhas tinham um propósito extremamente egoísta.

É possível que ele tivesse medo de que Jesus Cristo pudesse precipitar uma revolução em que Roma se voltaria contra Jerusalém e ameaçasse o seu conforto. Diante da discussão do Sinédrio, basicamente Caifáz afirmou que se Jesus continuasse vivo, a nação pereceria. Porém, se Ele fosse morto, então a nação seria salva.

Mas o apóstolo João afirma que as palavras de Caifáz tinham um significado que nem mesmo ele sabia. W. Hendriksen diz que Caifáz deu um significado às suas palavras, mas Deus deu outro.

Nos lábios de Caifáz suas palavras foram ditas com um tom perverso, e ele não foi absolvido da culpa de ser um daqueles responsáveis diretamente por crucificar o Filho de Deus.

Mas na providência divina essas mesmas palavras expressavam a essência do glorioso plano de redenção. Por isto o apóstolo escreve que mesmo sem saber, Caifáz  “profetizou que Jesus devia morrer pela nação. E não somente pela nação, mas também para reunir em um corpo os filhos de Deus que andavam dispersos”.  (João 11:52).

O que ocorreu com Caifáz retrata muito bem a relação entre a soberania divina e a responsabilidade humana. Ele disse o que realmente queria dizer. Ele agiu livremente conforme sua natureza pecaminosa. Não obstante, através de suas palavras Deus estava cumprindo seus decretos eternos.

Caifáz  e o julgamento de Jesus.

O conselho de Caifáz surtiu efeito e foi seguido pelos líderes judeus. Eles começaram a conspirar contra a vida de Jesus. O desejo deles era conseguir prendê-lo e finalmente matá-lo. De certa forma eles temiam a reação popular diante de uma eventual prisão de Jesus. Mas nesse aspecto, Judas Iscariotes se encaixou como uma luva, quando propôs traí-lo secretamente.

Depois de ter comparecido preliminarmente diante de Anás, Jesus foi levado até Caifáz. (João 18:24). 

Caifáz presidia o Sinédrio que naquela ocasião e buscou qualquer tipo de motivo para acusar Jesus. Não encontrou.

Então o Sinédrio baseou seu julgamento em falsos testemunhos armados com a finalidade de levar Cristo à morte. (Mates 26:59).

Jesus se recusou a responder as falsas acusações dos líderes judeus. Então Caifáz lhe interrogou acerca de sua posição como Messias. Jesus respondeu Caifáz aplicando a si mesmo uma passagem do livro do profeta Daniel. (Daniel 7:13). Então sem perder tempo, Caifáz o acusou de blasfêmia. 

Toda a hipocrisia de Caifáz foi revelada quando no final do julgamento ele rasgou suas vestes como se estivesse profundamente triste, quando na verdade estava muito satisfeito por ter conseguindo a base para a condenação de Jesus.

Tendo sido considerado merecedor de pena de morte perante o Sinédrio, Jesus foi conduzido a Pilatos, o governador romano da província. 

Naquela ocasião ficou claro que Caifáz e os demais líderes judeus tinham inveja de Jesus. (Mateus 27:18).

O sumo sacerdote Caifáz é citado uma última vez na Bíblia no livro de Atos dos Apóstolos. 

Ele estava envolvido na perseguição aos apóstolos, e aparece no interrogatório de João e Pedro perante o Sinédrio. (Atos 4:6).

Conclusão 

Que lições Caifáz deixou para sua posteridade?

Certo erudito descreveu os sumos sacerdotes como “severos, astutos e experientes, e muito provavelmente arrogantes”. 

A arrogância fez com que Caifáz rejeitasse o Messias. Portanto, não devemos desanimar quando as pessoas rejeitam a mensagem da Bíblia. Alguns não têm suficiente interesse na verdade bíblica para abandonar crenças muito estimadas pelos seus antepassados. 

Outros talvez achem que pregar humildemente as boas novas os rebaixaria.

Os padrões cristãos repelem os desonestos e os gananciosos.

Na qualidade de sumo sacerdote, Caifáz poderia ter ajudado seus companheiros judeus a aceitar o Messias, mas sua avidez pelo poder fez com que rejeitasse Jesus. 

Essa oposição provavelmente continuou até a morte de Caifáz.

O registro de seu comportamento mostra que não são só os ossos que ficam depois da morte. 

Por meio das nossas ações, estabelecemos uma reputação duradoura aos olhos de Deus e dos homens quer seja para o bem quer seja para o mal.

Pr. Waldir Pedro de Souza 
Bacharel em Teologia, Pastor e Escritor. 



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