segunda-feira, 27 de janeiro de 2020

DESVENDANDO O MISTÉRIO DA IMAGEM DO CIÚME DE DEUS

DESVENDANDO O MISTÉRIO DA IMAGEM DO CIÚME DE DEUS  


Ezequiel 8.3,4 nos fala da imagem dos ciúmes que provoca o ciúme de Deus. As imagens de deuses de outros povos colocadas dentro do palácio real e no templo de adoração a Deus, trouxe uma grande revolta do próprio Deus contra os sacerdotes que se desviaram dos propósitos de Deus, servindo a outros Deuses. Os sacerdotes tentaram enganar a Deus e ao povo colocando essas imagens nas câmaras, (locais especiais que só pessoas autorizadas poderiam entrar) do palácio onde somente eles, o rei e seus ministros próximos e alguns familiares poderiam entrar. Era um local bem protegido e ninguém do povo poderia saber  o que acontecia lá dentro, aliás eram cômodos tão secretos que poucos sabiam da sua existência. Mas Deus deu uma visão bem clara para Ezequiel e este foi levado em espírito até lá para desvendar este mistério diante do povo. Vejamos como foi a visão de Ezequiel começando com a aparição de um ser que reluzia como chamas de fogo.  


8.1   No sexto ano, no mês sexto, no quinto dia do mês. O sexto ano aqui corresponde a 593 a.C., a segunda data exata fornecida por Ezequiel, quando se dá o cerco contra Jerusalém. (Ez 1.1; 4.1-8).

8.2 A expressão traduzida como uma semelhança, como aparência de fogo no hebraico, corresponde a um vocábulo que significa homem, daí, na Nova Versão Internacional, a frase foi traduzida como uma figura, como a figura de um homem. E era como fogo dos seus lombos para cima, portanto a palavra fogo tem o significado mais usual para o tema. 

Em um sentido mais literal essa segunda sentença poderia ser traduzida como um ser que parecia feito de fogo. Essa descrição faz um paralelo com Ezequiel 1.26,27.

8.3,4    A entrada da porta do pátio de dentro, chamada de porta do altar no versículo 5, ficava próxima ao altar do sacrifício. (Lv 1.11). Ali, Ezequiel viu a imagem dos ciúmes, que provoca o ciúme de Deus. A idolatria era proibida, e a presença de qualquer ídolo dentro do templo representava uma afronta, uma violação da lealdade ao Deus de Israel e à sua glória manifestada ali. Para mais detalhes sobre a glória do Deus de Israel, vejamos Ezequiel 3.12 que diz:

“E levantou-me o Espírito, e ouvi por detrás de mim uma voz de grande estrondo, que dizia: Bendita seja a glória do SENHOR, desde o seu lugar”.

8.5,6 A expressão para que me afaste de Deus significava que os israelitas achavam que, pelo fato de o templo de Deus estar em Jerusalém, a cidade não seria destruída, porque Deus impediria isso. Eles pensavam que, independentemente do procedimento deles, a glória de Deus permaneceria ali; assim, o templo garantiria sua segurança. Eles não se deram conta de que o mal que haviam praticado na verdade fez com que a glória de Deus deixasse o templo; e o edifício não serviria como garantia de proteção para o povo conforme está registrado no capítulo 10.

8.7-9   Deus deu a Ezequiel uma visão do que os sacerdotes estavam fazendo dentro do templo. Por meio de um buraco na parede do templo, Ezequiel tomou conhecimento das malignas abominações que eles praticavam ali. As abominações (v. 6,9,10,13,15,17) não eram praticadas apenas pelas castas civis da sociedade, mas também pelos líderes espirituais e religiosos; aqueles que deveriam ser os primeiros a dar o exemplo de santidade, que eram os sacerdotes do templo. 

8.10 Na parede e em todo o redor tinham coisas e imagens que não agradavam a Deus. Em conformidade com as nações pagãs ao redor (principalmente o Egito), o povo de Deus adorava imagens de criaturas puras e impuras que, segundo eles, representavam vários deuses. A idolatria politeísta estava sendo praticada em Israel às escondidas e afrontavam diretamente a Deus porque essa prática partia de dentro do templo, pelos reis e sacerdotes de Deus em Jerusalém. 

8.11   Os setenta anciãos representavam os líderes religiosos da nação. (Nm 11.16-25). O incensário que cada homem carregava e o incenso queimado não eram ritualmente impuros, mas estavam sendo utilizados para adorar ídolos. Jazanias era da linhagem de Safã (Jr 26.24), cuja descendência era fiel a Yahweh (Deus); contudo, Jazanias apostatou e deu lugar à idolatria.

8.12    Então me disse o Senhor: Viste, filho do homem, o que os anciãos da casa de Israel fazem nas trevas, cada um nas suas câmaras pintadas de imagens. E eles dizem: O Senhor não nos vê, o Senhor abandonou a terra. A ênfase aqui está nas práticas idólatras dos anciãos, em seu comportamento nas trevas. Ironicamente, eles imaginavam Deus com base em conceitos humanos, limitando-o. Assim, equiparavam-no às divindades adoradas pelas nações idólatras. Os israelitas achavam que o Senhor não era onisciente nem onipresente e muito menos o consideravam  como Deus onipotente. 

8.13,14  Tamuz era uma divindade da fertilidade, adorada pelos babilônios. As mulheres clamavam a esse ídolo quando não conseguiam engravidar ou quando as colheitas haviam sido ruins. De acordo com a mitologia caldáica, no sexto mês, de agosto a setembro, Tamuz morria; por isso, os adoradores lamentavam a morte desse ídolo e choravam pedindo sua ressurreição.

8.15,16   O local onde o sol estava sendo adorado era no átrio interior, entre o pórtico e o altar ou seja, dentro do santuário. Esses 25 homens mencionados aqui, provavelmente eram levitas (caso as estipulações da Lei ainda estivessem sendo seguidas e observadas); pois, o acesso àquela área era proibida a outros. (Nm 3.7,8; 18.1-7; 2 Cr 4-9; J12.17). Quer eles fossem sacerdotes ou não, o fato é que tinham dado as costas a Deus e adoravam o sol; adoravam a coisa criada, em vez de adorar o criador de todas as coisas. 


Trazendo essa linguagem simbólica para o âmbito espiritual observemos que essa câmara no templo representava o lugar íntimo de comunhão com Deus, que estava sendo profanada quando, em lugar de adorar ao Senhor, estavam adorando os ídolos. Quanto a nós nos dias de hoje às vezes voltamo-nos para outras coisas de acordo com os nossos interesses pessoais e egoístas, os quais se configuram em ídolos mudos, escravizam  o nosso coração e nossa comunhão com Deus que deveria ser preservada a qualquer custo fica longe do ideal que Deus exige de cada um de nós.


8.17,18  Sobre a menção à coisa mais leviana. Há uma expressão semelhante na condenação de Deus para com o Rei Acabe. (1 Rs 16.31). Ei-los a chegar o ramo ao seu nariz. Essa ação não é mencionada em nenhum outro trecho. No contexto, aparenta ser: (1) um gesto ritual utilizado na adoração a ídolos, ou (2) uma atitude que indicava a profunda violência que ocorria em Judá como resultado da idolatria. Nos nossos dias tem pessoas que fazem suas oferendas aos seus ídolos cheirando algum tipo de erva ou plantas preparadas para tais fins. 


A prostituição espiritual dos sacerdotes e as drásticas consequências para eles, para suas famílias, para a família real e para o povo em geral. O estrago era muito grande. Ezequiel diz: fazei chegar...(está palavra, esta visão) àqueles que estão com suas armas destruidoras nas mãos.  


Ezequiel 9

1.   Então, me gritou aos ouvidos com grande voz, dizendo: Fazei chegar os intendentes (os líderes políticos e religiosos) da cidade, cada um com as suas armas destruidoras na mão. 


2. E eis que vinham seis homens a caminho da porta alta, que olha para o norte, cada um com as suas armas destruidoras na mão, e entre eles, um homem vestido de linho, com um tinteiro de escrivão à sua cinta; e entraram e se puseram junto ao altar de bronze.


3. E a glória do Deus de Israel se levantou do querubim sobre o qual estava, até à entrada da casa; e clamou ao homem vestido de linho, que tinha o tinteiro de escrivão à sua cinta. 


4. E disse-lhe o Senhor: Passa pelo meio da cidade, pelo meio de Jerusalém, e marca com um sinal as testas dos homens que suspiram e que gemem por causa de todas as abominações que se cometem no meio dela. 


5. E aos outros disse, ouvindo eu: Passai pela cidade após ele e feri; não poupe o vosso olho, nem vos compadeçais.


6. Matai velhos, e jovens, e virgens, e meninos, e mulheres, até exterminá-los; mas a todo o homem que tiver o sinal não vos chegueis; e começai pelo meu santuário. E começaram pelos homens mais velhos que estavam diante da casa.



7. E disse-lhes: Contaminai a casa, e enchei os átrios de mortos, e saí. E saíram e feriram na cidade. 


8. Sucedeu, pois, que, havendo-os eles ferido, e ficando eu de resto, caí sobre a minha face, e clamei, e disse: Ah! Senhor Jeová! Dar-se-á o caso que destruas todo o restante de Israel, derramando a tua indignação sobre Jerusalém?


9. Então, me disse: A maldade da casa de Israel e de Judá é grandíssima, e a terra se encheu de sangue, e a cidade se encheu de perversidade; eles dizem: O Senhor deixou a terra, o Senhor não vê. 


10. Pois também, quanto a mim, não poupará o meu olho, nem me compadecerei; sobre a cabeça deles farei recair o seu caminho. 


11. E eis que o homem que estava vestido de linho, a cuja cinta estava o tinteiro, tornou com a resposta, dizendo: Fiz como me mandaste.



Analisando Ezequiel 9.1-11. Vemos a sentença através das palavras ditas por Deus que os idólatras seriam mortos. E vemos uma visão sobre a destruição iminente de Jerusalém.

9.1   O Deus de Israel vinha falando desde que Ezequiel viu a glória do Senhor. (Ez 8.5).


 Agora o profeta deveria anunciar a destruição aos intendentes, às autoridades civis, militares e eclesiásticas da nação, a saber, o Rei, os sacerdotes e todas as autoridades do templo. O sentido literal desse termo é para aqueles que têm armas, que têm comando na cidade de Jerusalém e consequentemente todos aqueles que tinham poder ate os guardas da cidade. O termo também pode significar aqueles sobre os quais pesam acusação excessiva da maldição das idolatrias.  Esse tipo de sentença é utilizado com frequência para descrever uma atitude vingativa ou de cobrança de Deus em forma de juízo e justiça. (Is 10.3).

9.2    Entre eles, um homem. Provavelmente, ele era um além dos seis, somando seis homens escolhidos como algozes e mais outro representando a presença e a pureza do Deus Santo, que é digno de separar alguns para o julgamento e poupar outros da destruição. Somente Deus sabe fazer essa separação entre os que eram enganadores e os que eram sinceros diante de Deus. (v. 3-7; Ex 12.1-13; Rm 9.14-29; Ap 7.3; 9.4).

As armas destruidoras aqui mencionadas são literalmente instrumentos de destroçar, de destruição em massa. (compare com Jeremias 51.20). A porta alta pela qual esses sete homens vieram é equivalente à porta norte do pátio interno de templo. (Ez 8.3; 2 Rs 15.35). O altar de bronze era o altar do sacrifício.


9.3   E a glória do Deus de Israel se levantou do querubim sobre o qual estava. Não se sabe ao certo se o querubim nesse trecho tem a ver com: (1) os querubins da arca do concerto localizada no Lugar Santíssimo, ou (2) com os querubins sobre as rodas vistos por Ezequiel (10.1-5,18). De qualquer maneira, o trecho descreve a glória de Deus abandonando o templo, depois partindo de Jerusalém, e em seguida de Judá, como visto nos capítulos 9 a 11.   

9.4   Marca com um sinal as testas. O verbo traduzido como marcar corresponde à última letra do alfabeto hebraico, que no tempo de Ezequiel se assemelhava a um x. Os marcados na testa seriam os homens que suspiram e que gemem por causa das abominações de idolatria mencionadas até então. As pessoas que demonstravam um genuíno arrependimento e aversão ao pecado foram separadas dos rebeldes de coração duro. Elas fariam parte do remanescente (v. 8), que continuaria a seguir as ordenanças de Deus do Deus altíssimo, criador dos céus e da terra. (Ap 7.2-4; 9.4; 14.1).

9.5.6  Passai pela cidade após ele. A abrangência desse julgamento nos deixa chocados; entretanto, isso está de acordo com os castigos divinos da época do Dilúvio, narrado em Gênesis, até o julgamento final, descrito em Apocalipse.

9.6.7  Meu santuário. Os líderes espirituais corruptos estavam praticando idolatria e imoralidades até dentro do templo (Ez 8.3-16). O juízo divino teria início por eles, porque haviam estimulado a nação a afastar-se de Deus. (1 Pe 4.17). Contaminai a casa, e enchei os átrios de mortos e saí; isso implicava realizar a execução de todos no templo, e deixar os corpos caídos ali. (Lv 21.1; Nm 19.11).

9.8   O profeta ficou horrorizado com o que viu. Um servo genuíno de Deus sempre se entristece com a destruição que o povo atrai para si por meio de sua rebeldia. A interjeição ah! foi utilizada de modo sarcástico em Ezequiel 6.11; aqui é uma expressão sincera de sofrimento (como em Ezequiel 11.13). 

O restante, o remanescente, um grupo escolhido que seria poupado da destruição pelo Deus soberano, é um tema recorrente na Bíblia. Sempre Deus poupou os fiéis da terra. (2 Rs 19.31; Ed 9.8; Is 1.9; 10.20-23; Am 5.15; Rm 9.27-29; 11.1-8).

9.9,10   São apresentados três motivos para a nação merecer esse terrível derramamento da ira de Deus: (1) a maldade grave e inegável da nação, e sua culpa pelo pecado (Ez 4-4-8); (2) a terra se encheu de sangue, ou violência (Ez 8.17); e (3) a perversidade, mais precisamente de injustiça. O povo, principalmente os governantes ricos, escolheu espontaneamente acreditar que Deus não enxergava ou não se importava com a injustiça.

9.11   Fiz como me mandaste. O relatório de julgamento foi levado a Deus por um homem que estava vestido de linho, em cuja cinta estava o tinteiro, (ver também os versículos 3,4), que surge como um justo prestador de contas.


Ao juízo de Deus caireis à espada. Essa foi a palavra de Deus para os líderes religiosos e políticos da época. 


Ezequiel 11


1.     Então, me levantou o Espírito, e me levou à porta oriental da Casa do Senhor, que olha para o oriente; e eis que estavam à entrada da porta vinte e cinco homens; e no meio deles vi a Jazanias, filho de Azur, e a Pelatias, filho de Benaías, príncipes do povo. 


2. E disse-me: Filho do homem, estes são os homens que pensam na perversidade e dão ímpio conselho nesta cidade,


3. os quais dizem: Não está próximo o tempo de edificar casas; esta cidade é a panela, e nós, a carne.


4. Portanto, profetiza contra eles; profetiza, ó filho do homem.


5. Caiu, pois, sobre mim o Espírito do Senhor e disse-me: Fala: Assim diz o Senhor: Assim tendes dito, ó casa de Israel; porque, quanto às coisas que vos sobem ao espírito, eu as conheço. 


6. Multiplicastes os vossos mortos nesta cidade e enchestes as suas ruas de mortos.


7. Portanto, assim diz o Senhor Jeová: Vossos mortos que deitastes no meio dela são a carne, e ela é a panela; a vós, porém, vos tirarei do meio dela.


8. Temestes a espada, e a espada trarei sobre vós, diz o Senhor Jeová.


9. E vos farei sair do meio dela, e vos entregarei na mão de estranhos, e exercerei os meus juízos entre vós. 

10. Caireis à espada; nos confins de Israel vos julgarei, e sabereis que eu sou o Senhor.


11. Esta cidade não vos servirá de panela, nem vós servireis de carne no meio dela; nos confins de Israel vos julgarei.


12. E sabereis que eu sou o Senhor, porque nos meus estatutos não andastes, nem executastes os meus juízos; antes, fizestes conforme os juízos das nações que estão em redor de vós.


13. E aconteceu que, profetizando eu, morreu Pelatias, filho de Benaías; então, caí sobre o meu rosto, e clamei com grande voz, e disse: Ah! Senhor Jeová! Darás tu fim ao resto de Israel?


14. Então, veio a mim a palavra do Senhor, dizendo: 


15. Filho do homem, teus irmãos, os teus próprios irmãos, os homens de teu parentesco, e toda a casa de Israel, todos eles são aqueles a quem os habitantes de Jerusalém disseram: Apartai-vos para longe do Senhor; esta terra se nos deu em possessão. 


16. Portanto, dize: Assim diz o Senhor Jeová: Ainda que os lancei para longe entre as nações e ainda que os espalhei pelas terras, todavia, lhes servirei de santuário, por um pouco de tempo, nas terras para onde foram.


17. Portanto, dize: Assim diz o Senhor Jeová: Hei de ajuntar-vos do meio dos povos, e vos recolherei das terras para onde fostes lançados, e vos darei a terra de Israel.


18. E virão ali e tirarão dela todas as suas coisas detestáveis e todas as suas abominações. 


19. E lhe darei um mesmo coração, e um espírito novo porei dentro deles; e tirarei da sua carne o coração de pedra e lhes darei um coração de carne;


20. para que andem nos meus estatutos, e guardem os meus juízos, e os executem; e eles serão o meu povo, e eu serei o seu Deus.


21. Mas, quanto àqueles cujo coração andar conforme o coração das suas coisas detestáveis e das suas abominações, eu farei recair na sua cabeça o seu caminho, diz o Senhor Jeová.


22. Então, os querubins elevaram as suas asas, e as rodas as acompanhavam; e a glória do Deus de Israel estava no alto, sobre eles. 

23. E a glória do Senhor se alçou desde o meio da cidade e se pôs sobre o monte que está ao oriente da cidade.


24. Depois, o Espírito me levantou e me levou em visão à Caldeia, para os do cativeiro; e se foi de mim a visão que eu tinha visto.


25. E falei aos do cativeiro todas as coisas que o Senhor me tinha mostrado.


Mesmo sofrendo o juízo de Deus os políticos e religiosos e militares de Israel, principalmente de Jerusalém,  não se consertaram e a mão de Deus pesou sobre eles. Deus preservou os fiéis servos dEle daquela grande angústia e aflição. 



11.1-13   Nesse trecho, os líderes políticos e religiosos, que deveriam ter sido um exemplo de retidão para a comunidade, tanto em seus lares como no trabalho, recebem uma profecia de que morreriam pela espada.


11.1,2   Ezequiel viu vinte e cinco líderes do povo no templo. Os príncipes do povo representam os oficiais que geralmente serviam em cargos judiciais, militares e reais (2 Sm 8,15-18; 20.23-26). Jazanias, filho de Azur, não é o mesmo Jazanias citado em Ezequiel 8.11 (filho de Safã). Esses 25 homens estavam oferecendo ímpio conselho, e chegaram ao ponto de agir com perversidade contra seu próprio povo. Pelo fato de tentarem combinar as religiões pagãs com a religião dos hebreus, sincretismo religioso, esses líderes enganaram a si próprios e ao seu rebanho, levando-os a pensar que falavam em nome do Deus verdadeiro. Para saber sobre Pelatias, que significa aquele que foi libertado pelo Senhor, veja o comentário sobre o versículo 13.


11.3    Não está próximo o tempo de edificar casas? Os oficiais declaravam que os habitantes de Jerusalém estavam perfeitamente seguros por trás dos muros da cidade, assim como julgavam que a carne estava garantida nas panelas. Não havia nenhum perigo iminente, afirmavam eles; por isso, estimulavam a construção de novas casas.


11.4   Profetiza, profetiza. A repetição serve para dar ênfase a uma técnica literária comum no idioma hebraico. Filho do homem aqui significa o profeta. Essa expressão aparece 93 vezes em Ezequiel e enfatiza a humanidade do profeta em sua função de porta-voz de Deus. No Antigo Testamento, essa expressão também é utilizada para Daniel (Dn 8.17) e para o Messias (Dn 7.13). No Novo Testamento, a expressão Filho do Homem é mencionada muitas vezes por Jesus quando Ele se refere a Si mesmo. (Ez 2.1).


11.5-12  A mensagem de Deus aos oficiais corruptos de Jerusalém e Judá é declarada, destacando as justificativas para a ira divina (v. 5,6,12) e predizendo um julgamento de morte. (v. 7-11).


11.6  Os líderes de Jerusalém tinham sido acusados de atividades malignas e de dar conselhos ímpios (v. 2); nesse trecho, descobrimos que eles haviam assassinado alguns de seus conterrâneos.


11.7-12   O veredicto de pena de morte é anunciado. Ao contrário da falsa crença dos líderes, aqueles que eles haviam matado [literal ou espiritualmente] eram pessoas justas, cuja presença poderia ter oferecido proteção à panela, ou seja, a Jerusalém. Aqueles que obtiveram o poder por meio da espada, conhecendo a sensação terrível causada por tal violência, seriam derrotados e morreriam da mesma maneira. Seriam arrastados para fora da cidade e mortos por estranhos; uma referência aos babilônios.


11.13   A reação de Ezequiel demonstrava que Pelatias, um dos líderes corruptos da cidade (v. 1), foi morto por Deus como prova inegável de que a mensagem do profeta se cumpriria. O próprio Ezequiel ficou surpreso e perguntou se isso significava que o Senhor não preservaria um remanescente. (Ez 9.8).


11.14-25   Nesse trecho, Deus responde à preocupação de Ezequiel de não haver um remanescente justo. O Senhor assegura ao profeta que alguns cidadãos estavam sendo preservados, sua descendência retornaria a Israel e receberia um novo derramamento do Espírito de Deus (v. 14- 21). Quando o Espírito do Senhor deixa Jerusalém (v. 22,23), a visão de Ezequiel finda, e ele está de volta à Babilônia, onde ele conta aos exilados o que acontecera (v. 24,25).


11.14-21 Deus fez promessas ao remanescente de Israel com menções sobre o presente (Ez 11.14-16) e o futuro. (Ez 11.17-20).


11.15   Teus irmãos, os teus próprios irmãos, os homens de teu parentesco. Os irmãos de Ezequiel eram os judeus exilados com ele. O povo em Jerusalém (representando Judá) considerava os exilados os pecadores, porque estes haviam sido deportados para a Babilônia.


11.16  Deus explica a Ezequiel que os que foram levados cativos e dispersados em terras estrangeiras na verdade eram o remanescente que o Senhor estava protegendo. O próprio Deus continuaria sendo seu santuário, uma palavra que no hebraico significa literalmente lugar santo ou lugar separado.


11.17   E vos darei a terra. Deus prometeu que os israelitas seriam restaurados e voltariam à Terra Prometida. Isso está de acordo com a natureza unilateral e incondicional da aliança feita com Abraão (Gn 12.1-3), e renovada com Davi (2 Sm 7.12-16) e com Jeremias. (Jr 31.31-34).


11.18-20 Quando o remanescente retornasse à sua terra, aboliria a idolatria. Naquela época, Deus estabeleceria uma nova aliança com Seu povo (Jr 31.31-34). Então o Senhor derramaria Seu Espírito (Ez 36.26, 27; J1 2.28, 29) para que Seu povo se tornasse unido em um propósito e fosse capacitado a caminhar com Deus em retidão, andar nos meus estatutos. Por fim, os israelitas se tomariam realmente povo de Deus (Êx 6.6-8).


11.21   Como aconteceu com Pelatias, Deus prometeu continuar julgando os idólatras, cujas afeições estavam voltadas para objetos detestáveis ou seja, ídolos. Tal destino era plenamente merecido, porque tais idólatras haviam recebido muitas advertências; eram responsáveis individualmente por suas escolhas. Desde a revelação da Lei em no monte Sinai, o Senhor havia declarado expressamente Sua rejeição e proibição à idolatria (Êx 20.1-6). Louvor e adoração pertencem apenas a Deus, o Criador e Redentor do Seu povo.


11.22, 23   A glória de Deus continuava afastando-se da cidade para o monte das Oliveiras, o monte. Veja Ezequiel 10.3,4,18,19.0 termo hebraico para glória significa literalmente peso ou importância, e refere-se à maravilha e à majestade do Deus vivo.


11.24, 25 Sobre o Espírito. As visões de Ezequiel não eram meros sonhos; eram inspiradas pelo próprio Deus e, portanto, proféticas. O termo caldéia é relativo à Babilônia. Sobre o “E falei”. Provavelmente o ato de Ezequiel proclamar várias vezes suas visões (Ez 8.2-11.23) levou ao registro permanente das mensagens em seu livro.

No nosso tempo agora, já estamos no século vinte e um, vivemos os tempos da multiforme graça de Deus, mas Deus continua sendo Deus. Deus continua sendo zeloso para com as coisas espirituais. O Espírito Santo está atento ao que os ministros de Deus estão fazendo no altar. Deus é amor, mas Deus é justiça também. Estejamos atentos para não darmos lugar ao inimigo.  

"O céu tem muros e rígidas regras de imigração. Quem tem política de portas abertas é o inferno". 
Donald Trump. Presidente dos EUA.


Deus abençoe você e sua família. 

Pr. Waldir Pedro de Souza
Bacharel em Teologia, Pastor e Escritor. 




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