ADORAR A DEUS EM ESPÍRITO E EM VERDADE
O Que é Adorar a Deus em Espírito e em Verdade?
Quem São os Verdadeiros
Adoradores?
O
que a Bíblia nos ensina sobre adoração?
A Bíblia
ensina que só devemos adorar a Deus. A verdadeira adoração vem do coração,
não é só um ato exterior. Quem adora outro que não seja Deus, rejeita a Deus.
O
que é adoração?
Adoração
é mostrar amor e respeito, se dedicando totalmente a Deus. Só Deus merece
tanta dedicação e reverência, porque Ele nos criou e é soberano sobre tudo.
Mais ninguém merece adoração (Lucas 4:8).
A
adoração vem de dentro e é mostrado em atos que fazemos. Podemos adorar
individualmente ou em grupo, com outras pessoas que amam a Deus. Mas atos de
adoração que não são sinceros não são adoração, só ritual sem valor (João
4:23).
Algumas
formas de adoração são:
Louvar.
Louvar é agradecer a Deus, lembrando como Ele é bom e por tudo que Ele fez e
faz por nós. Podemos louvar cantando, orando, escrevendo, até dançando como fez
Davi. Davi dançou individualmente e cheio de gratidão a Deus por resgatar a
arca do Senhor.
Estudar
a Bíblia. Estudar a Bíblia é essencial na vida do cristão. Quem adora a Deus
quer conhecer mais sobre Ele e o que O agrada, por isso lê a Sua Palavra.
Obedecer
a Deus. Obedecendo a Deus e aprendendo a guardar seus mandamentos e aplicá-los
à vida diária. Isso significa submeter-se à vontade de Deus (Romanos 12:1-2).
Rejeitar
o pecado. Rejeitar o pecado e uma forma de agradar a Deus. Deus odeia o pecado
porém ama o pecador. Quem O adora não O quer entristecer, por isso lutará
contra o pecado, com a ajuda de Jesus.
Amar
os outros como a si mesmo. Quando ajudamos uns aos outros em amor, adoramos a
Deus, que ama a todos indistintamente. (1 João 4:11-12).
Ir à
igreja que é a casa do Senhor. Ir à igreja requer um esforço de cada um para
individualmente agradar a Deus. Na igreja adoramos a Deus todos juntos
coletivamente e de várias maneiras. Mostramos nossa atitude de adoração tirando
tempo só para o Senhor Jesus, demonstrando nossa vontade de honrar e servir ao
Senhor.
Adorar
a Deus em espírito e em verdade significa honrar a Deus sobre todas as coisas e render-lhe graças de
uma maneira tão profunda que envolve todo nosso ser. Essa adoração genuína
sempre estará fundamentada na verdade de Deus conforme Sua determinação
revelada nas Escrituras e alcançada somente pelos verdadeiros adoradores.
Os
verdadeiros adoradores são conhecidos de Deus.
Jesus
falou sobre a importância de adorar a Deus em espírito e em verdade durante a
conversa que teve com uma mulher samaritana quando parou em um poço na região
de Samaria. Essa mulher lhe interrogou sobre qual a maneira correta de
adorar a Deus, ou seja, basicamente ela queria saber quem eram os verdadeiros
adoradores.
Esta
pergunta do diálogo da mulher Samaritana de João 4.1-29, tinha como base a comparação entre a adoração dos judeus e a adoração
dos samaritanos. Depois da morte de Salomão, quando o reino de Israel se
dividiu em dois, as tribos do norte e as tribos do sul, a capital do reino do
norte ficou sendo Samaria, enquanto que a capital do reino do sul permaneceu em
Jerusalém.
A
adoração no reino do sul era concentrada no Templo de Jerusalém, construído
segundo a ordem do próprio Deus. Já adoração no reino do norte era concentrada
na própria região de Samaria, especialmente na cidade de Betel. Inclusive, foi
nessa cidade que o rei Jeroboão I mandou erguer um dos dois bezerros de ouro
que mandou construir em seu território para servir de objeto de adoração.
A história
de Jeroboão 1° e o culto idólatra em Samaria. Os dois bezerros de ouro.
Jeroboão foi um dos reis de Israel, o
primeiro deles. Ele era filho de Zeruá e Nebate, e havia nascido na tribo de
Efraim e durante a juventude conviveu e se revoltou contra Salomão (filho e
sucessor de Davi, rei de grande sabedoria que escreveu provérbios). Ele agiu a
favor da idolatria, o que desagradou a Deus, e seu reinado havia começado pouco
depois da divisão em novos dois reinos.
Jeroboão teve problemas na convivência com
Salomão, inclusive provocou uma revolta contra o reinado dele, foi derrotado e
por isso fugiu para o Egito. Uma década depois que Salomão morreu, ele retornou
para sua terra. Foi quando as dez tribos de Israel chamaram Jeroboão, para
sucedê-lo no trono.
Eles, as dez tribos, haviam recusado Roboão
como novo rei. Dessa forma houve uma divisão: Roboão reinaria sobre duas
tribos, a de Judá e a de Benjamim, que passou a chamar-se “Reino de Judá”. E
Jeroboão assumiu as dez tribos que passou a ter mais de um nome “Tribo de
Israel”, “Tribo de Efraim”, “Reino das dez tribos” e até mesmo “Reino de Samaria”.
Além da mudança de nomes, foi escolhida uma capital Siquém, e depois mudou para
Penuel.
Jeroboão teve oportunidade de fazer um
reinado agradável a Deus. Quando o Senhor mandou o profeta Aías falar com ele
sobre o plano divino de lhe entregar as dez tribos de Israel, ele prometeu a
permanência da família de Jeroboão no trono desde que se mantivesse fiel: “Se
ouvires tudo o que eu te ordenar, e andares nos meus caminhos, e fizeres o que
é reto perante mim, guardando os meus estatutos e os meus mandamentos, como fez
Davi, meu servo, eu serei contigo, e te edificarei uma casa estável, como
edifiquei a Davi, e te darei Israel” (1 Reis 11:38)
Mesmo tendo recebido uma promessa de Deus, Jeroboão fraquejou, e se sentiu ameaçado com a influência dos irmãos da tribo de Judá, com medo de que se o povo voltasse a Jerusalém para celebrar as festas anuais (como Deus mandou na lei de Moisés) poderiam mudar de idéia e se revoltarem contra ele. Com isso, pecou. Impedia que os seus súbditos fossem até o Templo de Jerusalém, capital do Reino de Judá, para adoração ao Senhor. E ainda levantou dois santuários com bezerros de ouro no norte e no sul do país.
O Salmista
denunciou severamente essa prática da idolatria, que é uma abominação ao Senhor.
(Salmo 115).
Apesar
da marcante idolatria entre os samaritanos, eles, assim como os judeus,
afirmavam adorar o Deus verdadeiro, o Criador de todas as coisas que tirou o
povo de Israel do Egito, mas o culto dos judeus e dos samaritanos não se
misturavam, e ambos os grupos condenavam um ao outro por praticarem falsa
adoração.
A
mulher samaritana fez a seguinte observação: “Nossos pais adoraram neste
monte, e vós dizeis que é em Jerusalém o lugar onde se deve adorar” (João
4:20). Com isso, ela estava fazendo a seguinte pergunta implícita: Quem
são os verdadeiros adoradores?
Muito
provavelmente ao dizer “nossos pais adoraram neste monte”, ela estava se
referindo ao Monte Gerizim, e ao fato de que Abraão e Jacó tinham construído
altares nas encostas desse monte em Siquém (Gênesis 12:7; 33:20). Apesar de ela
ter ouvido durante toda a vida que Deus deveria ser adorado ali, os judeus
afirmavam veementemente que Jerusalém era o único local legítimo para a
adoração.
Então
Jesus lhe respondeu: “Mulher, crê-me que a hora vem, em que nem neste
monte nem em Jerusalém adorareis o Pai”. (João 4:21). Foi exatamente nesse
ponto que Ele afirmou: “Mas a hora vem, e agora é, em que os verdadeiros
adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade; porque o Pai procura a tais
que assim o adorem”. (João 4:23).
Com
isso, Jesus estava dizendo que o povo escolhido de Deus não estaria restrito a
Samaria ou Jerusalém, mas seria proveniente de todas as tribos, línguas e
nações, servindo-lhe com sinceridade, prestando-lhe o verdadeiro culto.
O
que é adorar a Deus em espírito e em verdade?
É
possível entender o que é adorar em espírito e em verdade nas próprias palavras
de Jesus. Perceba que Ele removeu qualquer limitação física, ou seja, a
adoração verdadeira não estaria ligada a este ou aquele local. (João 4:21).
Além
disso, Jesus também sinaliza o erro dos samaritanos como gravíssimo ao dizer
que eles adoravam “porém não sabiam o que adoravam”. (João 4:22). Aqui
vale saber que os samaritanos tinham rejeitado os livros poéticos e
proféticos do Antigo Testamento, ou seja, eles tinham ignorado a própria
revelação especial de Deus nas Escrituras.
Isso
significa que a verdadeira adoração, além de não estar restrita a um
determinado lugar considerado sagrado, ela também está completamente
fundamentada na verdade sobre Deus conforme revelada em sua Palavra.
Nesse
ensino Jesus também já estava contrastando o verdadeiro culto com o culto
segundo as disposições regulamentadoras da Lei, isto é, o caráter temporário do
sistema cerimonial e sacrifical do Antigo Testamento daria lugar ao verdadeiro
culto definitivo a Deus, por meio de Jesus Cristo, o qual a Igreja
santa adora ao Pai verdadeiramente.
O
Pai procura os verdadeiros adoradores.
Jesus
claramente diz que Deus procura os verdadeiros adoradores, ou seja, aqueles que
o adorem em espírito e em verdade (João 4:23). Aqui mais uma vez fica
muito clara a lição de que não podemos adorar a Deus de qualquer maneira, ao
contrário, os verdadeiros adoradores adoram a Deus de acordo com os padrões que
Ele mesmo estabeleceu em sua Palavra.
Em
outras palavras, jamais Deus aceitará algum tipo de adoração que não esteja em
conformidade com a sua vontade. Não importa o quanto o homem tente inovar,
imaginar ou criar supostas “adorações”, pois todas elas serão vistas por Deus
como falsas e reprováveis. É por isso que Ele procura quem o adore em espírito
e em verdade.
O
fato de Deus “procurar” quem o adore em espírito e em verdade, não significa
que Ele esteja procurando pessoas que cumpram certos requisitos e sejam
adoradores aceitáveis, ao contrário, essa “procura” é uma busca salvadora, na
qual Ele vivifica pecadores desprezíveis, justifica-os pelos méritos de Cristo,
e recebe-os como verdadeiros adoradores pela ação do Espírito Santo.
A
necessidade de adorar a Deus em espírito e em verdade.
Jesus
ainda explicou a importância de adorar a Deus em espírito e em
verdade. Ele disse: “Deus é Espírito, e os que o adoram devem
adorá-lo em espírito e em verdade” (João 4:24). Ao dizer que “Deus é
Espírito”, Jesus estava ensinando que Deus é infinitamente mais elevado do que
qualquer tipo de divindade construída por mãos humanas (como fizeram os
samaritanos com seus bezerros de ouro), e sua presença jamais estará restrita a
um único território, seja uma montanha considerada sagrada como Gerizim, seja o
próprio Templo em Jerusalém.
O
Deus vivo é o Todo-Poderoso, Criador do Universo, o Deus de toda a terra,
diferente dos deuses tribais dos pagãos. Portanto, adorar a Deus em
espírito é adorá-lo sabendo que nenhuma imagem pode representá-lo, e que sua
presença não está limitada a um suposto lugar sagrado. Deus é Espírito e
revela-se a si mesmo em Jesus Cristo, a única imagem do Deus invisível. (Colossenses
1:15).
É
por isso que os verdadeiros adoradores adoram o Pai em espírito e em verdade,
pois essa “verdade” refere-se à pessoa de Jesus Cristo da qual as Escrituras
testificam, o mesmo que disse: “Eu sou o caminho a verdade e a vida;
ninguém vem ao Pai, senão por mim” (João 14:6); bem como: “E
conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará”. (João 8:32).
A
genuína adoração só é possível através da pessoa de Jesus Cristo, de uma
intimidade ímpar, de um relacionamento vital com Ele e de um compromisso com a
verdade que Ele revela.
Adorar
a Deus em espírito e em verdade é um dever de todo Cristão.
Ainda
em João 4:24, Jesus afirma que aqueles que adoram a Deus “devem adorá-lo
em espírito e em verdade”. Isso significa que não existe outra opção, ou
seja, os verdadeiros adoradores não apenas adoram o Pai em espírito e em
verdade, mas naturalmente eles têm o dever de fazer isso, pois essa realidade é
parte fundamental de sua nova vida em Cristo.
Todos
os que verdadeiramente nasceram de novo sendo regenerados pelo
Espírito Santo, necessariamente adorarão a Deus em espírito e em verdade, e
estes verdadeiros adoradores sempre almejaram e almejam por toda sua vida
terrena, o grande dia vindouro da consumação de todas as coisas que é o dia do arrebatamento
da igreja.
Todos
os salvos o aguardam ansiosamente. Quando todo povo que o próprio Deus separou
para si redimindo-os de seus pecados forem arrebatados, eles estarão reunidos
por toda a eternidade na mais perfeita e plena adoração ao Pai, ao Filho e ao Espírito
Santo do Senhor. Sejamos adoradores em espírito e em verdade.
Deus
abençoe você e sua família.
Pr.
Waldir Pedro de Souza
Bacharel
em Teologia, Pastor e Escritor.