segunda-feira, 25 de janeiro de 2021

ADORAR A DEUS EM ESPÍRITO E EM VERDADE

ADORAR A DEUS EM ESPÍRITO E EM VERDADE

 

O Que é Adorar a Deus em Espírito e em Verdade? 

Quem São os Verdadeiros Adoradores?

 

O que a Bíblia nos ensina sobre adoração?

A Bíblia ensina que só devemos adorar a Deus. A verdadeira adoração vem do coração, não é só um ato exterior. Quem adora outro que não seja Deus, rejeita a Deus.

O que é adoração?

Adoração é mostrar amor e respeito, se dedicando totalmente a Deus. Só Deus merece tanta dedicação e reverência, porque Ele nos criou e é soberano sobre tudo. Mais ninguém merece adoração (Lucas 4:8).

A adoração vem de dentro e é mostrado em atos que fazemos. Podemos adorar individualmente ou em grupo, com outras pessoas que amam a Deus. Mas atos de adoração que não são sinceros não são adoração, só ritual sem valor (João 4:23).

 

Algumas formas de adoração são:

Louvar. Louvar é agradecer a Deus, lembrando como Ele é bom e por tudo que Ele fez e faz por nós. Podemos louvar cantando, orando, escrevendo, até dançando como fez Davi. Davi dançou individualmente e cheio de gratidão a Deus por resgatar a arca do Senhor.

Estudar a Bíblia. Estudar a Bíblia é essencial na vida do cristão. Quem adora a Deus quer conhecer mais sobre Ele e o que O agrada, por isso lê a Sua Palavra.

Obedecer a Deus. Obedecendo a Deus e aprendendo a guardar seus mandamentos e aplicá-los à vida diária. Isso significa submeter-se à vontade de Deus (Romanos 12:1-2).

Rejeitar o pecado. Rejeitar o pecado e uma forma de agradar a Deus. Deus odeia o pecado porém ama o pecador. Quem O adora não O quer entristecer, por isso lutará contra o pecado, com a ajuda de Jesus.

Amar os outros como a si mesmo. Quando ajudamos uns aos outros em amor, adoramos a Deus, que ama a todos indistintamente. (1 João 4:11-12).

Ir à igreja que é a casa do Senhor. Ir à igreja requer um esforço de cada um para individualmente agradar a Deus. Na igreja adoramos a Deus todos juntos coletivamente e de várias maneiras. Mostramos nossa atitude de adoração tirando tempo só para o Senhor Jesus, demonstrando nossa vontade de honrar e servir ao Senhor.

 

Adorar a Deus em espírito e em verdade significa honrar a Deus sobre todas as coisas e render-lhe graças de uma maneira tão profunda que envolve todo nosso ser. Essa adoração genuína sempre estará fundamentada na verdade de Deus conforme Sua determinação revelada nas Escrituras e alcançada somente pelos verdadeiros adoradores.

 

Os verdadeiros adoradores são conhecidos de Deus.

Jesus falou sobre a importância de adorar a Deus em espírito e em verdade durante a conversa que teve com uma mulher samaritana quando parou em um poço na região de Samaria. Essa mulher lhe interrogou sobre qual a maneira correta de adorar a Deus, ou seja, basicamente ela queria saber quem eram os verdadeiros adoradores.

 

Esta pergunta  do diálogo da mulher Samaritana de João 4.1-29, tinha como base a comparação entre a adoração dos judeus e a adoração dos samaritanos. Depois da morte de Salomão, quando o reino de Israel se dividiu em dois, as tribos do norte e as tribos do sul, a capital do reino do norte ficou sendo Samaria, enquanto que a capital do reino do sul permaneceu em Jerusalém.

 

A adoração no reino do sul era concentrada no Templo de Jerusalém, construído segundo a ordem do próprio Deus. Já adoração no reino do norte era concentrada na própria região de Samaria, especialmente na cidade de Betel. Inclusive, foi nessa cidade que o rei Jeroboão I mandou erguer um dos dois bezerros de ouro que mandou construir em seu território para servir de objeto de adoração.


A história de Jeroboão 1° e o culto idólatra em Samaria. Os dois bezerros de ouro.

Jeroboão foi um dos reis de Israel, o primeiro deles. Ele era filho de Zeruá e Nebate, e havia nascido na tribo de Efraim e durante a juventude conviveu e se revoltou contra Salomão (filho e sucessor de Davi, rei de grande sabedoria que escreveu provérbios). Ele agiu a favor da idolatria, o que desagradou a Deus, e seu reinado havia começado pouco depois da divisão em novos dois reinos.

Jeroboão teve problemas na convivência com Salomão, inclusive provocou uma revolta contra o reinado dele, foi derrotado e por isso fugiu para o Egito. Uma década depois que Salomão morreu, ele retornou para sua terra. Foi quando as dez tribos de Israel chamaram Jeroboão, para sucedê-lo no trono.

Eles, as dez tribos, haviam recusado Roboão como novo rei. Dessa forma houve uma divisão: Roboão reinaria sobre duas tribos, a de Judá e a de Benjamim, que passou a chamar-se “Reino de Judá”. E Jeroboão assumiu as dez tribos que passou a ter mais de um nome “Tribo de Israel”, “Tribo de Efraim”, “Reino das dez tribos” e até mesmo “Reino de Samaria”. Além da mudança de nomes, foi escolhida uma capital Siquém, e depois mudou para Penuel.

Jeroboão teve oportunidade de fazer um reinado agradável a Deus. Quando o Senhor mandou o profeta Aías falar com ele sobre o plano divino de lhe entregar as dez tribos de Israel, ele prometeu a permanência da família de Jeroboão no trono desde que se mantivesse fiel: “Se ouvires tudo o que eu te ordenar, e andares nos meus caminhos, e fizeres o que é reto perante mim, guardando os meus estatutos e os meus mandamentos, como fez Davi, meu servo, eu serei contigo, e te edificarei uma casa estável, como edifiquei a Davi, e te darei Israel” (1 Reis 11:38)

Mesmo tendo recebido uma promessa de Deus, Jeroboão fraquejou, e se sentiu ameaçado com a influência dos irmãos da tribo de Judá, com medo de que se o povo voltasse a Jerusalém para celebrar as festas anuais (como Deus mandou na lei de Moisés) poderiam mudar de idéia e se revoltarem contra ele. Com isso, pecou. Impedia que os seus súbditos fossem até o Templo de Jerusalém, capital do Reino de Judá, para adoração ao Senhor. E ainda levantou dois santuários com bezerros de ouro no norte e no sul do país.


O Salmista denunciou severamente essa prática da idolatria, que é uma abominação ao Senhor.  (Salmo 115).

Apesar da marcante idolatria entre os samaritanos, eles, assim como os judeus, afirmavam adorar o Deus verdadeiro, o Criador de todas as coisas que tirou o povo de Israel do Egito, mas o culto dos judeus e dos samaritanos não se misturavam, e ambos os grupos condenavam um ao outro por praticarem falsa adoração.

 

A mulher samaritana fez a seguinte observação: “Nossos pais adoraram neste monte, e vós dizeis que é em Jerusalém o lugar onde se deve adorar” (João 4:20). Com isso, ela estava fazendo a seguinte pergunta implícita: Quem são os verdadeiros adoradores?

 

Muito provavelmente ao dizer “nossos pais adoraram neste monte”, ela estava se referindo ao Monte Gerizim, e ao fato de que Abraão e Jacó tinham construído altares nas encostas desse monte em Siquém (Gênesis 12:7; 33:20). Apesar de ela ter ouvido durante toda a vida que Deus deveria ser adorado ali, os judeus afirmavam veementemente que Jerusalém era o único local legítimo para a adoração.

 

Então Jesus lhe respondeu: “Mulher, crê-me que a hora vem, em que nem neste monte nem em Jerusalém adorareis o Pai”. (João 4:21). Foi exatamente nesse ponto que Ele afirmou: “Mas a hora vem, e agora é, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade; porque o Pai procura a tais que assim o adorem”. (João 4:23).

 

Com isso, Jesus estava dizendo que o povo escolhido de Deus não estaria restrito a Samaria ou Jerusalém, mas seria proveniente de todas as tribos, línguas e nações, servindo-lhe com sinceridade, prestando-lhe o verdadeiro culto.

 

O que é adorar a Deus em espírito e em verdade?

É possível entender o que é adorar em espírito e em verdade nas próprias palavras de Jesus. Perceba que Ele removeu qualquer limitação física, ou seja, a adoração verdadeira não estaria ligada a este ou aquele local. (João 4:21).

 

Além disso, Jesus também sinaliza o erro dos samaritanos como gravíssimo ao dizer que eles adoravam “porém não sabiam o que adoravam”. (João 4:22). Aqui vale saber que os samaritanos tinham rejeitado os livros poéticos e proféticos do Antigo Testamento, ou seja, eles tinham ignorado a própria revelação especial de Deus nas Escrituras.

 

Isso significa que a verdadeira adoração, além de não estar restrita a um determinado lugar considerado sagrado, ela também está completamente fundamentada na verdade sobre Deus conforme revelada em sua Palavra.

 

Nesse ensino Jesus também já estava contrastando o verdadeiro culto com o culto segundo as disposições regulamentadoras da Lei, isto é, o caráter temporário do sistema cerimonial e sacrifical do Antigo Testamento daria lugar ao verdadeiro culto definitivo a Deus, por meio de Jesus Cristo, o qual a Igreja santa adora ao Pai verdadeiramente.

 

O Pai procura os verdadeiros adoradores.

Jesus claramente diz que Deus procura os verdadeiros adoradores, ou seja, aqueles que o adorem em espírito e em verdade (João 4:23). Aqui mais uma vez fica muito clara a lição de que não podemos adorar a Deus de qualquer maneira, ao contrário, os verdadeiros adoradores adoram a Deus de acordo com os padrões que Ele mesmo estabeleceu em sua Palavra.

 

Em outras palavras, jamais Deus aceitará algum tipo de adoração que não esteja em conformidade com a sua vontade. Não importa o quanto o homem tente inovar, imaginar ou criar supostas “adorações”, pois todas elas serão vistas por Deus como falsas e reprováveis. É por isso que Ele procura quem o adore em espírito e em verdade.

 

O fato de Deus “procurar” quem o adore em espírito e em verdade, não significa que Ele esteja procurando pessoas que cumpram certos requisitos e sejam adoradores aceitáveis, ao contrário, essa “procura” é uma busca salvadora, na qual Ele vivifica pecadores desprezíveis, justifica-os pelos méritos de Cristo, e recebe-os como verdadeiros adoradores pela ação do Espírito Santo.

 

A necessidade de adorar a Deus em espírito e em verdade.

Jesus ainda explicou a importância de adorar a Deus em espírito e em verdade. Ele disse: “Deus é Espírito, e os que o adoram devem adorá-lo em espírito e em verdade” (João 4:24). Ao dizer que “Deus é Espírito”, Jesus estava ensinando que Deus é infinitamente mais elevado do que qualquer tipo de divindade construída por mãos humanas (como fizeram os samaritanos com seus bezerros de ouro), e sua presença jamais estará restrita a um único território, seja uma montanha considerada sagrada como Gerizim, seja o próprio Templo em Jerusalém.

O Deus vivo é o Todo-Poderoso, Criador do Universo, o Deus de toda a terra, diferente dos deuses tribais dos pagãos. Portanto, adorar a Deus em espírito é adorá-lo sabendo que nenhuma imagem pode representá-lo, e que sua presença não está limitada a um suposto lugar sagrado. Deus é Espírito e revela-se a si mesmo em Jesus Cristo, a única imagem do Deus invisível. (Colossenses 1:15).

 

É por isso que os verdadeiros adoradores adoram o Pai em espírito e em verdade, pois essa “verdade” refere-se à pessoa de Jesus Cristo da qual as Escrituras testificam, o mesmo que disse: “Eu sou o caminho a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim” (João 14:6); bem como: “E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará”. (João 8:32).

 

A genuína adoração só é possível através da pessoa de Jesus Cristo, de uma intimidade ímpar, de um relacionamento vital com Ele e de um compromisso com a verdade que Ele revela.

 

Adorar a Deus em espírito e em verdade é um dever de todo Cristão.

Ainda em João 4:24, Jesus afirma que aqueles que adoram a Deus “devem adorá-lo em espírito e em verdade”. Isso significa que não existe outra opção, ou seja, os verdadeiros adoradores não apenas adoram o Pai em espírito e em verdade, mas naturalmente eles têm o dever de fazer isso, pois essa realidade é parte fundamental de sua nova vida em Cristo.

 

Todos os que verdadeiramente nasceram de novo sendo regenerados pelo Espírito Santo, necessariamente adorarão a Deus em espírito e em verdade, e estes verdadeiros adoradores sempre almejaram e almejam por toda sua vida terrena, o grande dia vindouro da consumação de todas as coisas que é o dia do arrebatamento da igreja.

Todos os salvos o aguardam ansiosamente.   Quando todo povo que o próprio Deus separou para si redimindo-os de seus pecados forem arrebatados, eles estarão reunidos por toda a eternidade na mais perfeita e plena adoração ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo do Senhor. Sejamos adoradores em espírito e em verdade.

 

Deus abençoe você e sua família.

 

Pr. Waldir Pedro de Souza

Bacharel em Teologia, Pastor e Escritor.

 

 

 

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