OS MINISTROS EVANGÉLICOS E O ALCOOLISMO
Os
ministros, líderes e obreiros evangélicos em geral e a tendência e tentação do alcoolismo e a embriaguez.
Ressalto
aqui que me defino como um abstêmio não faço uso de qualquer bebida alcoólica,
inclusive o vinho fermentado em qualquer graduação alcoólica, em qualquer lugar
e por qualquer justificativa ou pretexto de ordem social, terapêutica ou
religiosa. Só uso o suco de uva não fermentado que é vendido em qualquer
supermercado.
Textos
bíblicos para interagir nesta postagem.
Isaías
5.11,22. Isaías 28.1-7. Oséias 4.11. Efésios 5.18.
Porque
aconteceu a embriaguez de Noé. Gênesis 9.21.
Lembramos
que no contexto desta passagem bíblica temos
informações que Noé plantou vinhas, que colhia as uvas frescas e fazia o
vinho não fermentado (tipo suco de uva) e que um dia ele deixou, por
esquecimento, um desses vasos de barro, lacrado, bem tampado; ele nunca tinha
visto isso e nem experimentado daquela bebida,
ao tomá-la pensou que era a mesma que ele tinha costume de tomar, assim
também todos da sua família, achou o
gosto estranho, porém continuou a beber daquela bebida fermentada sem saber que
já estava fermentada, só achava o gosto, o sabor bem diferente, quando se deu
conta já tinha acontecido tudo o que não podia acontecer. Ficou embriagado,
tirou suas roupas, dormiu no relento e o escândalo já tinha acontecido no outro
dia.
No caso
de uvas frescas que se faz o vinho não fermentado, é o que, no original, sempre
se faz menção do uso para não se embriagar e até tratar do estômago como Paulo
remendou a Timóteo. Na Santa Ceia instituída pelo Senhor Jesus, o vinho era não
fermentado. Em Caná da Galiléia Jesus transformou a água em vinho fresco de
uva, não fermentado.
Vamos
à história da embriaguez de Noé.
No
Antigo Testamento (Gênesis 9.21) Noé, após o dilúvio, plantou vinha e fez o
vinho. Fez uso da bebida (fermentada) a ponto de se embriagar. Diz a bíblia que
Noé gritou, tirou a roupa e desmaiou. Não voltou para casa como de costume.
Momentos depois seu filho Cam foi procurá-lo e o encontrou “tendo à mostra as
suas vergonhas”, ou seja, estava nú, sem roupas e estirado no chão dormindo.
Foi
a primeiro relato que se tem conhecimento de um caso de embriaguez.
Nota-se,
assim, que não apenas o uso de álcool, mas também a sua embriaguez, são
aspectos que acompanham a humanidade desde seus primórdios.
Nadabe,
Abiú, os Sacerdotes e as Bebidas Alcoólicas.
Levítico
10.1-11.
Nadabe
e Abiú ,filhos de Arão, morrem diante do Senhor.
10.1 E os filhos de Arão, Nadabe e Abiú, tomaram cada um o seu incensário, e puseram neles fogo, e puseram incenso sobre ele, e trouxeram fogo estranho perante a face do Senhor, o que lhes não ordenara.
2 Então, saiu fogo de diante do Senhor e os consumiu; e morreram perante o Senhor.
3 E disse Moisés a Arão: Isto é o que
o Senhor falou, dizendo: Serei santificado naqueles que se cheguem a
mim e serei glorificado diante de todo o povo. Porém Arão calou-se.
4 E Moisés chamou a Misael e a Elzafã, filhos de Uziel, tio de Arão, e disse-lhes: Chegai, tirai vossos irmãos de diante do santuário, para fora do arraial.
5 Então, chegaram e levaram-nos nas suas túnicas para fora do arraial, como Moisés tinha dito.
6 E Moisés disse a Arão e a seus filhos Eleazar e Itamar: Não descobrireis as vossas cabeças, nem rasgareis vossas vestes, para que não morrais, nem venha grande indignação sobre toda a congregação; mas vossos irmãos, toda a casa de Israel, lamentem este incêndio que o Senhor acendeu.
7 Nem saireis da porta da tenda da
congregação, para que não morrais; porque está sobre vós o azeite da
unção do Senhor. E fizeram conforme a palavra de Moisés.
8 E falou o Senhor a Arão, dizendo:
9 Vinho ou bebida forte tu e teus filhos contigo não bebereis, quando entrardes na tenda da congregação, para que não morrais; estatuto perpétuo será isso entre as vossas gerações,
10 para fazer diferença entre o santo e o profano e entre o imundo e o limpo,
11 e para ensinar aos filhos de Israel todos os
estatutos que o Senhor lhes tem falado pela mão de Moisés.
Nadabe
e Abiú, filhos de Arão, pegaram cada um o seu incensário, nos quais acenderam
fogo, acrescentaram incenso, e trouxeram fogo profano perante o Senhor, sem que
tivessem sido autorizados. Então saiu fogo da presença do Senhor e os consumiu.
Morreram perante o Senhor. Moisés então disse a Arão:
"Foi
isto que o Senhor disse: ‘Aos que de mim se aproximam santo me mostrarei; à
vista de todo o povo glorificado serei’ ".
Arão,
porém, ficou em silêncio.
Então
Moisés chamou Misael e Elzafã, filhos de Uziel, tio de Arão, e lhes disse:
"Venham cá; tirem os seus primos da frente do santuário e levem-nos para
fora do acampamento". Eles foram e os puxaram pelas túnicas, para fora do
acampamento, conforme Moisés tinha ordenado.
Então
Moisés disse a Arão e a seus filhos Eleazar e Itamar: "Não andem descabelados,
nem rasguem as roupas em sinal de luto, senão vocês morrerão e a ira do Senhor
cairá sobre toda a comunidade. Mas os seus parentes, e toda a nação de Israel,
poderão chorar por aqueles que o Senhor destruiu pelo fogo. Não saiam da
entrada da Tenda do Encontro, senão vocês morrerão, porquanto o óleo da unção
do Senhor está sobre vocês". E eles fizeram conforme Moisés tinha
ordenado.
Depois
o Senhor disse a Arão: "Você e seus filhos não devem beber vinho nem outra
bebida fermentada antes de entrar na Tenda do Encontro, senão vocês morrerão. É
um decreto perpétuo para as suas gerações. Vocês têm que fazer separação entre
o santo e o profano, entre o puro e o impuro, e ensinar aos israelitas todos os
decretos que o Senhor lhes deu por meio de Moisés".
Então
Moisés disse a Arão e aos seus filhos que ficaram vivos, Eleazar e Itamar:
"Peguem a oferta de cereal que sobrou das ofertas dedicadas ao Senhor,
preparadas no fogo, e comam-na sem fermento junto ao altar, pois é santíssima.
Comam-na em lugar sagrado, porquanto é a porção que lhes cabe por decreto, a
você e a seus filhos, das ofertas dedicadas ao Senhor, preparadas no fogo; pois
assim me foi ordenado. O peito ritualmente movido e a coxa ofertada, você, seus
filhos e suas filhas poderão comer num lugar cerimonialmente puro; foi dado a
você e a seus filhos como porção das ofertas de comunhão dos israelitas. A coxa
ofertada e o peito ritualmente movido devem ser trazidos junto com as porções
de gordura das ofertas preparadas no fogo, para serem movidos perante o Senhor
como gesto ritual de apresentação. Esta será a porção por decreto perpétuo para
você e seus descendentes, conforme o Senhor tinha ordenado".
Quando
Moisés procurou por toda parte o bode da oferta pelo pecado e soube que já fora
queimado, irou-se contra Eleazar e Itamar, os filhos de Arão que ficaram vivos,
e perguntou:
"Por
que vocês não comeram a carne da oferta pelo pecado no Lugar Santo? É
santíssima; foi-lhes dada para retirar a culpa da comunidade e fazer
propiciação por ela perante o Senhor. Como o sangue do animal não foi levado
para dentro do Lugar Santo, vocês deviam tê-lo comido no Lugar Santo, conforme
ordenei".
Arão
respondeu a Moisés: "Hoje eles ofereceram o seu sacrifício pelo pecado e o
seu holocausto perante o Senhor; mesmo assim coisas como essas aconteceram
comigo. Será que teria agradado ao Senhor se eu tivesse comido a oferta pelo
pecado hoje?” Quando Moisés ouviu isso, ficou satisfeito.
Bebidas
alcoólicas na visão da igreja moderna.
É
claro que a visão muda de acordo com cada religião e a partir da interpretação
que é feita sobre a bíblia. Entretanto, de modo geral, o corpo humano é visto
como obra do Criador. Tendo isso como ponto de partida, fica fácil entender que
qualquer coisa que prejudique o funcionamento do nosso organismo não é bom para
o conforto espiritual. Isso inclui qualquer tipo de vício, estando o álcool
incluso.
Contudo,
algumas correntes são mais flexíveis e não condenam de forma
veemente o consumo de bebida alcóolica. A recomendação é a de que isso seja
feito de forma moderada, sempre evitando os excessos, não se embriagando e
muito menos usando isso como o objetivo. Um bom exemplo disso são aqueles
convites que chegam em forma de “vamos sair para beber alguma coisa”.
Se
você tem dúvidas a respeito de qual é a visão da sua Igreja nessa relação entre
bebida alcóolica e religião, o mais adequado é que procure o líder da sua
comunidade e esclareça a questão direto com sua denominação. Assim,
consegue-se entender melhor e evitar qualquer tipo de conflito espiritual.
Beber
bebidas alcoólicas é pecado?
A
ideia desse artigo não é discutir textos bíblicos, tomando como base as
religiões cristãs, a maioria aqui no Brasil, que permitem o uso não abusivo de bebidas
alcoólicas. Algumas permitem o uso social de bebidas alcoólicas e outras proíbem
essa prática. É possível encontrar diversas passagens
bíblicas sobre o consumo de vinho nos tempos antigos, principalmente nas
festividades e o uso constante nos palácios.
Isso
pode parecer para muitos que beber não é pecado, desde que a prática seja
adotada com autocontrole e de forma comedida. Por outro lado, a embriaguez e o
vício, considerados excessos, são sim considerados transgressões do ponto de
vista religioso.
Então,
como saber se estou dentro da conduta esperada que não me cause condenação na
minha consciência?
Como
dissemos, o mais prudente é conversar com seus líderes da igreja para que
possam esclarecer com a autoridade eclesiástica de sua confiança o que a Bíblia
diz sobre esse comportamento, mesmo que moderado ou social.
Mas
existem dicas e práticas de bom-senso que nos ajudam no exame de
consciência.
O
que podemos te ajudar nessa interpretação é responder algumas perguntas como:
1. Eu consigo parar quando quiser? Se a resposta
for não, você saberá que se trata de um vício;
2. Quando
eu bebo tenho posturas vergonhosas?
3. Meu comportamento depois de consumir
bebidas alcoólicas é perigoso para a minha vida e a de outras pessoas?
4. O consumo de álcool tem começado a trazer
danos para a minha saúde?
5. O gasto com bebidas alcóolicas tem
prejudicado as minhas finanças?
6. Beber é algo que traz problemas para a
minha consciência?
As
respostas vão fazer você entender se precisa rever as suas atitudes ou se elas
estão dentro do que se espera de uma pessoa religiosa e que respeita a palavra
de Deus e a doutrina de sua Igreja.
Se
você quer mesmo parar, seja por questões de saúde, por tranquilidade
espiritual, alguma promessa, ou porque a sua denominação não permite, saiba que
Deus se agrada daqueles que são fiéis obedientes à sua palavra, pois o uso de
bebidas alcoólicas é abominável ao Senhor.
Existem
bebidas, vinhos e cervejas, sem álcool. Elas têm o mesmo sabor, porém com
o grande benefício (aparente benefício?) de não levarem à embriaguez e muito
menos de trazer esse conflito com a religião.
Quais
os benefícios para o corpo ao parar de beber.
Ao
parar de consumir bebidas alcóolicas, você poderá colher bons frutos no que diz
respeito à sua saúde e ao funcionamento do seu organismo, mais aproximação com
seus familiares, mais sobriedade em suas ações e decisões. Nos próximos tópicos listamos mais dos
principais benefícios que você pode notar ao deixar de fazer uso de bebidas
alcoólicas, mas vai ser uma grande ajuda para evitar doenças decorrentes do
consumo de bebidas alcóolicas.
Há
uma série de condições que podem surgir em decorrência do consumo frequente de
álcool. Entre elas, estão:
Doenças
gastrointestinais como gastrite e úlcera; Cirrose hepática; Hepatite alcóolica;
problemas cardíacos; distúrbios do sono; pancreatite; câncer.
Estes
já são uns bons motivos para se manter bem distante do alcoolismo.
Motivos
para um verdadeiro Cristão não tomar bebidas alcoólicas.
Motivos
de ordem bíblica, social e espiritual do
porquê um cristão evangélico deve ser abstêmio ou porquê não deve beber vinho,
cerveja, cachaça, aguardente, vodka ou qualquer outro tipo de bebida alcoólica
mesmo que de baixo teor alcoólico e de forma social ou moderada.
1º
Motivo: Antecedentes Bíblicos.
A
bebida alcoólica foi o motivo da queda de muitos servos de Deus levando-os ao
fracasso na vida pessoal, familiar e ministerial. Noé depois de se embriagar
com vinho portou-se de forma inconveniente, censurável e imprudentemente
amaldiçoou um dos filhos (Leia Gênesis 9.20-25). Ló embriagado manteve relações
sexuais com as próprias filhas (Leia Gênesis 19.29-38). Não há um único texto
na Bíblia que apresente alguém como exemplo ou incentivo para o uso de bebidas alcoólicas
2º
Motivo: Consagração a Deus.
Para
que alguém pudesse ser consagrado para Deus ou fizesse o “voto de nazireu” era
necessário que se abstivesse completamente de toda bebida forte ou embriagante
demonstrando ser uma pessoa especial, consagrada e separada para o serviço a
Deus (Leia Números 6.1-4).
3º
Motivo: Excelência Ministerial.
Para
ser sacerdote na antiga aliança o escolhido tinha que se abster de vinho e de
toda bebida fermentada por toda a vida enquanto estivesse ministrando ao povo
de Deus. O vinho fermentado não podia estar presente em nenhum ato de
sacrifício ou de adoração a Deus. O consumo de bebida com álcool tornava o
sacerdote desqualificado para ministrar diante de Deus, da família e da congregação.
O ministério é coisa santa. É obra excelente. É missão nobre. (Leia Levítico
10.8-11).
4º
Motivo: Carnalidade.
Conforme
Provérbios 20.1 a bebida forte (aguardentes, destilados e fermentados etílicos
como o vinho e a cerveja) torna aquele que bebe imprudente, insensato e
inconveniente. Por trás de um gole de bebida alcoólica vem o escárnio, a
ociosidade, a brincadeira indecente, a agressividade e a frieza espiritual. Os
crentes em tempos de consagração e intimidade com Deus não costumam se sentir
atraídos pelas rodas de bebidas que o salmista diz no Salmo 1 de roda de
escarnecedores. Quando isto acontece, o que está acontecendo na verdade é
geralmente uma crise de decadência espiritual. Bebida e sabedoria não andam no
mesmo caminho. Bebedice é obra da carne e não do Espírito. (Leia Gálatas
5.19-21). No céu só há lugar para os que antes eram bebedores mas se arrependeram
e foram libertos.
5º
Motivo: Decência.
Conforme
Provérbios 23.29-35 aquele que bebe vinho fermentado perde o domínio próprio, a
capacidade de julgar com retidão, o discernimento de valores e a postura social
de decência. O vinho torna-se letal como o veneno da serpente. O seu consumidor
entra na esfera das alucinações e fantasias O vício do alcoolismo, assim como
todas as drogas ilícitas, está geralmente associado a outros males e pecados:
violência, abandono da família, imoralidade sexual, fofoca, maledicência,
palavras torpes e perda de interesse pelos valores espirituais e morais. O
vinho gera dependência e leva a pessoa a buscar bebida mais forte, por mais
tempo e com mais parceiros.
6º
Motivo: Dependência.
A
bebida alcoólica gera dependência química e psicológica, assim como tantas
outras drogas ilícitas, e estabelece um processo de destruição do corpo, que no
caso do crente, é o templo do Espírito Santo. (Leia I Coríntios 3.16,17).
7º
Motivo: Exemplo.
Sabemos
que os filhos pequenos tendem a imitar os pais. Um pai ou uma mãe que bebe na
presença dos filhos (ou um discipulador na presença dos discípulos) está
dizendo para a criança (ou para o discípulo) pela aprendizagem do exemplo que o
que ele está fazendo é moralmente correto, socialmente justificável e
espiritualmente aceitável e assim procedendo tornam-se motivo de escândalo aos
novos crentes e impedimento aos que poderiam ser alcançados pela pregação do
Evangelho (Leia 2 Coríntios 6.3,4a). Geralmente encontramos na cadeia do
alcoolismo filhos de pais alcoólatras dependentes química e espiritualmente
numa clara evidência que o alcoolismo estabelece também uma cadeia por ação de
demônios do vício de beber.
8º
Motivo: Decadência.
O
vício do alcoolismo representa uma terrível chaga de ordem social. Por mais que
haja uma condescendência social para com o consumo de bebidas o seu efeito é
devastador e contribui para a decadência moral e social. Muitos pastores e
líderes evangélicos dizem que bebem “apenas socialmente” e ainda dizem que o
Apóstolo Paulo recomendou que fizéssemos de tudo para ganhar uma alma, porque
uma alma vale mais que o mundo inteiro. O alcoolismo que começa com pequenas
doses no ambiente entre amigos e tidas como comportamento social normal termina
se tornando uma doença terminal levando à morte milhões de pessoas no Brasil e
no mundo. Quantas esposas e filhos agredidos porque o pai, o marido, etc, chegou
alcoolizado em casa? Quantos acidentes deixando pessoas mutiladas, porque
alguém que dirigia o veículo estava alcoolizado? Quantas brigas e até mortes
ocasionadas pelo consumo de bebidas fortes das mais diversas? Quantas
oportunidades jogadas fora? Quantos leitos hospitalares, manicômios e presídios
superlotados pela ação de vítimas do alcoolismo? A Igreja foi chamada para ser
sal da terra e luz do mundo, ou seja, uma referência dos padrões e valores de
Deus para o mundo e não para ser uma extensão do mundo. Vivemos no mundo, mas
não somos do mundo. (Leia Mateus 5.16).
9º
Motivo: Pretexto.
O fraco
e tendente argumento de que Jesus bebia
vinho com os pecadores (Leia Mateus 11.19) e que transformou água em vinho numa
festa de casamento (Leia João 2.1-11) ou que Paulo recomendou a Timóteo que
tomasse um pouco de vinho pelas suas constantes enfermidades no estômago (Leia
I Timóteo 5.23) legitima o consumo de bebidas alcoólicas é tendencioso,
oportunista e ignora pelo menos alguns princípios: 1. A Bíblia não se
contradiz. A regra bíblica no AT é de reprovação ao consumo do vinho fermentado
e não diz no NT que o vinho era fermentado. A palavra grega para vinho em ambos
os casos (com fermentação ou sem fermentação) é “oinos”. Vale a regra
hermenêutica de que uma afirmação bíblica menor estará contida e sempre de
acordo com uma afirmação bíblica maior. 2. Os rabinos e fariseus que eram
radicalmente contra o consumo de vinho fermentado e que provavelmente estavam
entre os convidados não reprovaram ou questionaram a atitude de Jesus. 3. Nos
dias de Cristo o consumo de vinho fermentado era social e religiosamente não
recomendado. 4. É interessante notar que o texto traz uma acusação dos
oposicionistas do ministério de Cristo e não uma declaração afirmativa. 5. Se
Paulo insiste com Timóteo para que tome um pouco de vinho pelas suas
características terapêuticas e medicinais é porque o próprio Timóteo não tinha
o hábito de ingerir vinho e isto não acontecia com ele que era um ministro respeitado
pela sociedade e prls igreja. Nas citações bíblicas relacionadas a
finalidade da citação do vinho foi para manifestar a divindade de Cristo e Sua
humanidade através do seu poder e da identificação com os pecadores. Os
fariseus, independentemente da questão moral, questionavam Jesus até pelo fato
de andar ou se assentar ao lado de um pecador. Os escribas também disseram que
Jesus estava possesso por um demônio chamado de Belzebu (Leia Marcos 3.22) e
nós sabemos que esta acusação não tinha qualquer fundamento de verdade. O certo
é que devemos evitar toda e qualquer aparência do mal.
10º
Motivo: Consciência.
Apesar
de reconhecer os benefícios do consumo moderado do vinho, geralmente apontados
em pesquisas médicas, a mesma ciência comprova que os mesmos benefícios podem
ser encontrados na uva com casca, no suco de uva e nos chás verde e preto. O
vinho é benéfico para a saúde, mas o álcool é maléfico para a saúde, para a
família, para a sociedade e para a vida espiritual. O vinho fermentado é
alcoólico. O suco de uva é vinho sem álcool. De que lado você fica? A decisão
de cada um deve ser de acordo com sua consciência e nível de conhecimento e
temor a Deus. Cabe a cada um responder diante de Deus pelos seus atos no plano
físico, moral e espiritual (Hebreus 4.13 e Leia Romanos 14.11-13). Aos que
querem viver segundo o padrão de excelência estabelecido por Deus cabe obedecer
a Ele pela sua Palavra e pelos ministros que Ele constituiu para ensinar o seu
rebanho. (Leia Hebreus 13.17). Faça como os patriarcas, faça como os profetas,
faça como os apóstolos, faça como o
próprio Senhor Jesus, use o vinho não
fermentado que é o suco de uva vendido em qualquer supermercado ou mercearia no
Brasil. Esta é a bebida sem fermentação usada no mundo inteiro para a
ministração da Santa Ceia do Senhor, como o próprio Senhor Jesus nos ensinou.
A
pergunta que não quer calar: Pastores, líderes evangélicos e obreiros em geral
podem embriagar-se?
Uma
história interessante aconteceu quando ondas estranhas passaram por alguns
círculos evangélicos no Brasil e em outros países. O pregador de uma das
maiores igrejas “conectadas e totalmente digitalizadas” em franco crescimento,
havia sido removido de seu posto. Depois de um processo prolongado, os outros
líderes de sua igreja consideraram-no desqualificado para o ministério,
citando, entre outros fatores mais gerais, 1 Timóteo 3.3 e seu uso exagerado de
álcool.
Foi surpreendente para muitos, não apenas porque eles não o viam apenas como um pregador conhecido, mas porque nunca ouviram falar de um pastor sendo desclassificado por beber bebidas alcoólicas.
Relatos trágicos como imoralidade sexual e má
administração financeira tem sido muito comum, mas o uso excessivo de álcool
não era ou passou a não ser nos últimos tempos, motivo para desqualificar e ou destituir
qualquer líder evangélico de suas funções e vou mais além, nessas pesquisas
vamos encontrar líderes evangélicos que fazem uso, as escondidas, de produtos
do tabaco como por exemplo o cigarro e até de entorpecentes, infelizmente.
Será
que se esqueceram das qualificações para o ministério? Vejamos algumas.
Das
quinze qualificações para o pastor, líder e outras funções ministeriais em 1 Timóteo 3. 1–7,
se recomenda que “não sejam dados ao vinho”, fermentado é claro. Pode ser que a
geração anterior de evangélicos tenha transposto mais prontamente e se excedido neste particular, mas acredito piamente que a igreja das gerações passadas eram e foram muito mais conservadoras do que as de hoje que são declaradas, conhecidas e reconhecidas como conservadoras. Não porque
essa geração fosse alheia aos perigos do álcool, mas porque, para muitos, tomar
parte disso era quase impensável.
O
legado da Lei Seca (Prohibition) havia resistido. Em grandes áreas,
beber era desaprovado para todos os cristãos e especialmente para os pastores e líderes evangélicos.
O
profeta Daniel nos deu um grande exemplo ao não se contaminar com as iguarias
do Palácio real da Babilônia, dentre essas iguarias a principal era a grande
quantidade de vinhos e bebidas alcoólicas de todos os tipos e que vinham de todas as partes do mundo conhecido de então e que eram servidos fartamente
pelos reis daquela época para todos dentro dos seus palácios. Dn 1.
É
claro que a abstinência não era assumida em todas as classes de associações
evangélicas do passado, ou em todas as regiões, mas os vestígios dos movimentos de
temperanças irregularidades do século dezenove continuaram a dominar muitos setores, assim como o é hoje. Há uma busca constante de se esconder os erros de quem deveriam dar e ser o exemplo dos fiéis, para os fiéis servos do Senhor Jesus e para com os de fora, principalmente.
Uma reação tão aguda aos perigos e excessos do álcool (especialmente bebidas destiladas) nas gerações anteriores às nossas, sem dúvida criou seus próprios problemas, mas esses não são tipicamente os problemas que enfrentamos hoje. Pelo menos não nos círculos nos quais convivemos.
Considerando que os evangélicos de
uma era passada ou de nossos ancestrais podem ter se excedido em relação aos
perigos do alcoolismo e necessitavam de lideres religiosos com mais compromisso
com Deus, assim da mesma maneira nós nos encontramos hoje, na necessidade de
líderes da igreja que não se tornem vítimas do mesmo conjunto de novas
tentações que nossos rebanhos estão enfrentando, por isso nos é recomendado
pelo Apóstolo Paulo que sejamos exemplo dos fiéis.
O
novo chamado é para pastores e presbíteros firmes e
maduros o suficiente na fé para não apenas conhecerem suas liberdades em
Cristo, mas também estarem prontos, em amor, a renunciar, por vezes, aos seus
direitos para o bem dos outros. A maior dificuldade que vemos hoje para
formação de lideres “líderes evangélicos de verdade”, se constitui no fato de
que muitos não querem renunciar nada, muitos não querem abrir mão de nada da
vida pregressa sem Cristo. Querem vir para o altar e viver do altar, mas não
querem se sacrificar no altar para agradar a Deus.
Vinho
para alegrar o coração ou vinho para tirar a alegria do Senhor Jesus do
coração?
A
lista de qualificações de Paulo para o cargo de pastores e líderes evangélicos,
começa com sete características desejáveis e,
em seguida, dá quatro negativas, ou desqualificadoras, antes de terminar com
três requisitos finais. “Não dado ao vinho” ( do grego mē paroinon,
somente aqui e em Tito 1.7) é o primeiro dos quatro desqualificadores. Os
diáconos, também, de acordo com 1Timóteo 3.8, não devem ser “dados a muito
vinho”. Esses não são requisitos para a abstinência. “Não dado ao vinho” significa
do vinho “fermentado ou cheio de mosto”, ou seja, fazer uso moderado do suco de
uva, visto que o uso exagerado, até mesmo do suco de uva, pode causar gastrite
ou desconforto gástrico; agora imaginem o estrago que faz no organismo o vinho fermentado
que é totalmente prejudicial para o estômago e para todo o resto do corpo.
O
Salmo 104.14–15 celebra os dons de Deus na criação, incluindo pão, azeite e
“vinho, que alegra o coração do homem”. Provérbios 3.10 menciona “transbordarão
de vinho os teus lagares” como uma bênção, não uma maldição, como uma promessa
para aqueles que honram a Deus, não um mal. João Batista escolheu o estilo de
vida do deserto com poucos alimentos e quase nada de água, enquanto Jesus veio comendo e bebendo, e ambos
eram sábios e justos. (Mt 11.18,19; Lc 7.33-35). Para o seu primeiro milagre, é
muito claro, Jesus fez o vinho da água (e não o inverso), e Paulo instruiu seu
protegido a “usar um pouco de vinho por causa do seu estômago e suas frequentes
enfermidades”. (1Tm 5.23).
Aqueles
que se levantam contra as antigas tentativas de a igreja ficar do lado dos
anjos e contra o ensino de demônios só trás prejuízos espirituais para suas
vidas e de seus ouvintes. (1Tm 4.1–5).
1 Pedro 4.3
3. Porque é bastante que, no tempo passado da
vida, fizéssemos a vontade dos gentios, andando em dissoluções,
concupiscências, borrachices(desejos da carne), glutonarias, bebedices e
abomináveis idolatrias;
Deus
abençoe você e sua família.
Pr. Waldir
Pedro de Souza
Bacharel
em Teologia, Pastor e Escritor.
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