segunda-feira, 6 de dezembro de 2021

PRINCIPAIS VIAGENS MISSIONÁRIAS DO APÓSTOLO PAULO

PRINCIPAIS VIAGENS MISSIONÁRIAS DO APÓSTOLO PAULO

 

Quem era o apóstolo Paulo? Atos 9.1-31.

Paulo, também conhecido como Saulo de Tarso antes da sua conversão, (5-67) foi um apóstolo de Cristo, um dos maiores propagadores do cristianismo. Autor de treze epístolas do Novo Testamento. Antes de se converter ao Cristianismo era conhecido como Saulo e perseguia os discípulos de Jesus nos arredores de Jerusalém e cidades e províncias próximas.

Paulo, Apóstolo nasceu em Tarso, na Cilícia (hoje uma região da Turquia), no ano 5 da era cristã. A cidade de Tarso era um próspero centro mercantil e intelectual do mundo romano; toda aquela região era dominada pelo império romano. Augusto, Tibério e Calígula, foram os Césares do império romano contemporâneos de Jesus Cristo e do apóstolo Paulo.

Filho de uma família judaica da tribo de Benjamim, que gozavam dos privilégios da cidade romana, ao nascer, recebeu o nome de Saulo (do hebreu), que mais tarde alterou para Paulo (do latim), depois da conversão e do batismo.

Saulo passou os primeiros anos de vida em meio da comunidade judaica e frequentou a escola da sinagoga. Um antigo costume judeu era ensinar às crianças algum trabalho útil. Saulo tornou-se tecelão.

Ainda adolescente, foi enviado a Jerusalém, onde deveria familiarizar-se mais profundamente com a religião e a cultura hebraica, a cultura de seus antepassados e familiares. Em Jerusalém, estudou no templo de Salomão, reedificado e embelezado por Herodes Agripa, o governador da Palestina.

Membro da seita ortodoxa dos fariseus, como seu pai, durante cinco anos foi educado como discípulo de Gamaliel, rabino influente e de renome.

Além da Bíblia, Saulo estudou a Lei Oral, um conjunto de tradições que regulava todas as atividades da vida cotidiana. Saulo se preparava aos pés de Gamaliel, o mais excelente dos educadores das leis judaicas da época, para ser um rabino na mais ortodoxa das seitas judaicas.

No fim dos estudos retorna para Tarso. Alterna os trabalhos na sinagoga e a fabricação de tenda junto ao pai. Nessa época, ocorreram os grandes eventos do cristianismo. Desde 26, Jesus anunciava o Evangelho (entre 28 e 30 datam-se sua morte e ressurreição).

Quando Saulo chegou à Jerusalém, em 29, os discípulos de Jesus já eram mais de 5 mil. A maior parte dos judeus, inclusive Saulo, não acreditava, ainda, que aquele fosse o Messias. Tornou-se perseguidor das primeiras comunidades cristãs e participou do apedrejamento do apóstolo Estêvão.

 

Sua conversão ao Cristianismo foi marcante na história dos apóstolos.  

A caminho de Damasco, Saulo teve a visão de uma luz incandescente e ouviu a voz de Jesus que lhe indagava sobre as perseguições da parte dele contra os Cristãos. No mesmo instante ficou cego e durante três dias entregou-se às orações.

A mando de Jesus, Ananias, que era profeta, vai a seu encontro, confirma a conversão de Saulo e  prepara seu batismo, põe a mão em sua cabeça e no mesmo instante Saulo recobra a visão. Impressionado com o ocorrido, é batizado com o nome de Paulo e converte-se ao cristianismo.

Para reconstruir seus pensamentos, Paulo retira-se para o deserto da Arábia.

Realiza diversas expedições e viagens missionárias pregando o evangelho de Jesus Cristo.

Em 44, após pregar durante três anos, em Tarso, segue para Antioquia, capital da província da Síria, então a terceira cidade do império, logo após, segue para Roma e Alexandria. Nessa cidade tem início a missão entre os gentios. Foi nessa cidade que os discípulos, pela primeira vez, foram chamados cristãos.

Entre 49 e 53, Paulo realiza sua segunda viagem missionária. Entre outras cidades, vai a Macedônia, Acaia, Filipos, Atenas e Corinto. Entre 50 e 52 permanece em Corinto durante dezoito meses e funda uma comunidade cristã formada por pessoas da camada mais modesta da população.

A primeira Carta aos Coríntios foi escrita em Éfeso, provavelmente em 56, com o objetivo de restabelecer a unidade, advertindo que o único líder era Cristo.

Em 58, em Jerusalém, foi acusado de haver pregado contra a Lei e além de ter introduzido um gentio, no templo. Preso é enviado para Roma, onde seria julgado por um tribunal de César, mas um naufrágio interrompe a viagem. Paulo consegue permissão para ficar em prisão domiciliar.

Até o ano de 62, Paulo escreveu suas epístolas, das quais treze conseguiram sobreviver: 1.ª e 2.ª Coríntios, Gálatas, Efésios, Filipenses, Colossenses, 1.ª e 2.ª Tessalonicenses, 1.ª e 2.ª Timóteo, Filemom e Hebreus.

Nas epístolas, Paulo trata da doutrina, da ética cristã e da organização da Igreja. (Na Bíblia, as Epístolas seguem-se aos Evangelhos e aos Atos dos Apóstolos).

Em 64, após o incêndio em Roma, que recaiu sobre os cristãos, Paulo, Apóstolo foi novamente preso e levado para os arredores de Roma quando, em 67, ele foi decapitado.

 

Por onde passaram os apóstolos em suas viagens missionárias, principalmente o apóstolo Paulo.

Gaza. Filipe pregou a respeito de Cristo e batizou um eunuco etíope a caminho de Gaza (At. 8:26–39).

Jerusalém. Todos os apóstolos participaram dos acontecimentos em Jerusalém.

Jope. Pedro recebeu uma visão de que Deus concedera o dom do arrependimento aos gentios. (At. 10; 11:5–18). Pedro levantou Tabita dos mortos. (At. 9:36–42).

Samaria. Filipe ministrou em Samaria, (At. 8:5–13), e Pedro e João posteriormente ensinaram a palavra de Deus em Samaria. (At. 8:14–25). Após terem eles conferido o dom do Espírito Santo, Simão, o mágico, tentou comprar deles esse dom. (At. 8:9–24).

Cesaréia. Neste local, depois que um anjo ministrou a um centurião chamado Cornélio, Pedro permitiu que ele fosse batizado. (At. 10). Aqui, Paulo fez a sua defesa perante Agripa (At. 25–26).

Damasco. Jesus apareceu a Saulo. (At. 9:1–7). Depois que Ananias restaurou a visão de Saulo, este foi batizado e iniciou o seu ministério. (At. 9:10–27).

Antioquia. (na Síria). Aqui, os discípulos foram chamados cristãos pela primeira vez. (At. 11:26). Ágabo profetizou fome. (At. 11:27–28). Grande dissensão surgiu em Antioquia concernente à circuncisão. (At. 14:26–28; 15:1–9). Em Antioquia, Paulo iniciou a sua segunda viagem missionária, com Silas, Barnabé e Judas Barsabás. (At. 15:22, 30, 35).

Tarso. Cidade natal de Paulo; ele foi enviado para lá pelos líderes da Igreja para proteger a vida dele. (At. 9:29–30).

Chipre. Após terem sido perseguidos, alguns dos santos fugiram para esta ilha. (At. 11:19). Paulo passou por Chipre em sua primeira viagem missionária. (At. 13:4–5), como o fizeram posteriormente Barnabé e Marcos. (At. 15:39).

Pafos. Paulo amaldiçoou aqui um feiticeiro. (At. 13:6–11).

Derbe. Paulo e Barnabé pregaram o evangelho nesta cidade. (At. 14:6–7, 20–21).

Listra. Após Paulo ter curado um paralítico, ele e Barnabé foram aclamados como deuses. Paulo foi apedrejado e dado como morto, mas reviveu e continuou a pregar. (At. 14:6–21). Lar de Timóteo. (At. 16:1–3).

Icônio. Em sua primeira missão, Paulo e Barnabé pregaram aqui e foram ameaçados de apedrejamento. (At. 13:51–14:7).

Laodicéia e Colossos. É um dos ramos da Igreja que Paulo visitou e do qual recebeu cartas. (Col. 4:16). É também uma das sete cidades relacionadas no livro de Apocalipse (as outras são: Éfeso, Esmirna, Pérgamo, Tiatira, Sardes e Filadélfia; Apoc. 1:11). Colossos está a 18 quilômetros a leste de Laodiceia. Paulo escreveu aos santos que viviam ali.

Antioquia. (da Pisídia). Em sua primeira viagem, Paulo e Barnabé ensinaram aos judeus que Cristo veio da semente de Davi. Paulo anunciou o evangelho a Israel, e depois aos gentios. Paulo e Barnabé foram perseguidos e expulsos. (At. 13:14–50).

Mileto. Enquanto estava ali, em sua terceira missão, Paulo advertiu os líderes da Igreja de que “lôbos cruéis” entrariam no rebanho. (At. 20:29–31).

Patmos. (Ilha de Patmos). João era prisioneiro nesta ilha quando ele teve as visões atualmente contidas no livro de Apocalipse (Apoc. 1:9).

Éfeso. Apolo pregou ali com muito poder de Deus. (At. 18:24–28). Paulo, em sua terceira missão, ensinou em Éfeso durante dois anos, tendo convertido muitas pessoas. (At. 19:10, 18). Ele conferiu a muitos o dom do Espírito Santo pela imposição das suas mãos. (At. 19:1–7) Realizou muitos milagres, inclusive a expulsão de espíritos malignos. (At. 19:8–21). Os adoradores de Diana provocaram um tumulto contra Paulo. (At. 19:22–41). Parte do livro de Apocalipse foi dirigido à Igreja de Éfeso. (Apoc. 1:11).

Trôade. Enquanto Paulo esteve nesta cidade, em sua segunda viagem missionária, teve a visão de um homem da Macedônia pedindo ajuda. (At. 16:9–12). Durante a sua estada ali em sua terceira missão, Paulo levantou Êutico dos mortos. (At. 20:6–12).

Filipos. Paulo, Silas e Timóteo converteram uma mulher chamada Lídia, expulsaram um espírito maligno e foram açoitados. (At. 16:11–23). Eles receberam ajuda divina para escapar da prisão. (At. 16:23–26).

Atenas. Durante sua segunda missão em Atenas, Paulo pregou na Colina de Marte (Areópago) a respeito do “deus desconhecido”. (At. 17:22–34).

Corinto. Paulo foi para Corinto em sua segunda missão, onde se hospedou com Áquila e Priscila. Ele pregou o evangelho e batizou muitas pessoas. (At. 18:1–18). De Corinto, Paulo escreveu a sua epístola aos romanos.

Tessalônica. Paulo pregou em Tessalônica durante a sua segunda viagem missionária. Seu grupo missionário partiu para Beréia, depois que os judeus ameaçaram a sua segurança (At. 17:1–10).

Beréia.  Paulo, Silas e Timóteo encontraram nobres almas para ensinar durante a segunda viagem missionária de Paulo. Os judeus de Tessalônica os seguiram e perseguiram. (At. 17:10–13).

Macedônia. Paulo ensinou ali durante a sua segunda e terceira viagem. (At. 16:9–40; 19:21). Paulo elogiou a generosidade dos santos Macedônios, que fizeram uma coleta para ele e para os santos pobres de Jerusalém. (Rm.15:26; 2 Co.8:1–5; 11:9).

Malta. O barco de Paulo naufragou nesta ilha a caminho de Roma. (At. 26:32; 27:1, 41–44). Ele escapou ileso após ser picado por uma serpente e curou muitos que estavam enfermos em Malta. (At. 28:1–9).

Roma. Paulo pregou ali por dois anos enquanto estava em prisão domiciliar (At. 28:16–31). Ele também escreveu epístolas, ou cartas, aos efésios, filipenses e colossenses, e a Timóteo e Filemom, enquanto esteve prisioneiro em Roma. Pedro escreveu a sua primeira epístola da “Babilônia,” que era provavelmente Roma, logo depois das perseguições de Nero aos cristãos em 64 d.C. Acredita-se que Pedro e Paulo tenham sido mortos ali.

 

Mais igrejas fundadas e ou visitadas pelo Apóstolo Paulo e outros apóstolos que peregrinam por aquela região juntos com o  apóstolo Paulo.

Paulo foi um missionário muito ativo; graças a ele a mensagem de Cristo se difundiu para além da Palestina, chegando até o centro do império romano. O seu apostolado se concentrava principalmente entre os judeus que viviam na diáspora, fora do território de Israel. Chegava nas cidades e se reunia nas sinagogas e ali anunciava as Boas Novas de grande alegria.

Muitas pessoas se convertiam e começavam uma comunidade cristã nas cidades por onde o apóstolo passava. Em outros lugares, ao invés disso, não teve sucesso e teve que escapar para não ser morto.

As comunidades fundadas por Paulo podem ser enumeradas acompanhando suas viagens, conforme são contadas por Lucas em Atos dos Apóstolos. É claro que nem todas as cidades acolheram de forma entusiasmada a sua pregação e sobre outras não temos nenhuma notícia. As comunidades mais importantes são aquelas as quais dirigiu cartas, como por exemplo Corinto, Éfeso, Tessalônica, Felipe, (carta aos Filipenses).

Entre as cidades mencionadas, por ordem cronológica, podemos citar:

Primeira viagem missionária: Antioquia da Síria, Chipre, Salamina, Pafos, Perge, Panfília, Antioquia da Pisídia, Icônio, Listra, Derbe.

Segunda viagem missionária: Ptolemaida, Tiro, Sidom, Tarso (sua cidade natal), Trôade, Neápolis. Felipe, Cesaréia de Filipe, Tessalônica, Beréia, Atenas, Corinto, Éfeso.

Terceira viagem missionária: (passou por muitas cidades já visitadas anteriormente): Derbe, Listra, Icônio, Antioquia da Psídia, Éfeso, Ason, Neápolis, Filipo, Antípolis, Corinto, Atenas, Beréia, Tessalônica, Mileto, Pátara, Tiro, Cesareia, Jerusalém.

 

Viagem como prisioneiro: Ilha de Malta e Roma. É importante ressaltar que até nesta viagem como prisioneiro o apóstolo Paulo ganhou muitos para o Reino de Deus, curou enfermos, instruiu os seus discípulos e organizou as igrejas através de suas cartas. 

Em todas essas cidades, vilas ou vilarejos o Apóstolo Paulo sempre se utilizava das Sinagogas ou outros meios e situações que Deus preparava para que o evangelho do Senhor Jesus que é boas novas de grande alegria,  fosse anunciado. Lembremos o seguinte: em qualquer lugar onde Deus nos colocar ou onde Deus nos permitir estar, vamos evangelizar. 

Assim dizia o Apóstolo Paulo  em 1 Coríntios 9.16 - "Pois, se anuncio o evangelho, não tenho de que me gloriar, porque me é imposta essa obrigação; e ai de mim, se não anunciar o evangelho".

Nesta passagem Paulo fala de seu próprio trabalho, e o que ele agora é capaz de fazer depois de aceitar o evangelho de Jesus Cristo. Evangelizava não por iniciativa própria, pois se assim fizesse teria um salário, mas tudo fez em nome de Jesus, pregando Seu evangelho gratuitamente, chegando ao ponto de não usar dos direitos que a pregação do evangelho lhe conferia de viver do evangelho.

As viagens missionárias do apóstolo Paulo nos estimulam a continuar no mesmo objetivo de pregar o evangelho até os confins do mundo como o Senhor Jesus determinou. Atos 13.1 a 14.28; Atos 15.36 a 18.23; Atos 18.23 a 21.14.

Antes de subir aos Céus, Jesus reuniu seus discípulos a fim de lhes passar determinadas instruções. Esse momento costuma ser denominado de Grande Comissão e se encontra registrado ao final dos quatro evangelhos e no início de Atos. Seguindo as instruções do Senhor, os discípulos deveriam fazer discípulos (Mt. 28.19) em todas as etnias (Mc. 16.15), pregar sobre a Sua morte e ressurreição (Lc. 24.46), partir como enviados de Cristo (Jo. 20.21) e depender sempre do poder do Espírito do Santo para testemunhar do evangelho. (At. 1.8). O Apóstolo Paulo levou a sério a ordem do Senhor e, em três viagens missionárias, foi poderosamente usado pelo Espírito Santo na expansão do evangelho.

 

1.  Detalhes e prioridades da primeira viagem missionária do apóstolo Paulo.

A primeira viagem missionária de Paulo está registrada em Atos 13.1 a 14.28. Essa foi uma missão para os gentios e o Apóstolo partiu de Antioquia. Do Porto da Selêucia, ele seguiu juntamente com seus companheiros. A partir de Salamina viajaram toda a extensão da ilha, pregando inicialmente nas sinagogas dos Judeus. Durante essa viagem Paulo teve contato com o Proconsul Sergio Paulo. Seguindo viagem, aportou em Perge na Panfília. Naquela ocasião Barnabé era o líder, Paulo o pregador, e João Marcos, primo de Barnabé, um auxiliar. Ao deixar Chipre, cidade de Barnabé, Paulo assumiu a liderança e Marcos os abandonou, retornando para Jerusalém. (At. 13.13).

Paulo e Barnabé seguiram rumo ao norte, em direção da província da Galácia. Ele visitaram Antioquia (da Psídia), Icônio, Listra e Derbe.

Em Antioquia Paulo pregou na sinagoga, discorrendo sobre a história de Israel e o cumprimento das promessas de Deus a respeito da vinda do Salvador, Jesus. A ênfase do Apóstolo foi posta sobre o perdão dos pecados e da justificação por meio da fé em Cristo. (At. 13.38-39).

Esses temas seriam enfatizados na Epístola aos Gálatas, escrita durante essa primeira viagem, na qual se opõe veemente à doutrina judaizante (Gl. 1.1-9). Enquanto se encontravam em Icônio, o Senhor realizou muitos sinais e maravilhas pelas mãos dos apóstolos (At. 14.3; Gl. 3.5). Em Listra, cidade em que Zeus e Hermes eram adorados (At. 14.11,12), Paulo curou um homem aleijado desde o ventre da mãe e isso fez com que as pessoas da cidade quisessem adorar a ele e Barnabé como deuses. Mesmo assim, judeus vieram de Antioquia e Icônio a fim de persegui-los, e por fim, apedrejaram a Paulo.

Milagrosamente Ele se levantou após o apedrejamento e seguiu no dia seguinte juntamente com Barnabé para a cidade de Derbe. Ao retornar para Antioquia, Paulo passa, então, a ser como o Apóstolo do evangelho da incircuncisão. (At. 15.22-26; Gl. 2.7).

 

2. Detalhes e prioridades da segunda viagem missionária do apóstolo Paulo.

A segunda viagem missionária de Paulo se encontra registrada em Atos. 15.36 a 18.22.

Essa pretendia ser uma viagem para visitar as cidades nas quais o evangelho de Cristo havia sido pregado (At. 15.36). Antes da partida ocorreu um desentendimento entre Paulo e Barnabé, por causa do interesse de João Marcos de acompanhá-los, e isso acabou por separá-los, então, Paulo decidiu seguir com Silas em direção a Síria e Cilicia, com a benção da igreja (At. 15.40), iniciando pela Galácia. O interesse central de Paulo estava na Macedônia e em Acaia. Paulo tomou também consigo seu filho na fé, Timóteo, quando passavam por Listra (At. 16.3). Em resposta a uma visão (At. 16.9,10), os missionários embarcaram para a Macedônia (At. 16.6-10), dando iniciou a evangelização em solo europeu. Na Macedônica, três cidades foram escolhidas como pontos centrais para a evangelização: Filipos (At. 16.12-40), Tessalônica (At. 17.1-9) e Beréia (At. 17.10-14), e em Acaia, duas cidades foram visitadas: Atenas (At. 17.15-34) e Corinto (At. 18.1-18). Em Filipos Paulo encontrou pessoas tementes a Deus (At. 16.12) e Lídia, uma adoradora do Senhor (At. 16.14). Esse gentios foram os primeiros a responderem ao evangelho de Cristo e a serem salvos (At. 16.31-34).

Nessa cidade os mensageiros do Senhor sofreram perseguição e foram postos na prisão, onde oravam e louvavam ao Senhor, e, após intervenção divina, o carcereiro e sua família se converteram ao Senhor (At. 16.20,21).

Após ser liberado da prisão, Paulo apelou para sua cidadania romana, algo que poderia ter prevenido que ele fosse açoitado (At. 16.22-24). Tessalônica era a capital da província da Macedônia e naquele lugar Paulo começou a pregar na sinagoga, confrontando os ouvintes à luz das Escrituras (At. 17.2). Os missionários acabaram sendo acusados de sedição contra o império romano, por apregoarem outro rei, Jesus (At. 17.7). Por causa disso, eles tiveram que fugir da cidade e seguiram para Beréia, onde permaneceram por pouco tempo, atentando, que naquela cidade, havia nobreza, pois os ouvintes eram criteriosos no exame das Escrituras (At. 17.10-15). Em seguida Paulo entrou na província de Acaia, em uma das suas mais importantes cidades, Atenas, famosa pela quantidade de ídolos, causando incômodo ao Apóstolo (At. 17.16). Em Atenas ele tanto pregou nas sinagogas quanto nos lugares públicos, onde encontrou os filósofos Epicureus e Estoicos, que consideraram Paulo não mais do que um falastrão (At. 17.18).

Em Atenas Paulo pregou sobre o Deus Desconhecido dos atenienses, e falou a respeito de Jesus e da ressurreição. Em oposição ao pensamento filosófico, Ele expôs a doutrina de um Deus pessoal e vivo que criou o mundo e que o sustenta e que um dia haverá de julgá-lo, portanto, argumentou o Apóstolos, todos devem se arrepender (At. 17.22-34).

Após sair de Atenas Paulo seguiu para Corinto onde permaneceu por um ano e meio. Na cidade Paulo foi hospedado por um casal, Áquila e Priscila, companheiros de fé e profissão, também fabricantes de tendas (Rm. 16.3-5). Em Corinto Paulo foi acusado pelos judeus de adorar a Deus de modo contrário à Lei, resultando na sua apresentação, perante Gálio, no tribunal (At. 18.15-17). Após uma rápida visita a Éfeso, Paulo seguiu viagem, prometendo retornar se essa fosse à vontade do Senhor, e logo retornou para Antioquia (At. 18.19-21). Durante essa segunda viagem missionária Paulo escreveu duas cartas: 1 e 2 Epístolas aos Tessalonicenses.

 

3.  Detalhes e prioridades da terceira viagem missionária do apóstolo Paulo.  

A terceira viagem missionária de Paulo se encontra registrada em Atos 18.23 a 21.14. O Apóstolo segue mais uma vez em direção a região da Galácia e da Frigia. Em seguida, segue rumo a Ásia, para sua principal cidade, Éfeso. Nesse local ele permaneceu por aproximadamente dois a três anos, sua estada mais longa em um mesmo lugar (At. 19.8-10; 20.31). Lucas testemunha que durante a permanência de Paulo na cidade, todos que habitavam na Ásia ouviram a palavra do Senhor, tanto judeus quanto gregos (At. 19.10) e que a palavra de Deus prevalecia poderosamente (At. 19.20). Após deixar Éfeso, Paulo seguiu rumo a Trôade (2 Co. 2.12-13), depois para a Macedônia e Grécia, onde passou três meses (At. 20.3).

Enquanto se encontrava em Corinto, escreveu sua Epístola aos Romanos. Quando retornava de Filipos e Trôade, passou por Mileto e encontrou-se com os presbíteros da igreja de Éfeso, (At. 20.17-35) com o objetivo de reafirmar seu ministério perante eles, e encarregá-los de responsabilidades pastorais, advertindo-os também quanto ao perigo das heresias que viriam após a sua partida (At. 20.28-31). Desejoso de ir a Jerusalém, para Festa de Pentecoste (At. 20.16), Paulo partiu em direção a Tiro e Cesaréia (At. 21.3-6; 8-16), onde foi advertido a respeito dos perigos que sobreviriam sobre ele. Mesmo assim, seguiu para Jerusalém (At. 21.13), levando consigo a coleta dos irmãos para os necessitados. (1 Co.16.1-4; 2 Co. 8-9; Rm.15.25-27).

Enquanto era recebido por Tiago e os anciãos da igreja, alguns judeus da Ásia, que estavam presentes em Jerusalém, para celebrar a Festa de Pentecoste, acusaram Paulo de profanar a área do templo (At. 21.27-36), o que resultou em sua prisão pelo capitão romano da cidade. Nessa viagem missionária, além da Epístola aos Romanos, Paulo escreveu 1 e 2 Coríntios.

As viagens missionárias de Paulo revelam seu profundo amor a Jesus Cristo, bem como a seriedade que esse atribuía à obra evangelizadora. Ele tinha profunda convicção do seu chamado para levar o evangelho às nações (Gl. 1. 15,16; Rm. 1.1; 1 Co. 1.1).

Ele não se envergonhava do evangelho, pois reconhecia neste o poder de Deus para salvação de todo aquele que crer (Rm. 1.16). O Apóstolo dos gentios não temia oposição e muito menos adversidades, pois estava ciente da responsabilidade que recaia sobre os seus ombros (1 Co. 9.16). O teor da mensagem missionária paulina era, repetidamente, Jesus Cristo, o Ressuscitado (1 Co. 1.30; 2 Co. 4.5). A dedicação de Paulo à obra missionária era tão intensa que o fazia afirmar que ele não mais vivia, mas Cristo vivia nele (Gl. 2.20), e que para ele o viver era Cristo e o morrer era lucro. (Fp. 1.20). Paulo a nada temia, e como muitos missionários espalhados pelo mundo atualmente, pelo quais devemos orar e contribuir, testemunhava de Jesus, a fim de que o Senhor fosse manifestado na vida dele, (2 Co. 4.10,11).

Que, como o apóstolo Paulo e destemidos missionários, sejamos também capazes de, pelo Espírito Santo, afirmar: “ai de mim se não pregar o evangelho”.

 

Deus abençoe você e sua família.

 

Pr. Waldir Pedro de Souza

Bacharel em Teologia, Pastor e Escritor.

 

 

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