segunda-feira, 1 de maio de 2023

O GRANDE AMOR DE DEUS É IMENSURÁVEL

O GRANDE AMOR DE DEUS É IMENSURÁVEL

 

O insondável, imensurável e implacável amor de Deus para nos salvar.

João 3.16 “ Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu seu filho Unigênito para que todo aquele que nEle crê não pereça mas tenha a vida eterna”.

O que significa implacável?. Significa que não foi e nunca será diminuído o amor de Deus. Nem em intensidade, nem no empenho nem em concessões, indefectível, imperecível, incapaz de ser mudado ou persuadido por quaisquer argumentos por mais privilegiados que sejam. Ser implacável é estar fixado em um determinado curso de vida e de atividades que não tem retorno. Assim Deus age conosco, somos pobres e miseráveis pecadores, porém, Deus não olha para nossos defeitos mas sim para os corações quebrantados que o adoram em espírito e em verdade.

Que maravilhosa descrição do amor de Deus. O amor de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo é absolutamente implacável, é incomparável. Nada pode impedir ou diminuir sua amorosa perseguição em busca de tantos pobres e miseráveis pecadores para torná-los filhos de Deus e participantes da família dos salvos.

O salmista Davi expressa dessa maneira sobre implacável e insondável amor de Deus. "Tu me cercas por trás e por diante. Para onde me ausentarei do teu Espírito? Para onde fugirei da tua face? Se subo aos céus, lá estás; se faço a minha cama no mais profundo abismo, lá estás também". (Salmo 139: 5,7-8).

Davi está falando dos grandes altos e baixos que enfrentamos na vida. Está dizendo: "Há épocas em que sou tão abençoado, que me sinto nas alturas com tanta alegria. Outras vezes, parece que estou dentro do inferno, condenado e indigno. Mas não importa onde eu esteja, ó Senhor, não importa o quão abençoado me sinta, ou qual seja a minha situação, Tu lá estás. Eu não consigo fugir do Teu implacável amor. Não consigo afastá-lo de mim e nem me afastar do meu Deus. Tu nunca aceitas os meus argumentos relacionados à minha indignidade. Até mesmo quando desobedeço pecando contra a tua verdade, assumindo que a tua graça já me é garantida, Tu nunca cessas de me amar. Teu amor por mim não tem preço. O Teu amor por mim é inexplicável, é inigualável".

Num momento em que sentia-se derrubado, Davi ora assim: "Senhor, Tu assentastes minha alma em lugares celestiais. Me destes luz para compreender a Tua palavra. Tu a tornastes lâmpada para os meus pés. Mas caí tanto, que não vejo como me recuperar. Fiz minha cama no inferno. E mereço a ira do Senhor, mereço a punição do Senhor. És demasiadamente alto e santo para me amar na situação em que eu estou".

Davi havia pecado seriamente. Este é o mesmo homem que desfrutava da retaguarda espiritual dada por conselheiros piedosos; era monitorado por homens justos da parte de Deus; era ministrado pelo Espírito Santo. Ele recebia revelações da palavra de Deus. Mesmo assim, a despeito de tantas bênçãos e de sua vida consagrada, Davi desobedeceu completamente a lei de Deus.
Tenho certeza que você conhece a história do pecado de Davi. Ele cobiçou a esposa de um homem, e a engravidou. A seguir tentou cobrir seu pecado embriagando o esposo, na esperança de que este iria dormir com a esposa grávida. Quando isso não deu certo, Davi assassinou o marido dela. Combinou enviar este homem à uma batalha perdida, sabendo que este morreria no fronte da guerra, lá foi o lugar onde Davi mandou colocá-lo e deixar que ele lutasse quase sozinho sem os seus companheiros de luta na guerra. E assim Urias morreu. Davi tinha outras esposas, mas foi cometer este terrível pecado de tomar Bate-Seba de Urias, engravidá-la e depois matar o seu marido para ficar com ela.

As escrituras dizem: "isto que Davi fizera foi mal aos olhos do Senhor". (2 Samuel 11:27). Deus chamou os atos de Davi de "grande mal". E enviou o profeta Natã para lhe dizer: "deste motivo a que blasfemassem os inimigos do Senhor". (12:14).

O Senhor então disciplinou Davi, dizendo que ele sofreria graves consequências. Natã profetiza: "também o filho que te nasceu morrerá". (12:14). Davi orou dia e noite pela saúde de seu bebê. Mas a criança morreu, e Davi sofreu profundamente pelas terríveis coisas que havia causado.

No entanto, a despeito do pecado de Davi, Deus manteve-se perseguindo-o em amor. Enquanto o mundo zombava da fé deste homem caído, Deus deu a Davi um sinal de Seu implacável amor. Bate-Seba agora era esposa de Davi, e ela deu à luz outra criança. Davi "deu o nome de Salomão; e o Senhor o amou". (12:24). O nascimento e a vida de Salomão foram uma bênção para Davi, algo totalmente imerecido. Mas o amor de Deus por Davi jamais se reduziu, até mesmo na hora de sua maior vergonha. Ele buscou Davi implacavelmente.

Consideremos também o testemunho do apóstolo Paulo sobre o grande amor de Deus.

Quando lemos a vida de Paulo, vemos um homem disposto a destruir a igreja de Deus. Paulo era como um louco em seu ódio pelos cristãos. Ele respirava ameaças de morte contra todos os que seguissem Jesus. Ele buscou autorização do sumo sacerdote para caçar os crentes, poder atacar suas casas, e arrastá-los à prisão.

Após se converter, Paulo testifica que mesmo durante aqueles anos cheios de ódio enquanto estava cheio de preconceitos, matando cegamente os discípulos de Cristo, Deus o amava. O apóstolo registra: "Deus prova o seu próprio amor para conosco pelo fato de ter Cristo morrido por nós, sendo nós ainda pecadores". (Romanos 5:8). Ele diz basicamente: "Mesmo eu não tendo consciência disso, Deus estava me buscando, me dando oportunidades para me salvar. Ele continuou me perseguindo em amor, até o dia em que literalmente me fez cair do cavalo. Esse é o implacável amor de Deus".

Ao longo dos anos, Paulo foi se tornando cada vez mais convencido de que Deus o amaria fervorosamente até o fim, em meio a todos seus altos e baixos. Ele declara: "Porque eu estou bem certo de que nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os principados, nem as cousas do presente, nem do porvir, nem os poderes, nem a altura, nem a profundidade, nem qualquer outra criatura poderá separar-nos do amor de Deus, que está em Cristo Jesus, nosso Senhor". (8:38-39). Ele estava declarando: "Agora que estou em Deus, nada pode me separar do Seu amor. Nenhum diabo, nenhum demônio, nenhum principado, nenhum homem, nenhum anjo - nada pode fazer Deus parar de me amar".

A maioria dos crentes lê esta passagem vez após outra. Ouviram-na sendo pregada há anos. Contudo acredito que a maioria dos cristãos acha que as palavras de Paulo são impossíveis de serem cridas. Toda vez que a maioria de nós peca e falha com Deus, perdemos todo o senso da verdade do Seu amor por nós. Então, quando algo de mal nos acontece, pensamos: "Deus está me chicoteando". Acabamos pondo a culpa em Deus por qualquer problema, luta, doença e dificuldade.
Na realidade, estamos dizendo que "Deus parou de me amar, porque falhei com Ele. Eu O desagradei, e Ele está zangado comigo". De repente nós paramos de compreender o implacável amor de Deus por nós. Esquecemos que Ele está continuamente indo em busca de nós o tempo todo, não importando qual seja a nossa condição. Contudo, a verdade é que não podemos enfrentar a vida com todos os seus terrores e sofrimentos, sem nos agarramos à essa verdade. Temos de estar convencidos do amor de Deus por nós.

Conheço muitos ministros que falam muito do amor de Deus, e livremente o oferecem aos outros. Mas quando o inimigo chega bramindo como um leão contra esses líderes evangélicos, é como uma inundação ou uma avalanche de pedras ou um terremoto para dentro de suas próprias vidas e eles são levados pela correnteza do desespero até caírem na desgraça, ficam sem saída, ficam no fim do túnel. Caem numa poça de lama do desespero, são incapazes de confiar plenamente na palavra de Deus. Eles não conseguem acreditar que Deus ainda os aceite por estarem convencidos de que Ele desistiu deles, mas os que confiam no Senhor são  como os montes de Sião, não se abalam, mas permanecem firmes com Jesus para sempre.

O apóstolo Paulo chega com este assunto crucial a todos nós através de um único versículo. Ele havia escrito duas cartas aos Coríntios. E escolheu terminar a última com essa prece: "A graça do Senhor Jesus Cristo, e o amor de Deus, e a comunhão do Espírito Santo sejam com todos vós". (2 Coríntios 13:14). Talvez você reconheça esse versículo. Ele é muitas vezes usado nos cultos da igreja como a bênção apostólica. Geralmente é dito como hábito pelo pastor, e poucos ouvintes alcançam o seu enorme significado. No entanto esse verso não é só uma bênção. É o resumo de tudo que Paulo ensina aos Coríntios quanto ao amor de Deus.

Este versículo trata com três questões divinas: a graça de Cristo, o amor de Deus, e a comunhão do Espírito Santo. Paulo estava orando para que os coríntios se apossassem destas verdades. Creio que se nós também compreendermos estas três questões, nunca mais duvidaremos do implacável amor de Deus por nós.

1.  Em primeiro lugar o Apóstolo Paulo Considera a Graça de Jesus Cristo.

O quê exatamente é graça? Graça é favor imerecido. Quanto a isso sabemos o seguinte: seja a graça o quê for, Paulo diz que ela nos educa para que, "renegadas a impiedade e as paixões mundanas, vivamos, no presente século, sensata, justa e piedosamente". (Tito 2:12).

Como chegar a esse ponto, onde, como e quando poderemos ser ensinados pela graça? E qual o ensino que a graça nos oferece? De acordo com Paulo, a graça nos educa a renegar da impiedade e das paixões mundanas, e a ter vidas puras e santas diante de Deus. Se é assim, então necessitamos que o Espírito Santo faça brilhar em nossas almas a verdade fundamental desta doutrina da graça de Deus que nos foi dada gratuitamente.

Encontramos o segredo da declaração de Paulo quanto à graça em 2 Coríntios 8:9. Ele afirma: "Pois conheceis a graça de nosso Senhor Jesus Cristo, que, sendo rico, se fez pobre por amor de vós, para que, pela sua pobreza, vos tornásseis ricos". Paulo não está falando de riqueza material aqui, mas de riquezas espirituais. Inúmeras passagens provam isso. Em todas as suas cartas, Paulo fala das riquezas da glória de Cristo, riquezas de sabedoria, riquezas de graça, de ser rico em misericórdia, fé e boas obras. Igualmente, o Novo Testamento se refere às riquezas espirituais como opostas à enganosa riqueza do mundo.

Paulo está nos dizendo: "Aqui está tudo o que você precisa saber quanto ao significado da graça. Chega a nós através do exemplo do Senhor. Em termos simples, Jesus veio abençoar e edificar os outros às Suas próprias custas. Essa é a graça de Cristo. Apesar de ser rico, em nosso favor se tornou pobre, para que através de Sua pobreza nós pudéssemos tornar a ser ricos".

Jesus não veio para se mostrar grande ou para trazer glória para Si mesmo. Ele abriu mão de todos os direitos em relação à palavra "eu", objetivando toda ênfase sobre "os meus". Cristo deixou passar todas as oportunidades para ser o maior dentre os homens do Seu tempo. Pense nisso: Ele nunca orou pedindo bênçãos para Si próprio, para que fosse conhecido ou aceito pelos outros. Ele não ficou mostrando o Seu peso divino para ganhar poder ou reconhecimento. Ele não se exaltou às custas dos pobres, ou dos menos capazes. E não se glorificou em Seu próprio poder, habilidade ou resultados. Não, Jesus veio para edificar o corpo. E provou isso glorificando-se nas bênçãos de Deus para com os outros.

Quando Jesus Cristo andou pela terra, Ele não competia com ninguém. Certamente ouvia Seus discípulos glorificando os Seus poderosos feitos. No entanto, em toda humildade, Jesus respondia: "Vocês farão mais do que Eu. Acreditem: vocês realizarão obras maiores do que as Minhas". Posteriormente, quando Lhe chegaram notícias de que os discípulos estavam operando exatamente estas obras, expulsando demônios e curando pessoas, Ele jubilou de alegria.

Quantos de nós podemos declarar que recebemos tal tipo de graça imerecidamente? Segundo percebemos, muitos até cantam que querem voltar ao primeiro amor, mas estão com falta total de amor pelas almas e pela obra de Deus. Poucos cristãos verdadeiramente se rejubilam quando vêem seus irmãos ou irmãs sendo abençoados por Deus. Isso é especialmente verdadeiro quanto aos pastores e líderes evangélicos que quando vêem um outro ministro ou ministério colhendo as bênçãos de Deus, eles pensam unicamente na situação deles mesmos  ficam com inveja, desejando aquelas mesmas bênçãos sobre eles, mas não querem pagar o preço da humildade, da fidelidade e da obediência a Deus. Eles dizem: "Há anos que luto em oração mas agora esse pastor jovem chega na cidade, e Deus começa a derramar muito mais bênçãos sobre ele do que em mim e no meu ministério ou na minha igreja que estou trabalhando há muito mais tempo".

Devemos estar felizes com o amor incondicional  de Deus. A alegria do Senhor a nossa força é. Devemos nos alegrar ao ver outros abençoados mais do que nós mesmos também. Paulo escreve: "O amor seja sem hipocrisia, sem dissimulação, sem falsidade, e sem qualquer tipo de traição. Amai-vos cordialmente uns aos outros com amor fraternal, preferindo-vos em honra uns aos outros". (Rm. 12: 9-10). A graça de Deus é infinitamente maior do que imaginamos e Deus deseja que nos conservemos em humildade até mesmo com as bênçãos dos outros.

Na primeira carta de Paulo aos Coríntios, Ele descreve ter visto muito pouco da Graça de Deus no meio dos crentes de Corinto.

Paulo encontrou os cristãos coríntios em competição entre si. A igreja estava cheia de auto-exaltação, autopromoção. Homens e mulheres se glorificavam em seus dons espirituais, se chocando em busca de status e posições. Eles competiam ate à mesa de comunhão. Crentes importantes desfilavam seus alimentos exóticos, enquanto os pobres não tinham o que trazer nem o que comer. Outros eram tão orgulhosos, que não achavam nada de mais processar judicialmente o seu irmão em Cristo para resolver as disputas entre eles.

Tudo isso era contrário à graça que Paulo pregava. Esses coríntios tinham um imenso "Eu" carimbado sobre si. Com eles a coisa era ganhar e pegar, em vez de dar. Ainda hoje a palavra "coríntio" traz a conotação da carnal idade e do mundanismo deles.

Paulo diz a estes crentes: "Eu, porém, irmãos, não vos pude falar como a espirituais e sim como a carnais, como a crianças em Cristo, mas não é assim, porque sois carnais e andais segundo o homem?" (1 Coríntios 3:1,3).

Pense no que Paulo está dizendo. Crianças buscam satisfazer unicamente as suas necessidades. Eles choram para se trocar as fraldas. E os coríntios eram infantis exatamente assim. Eram pessoas tolerantes com o pecado, alguns se entregando a fornicação e até ao incesto.

Ao pensarmos nestes crentes, a palavra "santamente" não nos vem a mente. Contudo, apesar de toda carnal idade, Deus direcionou Paulo a escrever à essas pessoas como "igreja de Deus, aos santificados em Cristo Jesus, chamados para ser santos, graças a vos outros e paz, da parte de Deus, nosso Pai, e do Senhor Jesus Cristo". (1:2.3).

Isso foi um erro? Será que Deus estava fazendo vistas grossas diante da permissividade da igreja? Não. Deus sabia de tudo que se referia à situação dos coríntios, e Ele nunca fingiu não ver esses pecados. Não, esse endereçamento cheio de graça que Paulo traz à essas pessoas é um retrato do implacável amor de Deus. Tente imaginar o quanto os coríntios ficaram atônitos ao ouvirem a carta de Paulo sendo lida na igreja. Lá estavam os crentes cheios de si, tentando ser o número um do grupo. Ainda assim, escrevendo sob inspiração divina, Paulo se dirige a eles como "santos" e "santificados em Cristo". Por que? Porque Deus estava protegendo essas pessoas.

Se Deus nos julgasse segundo a nossa condição, seríamos salvos num minuto e condenados no outro. Seríamos convertidos dez vezes no dia, e nos desviaríamos dez vezes diariamente. Todo cristão honesto tem de admitir que a sua condição, na melhor das hipóteses, é de luta. Todos nós ainda estamos lutando, ainda tendo que depender da fé nas promessas de misericórdia de Deus. Isso porque ainda temos fraquezas e fragilidades em nossa carne.

Graças a Deus, Ele não nos julga segundo a nossa situação. Em vez disso, Ele nos julga segundo a nossa posição espiritual diante dEle. Veja, mesmo sendo fracos e pecaminosos, demos os nossos corações a Jesus, e pela fé o Pai nos permitiu estar com Cristo no celestial. Esta é a nossa posição. Portanto, quando Deus olha para nós, Ele nos vê não segundo a nossa condição pecaminosa, mas segundo nossa vida espiritual diante dEle em Cristo Jesus.

Por favor não entenda mal. Quando digo que Deus dá segurança ou protege o Seu povo pela Sua graça e pelo Seu grande amor, não estou falando de uma doutrina que permite que os crentes continuem na promiscuidade pecaminosa. A Bíblia deixa claro que é possível a qualquer crente se afastar de Deus e rejeitar o Seu amor. Tal pessoa pode endurecer o coração tão repetidamente, e com tanta rigidez, que o amor de Deus não penetrará mais nas muralhas que ela erigiu.

Neste instante você pode estar numa condição como a dos Coríntios. Mas Deus vê a sua posição como estando unicamente em Cristo. Foi assim que Ele tratou com os coríntios. Quando Deus olhou para eles, Ele sabia que não tinham recursos para mudar. Eles não tinham nenhum poder em si próprios para subitamente se tornarem piedosos, amorosos uns com os outros. É por isso que Ele inspirou a se dirigir a eles dizendo que eles são como santos e santificados. O Senhor desejava que eles conhecessem a segurança da sua posição em Cristo.

Você luta contra uma fraqueza espiritual ? Se é assim, saiba que Deus nunca será impedido em Seu amor por você, porque Deus é amor. Ouça-O lhe chamando de "santo", de "santificado" e dizendo que você e "aceito" como está e Ele te estende a mão para te levantar.

O apóstolo Paulo descreve toda a verdade sobre  "Mas vós sois dele, em Cristo Jesus, o qual se nos tornou da parte de Deus sabedoria, e justiça, e santificação, e redenção". (1 Coríntios 1:30).

2. Paulo a seguir continua falando do grande  Amor de Deus.

Na primeira epístola de Paulo ao coríntios, ele dirige-se à necessidade da graça de Deus, isso devido às quedas constantes desse povo. Mas em sua segunda carta, Paulo se concentra no amor de Deus. Ele sabia que o implacável amor de Deus era o único poder capaz de transformar o coração de alguém. E a segunda carta de Paulo prova que Deus escolhe usar o Seu grande amor como maneira de mostrar o Seu poder para os Coríntios.

1Coríntios 13:4-8 nos dá uma poderosa verdade quanto ao implacável amor de Deus. Sem dúvida, você ouviu essa passagem muitas vezes, tanto em sermões como em casamentos: "A caridade (amor) é sofredora, é benigna; a caridade não é invejosa; a caridade não trata com leviandade, não se ensoberbece, não se porta com indecência, não busca os seus interesses, não se irrita, não suspeita mal; não folga com a injustiça, mas folga com a verdade; tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. A caridade (o amor de Deus) nunca falha".

A maioria de nós pensa: "Esse é o tipo de amor que Deus espera também de nós". É verdade, de certa maneira. Mas o fato é que ninguém pode corresponder a essa definição de amor, senão somente Deus. Esta passagem é toda relacionada ao grande e sublime amor de Deus. O verso 8 prova isso: "A caridade, amor, nunca falha". O amor humano falha. Mas aqui está um amor que é incondicional, que nunca desiste, nunca falha. Ele opõe-se e resiste à qualquer falta, a qualquer desapontamento. Ele não exulta com os pecados dos filhos de Deus; pelo contrário, sofre com estes pecados. E Ele resiste a todos os argumentos de que somos mui pecadores e indignos para sermos amados. Em resumo, esse tipo de amor é implacável, e nunca para em sua bondade em direção ao amado. Isso só pode descrever o amor do Deus Todo-Poderoso.

Veja como esse poderoso amor de Deus afetou a vida de Paulo. Em sua primeira carta aos coríntios, o apóstolo tinha todas as razões para desistir da igreja. Ele tinha vários motivos para estar zangado com eles. E ele poderia facilmente tê-los excluído, no desespero devido à infantilidade e à pecaminosidade deles. Ele poderia ter iniciado a carta desta maneira: "Lavo as mãos com vocês. Vocês são totalmente incorrigíveis. Esse tempo todo eu me desmanchei em favor de vocês; porém, quanto mais os amo, menos vocês me amam. Então é isso: eu os deixo a vontade. Vão em frente e briguem entre si. O meu trabalho com vocês está acabado".

Paulo nunca poderia ter escrito isso. Por que? Porque ele havia sido cooptado pelo amor de Deus. Em 1Coríntios, lemos de ele entregar um homem a Satanás, para a destruição da carne desse homem. Isso soa áspero. Mas qual era o propósito de Paulo? Era que a alma desse homem pudesse ser salva (1 Coríntios 5:5). Também vemos Paulo reprovando, corrigindo e admoestando duramente. Mas ele fez tudo isso em meio às lagrimas, com a ternura de uma ama de leite.

Como os coríntios carnais reagiram à mensagem de Paulo que falava do amor triunfante de Deus? Eles se derreteram diante de suas palavras.

Paulo posteriormente lhes disse: "vós segundo Deus, fostes contristados!  agora, me alegro não porque fostes contristados, mas porque fostes contristados para arrependimento; pois fostes contristados segundo Deus, para que, de nossa parte, nenhum dano sofrêsseis. Porque a tristeza segundo Deus produz arrependimento para a salvação". (2 Coríntios 7:11,9-10). Paulo estava dizendo: "Vocês se purificaram, ficaram indignados com seus pecados, e agora estão plenos do zelo e temor de Deus. Vocês se mostraram puros e limpos".

Digo-lhes o seguinte: esses coríntios foram transformados pelo poder do implacável amor de Deus. O mérito não foi deles e nem do Apóstolo Paulo, mas o Apóstolo Paulo foi um agente de Deus para que aquelas pessoas fossem transformadas.  Ao lermos a segunda carta de Paulo para eles, descobrimos que o grande "Eu" nessa igreja havia desaparecido. O poder do pecado havia sido rompido, e o egoísmo tinha sido digerido pelo pesar piedoso. As pessoas não estavam mais amarradas em dons, sinais e maravilhas. A ênfase delas agora era dar em vez de receber. Elas juntaram ofertas para serem enviadas a crentes que haviam sido atacados por uma grande fome. E a mudança veio pela pregação do amor de Deus através do Apóstolo Paulo. Vejamos o que diz o livro de Romanos capítulo 6 versículo 8 sobre o grande amor de Deus. Rm 6:8: “Deus prova o seu amor para conosco pelo fato de ter Cristo morrido por nós, sendo nós ainda pecadores”.

Há muito mais nesta palavra do que nós podemos perceber quando lemos; já sabemos de cor mas não entendemos perfeitamente e nem claramente. Mas, em outras palavras Deus me diz que apesar dos meus defeitos Ele me ama, me aceita, me considera como seu filho. Jo 15:13. “Ninguém tem maior amor do que este: de dar alguém a própria vida em favor dos seus amigos”. Jesus deu a vida por mim, antes mesmo de eu haver nascido; se fez culpado por mim, morreu no meu lugar para que eu recebesse a verdadeira vida.

Assim como amo meus filhos independentemente do comportamento deles, Deus me amou a ponto de dar o seu Único filho para morrer em meu e em seu lugar.

O amor de Deus é algo impossível de ser compreendido em toda sua plenitude. A Bíblia diz que o próprio Deus é amor. Na verdade, por mais que apresentemos possíveis definições sobre o que é o amor de Deus, apenas aqueles que o experimentam é qu exclusivos e entendem, mesmo que de forma limitada, o que realmente ele é.

O que mais a Bíblia diz sobre o amor de Deus?

A Bíblia diz que o amor é um dos atributos de Deus. Aqui é importante entender que quando falamos em “atributos” não estamos nos referindo a algum tipo de qualidade que possa ser acrescentada ao ser de Deus. Ao contrário disto, os atributos de Deus são àquelas características que descrevem a própria pessoa de Deus. Portanto, é impossível separar o ser de Deus de seus atributos porque Deus é amor.

É justamente por isso que o apóstolo João escreve dizendo que “Deus é amor” (1 João 4:8). Logo, o amor de Deus é parte integral de seu caráter, e por isso ele é insondável, incomparável, eterno, infinito, imutável, soberano e nos ama com amor incondicional, (Isaías 55:6,7; 62:10-12; 63:9; Jeremias 31;3,31-34; Oseias 11:8; Miqueias 7:18-20; João 3:16; 1 João 4:8,16,19).

Para se referir ao amor de Deus, os escritores do Novo Testamento geralmente utilizam o termo grego ágape, como em 1Corintios 13. Esse termo indica um tipo de amor tão profundo que cuida, zela, corrige e não se baseia em pré-condições. Isso significa que não há nada que possamos fazer para aumentar ou diminuir o amor de Deus para conosco, porque a fonte desse amor está no próprio Deus e não em nós.

A manifestação do amor de Deus é perfeita para aqueles que nEle crê.

A Bíblia fala do amor de Deus para com todos os homens, indicando sua preocupação com as suas criaturas. Isso indica a bondade que o Criador sente para com suas criaturas. Sob esse aspecto, Ele ama os povos, guarda os peregrinos e ampara os órfãos e as viúvas (Deuteronômio 10:18; 33:3 Salmos 68:5; 146:9).

Esse cuidado de Deus é comum a todas as pessoas. Isso significa que Ele é bom para todos, por isso Ele faz com que o sol se levante sobre maus e bons, e a chuva caia sobre justos e injustos. (Mateus 5:45; Salmos 145:9,15,16).

No entanto, a Bíblia também enfatiza que Cristo é a manifestação especial e particular do amor de Deus (João 3:16; Romanos 5:8; 8:31-39). O apóstolo Paulo escreve que “Deus, sendo rico em misericórdia, pelo seu muito amor com que nos amou, ainda quando estávamos mortos em nossas ofensas, nos vivificou juntamente com Cristo (pela graça sois salvos), e nos ressuscitou juntamente com Ele e nos fez assentar nos lugares celestiais, em Cristo Jesus”. (Efésios 2:4-6).

Portanto, ao mesmo tempo em que Deus ama todas as suas criaturas, Ele também ama de forma especial aqueles que são justificados pelos méritos de Cristo, e adotados em sua família como seus filhos. A estes, Ele se comunica de forma mais rica e completa, revelando sua graça e misericórdia. (João 16:27; Romanos 5:8; 1 João 3:1).

Todavia, é preciso entender ainda que o sacrifício de Cristo no Calvário não é a causa do amor de Deus para conosco. Na verdade a cruz de Cristo é o efeito desse amor. Lembre-se que a maior prova do amor de Deus para conosco é o fato de Cristo ter morrido por nós, quando ainda estávamos sepultados em nossos pecados. (Romanos 5:8).

Deus não passou a amar os redimidos no momento em que Cristo foi crucificado, ao contrário, Ele amou e ama o seu povo desde a eternidade. Dessa forma a obra redentora de Cristo revela esse profundo e eterno amor. (Efésios 1). Também é importante entender que o amor de Deus, como parte essencial do seu ser, não deve ser visto como sendo superior aos seus outros atributos. Ele não é mais amor do que justiça, por exemplo.

Algumas pessoas enfatizam apenas o amor de Deus e acabam diminuindo sua santidade, sua justiça, sua santa ira, sua soberania etc. O resultado disso é uma visão distorcida que de forma alguma representa o verdadeiro Deus conforme revelado nas Escrituras.

O amor de Deus em nós, nos faz mais que vencedores em nome de Jesus. 

A Bíblia diz que o amor de Deus está derramado amplamente em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado (Romanos 5:5). Esse amor é tão forte, que o apóstolo Paulo diz que nada poderá separar os redimidos do amor de Deus que está em Cristo Jesus. (Romanos 8:39).

Este profundo e intenso amor de Deus que nos é comunicado por sermos seu povo, nos capacita a amá-lo. Por nossa própria natureza contaminada pelo pecado, somos incapazes de amar a Deus e desejar aquilo que lhe agrada, mas o amor incondicional de Deus em nós, nos faz pessoas amorosas também.

Além disso, esse amor também nos leva a demonstrá-lo de forma prática em nossas vidas. Desse modo somos instrumentos pelos quais o amor de Deus brilha para o mundo, somos luz e sal da terra em nome de Jesus. Por esse motivo o apóstolo João escreve que “aquele que não ama não conhece a Deus”. (1 João 4:8).

Deus abençoe você e sua família.

 

Pr. Waldir Pedro de Souza

Bacharel em Teologia, Pastor e Escritor.

 

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