segunda-feira, 29 de abril de 2024

O BOM COMBATE DA FÉ

O BOM COMBATE DA FÉ

 

Disse o Apóstolo Paulo: “Combati o bom combate, acabei minha carreira e guardei a fé”. 2 Timóteo 4:7.

Ainda deixou escrito para Timóteo, "Porque eu já estou sendo oferecido por aspersão de sacrifício, e o tempo da minha partida está próximo. Combati o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé. Desde agora, a coroa da justiça me está guardada, a qual o Senhor, justo juiz, me dará naquele dia; e não somente a mim, mas também a todos os que amarem a sua vinda". (2 Timóteo 4:6-8).

O que é “se oferecer por libação”? O que significa a palavra libação? É uma figura tirada da terminologia do sacrifício cerimonial. Aqui sugere que seja o martírio de Paulo.

O que significa nesta passagem bíblica escrita pelo Apóstolo Paulo, a palavra “Partida”: vem do gr. 'analusis' lit. (O soltar das cordas; para a saída do navio); 'dissolução'; refere-se a morte do apóstolo Paulo.

O apóstolo Paulo sempre foi muito disciplinado. A disciplina do servo fiel inclui:

a) A coragem do bom soldado para enfrentar situações difíceis.

b) A perseverança do atleta forte numa corrida com muitos desafios desconhecidos.

c) A hospitalidade do fiel mordomo, do dono generoso da casa, contribui para o aperfeiçoamento do servo fiel a Deus na jornada de fé na obra de Deus.

O ser oferecido por libação literalmente significa ser derramado como uma oferta de vinho, (Lv 23.10-14). Para o apóstolo Paulo, a morte correspondia ao derramamento de sua vida como oferta ao Senhor.

Para o Apóstolo Paulo a sua partida, a sua libação e a sua morte eram de seu conhecimento. Paulo sabia que, dessa vez, não seria solto e que sua prisão já estava definida como sua execução também em breves dias.

Então ele disse: guardei a fé; guardei o que é o essencial no conjunto reconhecido de doutrinas cristãs de Judas, versículo 3.

O apóstolo Paulo guardou a fé em dois sentidos, em dois aspectos diferentes: ele foi obediente a ela a tal ponto de se oferecer ou de se sacrificar por ela. Ele foi fiel em ensinar o Caminho da fé para os seus filhos na fé a transmitiu da mesma maneira como havia recebido do Senhor Jesus.

Paulo foi obediente à fé em Jesus e a transmitiu da mesma maneira como havia recebido do Senhor.   

Ele disse: “Já agora”, quer dizer daqui por diante, e afirmou que sua coroa da justiça, já lhe estava reservada mesmo que ele fosse executado naquela hora.

A coroa da justiça era e é  uma das recompensas (galardões) oferecidas aos cristãos que permanecerem fiéis até o fim, neste caso por amarem a vinda de Cristo, (1Co 3.14).

E assegura que "Se a obra que alguém edificou nessa parte (ou na vida de conversão a Cristo), permanecer, esse receberá galardão". (1 Coríntios 3:14).

À medida que se aproximava o fim de sua vida, Paulo podia olhar para trás sem arrependimento ou remorsos e nestes versículos abaixo, Ele examina sua vida por três aspectos:

a) A realidade presente do fim da sua vida, para o qual Ele estava preparado, (1 Co3:6), o passado, quando ele havia sido fiel, (1Co: 7), e o futuro, uma vez que Ele esperava sua recompensa celestial. (1 Co 3:8).

b) A afirmação “Já” tinha o significa que sua morte era iminente e se aproximava.

A libação era chegada, e Paulo já sentia isso, ele estava ali no abatedouro, como uma ovelha muda sem abrir a sua boca. No sistema de Sacrifícios do AT, essa era a oferta final que se seguia ao holocausto e a oferta de grãos prescritos para o povo de Israel, (Nm 15.1-16). Paulo via sua iminente morte como sua oferta final a Deus depois de uma vida que já havia sido repleta de sacrifícios a Ele, (Fp 2.17).

E Paulo mesmo confirma: "E, ainda que seja oferecido por libação sobre o sacrifício e serviço da vossa fé, folgo e me regozijo com todos vós". (Filipenses 2:17).

c) Sentindo o momento chegar ele afirmou dizendo: a Minha partida é chegada.

Sobre a morte de Paulo podemos que a palavra grega refere-se, em essência, a soltar algo, como as cordas de ancoragem de uma embarcação ou as cordas de uma tenda. Portanto, a expressão acabou adquirindo o significado secundário de partida.

"A forma dos 3 (três) verbos gregos, combati, completei, guardei, indicam uma ação completa que tem resultados contínuos. Paulo via sua vida como tendo sido completada. Ele havia conseguido realizar,  por meio do poder do Senhor Jesus, tudo o que Deus o havia chamado para fazer.

Foi um soldado guerreiro, brilhante em toda a sua carreira de fé. (2 Tm 2.3-4; 2 Co 10.3; 1 Tm 6.12; Fm 2), correu como um atleta (1 Co 9.24-27; Ef 6.12). Defendeu a obra de Deus e seu ministério como um guardião, (2 Tm 1.13-14; 1 Tm 6.20-21). A sua fé, as verdades e os parâmetros da palavra de Deus ministradas por ele, eram reveladas por Deus e causavam um grande impacto nos seus ouvintes. Vejam como Deus usou Paulo no Areópago, Atos 17, na Grécia.

A coroa da justiça lhe estava guardada. O significado literal da palavra grega traduzida para 'coroa' é 'que envolve', e o termo era usado como referência às grinaldas ou guirlandas trançadas que eram colocadas na cabeça de dignitários e militares ou atletas vitoriosos.

O termo “da justiça” linguisticamente pode significar que a justiça é a fonte da coroa ou que a natureza da coroa é a justiça. Como nas expressões “coroa  da vida", (Tg 1.12), a “coroa em  que exultamos" (1 Ts 2.19), a “coroa incorruptível”, (1Co 9.25) e a “coroa de glória”, (1 Pe 5.4), nas quais vida, exultação, incorruptibilidade e glória descrevem a natureza da coroa, o contexto aqui parece indicar que as coroas representam a justiça eterna de Deus. Os cristãos recebem a justiça imputada de Cristo (justificação) na salvação (Rm 4.6,11). O Espírito Santo opera no Cristão a justiça prática (santificação) ao longo de sua vida de luta contra o pecado, (Rm 6.13,19; 8.4; Ef 5.9; 1 Pe 2.24). Mas somente quando a luta chegar ao fim é que o cristão receberá a justiça de Cristo aperfeiçoada nEle, que é a glorificação do salvo ao adentrar no céu  nas moradas eternas".

"Porque nós pelo Espírito Santo e pela fé aguardamos a esperança da justiça". (Gálatas 5:5).

A coroa da justiça tem um tom triunfante. O apóstolo Paulo não tem dúvida alguma quanto a esta coroa. Ele provavelmente está pensando na coroa de vitória obtida por aqueles que competiam nas corridas de atletismo. A descrição dela como de justiça, no entanto, mostra a natureza espiritual do prêmio com que ele será honrado. A justiça não é obtida pelo próprio apóstolo Paulo, mas é algo que lhe é dado, visto que Deus é um justo Juiz, Ele não pode conferir ou dar nada que não seja justo.

O Dia aqui é o dia final da vinda de Cristo, que aponta para o que Paulo chama em outros trechos de tribunal de Cristo. Ele enxerga esse dia futuro como aplicável à todos os Cristãos que foram e que serão salvos, que ele supõe que desejarão estar neste evento glorioso.

O pregador fiel deve cuidar de sua vida espiritual e desequilibrado. O apóstolo Paulo deixou vários conselhos como:

a) seja equilibrado; fique sempre alerta.

b) sofre às aflições do seu chamado ao ministério. (2Tm 2.3)

c) faze a obra de um evangelista, seja um anunciador das boas novas de grande alegria, seja anunciador de que Jesus morreu para salvar os pecadores.

e) cumpre e execute seu ministério com amor e gratidão a Deus. Sirva a Deus plenamente cumprindo integralmente seu serviço com máxima eficiência.

"Tu pois, sofre as aflições, como bom soldado de Cristo". (2 Timóteo 2:3).

Este é o triunfo daquele que pregou a Palavra de Deus em tempo e fora do tempo. Paulo afirma que está “sendo derramado como oferta de libação”, pronto para derramar sua vida como libação ou oferenda líquida, tendo já gasto a vida em sacrifício para propagar o Evangelho de Jesus, (Fp 2.17). O tempo da sua partida pela morte estava próximo. Ele combatera o bom combate, viveu a agonia da luta terrena e do labor da luta espiritual, Ef 6.10-20), e agora concluirá seu caminho, sua carreira de dedicação exclusiva à pregação e ensino da palavra de Deus. Aqui o termo carreira é “dromos” e refere-se à uma corrida nos jogos públicos e é usada figuradamente para simbolizar a carreira ou ministério apostólico. O apóstolo Paulo havia guardado a fé, (Jd 3), protegendo-a dos erros da apostasia.

Quanto às recompensas. Aqui a fé se verbaliza em radiante esperança. A “coroa da justiça” é uma recompensa pela fidelidade e é reservada àqueles que amam sobremaneira a vinda de Jesus Cristo. A coroa é gr. “Stephanos”, ou coroa da vitória, a guirlanda de oliveira brava ou pinheiro dada ao vencedor dos jogos gregos.

Paulo afirma com segurança: :Combati o bom combate”. “Combati o bom combate, acabei a carreira e guardei a fé” foram as palavras do apóstolo Paulo a Timóteo enquanto estava preso em Roma próximo ao seu martírio iminente. Este versículo está registrado em 2 Timóteo 4:7, e certamente transmite um ensino valiosíssimo para todo cristão verdadeiro. A seguir, vamos entender o que significa a frase “combati o bom combate” segundo o apóstolo Paulo.

O contexto de “combati o bom combate”: Esta frase está dentro de um contexto onde o apóstolo simplesmente exorta Timóteo, seu filho na fé e companheiro de ministério, a permanecer firme, sempre com fidelidade e zelo na pregação do Evangelho, (2 Timóteo 4:1-5). O apóstolo Paulo também diz que ele próprio já estava de partida desde mundo, (2 Timóteo 4:6-8).

Quando estudamos os três versículos que compõe todo esse pensamento do apóstolo Paulo, percebemos algo interessante neles. É possível perceber que o apóstolo analisa sua fé em três perspectivas diferentes: passado, presente e futuro.

No tempo presente, ele disse: “o tempo da minha partida é chegado”.

No versículo 6 ele utiliza uma metáfora baseada na linguagem sacrifical do Antigo Testamento. Ele faz referência à ocasião onde o vinho era derramado junto ao altar como uma oferta de gratidão a Deus, isto é, a libação, (Números 15:5-10). Com isso, ele estava olhando para sua situação presente, e admitindo que sua vida estava chegando ao fim. Seu tempo de partida havia chegado, porém ele via o seu martírio como uma oferta de gratidão a Cristo.

Obviamente esse era o comportamento esperado de quem durante toda a carreira na fé entendeu que o verdadeiro seguidor de Cristo apresenta seu próprio corpo como “sacrifício vivo, santo e agradável a Deus”, como culto racional. (Romanos 12:1).

Na frase “o tempo da minha partida é chegado”, o apóstolo Paulo usa no original o termo grego “analusis”, que significa “desprendimento”, “libertação” ou “soltura”. Esse termo era uma metáfora utilizada para se referir ao desamarrar das amarras que prendem uma embarcação antes da navegação. Por este motivo esse termo foi traduzido para o português como “partida”. Paulo via a sua morte como sua libertação plena, a fim de poder navegar diretamente para os braços de Cristo, (Filipenses 1:21-23).

Quando refere-se ao passado, ele diz com toda segurança e com toda confiança na determinação do Senhor Jesus quando da sua conversão: “Combati o bom combate”.

Após fazer a analise da sua situação no presente, o apóstolo agora olha para o passado. É aí então que ele declara: “Combati o bom combate, acabei a carreira e guardei a fé”.

Não podemos desprezar o fato de ele ter dito “o bom combate”. No original, o apóstolo posicionou o objeto antes do verbo, ou seja, ele escreveu “o bom combate eu combati”. Dessa forma ele deu ainda mais ênfase ao termo que nos foi traduzido como bom. Esse termo é o grego “kalos”, que significa “excelente”, “gracioso”, “insuperável”, “bonito”, “precioso”, “recomendável”, “magnífico” e ou “admirável”.

Percebemos o quão importante o apóstolo considerava ser uma vida em prol do Evangelho de Cristo. Do ponto de vista humano, essa vida era repleta de privações, sofrimentos, dificuldades e dor. Mas do ponto de vista da fé, essa mesma vida era um combate nobre, notável, singular e inigualável, que faz valer a pena qualquer desafio e adversidade.

Essa mesma regra do objeto antes do verbo segue no restante da frase. Isto significa que ele escreveu: “a carreira completei” e “a fé guardei”. Com isto, que a princípio parece ser uma diferença insignificante, o apóstolo está simplesmente apontando para a verdade de que nele mesmo não há qualquer mérito. É como se aquele que se denominou como “o principal dos pecadores” estivesse dizendo: “Olhem, vejam o que a graça Salvadora de Jesus Cristo fez comigo”, o magnífico combate combati, a carreira completei e a fé guardei”.

Agora que entendemos o princípio da frase “combati o bom combate, acabei a carreira e guardei a fé”, vamos analisar o significado de cada parte dessa declaração.

A figura do bom combate da fé, significa que Paulo utiliza a figura de uma luta, uma batalha ou um tipo de competição. A forma com que ele constrói essa expressão, conforme vimos acima, transmite a idéia de que o bom combate realmente significa algo extremamente duro, algo que exige muito de alguém. Quando estudamos sobre a história de Paulo podemos facilmente perceber que tal expressão descreveu perfeitamente sua vida com Cristo.

O apóstolo combateu principados e potestades, combateu a Satanás, combateu às perseguições dos Judeus, dos gentios e dos pagãos, ou seja, o apóstolo Paulo vivia pela fé. Ele também se opôs às falsas doutrinas, falsos profetas, falsos apóstolos impostores. Ele denunciou a cultura depravada do pecado, da idolatria, as contendas e os vícios pecaminosos da carne entre os próprios cristãos. Além disso, ele enfrentou a hipocrisia, a rejeição de seus próprios filhos na fé e sua própria velha natureza dentro de si. Assim, o apóstolo olha para todas essas coisas e exclama triunfante: “Combati o bom combate”.

Ele, Paulo, assegura com toda segurança: “acabei a carreira”. O apóstolo agora utiliza o simbolismo de uma corrida de obstáculos. Ele aponta para o fato de que pela graça de Deus ele conseguiu completar o ministério para o qual foi chamado. Em nenhum momento de sua carreira ele desviou-se de seu serviço no Reino de Deus. Antes, ele não mediu esforços para que Deus fosse glorificado como Senhor do universo em toda a sua trajetória ministerial.

O grande objetivo da carreira de Paulo obviamente era a salvação de pecadores através do Evangelho de Cristo (1 Coríntios 9:22-24; 10:31-33). Ele mesmo nos ensina sobre a principal motivação da evangelização, que consiste em Deus ser glorificado entre os homens (Romanos 1:16, 3:20).

O apóstolo Paulo fala, escreve o motivo da sua luta e diz “guardei a fé”, ou seja, não desviei nem para a esquerda e nem para a direita, mas caminhei olhando firme para o autor da minha fé.

Esta expressão, “guardei a fé” conclui a declaração de Paulo ao analisar seu ministério que estava chegando ao fim.

Ao dizer “guardei a fé”, o apóstolo estava reafirmando sua confissão de fé. Ele estava dizendo que sua confiança no Deus que o escolheu, permaneceu inabalável.

Perceba que essa é uma conclusão muito apropriada para quem disse “combati o bom combate, acabei a carreira”. Essa conclusão explica o porquê desse resultado final, a saber, a fé em Jesus Cristo foi o que o manteve firme até o fim. Ele só combateu o bom combate e completou a carreira porque a fé genuína o sustentou.

Diante dessa declaração, nunca devemos pensar que ele estava reivindicando para si qualquer mérito próprio, como se ele mesmo, por seus próprios esforços, por seus próprios méritos, por seus estudos e conhecimentos ou por seu diploma de cidadão Romano, tivesse guardado a fé sem negá-la em nenhum momento. Ao contrário disto, o próprio apóstolo já havia ensinado anteriormente que Deus é quem mantém seu povo firme na fé até o fim. (1 Coríntios 1:8,9).

A certeza do Apóstolo Paulo era tanta que ele profetizava para si mesmo que “no futuro a coroa da justiça me está guardada”.

Após ter olhado para o presente e para o passado, o apóstolo foca o futuro e faz outra importante declaração. Ele disse: “Já agora a coroa da justiça me está guardada, a qual o Senhor, reto juiz, me dará naquele Dia; e não apenas a mim, mas também a todos quantos amam a sua vinda”, (2 Timóteo 4:8).

Esta frase do apóstolo reflete uma sublime esperança acerca não só de seu futuro, mas de todos que, como ele, seguem verdadeiramente a Cristo. Além disso, também expressa uma plena confiança na soberania de Deus na condução da História.

Perceba o que ele diz: “já agora a coroa da justiça me está guardada”. Ele utiliza um verbo composto grego que enfatiza que nada poderá lhe privar de receber essa coroa.

Esta declaração do Apóstolo Paulo está completamente fundamentada na certeza de que aqueles que combatem o bom combate, completam a carreira e guardam a fé, recebem de Deus a promessa da coroa da justiça plena, isto é, a vida eterna, (1 Timóteo 6:12; Tiago 1:12; 1 Pedro 5:4; Apocalipse 2:10).

Esta coroação representa a plenitude do processo de santificação do cristão. Ela é conferida pelo justo Juiz, não pelos méritos próprios de cada fiel, mas pelos méritos de Cristo e quem a mereceu Ele a reservou para cada um deles. (Tito 3:5,6).

O justo Juiz a qual Paulo se refere é o próprio Cristo, que no grande Dia, isto é, o dia do julgamento, entregará a coroa da justiça a todos os que amam a sua vinda. Diante do retorno glorioso de Cristo, os ímpios temem, enquanto os santos amam; os perversos se escondem, enquanto os justos exclamam: Maranata, ora vem Senhor Jesus!

O conforto em combater o bom combate, acabar a carreira e guardar a fé.

Paulo estava prestes a ser condenado injustamente, e estava certo de que receberia a pena capital. Mas ele não estava preocupado com o juízo de Nero. Na verdade ele estava confortado na certeza de que há um justo Juiz, que é Soberano sobre tudo e todos. Diante desse Supremo Juiz, todos os juízes da terra terão de se dobrar! No dia que já está determinado, esse Juiz presidirá o julgamento do qual ninguém poderá escapar.

Combati o bom combate, completei a carreira e guardei a fé! Esta deve ser a declaração presente nos lábios de todo cristão genuíno que almeja a qualquer momento encontrar-se com o Senhor Jesus. 

O apóstolo Paulo estava fechando a cortina da vida e a cena que estava diante dos seus olhos não era nada bela. Ele estava preso numa masmorra em Roma, uma prisão úmida, escura e insalubre.

“Desde o primeiro momento de sua conversão enfrentou duras provas: foi perseguido em Damasco, rejeitado em Jerusalém, esquecido em Tarso, apedrejado em Listra, açoitado em Filipos, escorraçado de Tessalônica e Beréia, chamado de tagarela em Atenas, de impostor em Corinto, e enfrentou feras em Éfeso. Foi preso em Jerusalém, acusado em Cesaréia, sofreu um naufrágio indo para Roma e foi mordido por uma víbora na Ilha de Malta. Na sua primeira prisão em Roma, ao ir a julgamento ninguém foi a seu favor. Foi abandonado por Demas, perseguido por Alexandre, e sentenciado a morte por Nero”.

O maior de todos os apóstolos encerra sua carreira como um homem pobre, trazendo no corpo as marcas de Cristo, caminhando sozinho de um calabouço para a guilhotina. Na perspectiva humana isso é uma fragorosa derrota. Aquele que foi o maior bandeirante do cristianismo não granjeou riquezas, não buscou popularidade, não lutou para estar no topo da lista dos famosos do seu tempo.

Mas, este homem foi temido no inferno e amado nos céus.

Ele tombou na terra como um mártir e levantou-se no céu como um príncipe. Seu  nome é mais conhecido hoje do que todos os imperadores romanos somados. Ele, mesmo morto ainda fala e, inspira milhões de pessoas, todos os dias a viver para a glória de Deus.

Esse grande gigante do cristianismo escreve sua última carta de uma masmorra e mesmo sofrendo solidão, abandono, perseguição, ingratidão e privações se ergue e sua escrita veio a interferir na história como uma voz para glorificar a Deus. Em vez de lamentar suas desventuras, ele praticou o que ensinou e morreu pelos mesmos ideais pelos quais viveu. Ele é um monumento vivo da graça de Deus a revelar-nos que a vida de um homem não consiste na abundância de bens que ele possui. Mesmo pobre ele enriqueceu a muitos. Mesmo nada possuindo ele foi possuidor da maior de todas as riquezas, trabalhou incessantemente pela sua própria salvação como a salvação dos que o ouviram.

Paulo não termina sua carreira como um fracassado. Ao contrário, ele olha para o passado e diz: “Eu combati o bom combate, completei a carreira e guardei a fé”.

Paulo não desperdiçou sua vida vivendo de forma banal. Ele não investiu seu tempo correndo atrás do vento. Ele lutou por cousas permanentes e verdadeiras. Ele olhou para o seu presente e disse: “O tempo da minha partida é chegada, já estou sendo oferecido por libação, por oferta agradável a Deus”. Ele vê a morte como uma viagem rumo ao céu. Para ele a morte era aliviar o fardo e descansar das fadigas. Para ele a morte era tirar as amarras e ficar livre. Para ele a morte era levantar acampamento e mudar de  endereço, pois era deixar esse mundo de dores para desfrutar das bem-aventuranças da Casa do Pai. Para ele morrer era desatar o bote da vida e singrar as águas profundas até chegar no outro lado, nas praias áureas da eternidade. Paulo olhou para o futuro e viu com alegria que sua recompensa estava nas mãos do Senhor Jesus, o rei vitorioso que voltará em breve. Para Paulo “o viver é ganho e o morrer é lucro.

Paulo viveu uma vida superlativa, maiúscula e abundante. Sua vida teve significado no tempo e resultados benditos na eternidade. Que Deus nos ajude a viver de tal maneira que outras pessoas nesta geração e nas vindouras possam também dizer: valeu a pena, foi bom demais viver em Cristo e para Cristo Jesus meu Senhor e Salvador.

O apóstolo Paulo disse em 2 Timóteo 4.6 que a sua morte era uma morte como oferta de sacrifício.

O Espírito Santo que guiava o apóstolo Paulo em tudo o fez sentir que “o tempo da sua partida estava próximo”. Nesse sentido, o apóstolo via o seu martírio iminente como uma oferta voluntária apresentada sobre o altar do sacrifício. Essa consciência clara de que haveria de padecer pelo nome de Jesus, não o permitia ter medo, ou frustração diante da morte. É preciso ter a consciência de que se não encontrarmos o Senhor por meio do Arrebatamento da Igreja, o encontraremos por meio da morte. Por intermédio do Espírito Santo, nos prepararemos para esse tempo em esperança, (1Ts 5.13-18), todos os heróis da fé de Hebreus capítulo 11 vivenciaram isso e deixaram o exemplo para os verdadeiros Cristãos.

Os originais do grego nos ensinam sobre o significado maior destes termos:   “…Combati o bom combate…”. No grego temos o termo “agonidzomai”, em forma verbal; e o substantivo é “agon”, que se deriva da mesma raiz. Originalmente, o termo “agon” indicava uma “assembleia” de qualquer natureza; em seguida veio a indicar a multidão que se reunia para ver as competições atléticas; e, finalmente, passou a indicar a própria competição em que homens se esforçavam por alcançar o prêmio ou coroa daquelas competições. Por extensão, veio a significar qualquer forma de luta ou batalha. A forma verbal, aqui empregada, é o termo de onde nos vem a palavra moderna “agonizar”. No original grego significava “entrar em combate”, “lutar”, “contender”.

Todas estas expressões, usadas no presente versículo de 1 Timóteo 4.6, envolvem metáforas  baseadas no atletismo.

a) A primeira destas expressões provavelmente se alicerça sobre a luta corpo a corpo, ou sobre alguma outra forma de luta na arena;

b) a segunda, alude às corridas dos fundistas ou desportistas de grandes distâncias como maratonistas, onde os corredores tinham que percorrer longas distâncias, eivadas, cheias de obstáculos;

c) e a terceira destas metáforas é uma alusão à “promessa” feita pelos atletas de que competiriam de conformidade com as regras impostas aos competidores.  (2Tm 2:5 e 1Tm 5:12).

d) Quanto a outras metáforas usadas pelo apóstolo Paulo com base na vida atlética, ver os trechos de c (1 Co 9:24,25; Fp 2:16 e 3:13,14).

Na passagem bíblica de 1 Timóteo 6:12 encontramos as seguintes palavras Paulo, de que ele: "Esforçadamente luta a boa luta de a Fé e já, a partir de agora, deseja que seus filhos na fé também tomem posse da vida eterna, e incita a Timóteo a entrar no propósito para dentro do qual também foste chamado e confessaste a boa confissão diante de muitas testemunhas". (1Tm  6.12).

A analogia como luta de arena, não com batalha militar, é demonstrada em Lc 18:8 e Jd 3), e demonstra também o caráter cristão do bom combate e é demonstrado aqui que é o verdadeiro combate o bom combate, “o bom combate da fé”, onde o mesmo vocábulo grego é empregado. A verdadeira vida cristã é pintada aqui como uma luta, como uma competição atlética, como uma experiência árdua e testadora, embora o seu propósito seja elevado, pois há uma coroa a ser obtida. Mas essa coroa só pode ser conquistada por aqueles que lutarem de conformidade com as regras, e assim se saírem vencedores. Ora, isso exige a aceitação do verdadeiro Cristo conforme é este exposto nos evangelhos e nas doutrinas de Paulo; e, por outro lado, exige a negação de si mesmo e a oposição contra os ensinamentos contrários. Também envolve o cumprimento fiel dos deveres cristãos e do ministério da Palavra em que o crente observa todas as exigências próprias da vida cristã.

É preciso, pois, seguir a santidade, propagar o evangelho e ensinar devidamente, coerentemente a Palavra de Deus, àqueles que já confiaram em Cristo, que já aceitaram a Jesus como seu Único e suficiente Salvador. Notemos aqui o uso do artigo definido, no original grego, “Combati ‘o’ bom combate…” ou seja, “o combate Cristão”, aquele combate no qual Paulo fora posto pelo próprio Senhor. E trata-se de um “…bom …” combate, visto que tem por escopo bons e nobres propósitos, em defesa e propagação do bem eterno entre os homens, em prol do qual se esforçam todos os legítimos ministros do evangelho para a salvação de todo aquele que nEle, Jesus, crer.

Paulo também disse: "A boa luta  tenho esforçadamente lutado. A minha carreira tenho completado. A genuína fé tenho preservado e obedecido".  (2Tm 4.7).

Devemos olhar para o passado, como Paulo, com um senso de dever cumprido, (2Tm 4.7). “Combati o bom combate, completei a carreira, guardei a fé”.

Muitos se cansam da obra e na obra e não concluem a carreira. Outros carregam peso desnecessário e, por isso, não conseguem chegar ao fim da jornada. Há aqueles que são desqualificados por não correrem de acordo com as normas. Ainda há aqueles que tropeçam e caem já no final da carreira e colocam tudo a perder. Paulo, testemunha, ainda, que jamais vendeu sua consciência pelo lucro.

Paulo jamais prostituiu o seu ministério para alcançar favores transitórios. Ele guardou a fé e permaneceu fiel até o fim.

Como você tem corrido a carreira cristã? Tem combatido o bom combate? Tem corrido de acordo com as normas? Permanece firme na fé?

Também devemos olhar para o presente com um senso da entrega plena da nossa vida a Jesus, (2Tm 4.6). Como Paulo disse: “Já estou sendo oferecido por libação e o tempo da minha partida é chegado”. Paulo está na antessala do martírio, com os pés na sepultura e com a cabeça debaixo da espada de Roma. Tinha plena consciência que a hora de sua morte havia chegado. Entretanto, está convicto de que não é Roma que vai lhe matar; é ele quem vai se entregar e entregar-se não para Roma, mas para Deus.

Seu martírio não era uma oferta para César, mas para Deus. Usando um eufemismo, Paulo diz que não vai morrer, vai partir. Essa palavra tem um tríplice significado:

a) Primeiro, significa tirar o fardo das costas de alguém. Morrer para um crente é descansar de suas fadigas, (Ap 14.13).

b) Segundo, significa desamarrar um bote e atravessar o rio para a outra margem. Morrer para um crente é atravessar o rio da vida e chegar do outro lado, no porto seguro da bem-aventurada esperança da glória.

c) Terceiro, significa afrouxar as estacas da barraca, levantar acampamento e ir para a sua casa permanente, para sua morada eterna. Morrer para o cristão é mudar de endereço. É ir para a casa do Pai.

A morte não teve poder de apavorar Paulo, pois para ele o viver é Cristo e o morrer é lucro. Morrer para o cristão é deixar o corpo e habitar com o Senhor. É partir para estar com Cristo, o que é incomparavelmente melhor. Devemos olhar para o futuro com um senso profundo da imerecida recompensa de Deus, (2Tm 4.8). “Já agora a coroa da justiça me está guardada, a qual o Senhor, reto juiz, me dará naquele dia, e não somente a mim, mas a todos quantos amam a sua vinda”. Paulo mesmo no corredor da morte tem plena consciência dos acontecimentos. Está convencido de que caminha não para o patíbulo do martírio, mas para o pódio da coroação. Ele não está com medo de morrer porque sabe em quem tem crido e para onde está indo.

Portanto sua morte não era uma derrota, mas um triunfo; não era um fracasso, mas uma premiação; não era uma vergonha, mas uma recompensa. Porque foi justificado pela graça diante de Deus, pela justiça e sacrifício de Cristo imputada a ele, agora, salvo não da morte, mas na morte, vai receber a imerecida recompensa, a coroa da justiça.

À semelhança de Paulo, não caminhamos para o entardecer; caminhamos para a gloriosa manhã da eternidade, onde reinaremos com Cristo pelos séculos sem fim.

A bem-aventurada esperança da glória completa a nossa gratidão pela nossa luta aqui na terra. (2 Tm 4.7-8)

Além de combater o bom combate, o apóstolo Paulo também “acabou a carreira” e “guardou a fé”. Mais importante do que começar, é a forma como terminaremos a carreira. O apóstolo Paulo tinha a consciência da carreira que percorreu e da fé que guardou. Durante os anos de seu ministério, sua fé permaneceu pujante e robusta, o que lhe permitiu olhar para a sua circunstância com atitude serena. Embora não pudesse evitar a morte física, sabia que estar com o Senhor era a coroação da sua trajetória, ele disse que é preciso: “termos confiança e desejarmos, antes, deixar este corpo, para habitar com o Senhor” (2 Co 5.8) e “partir e estar com Cristo, o que é incomparavelmente melhor”. (Fp 1.23).

O apóstolo Paulo também nos ensina que é preciso olhar para o futuro com a certeza do nosso galardão, e enxergar, pela fé, que o nosso trabalho não é vão no Senhor, (1Co 15.58), pois há uma coroa de justiça guardada para cada crente em Jesus, (2Tm 4.8). Estamos nas mãos do Justo Juiz.  

"E, se alguém também milita, não é coroado se não militar legitimamente", (2 Timóteo 2:5).

A vida aqui na terra não é simplesmente viver; a morte não é simplesmente morrer, em (2Timóteo 4.6-8), Paulo faz uma profunda análise do seu ministério e, antes de fechar as cortinas da sua vida, abre-nos uma luminosa clareira com respeito ao seu ministério pastoral e sua dedicação na obra de Deus, bem como isso terminaria. Paulo olhou para o tempo presente que estava vivendo com serenidade, (2Tm 4.6). O veterano apóstolo sabia como e quando iria morrer. Mas sabia também que não era Roma que lhe tiraria a vida. Disse ele “Quanto a mim, estou sendo já oferecido por libação, e o tempo da minha partida é chegado”.

O apóstolo Paulo foi o maior bandeirante do Cristianismo. Plantou igrejas nas províncias da Galácia, Macedônia, Acaia e Ásia Menor.

Pregou nos lares e em lugares públicos. Viajou por mares e desertos. Percorreu cidades e vilarejos. Pregou com entusiasmo e fervor. Foi preso, açoitado e apedrejado. Enfrentou naufrágios e toda sorte de ameaça. Terminou seus dias pobre e cheio de cicatrizes. Porém, nem todos os Césares de Roma influenciaram tanto a história como ele. Na sua segunda prisão em Roma, de onde saiu para o martírio fez um balanço completo da sua vida nas cartas pastorais endereçadas a Timóteo seu filho na fé.

Deus abençoe você e sua família.

 

Pr. Waldir Pedro de Souza

Bacharel em Teologia, Pastor e Escritor.

 


segunda-feira, 22 de abril de 2024

UMA ORAÇÃO ESPECIAL DO REI DAVI

UMA ORAÇÃO ESPECIAL DO REI DAVI

 

Diz o rei Davi no Salmo 5 esta frase bem conhecida dos evangélicos que gostam de orar: “...em longas noites eu a ti vigiarei...”. Isso demonstra que o rei Davi era um homem que gostava de orar e louvar a Deus em oração.

Assim clamava o rei Davi ao Senhor no Salmo 5: “Atende à voz do meu clamor, Rei meu e Deus meu, pois a ti orarei. Pela manhã, ouvirás a minha voz, ó SENHOR; pela manhã, me apresentarei a ti, e vigiarei”.

Davi diz também no Salmo 5: SENHOR, Guia-me na Tua Justiça.

A maior parte dos Salmos foi escrita durante a vida de Davi, o segundo rei de Israel. Alguns incluem detalhes que os posicionaram em momentos específicos da vida desse grande líder. Na maioria dos casos, porém, não temos dados suficientes para identificar o contexto exato.

O Salmo 5 também representa a atitude que caracterizou a vida de Davi, mas alguns aspectos de suas súplicas pareciam típicas dos primeiros anos de seu reinado, quando esse homem humilde buscava o favor de Deus para consolidar seu reinado. Dá para imaginar Davi chegando dia após dia na presença do Senhor, exigindo que a causa dos justos seja estabelecida, e que os arrogantes e ímpios sejam derrotados.

Davi encaminhou esse Salmo ao mestre de canto para ser utilizado na inspiração ao Senhor, e iniciou o hino com seu pedido para o Senhor ouvir suas súplicas, (versos 1 a 3). Ele pediu para Deus ouvir suas palavras e até seu gemido, começando com as suas orações matinais. Apesar de sua verdadeira intimidade com Deus, Davi não abordou o Senhor com exigências e critérios próprios.   Ele apresentava suas orações, clamando e implorando a Deus diariamente, e esperava as respostas do Senhor.

A mensagem principal do Salmo depende de uma distinção entre os ímpios e os justos, Davi se posicionou entre os fiéis e seus pedidos para Deus aplicam a justiça na separação desses dois grupos de homens e se baseiam no caráter justo do Senhor: “Pois tu não és Deus que se agrade com a iniquidade, e contigo não subsiste o mal”, (verso 4). Nos versos seguintes, ele passa da separação entre o certo e o errado para a distinção entre os homens que praticam a iniquidade e os justos que servem ao Senhor. Ele afirmava que os arrogantes e praticantes da iniquidade, sejam mentirosos, violentos ou fraudulentos, não seriam ouvidos por Deus. (versos 5 e 6).

Davi não se vê como um desses fraudulentos, como observamos no verso 7 que diz: “porém eu, pela riqueza da tua misericórdia, entrarei na tua casa e me prostrarei diante do teu santo templo, no teu temor”. Sua confiança, porém, não indica arrogância ou autojustiça. Ele não entra pela abundância da sua própria manutenção ou perfeição espiritual, e sim pela misericórdia de Deus. E Davi não entra para ficar de pé do lado de Deus como se fosse um colega. Ele se prostra em submissão e entusiasmo, entendendo perfeitamente a posição exaltada do seu Criador.

É correto e bom sentir a confiança de entrar na presença de Deus, mas essa ousadia não se baseia em nossos méritos. Chegamos a Deus somente pela sua infinita graça, (Hebreus 4:14-16).

Enquanto observava a conduta errada dos seus oponentes, inimigos e pedia a justiça divina para com eles, Davi se preocupava com os seus caminho e dizia: “SENHOR, guia-me na tua justiça, por causa dos meus adversários; endireita diante de mim o teu caminho”. (verso 8).

Não foi apenas vitória sobre seus inimigos que Davi procurava; ele desejava andar com Deus.

Talvez seria melhor dizer que ele entendeu que a única vitória verdadeira se encontra no caminho do Senhor. Vencer homens carnais com atitudes carnais seria, de fato, uma grande derrota. As armas dos servos do Senhor não são carnais, (2 Coríntios 10:3-6). Escrevendo mil anos depois de Davi, o apóstolo Pedro citou o exemplo de Jesus para ensinar este princípio: “pois ele, quando ultrajado, não reviveu com ultraje; quando maltratado, não fazia ameaças, mas entregava-se aquilo que julgava retamente”. (1 Pedro 2:23).

No final do Salmo, fica evidente que a distinção entre Davi e seus oponentes não foi apenas um conflito pessoal, e sim uma diferença em suas atitudes para com Deus. Os ímpios investem nos seus próprios planos e se rebelam contra Deus, enquanto aqueles que amam o Senhor investem nele e se regozijam no Criador. (versos 10 e 11).

A estrutura do Salmo 5 reflete a ênfase de Davi. Os três primeiros e os últimos dois versos não falam dos adversários e tribulações. Davi passou por provas, mas ele começou e terminou sua jornada com o foco exclusivamente em Deus. Nossa vida deve seguir o mesmo padrão.

Quando confiamos em Deus do começo ao fim, as adversidades são apenas momentos passageiros que não nos desviam do caminho. Jesus Cristo é o Caminho, a Verdade e a Vida.

Uma boa maneira de conhecer um cristão é observar sua oração. Por ser uma exteriorização do que há no íntimo, no interior da pessoa, quando vemos alguém orar conhecemos um pouco do que há onde somente Deus pode ver.

Assim, se uma pessoa nunca toma a iniciativa de orar diante das dificuldades do dia a dia e até mesmo de tarefas corriqueiras ou se, a pedido de alguém, ora mecanicamente, percebe-se não se tratar de alguém muito dado a buscar ao Senhor, seja em oração, seja pela leitura das Escrituras, seja pela meditação e contrição pessoal.

Se alguém ora reivindicando bênçãos ou rejeitando dificuldades, tal pessoa tem dificuldades em se submeter à vontade e às orientações de Deus e costuma criar seu próprio modo de segui-lo. Se alguém tem por hábito orar antes de cada coisa que vai fazer, mesmo que sejam em momentos corriqueiros, surge diante dos olhos uma pessoa que entende que Deus é soberano e que sabe que os cristãos são inteiramente dependentes dEle.

 Aquele que ora a Deus pedindo que cuide de certa situação, que faça sua boa vontade e que seja presente em cada detalhe, receberá de Deus a resposta, no tempo de Deus. Contudo, apesar da correta oração, não sabe esperar em Deus e passa imediatamente a atuar como se não tivesse orado e como se Deus nada fosse fazer no sentido de atender a oração. A pessoa pede ajuda de Deus e, em um instante, nega a ajuda que pediu tomando a frente, ela mesma, da solução dos problemas.

Davi dá um bom exemplo para os discípulos do Senhor Jesus. Basta notar as condições do seu dia a dia expressas no Salmo 5. Ele enaltece, diante de Deus, os justos (v.12) e os que confiam e amam o Senhor, (v.11), justamente porque eram as pessoas que ele tinha em menor número ao seu lado. É provável que os vv.4-6 demonstrem as características das pessoas que causavam problemas e riscos para o rei de Israel. São pessoas iníquas, (v.4), arrogantes, (v.5), enganadoras e violentas (v.6). Gente assim causa sofrimento a todos quantos estão ao seu redor.

Sabendo da presença e do risco que os inimigos representavam, Davi fez o correto: buscou a Deus em oração. Entretanto, dizer isso é tratar o assunto vagamente, visto que, em oração, podem-se fazer e falar muitas coisas, inclusive contraditórias. Temos visto, por exemplo, pessoas que oram repreendendo os males como se neles mesmos estivesse o poder para tanto; pessoas que ordenam bênçãos espirituais como se Deus fosse seu servo pessoal; pessoas que dizem para Deus que não aceitam algum mal que os acometa; e pessoas que, por incrível que pareça, oram perdoando o Senhor por ter-lhes infligido alguma provação.

Davi não orou assim, mesmo que estivesse preocupado com a violência e a maldade dos seus inimigos. Na verdade, ele teve três atitudes necessárias à oração baseada no ensino bíblico. Em primeiro lugar, ele clama a Deus por ajuda (v.1). O rei de Israel não repreendeu o problema, nem colocou Deus na parede, nem tampouco perdoou o Senhor por permitir a presença de inimigos. Davi, simplesmente, foi a Deus e fez uma petição pela solução do sofrimento. Com o coração compungido, ele diz “ouça as minhas palavras, ó Senhor, considera o meu gemido”, é como se dissesse: “Senhor, veja como estou sofrendo e me ajude”.

Em segundo lugar, Davi sabe seu lugar diante de Deus (v.2). Ele, o rei de Israel, se dirige ao Senhor e o chama de “Rei”. Na verdade, Davi diz “meu Rei e meu Deus”. Ele não se sente apenas como o grande rei cheio de súditos, mas sabe que também é um súdito, súdito de Deus. O orgulho que costuma, infelizmente, acompanhar um cargo como o seu, não nubla a visão de que há alguém que reina sobre ele. Isso faz com que ele não busque seus direitos ou seus próprios recursos na solução do sofrimento. Ele, antes, busca o Rei exatamente com a mesma humildade e dependência que os seus súditos o buscavam.

Finalmente, em terceiro lugar, ele espera pela atuação de Deus (v.3). Depois de orar a Deus, Davi conclui com uma observação no mínimo intrigante. Quando a primeira reação que imaginamos que alguém em problemas teria, a saber, iniciar rapidamente algumas ações no sentido de dar fim ao mal, o rei de Israel leva em conta que expôs sua angústia ao Deus Todo-Poderoso e confia na sua sábia resposta. Depois de abrir seu coração a Deus, Davi diz: “E eu aguardo”. Uma outra tradução possível seria “e fico observando”. Na verdade, essa palavra demonstra que Davi confiava tanto no poder, na sabedoria e no amor de Deus que, depois de orar, ele, realmente esperava pela resposta, qualquer que fosse. Isso não significa deixar de fazer o que é de sua responsabilidade, mas deixar de fazer o que não é, além de se abster de atitudes erradas por uma “boa causa”. Apesar de ser rei, Davi esperava como um servo, que seu Senhor e nosso também, agisse em favor de resolver os seus problemas e da nação de Israel.

Que exemplo a ser seguido por todos nós! Afinal, homens iníquos, arrogantes, enganadores e violentos cercam quase todos os cristãos. Que esse seja o incentivo e o exemplo para deixarmos de tomar caminhos tortuosos a fim de fazer o que é da alçada do Deus eterno e nos dediquemos, cada vez mais à oração. Mas não uma oração qualquer, a oração e as atitudes dignas daquilo que Deus nos ensinou nas Escrituras.

Quem ora a Deus constantemente não vive dos milagres dos outros, mas vive experimentando em suas vidas os milagres de Deus diuturnamente.

O apóstolo Paulo em sua primeira epístola à Igreja em Tessalônica recomenda a importância da oração: “Orai sem cessar”. 1 Tessalonicenses 5:17.

A oração é o fortificante do cristão, um crente que não ora, é um crente fraco, está constantemente sujeito às ciladas do inimigo, tem uma vida espiritual “duvidosa”, vive de milagres dos outros, imagine uma pessoa que não se alimenta direito, que está com deficiências de vitaminas e minerais, vive doente, uma pessoa desta nunca viverá com plenitude as promessas de Deus se não tiver saúde espiritual.

Em contra partida o crente de oração é um crente vitaminado, vive as promessas de Deus, dá frutos, recebe um alimento novo do Senhor todos os dias de sua vida, constantemente está em comunhão com o Pai e está conectado a Ele e divide as bênçãos recebidas.

Não existe uma fórmula secreta para se alcançar este nível com o Senhor, mas como no início desta postagem citamos o Salmo 5, faça como Davi e ore sem cessar, com dedicação, com fé, crendo na vitória, buscando e perseverando.

A oração sem dúvida nenhuma é a chave da vitória, quanto mais orarmos, mais perto ficamos do nosso Criador, é como se o céu descesse até nós ou se nós subíssemos até o céu quando falamos com Ele. A oração não é algo pronto, pré-concebido, é uma coisa que vem do coração, da alma, é algo feito com sinceridade, a única oração deixada pelo Senhor a nós é o Pai-nosso, demais é como se nós estivéssemos conversando com nosso melhor amigo, fale assim com Ele, coloque suas alegrias a Ele, suas angústias, seus problemas, agradeça pelo que Ele é, pelas coisas que têm feito por você. Não fale com Deus em oração apenas para pedir, pedir e pedir como nós muitas vezes fazemos, alegre-se com Ele, converse com Ele, agradeça também.

A oração tem tanto poder que tem a capacidade de fazer com que Deus incline seus ouvidos para ouvir nossas petições, quando é feita de coração, na própria palavra de Deus nos diz que nossas orações chegam ao seu trono como incenso. Salmos 141:2.

O Senhor anseia por nossas orações, para alcançar o favor de Deus nós precisamos nos humilharmos e orarmos e nos convertermos de nossos erros, Ele nos ouvirá e nos sarará, conforme está escrito em 2 Cr.7:14.

A chave da nossa vitória é a oração, é a nossa auto-humilhação, e nos prostrarmos diante de Deus até com o rosto no pó.

Deus hoje quer te entregar a sua vitória, entregue-se completamente diante dEle com todo seu ser, com toda a sua alma e com todo o seu entendimento.

Deus abençoe você e sua família.

 

Pr. Waldir Pedro de Souza

Bacharel em Teologia, Pastor e Escritor.  

 

 

 

 

segunda-feira, 15 de abril de 2024

TEMOS QUE CORRIGIR AS NOSSAS ATITUDES ERRADAS

TEMOS QUE CORRIGIR AS NOSSAS ATITUDES ERRADAS

 

Temos que corrigir as nossas atitudes erradas enquanto é tempo.

A parábola do servo vigilante, Lucas 12:35-40.

35. Estejam cingidos os vossos lombos, e acesas, as vossas candeias.

36. E sede vós semelhantes aos homens que esperam o seu senhor, quando houver de voltar das bodas, para que, quando vier e bater, logo possam abrir-lhe.

37. Bem-aventurados aqueles servos, os quais, quando o Senhor vier, achar vigiando! Em verdade vos digo que se cingirá, e os fará assentar à mesa, e, chegando-se, os servirá.

38. E, se vier na segunda vigília, e se vier na terceira vigília, e os achar assim, bem-aventurados são os tais servos.

39. Sabei, porém, isto: se o pai de família soubesse a que hora havia de vir o ladrão, vigiaria e não deixaria minar a sua casa.

40. Portanto, estai vós também apercebidos; porque virá o Filho do Homem à hora que não imaginais.

Diante da iminente volta de Jesus para arrebatar a sua igreja, temos que rever nossos conceitos e nossas atitudes para estarmos preparados para o arrebatamento. É necessário corrigirmos as nossas atitudes erradas porque breve Jesus virá.

O servo negligente que ignorou a volta do seu senhor dizia a respeito dele “tarde virá”. Quem Ignorar a vinda de Jesus também estará cometendo o mesmo erro. Jesus não marcou data para voltar, mas breve Jesus virá.

Certa vez, ao ensinar a respeito do seu retorno, (Mt 24.45-51), Jesus contou uma parábola sobre um servo fiel e prudente e um mau servo. Quem é o mau servo? Jesus mostra que é aquele que diz: “O meu senhor tarde virá”, (Mt 24.48). Então, este passa a viver de modo negligente, desatento, maltratando seus conservos e completamente alheio à volta de seu Senhor.

Muitos, infelizmente, estão vivendo como o “mau servo” da parábola. Porém, a este, diz o Senhor: “Virá o senhor daquele servo num dia em que o não espera e à hora em que ele não sabe, e separa-lo-á, e destinará a sua parte com os hipócritas; ali haverá pranto e ranger de dentes”, (Mt 24.50,51). Nestes tempos de sinais evidentes da proximidade da vinda de Jesus, há muitos que estão “brincando” de ser crentes, ignorando a iminente vinda do Senhor Jesus e agindo como o mau servo. Viva com responsabilidade e seja proeminente nas suas atitudes diante de Deus. Siga o exemplo do servo fiel e prudente e jamais negligencie a obra de Deus nem se embarace com as coisas deste mundo, (Mt 24.45,46). O ignorante e escarnecedor não ficará impune na volta de Cristo.

O escarnecedor da palavra profética sobre a volta de Jesus não ficará impune. A Palavra de Deus nos alerta que nos últimos dias haverá homens escarnecedores: “Sabendo primeiro isto: que nos últimos dias virão escarnecedores, andando segundo as suas próprias concupiscências, e dizendo: Onde está a promessa da sua vinda? Porque desde que os pais dormiram todas as coisas permanecem como desde o princípio da criação”, (2Pe 3.3,4). O apóstolo deu como resposta o ensino bíblico, que indica a matemática de Deus quanto à contagem dos tempos, dizendo: “Mas, amados, não ignoreis uma coisa: que um dia para o Senhor é como mil anos, e mil anos, como um dia”, (2Pe 3.8). Há teólogos contemporâneos, que dizem que a volta de Jesus é apenas uma utopia. Isso é escarnecer desta verdade bíblica.

Devemos demonstrar nossas atitudes  de servos fieis para sermos arrebatados na vinda de Cristo. Devemos ter uma vida irrepreensível e de bom testemunho para com os incrédulos.

Isto só é possível na vida do crente através do poder redentor, libertador e purificador do sangue de Jesus mediante a fé. Tomemos como exemplo a vida do apóstolo Paulo. Ele tinha uma vida correta; não dava lugar à repreensão, censura, ou à crítica pertinentes. Certa vez, ele afirmou que andava “diante de Deus com toda a boa consciência”, (At 23.1). No capítulo 5 da Primeira Epístola aos Tessalonicenses, ele exorta os crentes a serem também irrepreensíveis: “E o mesmo Deus de paz vos santifique em tudo; e todo o vosso espírito, e alma, e corpo sejam plenamente conservados irrepreensíveis para a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo”, (1Ts 5.23). Não é somente o seu corpo físico, visível que deve ser conservado puro, mas seu espírito e alma, partes invisíveis, também devem ser conservados corretos.

Há crentes que são como os “sepulcros caiados”, pois em seu interior, em sua alma e espírito, há somente podridão. Estes são arrogantes, invejosos, amargurados, cheios de ódio, etc. Sejamos santos em todo o nosso ser, em toda a nossa maneira de viver, pois em breve Jesus virá.

Não Devemos dar lugar à carne. Atualmente, muitos crentes estão se aproveitando da liberdade cristã para dar ocasião à carne e praticando todo tipo de libertinagens. (Gl 5.13). Muitas igrejas não passam de “clubes religiosos”, onde não se vê compromisso com a palavra de Deus e nem a santidade; “incham” em número, porém não crescem na “graça e conhecimento de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo”, (2Pe 3.18).

São empresas da religião e praticam e permitem todo tipo de religiosidade e promiscuidade tendo como prioridade o lucro financeiro; o resto não importa. Não se esqueça de que em breve Jesus virá e aqueles que andam segundo a carne não herdarão o Reino de Deus, (Gl 5.21). Não podemos nos esquecer de que o mesmo Deus que é amor, (1Jo 4.16), é também “um fogo consumidor”, (Hb 12.29).

Nós devemos dar bons frutos enquanto é tempo. Como crentes precisamos dar bons frutos até a vinda de Jesus. As lutas do nosso dia a dia e as tristezas não podem nos impedir de frutificar. Trabalhar na obra do Senhor não é nada fácil; servir ao Senhor com alegria também fácil não é, enfrentamos lutas e tristezas diuturnamente, mas logo nos esquecemos de tudo quando vemos almas se rendendo aos pés do Senhor Jesus, sendo batizadas nas águas e no Espírito Santo. São, na verdade os frutos, a glória, o gozo, a alegria, e a coroa de todo o nosso trabalho. Vendo também os milagres de Deus acontecendo todos os dias em nossas vidas e em nossas famílias. Vamos trabalhar para o Senhor Jesus. Vamos semear a semente do evangelho da paz do Senhor. Sejamos semeadores de boas novas de grande alegria.  Preguemos a Palavra de Deus enquanto é tempo, pois o Dia do Senhor virá, quando não poderemos mais anunciar a salvação. Ainda existem muitas pessoas para serem salvas. Muitos estão esperando para ouvir a respeito das boas novas do Evangelho do Senhor Jesus. Faça a sua parte, frutifique, ganhe vidas para o Senhor Jesus. Um dia, não sabemos quando, Jesus voltará e a nossa alegria plena chegará.

Deus abençoe você e sua família.

 

PR. Waldir Pedro de Souza

Bacharel em Teologia, Pastor e Escritor.

 

 

 

 

segunda-feira, 8 de abril de 2024

DIAS DE ANGÚSTIAS E DE TREVAS SOBRE A TERRA

DIAS DE ANGÚSTIAS E DE TREVAS SOBRE A TERRA.

 

Sofonias 1:14-18 nos mostra o cenário de como serão estes dias.

“Está perto o grande Dia do SENHOR; está perto e vem chegando depressa. Atenção! O Dia do SENHOR é amargo, e nele clamarão até os poderosos. Aquele dia será um dia de ira, dia de angústia e tribulação, dia de ruína e destruição, dia de trevas e escuridão, dia de nuvens e densas trevas, dia de toque de trombeta e gritos de guerra contra as cidades fortificadas e contra as torres altas. Trarei angústia sobre as pessoas, e elas andarão como se estivessem cegas, porque pecaram contra o SENHOR. O sangue dessas pessoas será derramado como pó, e a sua carne será espalhada como esterco. Nem a prata nem o ouro poderão livrá-las no dia da ira do SENHOR, mas, pelo fogo do seu zelo, a terra será consumida. Porque ele certamente fará destruição total e repentina de todos os moradores da terra.”

Antes da vinda de Jesus para arrebatar a sua igreja haverá de acontecer na terra o chamado período do “Princípio das dores”. Mateus 24:7-8.

O dia e a hora exatos da Sua vinda não foram revelados. Cristo disse aos discípulos que Ele Mesmo não sabia o dia ou a hora do Seu retorno, mas mencionou certos eventos através dos quais poderiam saber quando Sua vinda estaria próxima.

O dia e a hora exatos da Sua vinda não foram revelados. Cristo disse aos discípulos que Ele Mesmo não sabia o dia ou a hora do Seu retorno, mas mencionou certos eventos através dos quais poderiam saber quando Sua vinda estaria próxima. “Haverá sinais”, disse Ele, “no Sol, na Lua e nas estrelas.” Lucas 21:25. E explicou com maior clareza ainda: “O Sol escurecerá, a Lua não dará a sua luz, as estrelas cairão do firmamento” (Mateus 24:29). “Sobre a Terra”, disse Jesus, haverá “angústia entre as nações em perplexidade por causa do bramido do mar e das ondas, haverá homens que desmaiarão de terror e pela expectativa das coisas que sobrevirão ao mundo”. (Lucas 21:25 e 26).

A Bíblia é a infalível palavra de Deus e ela afirma categoricamente que o fim dos tempos está chegando. Para a igreja do Senhor Jesus é o princípio das dores. Estes dias serão de angústias dores e de trevas, e estão se aproximando sobre a terra. A Bíblia já previa este momento em Mateus 24.

Dias de trevas sobre a terra são mencionados na Bíblia.

Isaías 5.30: Naquele tempo, um estrondo, semelhante ao bramido do mar, retumbará contra ele. Quando olhar a terra, só verá trevas e angústia, e no céu se estenderão nuvens tenebrosas.

Isaías 8.21-22. Andarão errantes pela terra, fatigados e esfomeados; atormentados pela fome, agastar-se-ão e amaldiçoarão o seu rei e o seu Deus. Levantarão os olhos, depois olharão para a terra, e só verão misérias, escuridão e trevas angustiantes. Repelir-se-ão dentro da noite.

Joel 3.3-4. Farei aparecer prodígios no céu e na terra, sangue, fogo e turbilhões de fumo. O sol converter-se-á em trevas e a lua, em sangue, ao se aproximar o grandioso e temível dia do Senhor.

Nos Evangelhos tem citações dos terríveis dias futuros nos dias do princípio das dores e no período da grande tribulação.

Mateus 24.29-31. Logo após estes dias de tribulação, o sol escurecerá, a lua não dará sua luz, cairão do céu as estrelas e as potências dos céus serão abaladas. Então aparecerá no céu o sinal do Filho do Homem. Todas as tribos da Terra baterão no peito e verão o Filho do Homem vir sobre as nuvens do céu cercado de glória e de majestade. Ele enviará seus anjos com estridentes trombetas, e juntarão seus escolhidos dos quatro ventos, duma extremidade do céu à outra.

Marcos 13.24-27. Naqueles dias, depois dessa tribulação, o Sol se escurecerá, a Lua não dará o seu resplendor;

cairão os astros do céu e as forças que estão no céu serão abaladas. Então verão o Filho do homem voltar sobre as nuvens com grande poder e glória. Ele enviará os anjos, e reunirá os seus escolhidos dos quatro ventos, desde a extremidade da Terra até a extremidade do céu.

Lucas 21.25-28. Haverá sinais no Sol, na Lua e nas estrelas. Na Terra a aflição e a angústia apoderar-se-ão das nações pelo bramido do mar e das ondas. Os homens definharão de medo, na expectativa dos males que devem sobrevir a toda a Terra. As próprias forças dos céus serão abaladas. Então verão o Filho do Homem vir sobre uma nuvem com grande glória e majestade. Quando começarem a acontecer estas coisas, reanimai-vos e levantai as vossas cabeças; porque se aproxima a vossa libertação.

Apocalipse 6.12-14. Depois vi o Cordeiro abrir o sexto selo; e sobreveio então um grande terremoto. O sol se escureceu como um tecido de crina, a lua tornou-se toda vermelha como sangue e as estrelas do céu caíram na terra, como frutos verdes que caem da figueira agitada por forte ventania. O céu desapareceu como um pedaço de papiro que se enrola e todos os montes e ilhas foram tirados dos seus lugares.

Apocalipse 16.14. São espíritos de demónios. Fazem maravilhas, e vão até os reis de toda a Terra, a fim de reuni-los para a guerra no Grande Dia do Deus Todo poderoso. (Eis que venho como um ladrão: feliz aquele que vigia e conserva suas vestes, para não andar nu e não deixar que vejam sua vergonha!). Então os espíritos reuniram os reis no lugar que, em hebraico, se chama Armagedon.

Apocalipse 16.18-21. Houve, então, relâmpagos, vozes e trovões, assim como um terremoto tão grande como jamais houve desde que há homens na terra. A grande cidade foi dividida em três partes, e as cidades das nações caíram, e Deus lembrou-se da grande Babilônia, para lhe dar de beber o cálice do vinho de sua ira ardente. Todas as ilhas fugiram, e montanha alguma foi encontrada. Grandes pedras de gelo, que podiam pesar um talento, caíram do céu sobre os homens. Os homens amaldiçoaram a Deus por causa do flagelo da saraiva, pois este foi terrível.

A Bíblia Sagrada afirma que cedo ou tarde tudo vai se cumprir, não adianta o homem querer correr do seu ajuste de contas com Deus.

Isaías 13:6-11 diz: - "6 Lamentem, pois o Dia do Senhor está perto; ele vem como destruição da parte do Todo-Poderoso. 7 Por isso, todas as mãos desfalecerão, e o coração de todos se derreterá. 8 Ficarão apavorados; angústia e dores tomarão conta deles, e se contorcerão qual mulher que está dando à luz. Olharão espantados uns para os outros, com os rostos da cor do fogo. 9 Eis que vem o Dia do Senhor, dia cruel, com ira e ardente furor, para fazer da terra uma desolação e exterminar dela os pecadores. 10 Porque as estrelas e constelações dos céus não darão a sua luz; o sol, logo ao nascer, se escurecerá, e a lua não fará resplandecer a sua luz. 11 “Castigarei o mundo por causa da sua maldade, e os perversos, por causa da sua iniquidade. Farei cessar a arrogância dos atrevidos e abaterei o orgulho dos violentos...".

Ezequiel 34 nós fala que o Senhor mesmo apascentará as suas ovelhas, ou seja, os fieis servos de Deus serão protegidos por Deus.

O fim dos tempos será marcado pelo retorno de Cristo e o julgamento final. Neste tempo do ocorrerá o fim do mundo como o conhecemos fisicamente e os homens e os anjos caídos terão de comparecer diante do tribunal de Deus, no juízo final. A Bíblia diz que no final dos tempos, a presente era será encerrada, dando lugar ao estado eterno.

Curiosamente a maioria das religiões acredita numa idéia de fim dos tempos, ou seja, concordam com o que diz a Bíblia sobre este assunto.

Diferentes crenças e religiões de todas as partes do mundo, inclusive o mundo científico e tecnológico também, anunciam um conceito de um tipo de ajustes de contas que ocorrerão no final da presente história da humanidade. Todavia, somente a Bíblia nos fornece as informações realmente confiáveis acerca de como será o fim dos tempos.

Quando será o fim dos tempos?

A Bíblia não diz exatamente quando será o fim dos tempos. Mesmo assim muitas pessoas têm tentado especular inutilmente uma data para o fim do mundo. Jesus Cristo falou sobre isso, e disse que o dia de seu retorno, e consequentemente do início do fim dos tempos, pertence somente ao Pai, (Mateus 24:36).

Isso significa que o dia do final dos tempos já está determinado por Deus e acontecerá de acordo com seus propósitos soberanos do arrebatamento da igreja. Portanto, qualquer pessoa que se levantar dizendo saber quando será o final dos tempos, é mentirosa.

É interessante saber que a Bíblia Sagrada designa que virá um período após o ministério terreno de Jesus que foi a mais de dois mil anos atrás, como já sendo “os últimos dias”, e na verdade está se referindo aos tempos da proximidade com a grande tribulação. (Atos 2:17; 2 Timóteo 3:1; 2 Pedro 3:3; 1 João 2:18; Judas 1:18).

Jesus veio trazer o reino de Deus, e com sua morte e ressurreição realizar o plano salvífico para o homem, é a era do Espírito Santo, é o tempo da graça. Ele, Deus, inaugurou o estágio final da história da redenção. A vinda do Consolador Amado logo após a ascensão de Jesus aos céus nos deu a saber que um dia também acontecerá a retirada do Espírito Santo desta terra, e isso acontecerá no dia do arrebatamento da igreja; o Espírito Santo será retirado da terra no dia e no momento do Arrebatamento da igreja. Dai por diante seguirá o tempo da grande tribulação.  

Em seu sermão escatológico, Jesus também comparou estes últimos dias ao trabalho de parto de uma gestante, (Mateus 24.25; Marcos 13). Então Ele falou sobre o princípio das dores, um tempo em que haveria alguns sinais que apontariam para o fim, mas que ainda não seria o final dos tempos, seria, eu repito, a indicação de que o fim dos tempos estará chegando, assim como será desencadeada a grande tribulação.

Jesus falou que nesse tempo do princípio das dores o Evangelho será pregado por todo o mundo. Disse também que muitos falsos profetas e impostores que alegação ser o próprio Cristo, e aparecerão por todas as nações do mundo inteiro. Além disso, Jesus avisou que haverá guerras, rumores de guerras e desastres naturais, e que a Igreja seria perseguida. É o que praticamente está acontecendo nos nossos dias.

Assim como as contrações aumentam numa gestação, esses sinais também deverão aumentar à medida que o fim dos tempos se aproxima. No período que antecede imediatamente o final dos tempos, Jesus disse que ocorrerá uma grande tribulação nunca vista na História da humanidade. É nesse período também que o sistema iníquo do governo mundial e da nova ordem mundial, assim também da religião mundial estará em pleno funcionamento será liderado pelo Anticristo. 2 Tessalonicenses 2:1-10.

Os eventos do fim dos tempos.

Como já foi dito, no fim dos tempos Jesus voltará. Com grande glória e poder, Ele virá buscar o seu povo, a sua igreja e consumar todas as coisas, (Atos 1:11; Apocalipse 1:7). O apóstolo Paulo diz que este momento será glorioso e ao mesmo tempo inexplicável, (1 Tessalonicenses 4:16,17). Isso porque no dia e no momento do Arrebatamento da igreja, os mortos ressuscitarão primeiro e os que estiverem vivos terão seus corpos transformados num abrir e fechar de olhos. Então o que é mortal e corruptível será revestido de incorruptibilidade e imortalidade, (1 Coríntios 15:51-54).

Aqui vale lembrar que no dia do arrebatamento da igreja, apenas os santos que estiverem vivos e os que morreram em Cristo é que serão arrebatados, primeiro os mortos ressuscitarão e os que estiverem vivos serão transformados em corpos gloriosos assim como o de Jesus quando ressuscitou dentre os mortos, fazendo-se as primícias dos que dormem, (1 Coríntios 15:20-22), serão salvos e estarão num primeiro momento nas bodas do Cordeiro enquanto ocorrerá na terra o período da grande tribulação.

O que é a primeira ressurreição e o que é a segunda ressurreição?

Daniel 12:2 resume os dois destinos muito diferentes que a humanidade enfrenta: "Muitos dos que dormem no pó da terra ressuscitarão, uns para a vida eterna, e outros para vergonha e horror eterno." Todo mundo vai ressuscitar dos mortos, mas nem todos irão compartilhar o mesmo destino. O Novo Testamento revela detalhes adicionais das ressurreições distintas para os justos e os injustos.

Apocalipse 20:4-6 menciona uma "primeira ressurreição" e identifica os envolvidos como "bem-aventurados e santos”. A segunda morte (no lago de fogo, Apocalipse 20:14) não tem poder sobre essas pessoas. A primeira ressurreição, então, é a ressurreição de todos os salvos de todas as épocas e o arrebatamento de todos os crentes fiéis que estiverem vivos. Este momento é o corresponde ao ensinamento de Jesus da "ressurreição dos justos" (Lucas 14:14) e "ressurreição da vida", (João 5:29).

A primeira ressurreição ocorre em vários estágios. O próprio Senhor Jesus Cristo (as "primícias", 1 Coríntios 15:20) abriu o caminho para a ressurreição de todos os que creem nEle. Houve uma ressurreição dos santos de Jerusalém no momento que Jesus expirou na cruz do calvário, (Mateus 27:52-53), a qual deve ser incluída em nossa consideração da primeira ressurreição. Ainda por vir estão a ressurreição dos "mortos em Cristo", no retorno do Senhor Jesus para arrebatar a sua igreja, (1 Tessalonicenses 4:16).

Ainda temos que considerar que a ressurreição dos mártires no final da grande tribulação, de Apocalipse 20:4, acontecerá imediatamente e instantaneamente à morte individual de cada um  já que eles serão martirizados e terão que pagar a sua salvação com a sua própria vida. Ou seja, cada um que não aceitar o número da besta serão mortos de uma maneira terrível por não negar o Senhor Jesus.

Em Apocalipse 20:12-13 temos a identificação daqueles que fazem parte da segunda ressurreição como sendo os ímpios, estes serão condenados por Deus no julgamento do grande trono branco, antes de serem lançados no lago de fogo  que arde com fogo e enxofre.  A segunda ressurreição, então, é o levantamento de todos os incrédulos e ímpios de todos os tempos e está ligada à segunda morte. Corresponde ao ensino de Jesus sobre a "ressurreição do juízo". (João 5:29).

O evento que dividirá a primeira da segunda ressurreição será a grande tribulação e seguida do reino Milenial de Cristo. Todos os justos serão ressuscitados e transformados em corpos incorruptíveis para reinarem "com Cristo durante os mil anos". (Apocalipse 20:4), mas "os restantes dos mortos, se referindo aos ímpios e incrédulos, não reviveram até que se completassem também os mil anos. E confirma isto com a frase que designa quem serão e quando serão arrebatados: Esta é a primeira ressurreição", ou seja, a ressurreição do arrebatamento da igreja. (Apocalipse 20:5).

Que grande alegria vai fazer parte da primeira ressurreição. Que grande angústia será a da segunda ressurreição. Que responsabilidade temos nós na pregação do evangelho do Senhor Jesus e de esclarecer para todos que o tempo d salvação é hoje, que o tempo de aceitar a Jesus Cristo como Senhor e Salvador da sua alma é agora, é urgente, "Salvai-os, arrebatando-os do fogo", (Judas 23).

Como já vimos acima os ímpios também ressuscitarão, porém no final dos tempos para o grande julgamento do Juízo final ou juízo do grande trono branco. Por isso o profeta Daniel escreve que uns ressuscitarão para a vida eterna e outros para a vergonha e desprezo eterno, (Daniel 12:2). Ninguém poderá escapar do juízo de Deus, o juízo final. Neste juízo final os justos serão justificados com a abertura do livro da vida onde consta o nome de todos os salvos de todos os tempos e que aceitaram a Jesus e se converteram dos seus maus caminhos, porém os que não tiverem os seus nomes inscritos no livro da vida serão condenados e lançados no lago que arde com fogo e enxofre, que é a segunda morte descrita no Apocalipse 21.8.

Existem muitas interpretações escatológicas divergentes acerca de como será a cronologia do fim dos tempos. Mas todas elas concordam que haverá o retorno de Cristo para o arrebatamento da igreja e o juízo final depois do reino milenial de Cristo. Ficará claro o destino eterno de todas as pessoas e também dos anjos que pecaram contra Deus.

Quais são os sinais principais dos fins dos tempos? Mateus 24, Lucas 13, Lucas 21.

Muitos dirão que são Jesus ou que são profetas de Deus, mas são falsos Cristos e falsos profetas, fazendo até milagres, prodígios e maravilhas da mentira para enganar as pessoas, enganarão muitos crentes; 1 Tessalonicenses 2:1-10.

Haverá guerras entre nações e ameaças de guerras e ouviremos falar delas;

Haverá desastres naturais, como terramotos e fomes em muitos lugares;

Os crentes serão perseguidos, odiados e alguns até mortos;

Haverá muitos escândalos nas igrejas, ódio e traição entre as pessoas;

A maldade do mundo será tanta que muitos ficarão desiludidos e deixarão de amar uns aos outros.

O Evangelho será pregado a todos os povos, mas isso não significa que será aceito por todos;

Em Israel haverá muita turbulência, instabilidade e guerras;

O mundo passará por uma grande tribulação, como nunca houve antes;

Haverá sinais no céu, o sol e a lua não darão a sua luz;

Muitas pessoas serão apanhadas de surpresa em seus erros e desmaiarão pela expectativa das coisas horrendas que estarão praticando.

Diversas parábolas de Jesus falam desse momento. Numa delas o Senhor Jesus diz que haverá a separação das ovelhas e dos bodes, (Mateus 25:31-46); e em outra Ele fala sobre a distinção final entre o joio e o trigo, (Mateus 13:24-30; 36-43). O trigo será recolhido no celeiro, enquanto o joio será definitivamente queimado, lançado no fogo.

Todas essas parábolas usam uma linguagem figurada para falar da realidade da separação entre os redimidos e os ímpios que ocorrerá no fim dos tempos. Os redimidos entrarão na bem aventurada esperança porque confiaram em Deus e ali habitarão com Ele por toda eternidade. Já os ímpios serão lançados no inferno, onde juntamente com o Anticristo, a besta, o Falso Profeta e com os anjos caídos, todos serão punidos por seus pecados e serão lançados no lago que arde com fogo e enxofre, isto é a segunda morte a morte eterna. Em Apocalipse 21:8 afirma que esta será a segunda morte, a morte eterna.

O impacto do fim dos tempos em todo o Universo.

O apóstolo Pedro também escreveu sobre o fim dos tempos. Ele diz que o Universo passará por uma profunda transformação purificadora, ficando livre dos efeitos do pecado. Então haverá novos céus e nova terra, em que habita a justiça. (2 Pedro 3:12,13).

Este será o lar eterno daqueles que foram justificados por Cristo Jesus mediante Sua obra expiatória. Numa linguagem simbólica, o apóstolo João fala também sobre a beleza indescritível deste novo lar que será a habitação de Deus na cidade celestial, a Jerusalém celestial, com seu povo eternamente, (Apocalipse 22).

Mas aqueles que rejeitaram o Filho de Deus também terão suas moradas eternas e infelizmente num lugar de choro, pranto e ranger de dentes. Após o fim dos tempos, enquanto os salvos viverão toda a eternidade desfrutando da presença amorosa e graciosa de Deus, os ímpios viverão para sempre diante da presença da justiça de Deus em toda sua ira, que exige a punição pelo pecado cometido por cada um individualmente. Por isso o fim dos tempos é reconfortante para os salvos, e ao mesmo tempo aterrorizante para os ímpios e incrédulos.

Em João 14:1-3 Jesus mesmo disse: “Não se turbe o vosso coração, credes em Deus e crede também em mim, na casa de meu Pai há muitas moradas e Eu vou preparar-vos lugar. Se não fosse assim Eu vo-lo teria dito, e quando Eu for e vos preparar lugar, voltarei e vos levarei para min mesmo, para que onde Eu estiver, estejais vós também”.

Deus abençoe você e sua família.

 

Pastor Waldir Pedro de Souza.

Bacharel em Teologia, Pastor e Escritor.