terça-feira, 10 de abril de 2018

LIVRO DO APOCALIPSE CAPÍTULO 13

LIVRO DO APOCALIPSE CAPÍTULO 13


À medida que o tempo vai passando e caminhando para o fim da grande tribulação, os acontecimentos e as situações vão se desenrolando com mais velocidade e com mais blasfêmias contra Deus. 

Destacamos aqui neste capítulo a ferocidade das Bestas do Mar e da Terra, as duas bestas mundiais. Apocalipse 13:1-18.

Satanás quer desesperadamente vencer os cristãos. Por causa do sacrifício de Jesus ele não pode mais acusá-los de pecado; assim sendo, agora ele só pode perseguir, enganar e seduzir. Para fazer isto, ele convoca todos os aliados possíveis.

A Besta que emerge do mar. (Ap.13.1-10).

A primeira besta surgiu do mar e guerreou contra os cristãos durante quarenta e dois meses. Esta besta representa a perseguição, que é uma das táticas do diabo para tentar render-nos. Toda oposição nos aflige, mas o ataque físico é uma prova especialmente severa. Somente pela fé e pela perseverança podemos permanecer fortes (Apocalipse 13:10).

Sabemos que esta besta do mar é o "monstro" de Daniel 7 por causa das semelhanças: emergência do mar (7:3), dez chifres (7:7), nomes blasfemos (7:8, 21), leopardo/urso/leão (7:4-6, 12), grande poder (7:7), palavras arrogantes (7:8, 21), período de tempo (7:25), guerra contra os santos (7:21, 25), etc. Estas comparações são tão próximas que não poderia haver dúvida de que a besta do mar em Apocalipse 13 é a mesma besta monstruosa de Daniel 7. Desde que a besta de Daniel é a quarta na série de impérios mundiais (os três primeiros são Babilônia, 2:37-38; Medo-Persa, 8:20; e Grécia, 8:21), ela deve ser o Império Romano. Durante os primeiros dias da igreja Satanás usou o Império Romano para perseguir os cristãos.

A Besta que emerge da terra. (Ap. 13.11-18).

A segunda besta saiu da terra. Esta besta produziu grandes sinais para fazer os homens adorarem a primeira besta. A besta da terra ilustra a segunda arma que o diabo usa para tentar conquistar os cristãos: a falsa religião. Observe como a besta da terra imitou Cristo: o cordeiro (Apocalipse 5:6), os sinais (11:4-5), marca nos seguidores (7:1-8), número seis (o número de Deus através de todo o livro é sete). Satanás é um mestre do disfarce (2 Coríntios 11:13-15). E procura constantemente falsificar as verdades de Deus.

Neste contexto histórico, a besta da terra simbolizava provavelmente a adoração do imperador Romano. Muitos dos imperadores consideravam-se divindades e exigiam que seus súditos se prostrassem diante da imagem deles e lhes oferecessem incenso. Aqueles que se recusassem eram perseguidos.

É uma infelicidade que o sensacionalismo domine a interpretação de Apocalipse. Alguns imaginam que a marca da besta e o número 666 espreitando em cada esquina é o verdadeiro sentido escatológico deste versículos e capítulos. Fazendo assim, eles não somente não entendem o significado do livro, mas também se descuidam das reais ameaças de Satanás hoje em dia. A marca da besta não era mais literal do que o selo de Deus (Apocalipse 7); 6 (repetido três vezes para ressaltar) é principalmente uma referência ao fracasso, em contraste com 7, que representa o sucesso.

Tudo isto tinha referência principalmente aos acontecimentos daqueles dias e se aplica a nós somente no sentido que o diabo continua a usar os aliados da perseguição e falsa religião em suas batalhas contra nós. Fiquemos firmes: assim como Jesus derrotou o diabo, assim nós também podemos derrota-lo. (17:14).

Ainda sobre o Apocalipse Capítulo 13 concluímos que:

13.1,2  A descrição da primeira besta (com sete cabeças, dez chifres e dez diademas) é muito parecida com aquela do grande dragão (que é Satanás) descrito em Apocalipse 12.3. Apesar de os diademas estarem nas cabeças do dragão, eles estão nos chifres da besta de mar. A besta de sete cabeças pode referir-se ao poder do mundo gentílico em relação a Israel, principalmente no fim dos tempos. As cabeças são identificadas tanto como montes como com reis (Ap 17.9,10).

Uma montanha é caracteristicamente um símbolo para um reino (Dn 2.34,35,44,45). As sete cabeças poderiam ser o Egito, a Assíria, a Babilônia, a Grécia, a Pérsia, Roma e uma outra nação que representa o império romano restaurado. Os dez chifres podem tipificar a forma final do poder do mundo gentílico. A besta recebe seu poder do dragão.

O paralelo entre as quatro bestas (principalmente a quarta) em Daniel 7 e a explanação da besta dada em Apocalipse 17.8-11 faz parecer que a besta simboliza tanto um império romano renovado, que exerce uma autoridade universal, como um regente específico, que João chama de anticristo, em 1 João 2.18.

O nome de blasfêmia pode ser a alegação comum dos antigos imperadores romanos de serem divinos ou a blasfêmia contra o nome do verdadeiro Deus (v.5,6), como Daniel profetizou sobre o voluntarioso rei durante o período da tribulação (Dn 11.36).

13.3,4  Uma de suas cabeças pode retratar um rei específico, porém, é mais provável que represente um império. A terra infiel é seduzida (Ap 12.9) por Satanás para seguir e adorar a besta. Aqueles que adoraram a besta também inconscientemente adoraram o dragão, que deu à besta o seu poder. Qualquer falsa adoração ou idolatria é, no final das contas, demoníaca e satânica (1 Co 10.20-22). A besta é adorada porque o mundo está convencido de que ninguém é semelhante a ela e de que ninguém pode batalhar contra ela de forma sucedida.

13.5-7  Quarenta e dois meses é a duração da supremacia mundial da besta, de acordo com a profecia em Daniel 7.25. Ela recebeu toda a medida de poder depois de matar as duas testemunhas (Ap 11.7) ao final dos três anos e meio do ministério delas (v.3). Os dois números sucessivos somam sete anos, o período total da tribulação.

13.6,7 Esse primeiro uso da palavra tabernáculo no Apocalipse (Ap 15.5; 21.3) pode relembrar a época quando o poder e a presença de Deus eram evidentes porque a glória divina era claramente vista no tabernáculo no deserto. Também pode referir-se à época quando o tabernáculo do Senhor estará entre o Seu povo nos novos céus e na nova terra (Ap 21.1,3). Nesse meio tempo, não existe resposta evidente para a blasfêmia da besta. Ela parecerá ser vitoriosa sobre o povo de Deus.

13.8  O Livro da Vida é o registro daqueles que receberão a vida eterna, em contraste com aqueles destinados ao lago de fogo (Ap 20.12,15). Como era o plano de Deus antes da fundação do mundo que Jesus Cristo, o Cordeiro de Deus, seria morto pelos pecados da humanidade, então os nomes dos crentes foram incluídos no Livro da Vida desde o início (Ap 17.8).

13.9  A frase se alguém tem ouvidos, ouça parece indicar que tanto a declaração seguinte (v.10) quanto o contexto mais amplo têm significante aplicação atual, e não apenas referência futura. Então, ilusão espiritual e blasfêmia, assim como perseguição e martírio, não deveriam surpreender os crentes em nenhum ponto da história.

13.10  Mesmo quando os cristãos enfrentam o cativeiro ou são mortos, eles podem ter paciência e/é, sabendo que Deus os vingará (Rm 12.19) no dia da ira e do justo juízo (Rm 2.5).

13.11 Outra significa outra da mesma espécie, falando da estreita relação entre essa besta da terra e a besta anterior, que emergiu do mar (v. 1), mesmo que a aparência exterior delas seja acentuadamente diferente. Essas ações da besta descritas nos versículos 12-17 certificam, na prática, que ela é o falso profeta mencionado em Apocalipse 16.13; 19.20; 20.10.

As duas bestas podem simbolizar também a união do poder secular e político com a religião durante os últimos dias. Esse é o único lugar no Apocalipse onde o cordeiro não se refere a Cristo. Aqui, o cordeiro com dois chifres é um símbolo da adoração judaica e da autoridade religiosa. Falava como o dragão indica, provavelmente, que a segunda mensagem da besta vem de um dragão (Satanás), assim como a primeira recebeu seu poder e sua autoridade do dragão (Ap 13.2).

13.12-15  Grandes sinais, como fazer descer fogo do céu e dar espírito e fala à imagem da primeira besta, são convincentes e muito parecidos com aqueles realizados pelas duas testemunhas (Ap 11.5,6). A operação de grandes sinais por meio do poder de Satanás é parte da decepção em massa profetizada por Paulo em 2 Tessalonicenses 2.8,9.

13.16,17  O sinal é o nome da besta, ou o número do seu nome. Aparentemente, essa marca é algum tipo de prova identificável de propriedade e lealdade aplicada na mão direita ou na testa. Como não há evidência de tal prática na sociedade do primeiro século, essa marca parece ser uma falsificação maligna do selo na fronte dos servos de Deus em Apocalipse 7.3; 14.1.

13.18  Depois da descrição anterior da tirania da besta, é feito um comentário explicativo destinado a transmitir sabedoria e entendimento ao leitor. O número (o nome no versículo 17) da besta é seiscentos e sessenta e seis, descrito também como o número de homem. 

A besta é simplesmente um homem, não um deus, como os sinais poderiam sugerir. O número 6, logo abaixo do 7 (o número da perfeição), é intensificado pelo 666, o número do homem que não é Deus. A identidade desse homem algum dia será conhecida em relação ao número 666. É vital para identificar o anticristo.

Enquanto é tempo nós devemos preparar nossas vidas para subirmos no arrebatamento da igreja. 

Preparemos sim com muita vigilância e oração porque os dias são maus. O Apóstolo Paulo nos ensina em Romanos 12.1-2 a maneira que devemos nos portar nos dias atuais.

“Rogo-vos, pois, irmãos, pelas misericórdias de Deus, que apresenteis o vosso corpo por sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional. 

E não vos conformeis com este século (com este mundo), mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus”. Romanos 12: 1-2.

Deus abençoe você e sua família.


Pr. Waldir Pedro de Souza.
Bacharel em Teologia, Pastor e Escritor. 






domingo, 8 de abril de 2018

LIVRO DO APOCALIPSE CAPÍTULO 12

LIVRO DO APOCALIPSE CAPÍTULO 12



"O que Apocalipse capítulo 12 significa?"

Qual a mensagem principal deste capítulo?

O capítulo 12 de Apocalipse trata da visão da mulher e o dragão. (1-17).


Em Apocalipse capítulo 12, João vê uma visão de uma mulher "vestida do sol, tendo a lua debaixo dos seus pés, e uma coroa de doze estrelas" (Apocalipse 12:1). Observe a semelhança entre essa descrição e a descrição que José deu de seu pai Jacó (Israel) e sua mãe e seus filhos (Gênesis 37:9-11). As doze estrelas referem-se às doze tribos de Israel. Assim, a mulher em Apocalipse 12 é Israel.

Evidência adicional para essa interpretação é que Apocalipse 12:2-5 fala da mulher estando grávida e dando à luz. Embora seja verdade que Maria deu à luz Jesus, também é verdade que Jesus, o filho de Davi da tribo de Judá, veio de Israel. Em certo sentido, Israel deu à luz (gerou) Cristo Jesus. O versículo 5 diz que o filho da mulher era "um varão que há de reger todas as nações com vara de ferro; e o seu filho foi arrebatado para Deus e para o seu trono". Isso está claramente descrevendo Jesus. Jesus ascendeu ao céu (Atos 1:9-11), um dia vai estabelecer o Seu reino, chamado de reino milenial de Cristo, sobre a terra (Apocalipse 20:4-6) e reinará com juízo perfeito (a "vara de ferro", Salmo 2: 7-9).

A fuga da mulher para o deserto por 1.260 dias refere-se ao tempo futuro chamado de Grande Tribulação, que terá dois tempos de três anos e meio bem definidos em suas duas fases. Esses mil duzentos e sessenta dias são 42 meses (de 30 dias cada), o que é o mesmo que três anos e meio. Na metade do período da Tribulação que são os primeiros três anos e meio, a Besta (o Anticristo) colocará uma imagem de si mesmo no templo que será construído em Jerusalém. Esta é a abominação de que Jesus falou em Mateus 24:15 e Marcos 13:14. Quando a Besta fizer isso, ela quebra o pacto de paz que havia feito com Israel e a nação tem de fugir por segurança, possivelmente à Petra (ver também Mateus 24; Daniel 9:27). Esta fuga dos judeus é retratada como a mulher fugindo ao deserto.

Apocalipse 12:12-17 fala de como o diabo vai fazer guerra contra Israel, tentando destruí-la (Satanás sabe que o seu tempo é curto, relativamente falando. (Apocalipse 20:1-3, 10). Essa passagem também revela que Deus vai proteger Israel no deserto. Apocalipse 12:14 diz que Israel vai ser protegida contra o diabo por “um tempo, e tempos, e metade de um tempo” ("um tempo" = 1 ano; "tempos" = 2 anos; "metade de um tempo"= meio ano; em outras palavras, três anos e meio).

E, “Viu-se grande sinal no céu, a saber, uma mulher vestida do sol com a lua debaixo dos pés e uma coroa de doze estrelas na cabeça, que, achando-se grávida, grita com as dores de parto, sofrendo tormentos para dar à luz. Viu-se, também, outro sinal no céu, e eis um dragão, grande, vermelho, com sete cabeças, dez chifres e, nas cabeças, sete diademas. A sua cauda arrastava a terça parte das estrelas do céu, as quais lançou para a terra; e o dragão se deteve em frente da mulher que estava para dar à luz, a fim de lhe devorar o filho quando nascesse. Nasceu-lhe, pois, um filho varão, que há de reger todas as nações com cetro de ferro. E o seu filho foi arrebatado para Deus até ao seu trono. A mulher, porém, fugiu para o deserto, onde lhe havia Deus preparado lugar para que nele a sustentem durante mil duzentos e sessenta dias. Houve peleja no céu. Miguel e os seus anjos pelejaram contra o dragão. Também pelejaram o dragão e seus anjos; todavia, não prevaleceram; nem mais se achou no céu o lugar deles. E foi expulso o grande dragão, a antiga serpente, que se chama diabo e Satanás, o sedutor de todo o mundo, sim, foi atirado para a terra, e, com ele, os seus anjos. Então, ouvi grande voz do céu, proclamando: Agora, veio a salvação, o poder, o reino do nosso Deus e a autoridade do seu Cristo, pois foi expulso o acusador de nossos irmãos, o mesmo que os acusa de dia e de noite, diante do nosso Deus. Eles, pois, o venceram por causa do sangue do Cordeiro e por causa da palavra do testemunho que deram e, mesmo em face da morte, não amaram a própria vida. Por isso, festejai, ó céus, e vós, os que neles habitais. Ai da terra e do mar, pois o diabo desceu até vós, cheio de grande cólera, sabendo que pouco tempo lhe resta. Quando, pois, o dragão se viu atirado para a terra, perseguiu a mulher que dera à luz o filho varão; e foram dadas à mulher as duas asas da grande águia, para que voasse até ao deserto, ao seu lugar, aí onde é sustentada durante um tempo, tempos e metade de um tempo, fora da vista da serpente. Então, a serpente arrojou da sua boca, atrás da mulher, água como um rio, a fim de fazer com que ela fosse arrebatada pelo rio. A terra, porém, socorreu a mulher; e a terra abriu a boca e engoliu o rio que o dragão tinha arrojado de sua boca. Irou-se o dragão contra a mulher e foi pelejar com os restantes da sua descendência, os que guardam os mandamentos de Deus e têm o testemunho de Jesus; e se pôs em pé sobre a areia do mar”. Apocalipse 12: 1-17.

Quem é a Mulher Vestida do Sol em Apocalipse 12?

Três personagens aparecem em Apocalipse 12: 
A mulher vestida do sol, o Dragão e o Menino.
O catolicismo romano, desconsiderando o simbolismo profético dessa passagem, afirma que a mulher é Maria, mãe de Jesus. Alguns teólogos ignorando o fato de a Igreja ter saído de Jesus (Mt 16.18), e não o inverso, têm afirmado que a mãe do Menino é a Igreja. Não há dúvida, à luz de um conjunto probatório, de que aquela mulher é Israel.

Em Apocalipse 12.17 vemos que o Dragão (Satanás) fará guerra “ao resto da sua semente”, numa clara referência ao remanescente israelita que será protegido e absolvido por Deus, no fim da Grande Tribulação (Rm 9.27). A mulher está vestida do sol, que representa a graça e a glória do Senhor (Sl 84.11; Ml 4.2), pelas quais Israel foi envolvido desde a sua origem.

A mulher tem a lua debaixo dos pés, numa referência à supremacia de Israel como nação escolhida por Deus desde os primórdios da humanidade (Dt 7.6). E também tem uma coroa de doze estrelas sobre a cabeça. O que isso representa? Os patriarcas que deram origem às doze tribos formadoras do povo de Israel, incluindo José, são chamados de estrelas (Gn 37.9). Sol e lua, no sonho de José, aludem aos seus pais.

Observe que ela está grávida, com dores de parto, gritando com ânsias de dar à luz. O privilégio de ter sido escolhido como a nação do surgimento do Messias (Jo 1.11,12) trouxe, e trará a Israel, experiências dolorosas (Is 26.17). Quanto ao Dragão, não pode ser outro, a não ser o Diabo (Ap 20.2).

O Dragão é grande. Isso prova que o Inimigo, como “deus deste século” (2 Co 4.4), possui grande força (Lc 10.19). Ele é vermelho. Numa tradução literal, “avermelhado como fogo”, o que representa a sua atuação violenta e sanguinária no mundo (Ap 6.4; Jo 10.10). Essa cor também está associada ao pecado (Is 1.18).

Ele tem dez chifres, que se referem, à luz da Palavra profética, aos dez reinos que formarão a base do império do Anticristo (Ap 17.12; cf. Dn 7.24). E também possui sete cabeças com sete diademas, que dizem respeito à plena autoridade que exercerá sobre os reinos da Terra. A semelhança do Dragão com a Besta enfatiza que esta virá com o poder de Satanás: “o dragão deu-lhe o seu poder, e o seu trono, e grande poderio” (Ap 13.2).

Menciona-se também uma grande cauda. Isso alude à astúcia do Inimigo e ao seu baixo caráter (Is 9.15), ao levar consigo, no princípio, a terça parte dos anjos que não guardaram o seu principado (2 Pe 2.4; Jd v.6). Muitos hoje ficam impressionados com a facilidade que alguns falsos obreiros têm de “arrastar” multidões. Não nos esqueçamos de que o primeiro a fazer isso foi o próprio Diabo.

Em Apocalipse 12.4 está escrito que o Dragão parou diante da mulher, “para que, dando ela à luz, lhe tragasse o filho”. Desde o princípio, o Inimigo tem lutado contra Israel, sabendo que por meio dessa nação o Senhor realizaria a redenção da humanidade. Mesmo assim, o Filho de Davi, o Filho de Abraão, o Unigênito do Pai (Mt 1.1; Jo 3.16), nasceu em Belém da Judeia (Mt 2.1), no tempo estabelecido pelo Deus soberano que tudo faz segundo o seu beneplácito. (Gl 4.4,5).

Alguns teólogos afirmam que o Filho da mulher vestida do sol representa a Igreja, ou os mártires, ou os 144.000 judeus selados durante a Grande Tribulação. Todavia, à luz de Salmos 2.9 e Apocalipse 2.27, não há dúvida de que o Menino é Jesus Cristo: “E deu à luz um filho, um varão que há de reger todas as nações com vara de ferro; e o seu filho foi arrebatado para Deus e para o seu trono” (Ap 12.5).

Foram muitas as tentativas do Dragão (Satanás), ao longo da história da humanidade, de destruir a mulher vestida do sol (Israel), para que não desse à luz. Caim matou Abel, mas Sete deu continuidade à linhagem santa e piedosa, da qual sugiram os primeiros hebreus (Gn 4-12). Nos dias de Moisés, quando Faraó mandou matar os meninos israelitas, Deus preservou a muitos deles com vida, inclusive o próprio Moisés, que se tornou o libertador do povo de Israel (Êx 1).

O rei Saul tentou matar a Davi, pois o Diabo sabia que o Messias descenderia do trono davídico. Deus mais uma vez frustrou o plano maligno, preservando a vida de seu servo (1 Sm 18.10,11). Mais tarde, o inimigo usou a rainha Atalia para matar os herdeiros do trono de Davi. Mas o futuro rei Joás foi escondido por sua tia, e, com apenas sete anos, assumiu o reino em Judá (2 Rs 11). Nos tempos do império medo-persa, o cruel Hamã convenceu o rei Assuero a exterminar, de uma vez por todas, “um povo cujas leis são diferentes das leis de todos os povos e que não cumpre as do rei” (Et 3.8). Deus interveio, e o mal se voltou contra aquele “adversário e inimigo” de Israel (7.6-10).

Já no período neotestamentário, Herodes intentou matar Jesus, ainda em sua primeira infância. Mas o Todo-poderoso avisou os magos e José, o qual levou o Menino para o Egito (Mt 2). No deserto, Ele, já adulto, ao ser tentado pelo Inimigo, venceu-o por meio da repetição de uma poderosa declaração: “Está escrito” (4.1-11). Em Nazaré, numa nova tentativa de impedir que o Senhor chegasse à cruz, o Diabo procurou matá-lo. Milagrosamente, Ele escapou, “passando pelo meio deles” (Lc 4.17-30).

O Inimigo também exerceu influência psicológica sobre Pedro, levando-o à tentativa de induzir Jesus a desistir de sua obra redentora. No entanto, a resposta do Senhor a essa tentação foi contundente: “Para trás de mim, Satanás” (Mt 16.22,23). No Gólgota, finalmente como o Diabo não conseguiu matar Jesus antes da cruz, tentou em vão convencê-lo a descer do madeiro (Mt 27.40-42; Lc 23.39), pois temia o poder do sangue do Cordeiro (1 Pe 1.18,19; Hb 2.14,15). Ali, o Senhor deu o brado da vitória: “Está consumado” (Jo 19.30).

Mesmo depois de Jesus ter sido assunto ao Céu (At 1.9-11), a perseguição contra a mulher (Israel) continuou. E ela se intensificará na segunda metade da Grande Tribulação, quando o Diabo terá maior liberdade, permitida por Deus, evidentemente para, através do Anticristo, atacar Israel: “Quando o dragão viu que fora lançado na terra, perseguiu a mulher, e a serpente lançou da sua boca, atrás da mulher, água como um rio, para fazer que ela fosse arrebatada pela corrente” (Ap 12.13,15).

Na simbologia profética, águas representam reinos, nações e povos (Is 8.7; Ap 17.5). Isso mostra que os exércitos do Anticristo marcharão contra Israel (Ap 16.12,16). Mas o Espírito do Senhor arvorará contra o Inimigo a sua bandeira (Is 59.19). Ele protegerá o remanescente israelita (Ap 12.6). “E foram dadas à mulher duas asas de grande águia, para que voasse para o deserto, ao seu lugar, onde é sustentada por um tempo, e tempos, e metade de um tempo, fora da vista da serpente” (v.14). Essas asas de águia representam a direção de Deus (Êx 19.4), através da qual Israel será levado a um lugar seguro (Sl:27.5; 91:1,4).

A mulher, Israel, também terá ajuda dos povos e nações a ela favoráveis, como vemos em Mateus 25.34-40 parabolicamente, ou seja por parábolas e em Apocalipse 12.16, simbolicamente: “E a terra ajudou a mulher; e a terra abriu a boca e tragou o rio que o dragão lançara da sua boca”. Por fim, o remanescente israelita será absolvido pelo Justo Juiz e estará seguro, enquanto o inimigo sagaz ficará parado sobre a areia do mar sem poder prosseguir com seus intentos malignos contra o Israel de Deus.  (Ap 12.16-18).

Deus abençoe você e sua família.


Pr. Waldir Pedro de Souza 
Bacharel em Teologia, Pastor e Escritor. 


sexta-feira, 6 de abril de 2018

LIVRO DO APOCALIPSE CAPÍTULO 11

LIVRO DO APOCALIPSE CAPÍTULO 11



Este capítulo 11 do livro do Apocalipse trata do assunto do santuário e das duas testemunhas. (1-19).

O impacto da unção das palavras das duas testemunhas que são chamadas também de 'as duas oliveiras e os dois castiçais'. v.4. (1-14)

A sétima trombeta e tocada. vejam abaixo. (15-19).

11.1. João recebeu uma cana semelhante a uma vara, muito parecida com aquela usada por Ezequiel (Ez 40.3,5) em sua visão das medidas do templo (Ez 40-48).
Mede o templo de Deus, e o altar, e os que nele adoram. Esse é o templo do período da tribulação que em algum momento será edificado (Ap 13.14,15; Dn 9.27; Lc 21.24; 2Ts 2.4). 
A medida dos que nele adoram pode significar uma avaliação daqueles que prestam adoração ao Senhor no templo, bem como proteção para os fiéis e juízo, para os infiéis.

11.2. Em Lucas 21.24, é profetizado que os gentios pisarão a Cidade Santa até que os tempos dos gentios se completem. Aparentemente, o período de quarenta e dois meses é a conclusão do tempo dos gentios ou o período de três anos e meio do final da grande tribulação. A palavra gentios aqui pode ser traduzida também como povos, tribos e nações gentilicas. (Ap 11.9; 10.11).

11.3. Quarenta e dois meses (v.2) é o mesmo período que mil duzentos e sessenta dias (Ap 12.6). É certo que um tempo, e tempos, e metade de um tempo (v.14) seja também um período de três anos e meio formado por quarenta e dois meses lunares que são contados através das fases da lua, são de mês a mês de 29 e 30 dias alternadamente. Essas expressões também se encontrem nas profecias em Daniel.  (Dn 12.6,7,11,12).

As duas testemunhas profetizarão durante 1260 dias com impressionante poder (Ap 11.5,6). Então, parece que o período de dominação da besta (v.7; 13.5) sé dá durante a missão das testemunhas, cada uma ocupando em termos gerais metade do período da tribulação. As duas testemunhas sem nome são extraordinariamente semelhantes a Elias e Moisés (ver Êx 7-11; 1 Rs 17; Ml 4.5), que apareceram com Cristo no monte da transfiguração (Lc 9.29-32).

É possível também que essas duas testemunhas serão representantes simbólicos de todos os crentes fiéis do AT e do NT, bem como da Lei e dos Profetas, testificando durante a tribulação. 
Vestidas de pano de saco significa que as testemunhas estão de luto pelo mundo que não expressa arrependimento (Mt 11.21).

11.4. As testemunhas são descritas como duas oliveiras e dois castiçais, associando-as à visão em Zacarias 4, sobre os dois ungidos, que estão diante do Senhor de toda a terra (Zc 4-14). Lá, os dois ungidos são Zorobabel e Josué, o sacerdote. Mas o princípio universal para essas e todas as outras testemunhas do Senhor é que o testemunho delas pela verdade não é por força, nem por violência, mas pelo Espírito do Senhor (Zc 4.6).

11.5. O fogo saindo da boca das duas testemunhas para que, se alguém se opuser a elas, seja morto é parecido com a descrição da praga de morte trazida pelo exército de cavaleiros em Apocalipse 9.16-18. Aparentemente, a missão delas é impossível de ser interrompida durante três anos e meio (Ap 11.3) até quando acabarem o seu testemunho (v.7). O fogo também lembra dois dos milagres de Elias (1 Rs 18; 2 Rs 1).

11.6. As duas testemunhas têm a autoridade para impedir a chuva durante os dias da sua profecia, identificando-as com Elias, cuja oração fez com que não chovesse durante três anos e meio (Tg 5.17). Transformar as águas em sangue (Êx 7.17-21) e assolar a terra com pragas (Êx 7-11) lembra a experiência vivenciada por Moisés no Egito.

11.7,8. O verbo traduzido como acabar é o mesmo que Jesus usou quando gritou triunfantemente na cruz: Está consumado (Jo 19.30). A besta tem a permissão para matar as duas testemunhas na cidade que espiritualmente se chama Sodoma e Egito. A besta, que vem à tona como um governante mundial satânicamente autorizado nos capítulos 13 e 17, emerge do abismo, assim como a praga dos gafanhotos demoníacos da quinta trombeta (Ap 9.1-10). A grande cidade no Apocalipse geralmente é a Babilônia (Ap 14.8), que provavelmente representa Roma ou qualquer grande império mundial, ou sistema satânico que estará dominando o mundo sob a liderança e governo do Anticristo. (l Pe 5.13).

Porém, a descrição mais adiante, de onde o seu Senhor também foi crucificado, parece referir-se a Jerusalém. Alguns estudiosos entendem a frase como simbólica, significando o mundo pecaminoso no qual Cristo foi crucificado. Sodoma foi o primeiro modelo de degeneração moral em uma grande cidade (Gn 19); o Egito era o protótipo da idolatria desenfreada e da escravidão imposta.

11.9,10. Povos, e tribos, e línguas, e nações são aqueles para quem o testemunho do evangelho deve continuar até à consumação dos séculos (Mt 28.19,20). Os que habitam na terra são aqueles sobre quem o juízo de Deus recairá (Ap 6.10; 8.13). Estar morto por três dias e meio lembra os três anos e meio da missão das testemunhas (v.3). A morte das duas testemunhas (v.7) iniciará uma celebração global entre os infiéis que odiaram a mensagem verdadeira daqueles varões de Deus. 

11.11. O espírito de vida, vindo de Deus, lembra a profecia dos ossos secos (Ez. 37). Uma ressurreição pública assim poderia causar um grande temor por todo o mundo se fosse transmitido com a ajuda da tecnologia moderna de satélites. A sequência completa dos acontecimentos servirá para lembrar Israel da missão de Jesus Cristo: Sua morte, ressurreição e ascensão.

11.12. Subi cá é a mesma ordem dada a João em Apocalipse 4.1. Subiram ao céu em uma nuvem lembra a descrição da ascensão de Cristo (At 1.9) e o ensino de Paulo sobre o arrebatamento, em 1 Tessalonicenses 4.17. Alguns estudiosos acreditam que o arrebatamento da Igreja acontecerá nesse momento. Mas é difícil conciliar essa descrição de morte e ressurreição (At 11.9-11) com o recolhimento dos crentes vivos que serão tranformados num abrir e fechar de olhos no arrebatamento da igreja. 

11.13. E naquela mesma hora. Logo após as duas testemunhas ascenderem ao céu, um grande terremoto (Ap 6.12) destruirá a décima parte da cidade, resultando em sete mil mortes. Aqueles que sobreviverem ficarão apavorados e glorificarão a Deus.

11.14. O segundo ai inclui a sexta trombeta (Ap 9.12-21) e um segundo interlúdio (Ap 10.1-11.13). O terceiro ai, ao que tudo indica, é a sétima trombeta (v.15-19), pois é dito que cedo virá e, como Apocalipse 8.13, relacionados aos ais aos três últimos sopros de trombeta. O último ai pode estender-se, já que a palavra ai aparece novamente em Apocalipse 12.12.

11.15. Nosso Senhor reinará para todo o sempre e confirma o retorno de Cristo para seu reinado. (Ap 6.12-17; 19.11-21).

11.16-18. Os vinte e quatro anciãos foram previamente vistos adorando a Deus (Ap 4-10,11) e ao Senhor Jesus (Ap 5.8-10) continuamente. Aqui, a ação de graças deles ao Senhor Deus todo-poderoso entra em uma nova fase: eles glorificam o poder e a ira de Deus e a correspondente distribuição de galardão e juízo. Essa estrofe de ações de graças parece refletir no cumprimento da grande profecia messiânica no Salmo 2.

11.17. Reinaste pode referir-se a um governante atual no céu, ou ao fato de Cristo já ter vindo à terra para subjugar as nações (v.18) a essa altura. Também é possível que o tempo verbal no passado aluda à certeza, um acontecimento futuro tão certo quanto outros planos de Deus cumpridos para o mundo. Por exemplo, em Romanos 8.30, é dito que o crente é justificado e já está glorificado (tempo passado), embora a glorificação de fato acontecerá mais tarde, quando o cristão entrar na presença de Jesus, com um corpo incorruptível.

11.18. Veio a tua ira (Ap 6.16,17). A ira de Satanás também será vista em Apocalipse 12.12, mas a ira divina não pode ser rivalizada (Ap 14-19). O tempo dos mortos inclui a entrega dos galardões ao povo de Deus, Seus profetas, servos e santos (2 Co 5.10), e o pronunciamento do castigo eterno das nações infiéis (Mt 25.46). Isso é pelo que os mártires oraram em Apocalipse 6.10; não está terminado até Apocalipse 20.12-15. Aqueles que temem o nome de Deus são os que responderam com fé ao evangelho eterno (Ap 14.6,7), possivelmente incluindo os que temeram e glorificaram a Deus no versículo 13.

11.19. O templo de Deus, nesse caso, não é o mesmo dos versículos 1 e 2. Aquele templo terreno, também conhecido antigamente como templo de Salomão, tinha um átrio externo dado às nações (v.2); este templo, da revelação chamado aqui de templo de Deus, está no céu. Uma arca do concerto é citada aqui, embora a arca do concerto feita por Moisés, ao que tudo indica, foi destruída pelos babilônios quando eles saquearam e queimaram o templo em Jerusalém (2 Cr 36.18,19). A arca representava a presença, liderança e proteção de Deus sobre Israel no deserto (Nm 10.33-36) e na Terra Prometida (Js 3.3,15-17). Aqui, a arca pode representar bênçãos parecidas relacionadas ao novo concerto e à volta de Cristo (Hb 9.1,4,11,23-28). Pode também antecipar a proteção divina à mulher que deu à luz o Messias no deserto em Apocalipse 12.5,6,14.

Os relâmpagos e trovões provinham do trono de Deus no céu (Ap 4.5) e foram lançados sobre a terra no início do juízo anunciado pelas trombetas (Ap 8.5), juntamente com os terremotos (v.5) e a saraivada. (v.7).

Deus abençoe você e sua família.


Pr. Waldir Pedro de Souza 
Bacharel em Teologia, Pastor e Escritor.