segunda-feira, 31 de dezembro de 2018

A ORAÇÃO DA FÉ SALVARÁ O DOENTE

A ORAÇÃO DA FÉ SALVARÁ O DOENTE

“...E o Senhor o levantará...”.

“E Se houver cometido pecados, ser-lhe-ão perdoados”.

Está alguém entre vós doente? Chame os presbíteros da igreja, e orem sobre ele, ungindo-o com azeite em nome do Senhor;
E a oração da fé salvará o doente, e o Senhor o levantará; e, se houver cometido pecados, ser-lhe-ão perdoados. (Tiago 5:14,15).

O impacto de uma simples oração com fé pode mudar situações e até resolver problemas insolúveis. Você acredita que uma simples oração pode curar uma enfermidade que nem a medicina encontrou solução ainda?

Tiago ensina de forma simples, como ministrar a cura sobre os enfermos. Se estiver alguém doente, primeira coisa chamem os presbíteros da igreja. A pergunta é: Por que não chamar o pastor da igreja? Afinal, “pastor esta acima de presbítero”.

A resposta é simples. Nos tempos bíblicos, presbítero e pastor eram a mesma coisa. (1 Pe 5:1). 

Quando Tiago manda chamar os presbíteros, trazendo para os dias de hoje é: Chamem os pastores da igreja! Chame o seu pastor.

Surge logo outra pergunta, hoje temos apenas 1 pastor para cada igreja, por que Tiago manda chamar “os presbíteros” dando a entender que são vários? A resposta é simples, é porque na igreja primitiva, cada igreja era comandada por uma equipe de pastores, ou seja, uma equipe de presbíteros. Por isso Paulo fala: Os presbíteros que governam bem a sua casa sejam estimados por dignos de duplicada honra, principalmente os que trabalham na palavra e na doutrina; (1 Timóteo 5:17).

Existem os presbíteros que trabalham na palavra; Significa os que pregam o evangelho, evangelistas! Ganham almas. E existem também os presbíteros que trabalham na doutrina;

Significa, os que ensinam a palavra, doutores e mestres. Porém, existem outros presbíteros que fazem outras coisas, e todos eles merecem dupla honra, mas principalmente esses dois, que trabalham na palavra e na doutrina.

Que bom seria se nossas igrejas hoje, seguissem esse modelo, ao invés de ter apenas um pastor, tivessem uma equipe de pastores.
Tiago fala para orar e ungir com óleo.

Longe de sustentar a extrema unção, esta passagem trata de presbíteros, que naquela época também dirigiam igrejas mas eram pastores locais e não regionais,  orando para a cura do enfermo; e nesse caso, o texto fala de óleo medicinal usado naquele tempo. Hoje nós evangélicos usamos o óleo de unção para confirmação da cura. O óleo hoje representa o Espírito Santo. (É a mesma palavra grega usada também nessas passagens Mc 6.13; Lc 10.34).

Sabemos que o azeite era utilizado para preparar alguém para morte, que era conhecida como “extrema unção”; quando Tiago manda ungir com óleo não é um preparativo mágico para a morte; mas é o contrário da lógica dos seres humanos, sim de cura e restabelecimento físico e espiritual, porque o azeite também era usado como remédio. 

No velho testamento e também no Novo Testamento temos muitos exemplos de uso do bálsamo de Gileade, um óleo medicinal muito usado naquele tempo. Logo, trazendo para os dias de hoje, ficaria assim:

Esta alguém doente? Chamem os pastores, deem remédio, faça unção com óleo e orem com imposição de mãos.

E embora o texto use o verbo: salvar! Não é salvação além do túmulo (pois a palavra grega sõzõ, “salvar”, “curar”,  é a mesma utilizada nessas passagens Mt 9.21,22; 14.30; 24.13, 22; Lc 7.50; 8.12, 36, 48, 50). Que não trata de salvação da alma.

Portanto sim, Tiago esta dizendo: Esta alguém doente? Chamem os pastores, os obreiros, os missionários,  entre outros autorizados pela sua igreja e ministério e deem remédio ao enfermo; e então orem por ele com fé, e essa oração dará saúde, e se tiver algum pecado, ser-lhe-á  perdoado!

Portanto, oremos pela cura divina. Mas não rejeitemos os remédios e os tratamentos indicados pelos médicos! Pois o remédio e o tratamento também são dados por Deus, para nos curar.

NOSSA CONCEITUAÇÃO DO QUE É A ORAÇÃO DA FÉ.

Na Bíblia, o conceito de que a oração tem o poder de mudar as coisas é muito claro.

Tiago diz: “A oração de um justo é poderosa e eficaz. Elias era humano como nós. Ele orou fervorosamente para que não chovesse, e não choveu sobre a terra durante três anos e meio. Orou outra vez, e o céu enviou chuva, e a terra produziu os seus frutos”. (Tiago 5.16-18).

Ele também afirma que as razões de seus leitores não terem recebido é porque não pediram: “Não têm, porque não pedem”. (Tiago 4.2).

Aos Filipenses, o apóstolo Paulo disse que a sua libertação ocorreria  graças às orações deles e ao auxílio do Espírito Santo:

“Pois sei que o que me aconteceu resultará em minha libertação, graças às orações de vocês e ao auxílio do Espírito de Jesus Cristo”. (Filipenses 1.19).

No evangelho de Mateus, vemos Jesus dizendo algo muito interessante: “Então disse aos seus discípulos: ‘A seara é grande, mas os trabalhadores são poucos. Peçam, pois, ao Senhor da seara que envie trabalhadores para a sua seara”. (Mateus 9.37-38).

A seara é de Deus, e Deus é soberano.

Mesmo assim, ao invés de Ele mesmo decretar e determinar que trabalhadores fossem ser enviados à seara, Ele pede para que nós oremos a Deus para que Ele envie os trabalhadores! Em outras palavras, Deus condicionou isso à oração dos crentes, de modo que é por meio dela que Deus opera. Foi pela oração que Ezequias teve quinze anos acrescentados à sua vida, quando já estava à beira da morte: “Vá dizer a Ezequias: Assim diz o Senhor, o Deus de seu antepassado Davi: Ouvi sua oração e vi suas lágrimas; acrescentarei quinze anos à sua vida”. (Isaías 38.5).

Moisés também mudou o curso da história através da oração. Deus iria destruir Miriã e Arão; Moisés intercedeu por eles e não lhes aconteceu nada: “Tive medo da ira e do furor do Senhor, pois ele estava suficientemente irado para destruí-los, mas de novo o Senhor me escutou. O Senhor irou-se contra Arão a ponto de querer destruí-lo, mas naquela ocasião também orei por Arão”. (Deuteronômio 9.19-20).

Deus também condicionou o destino de Abimeleque à oração de Abraão. Ele disse: “Restitui a esposa ao marido, pois é profeta, e ele orará por ti para que vivas. Do contrário, sabes que certamente morrerás tu e tudo que tens”. (Gênesis 20.7).

Vamos ver as realidades reveladas no capítulo 20 de Genesis quanto ao sentido da cura e o porque Deus interferiu na história de Abraão em Gerar terra de Abimeleque, que por pouco não tomou a esposa de Abraão e não a possuiu como sua mulher. 

Lá no versículo 17 deste capítulo 20 vemos claramente a intervenção de Deus atendendo  a oração de Abraão e realizando uma cura coletiva de todas as mulheres que tinham sido castigadas com esterilidade e Deus as tornou férteis novamente. Até os homens foram atingidos pela cura; Abimeleque também foi curado da infertilidade e todos os homens também. 

Gênesis 20. Abraão nega que Sara é sua mulher com medo de ser morto pelo rei Abimeleque; ele ficaria sem sua esposa e sem sua riqueza, porque ele era um homem muito rico. Deus permitiu que Sara fosse tomada pelo insano rei, mas o próprio Deus apareceu a ele em sonhos e mostrou a verdade e o que ele deveria fazer para ser curado e também que toda a sua nação fosse curada pela oração de Abraão. Deus falou claramente com Abimeleque que Abraão era seu profeta e que atenderia à oração de Abraão mas que ele tinha que devolver Sara para seu marido e recompensar a Sara e Abraão pelos danos morais causados a eles. Abraão faz então a oração da fé para curar e sarar uma nação inteira e seu rei.

20.1 — A meia verdade dita por Abraão a respeito de Sara na cidade de Gerar seria mais tarde repetida por seu filho Isaque (Gn 26), o que demonstra, neste caso, que o filho saiu idêntico ao pai. A história aqui contada se dá como uma repetição dos erros cometidos por Abraão no Egito (Gn 12.10- 20). 

20.2 — Sara era meia-irmã de Abraão (v. 12). Abimeleque “tomou a Sara”. Por causa desta atitude, Sara foi posta no harém do rei, mas não se deitou com ele. Devido à idade avançada da esposa de Abraão, é bastante provável que esta tenha sido desejada mais por sua riqueza do que por sua aparência física. 

20.3 — Abimeleque era, presumivelmente, um rei pagão. Apesar disso, Deus o avisou do grande erro que ele estava para cometer: Ela está casada com marido. O texto em hebraico se refere a Sara e Abraão em um nível de igualdade e dignidade. Os dois são descritos como nobres, literalmente uma nobre esposa de um homem nobre. Este episódio é outro exemplo do cuidado do Senhor para com o Seu povo (Gn 31.24; Nm 22.12,20). 

20.4,5 — Senhor, matarás também uma nação justa? Abimeleque não havia tocado em Sara e, com certeza, também não queria pagar por um pecado que não cometera. Ele usou o argumento de que suas ações, até o momento eram inocentes e de que se basearam no que lhe disseram Abraão e Sara. 

20.6 — Esta passagem enfatiza que Abimeleque estava falando com Deus em sonho. A resposta do Senhor ao rei era mais uma manifestação de Sua graça. Deus também revelou que não havia permitido que Abimeleque tocasse Sara. 

20.7 — Este é o primeiro uso da palavra profeta na Bíblia. O termo indica que aquele que é nomeado como tal cultiva um profundo relacionamento com Deus; isto é mais do que a habilidade de falar com Ele. Este relacionamento de Abraão com o Senhor foi o que fez com que Deus ordenasse ao rei que devolvesse Sara ao marido. 

20.8-10 — A gravidade da situação deve ter tocado o rei de forma tão profunda que seu medo rapidamente se disseminou por sua família e seus servos. Abimeleque chamou Abraão para fazer uma pergunta: Que nos fizeste? A resposta deveria ser conclusiva, mas, antes de obtê-la, outro questionamento foi feito pelo rei: Em que pequei contra ti? Neste, o verbo usado é pecar (hb. hata'), que se encaixa perfeitamente com o substantivo seguinte, tamanho pecado (o substantivo em hebraico possui a mesma raiz que o verbo). A última pergunta do rei a Abraão pode ser parafraseada como “o que você tinha em mente quando fez isso”?

20.11-13 — Abraão deu ao rei duas razões para suas atitudes. A primeira era baseada na suposição de que ele, Abraão, estava em um território hostil, isto é, ninguém naquele lugar era temente a Deus; portanto, não haveria equidade diante do povo. Um rei poderia fazer o que quisesse e, desta forma, tomar Sara e usá-la para subjugar o marido e obter suas propriedades. A segunda justificativa recaía sobre o fato de que Sara era realmente sua irmã. Os casamentos na família de Terá aconteciam dentro do próprio clã. Em uma sociedade patriarcal, as uniões de parentes próximos eram consideradas um meio de preservação da linhagem. Além disso, Abraão e Sara concordaram, de forma clara, que ela usaria, em qualquer lugar que fossem, o argumento de ser sua irmã (v. 13). Mais tarde, a Lei proibiria o casamento entre duas pessoas com vínculos familiares tão próximos. 

20.14-16 — Abimeleque efetuou um notável pagamento em moedas de prata a Abraão, a fim de compensar a ofensa feita a Sara. As palavras teu irmão tiveram uma conotação sarcástica. O termo hebraico traduzido como advertida pode assumir o significado de inocentada, neste caso. O verbo inocentar também é usado em terminologia legal, para dar fim a um processo criminal. 

20.17 — E orou Abraão a Deus. Esta situação, a princípio, desfavorável, terminou com uma atitude misericordiosa, com Abraão orando a Deus por Abimeleque. Desta forma, o povo de Gerar aprendeu sobre o Senhor, assim como acontecera no Egito alguns anos antes (Gn 12.10-20). 

20.18 — O Senhor havia tornado estéreis todas as mulheres da casa de Abimeleque. 

Três coisas são indicadas por estas palavras.

Primeiro, a estada de Abraão e Sara em Gerar foi prolongada até que a identidade de Sara fosse revelada. Provavelmente alguns meses se passaram até que as pessoas percebessem que as mulheres já não engravidavam normalmente. Isso significa que Sara viveu no harém do rei por vários meses. 

Segundo, o Senhor atingiu os filisteus de uma maneira que estes dificilmente resistiriam, pois o anseio pela procriação era implacável no mundo antigo, como várias passagens nos mostram enfaticamente.

Terceiro, Deus, por Sua graça, protegeu Sara e Abraão. Este capítulo termina com uma ironia: por causa do desejo divino de proteger Sara, o Todo poderoso tornou todas as mulheres da casa de Abimeleque inférteis, estéreis. Ele tomaria Sara e pensava ele que ela lhe daria um filho numa época em que ela mesmo que já estivesse idosa poderia conceber naturalmente e lhe dar um filho já que todas as mulheres de Gerar tinham sido castigadas com a infertilidade. (Gn 21.1,2).

Eu trouxe esta história para você que, assim como eu, ter a certeza de que Deus responde a oração para as pessoas sinceras e que mesmo se tiver numa situação difícil Deus ouvirá e abençoará até aos seus inquiridores como no caso desses acontecimentos com Abraão e Sara, sua mulher. Tenho uma experiência própria sobre este assunto. Minha esposa não gerava filhos, era esteril. Depois de muita oração, Deus prometeu dar os frutos de nosso casamento e vieram três saudáveis filhos, todos de parto cesariana. Deus prometeu curar até da infertilidade no passado, no presente e no futuro.

Ele é Deus e sempre será o Deus que responde e cura o  doente e o aflito que clama por socorro.  

Pr. Waldir Pedro de Souza 
Bacharel em Teologia, Pastor e Escritor. 




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