sexta-feira, 16 de agosto de 2019

HÁ ESPERANÇA PARA O FERIDO

HÁ ESPERANÇA PARA O FERIDO 

Jó 14: 7-9

Porque há esperança para a árvore, pois, mesmo cortada, ainda se renovará, e não cessarão os seus rebentos.

Se envelhecer na terra a sua raiz, e no chão morrer o seu tronco,
ao cheiro das águas brotará e dará ramos como a planta nova.

Em minhas orações sempre tive a convicção e a certeza de que há esperança para o ferido. Ao entrar na presença de Deus em oração, principalmente quando estou orando a oração da fé,  oro e fico a refletir quão grande é o nosso Deus. Continuo orando e orando e pensando que há esperança para o ferido, para o aflito e necessitado. Medito no porque desta frase, “que há esperança para o ferido". 

Quanto mais meditarmos e  orarmos vamos perceber com certeza que “há sim esperança para o abatido, que há sim uma esperança para o caído, que há sim esperança para o rejeitado, que há sim esperança para o viciado, que há sim esperança para o alcoolizado, Jesus é a única esperança". 

Descobrimos que  através da oração, que é um instrumento poderoso criado por Deus com um propósito que é para nós aproximarmos de Deus através da intercessão, podemos falar com Deus e buscarmos a solução daquilo que está fora do nosso alcance. 

São coisas que só conseguimos diante de Deus através da fé, orando por nós mesmos ou por tantas outras pessoas que nos pedem para orarmos por eles.

Um ministério de louvor e adoração  tem uma música com o nome O cheiro das águas, e eu gostaria de começar trazendo esse cheiro das águas, para regar a nossa vida e trazer à memória o que nos dá e o que nos trás esperança, porque o louvor é uma maneira que Deus usa para preparar nosso coração, é uma maneira que Deus trabalha afinando nossos ouvidos, para que possamos ouvi-Lo e entendermos a Sua voz.

A letra de um hino sobre este assunto diz o seguinte:

Há esperança para o ferido. Como árvore, cortado, marcado pela dor. Ainda que na terra envelheça a raiz e no chão, abandonado, o seu tronco morrer, há uma viva esperança pra você.

Ao cheiro das águas, brotará; Como planta nova, florescerá; Seus ramos se renovarão. Não cessarão os seus frutos e viverá.

Você já ouviu falar na dormência das plantas? Tem plantas e ou frutas que caem todas as folhas, seus galhos ficam quebradiços e parece que estão mortas e não vão mais frutificar, mas ao começar as primeiras chuvas elas se regeneram, voltam a ter sua folhagem normalmente e dão seus frutos normalmente também até a próxima estação. 

Jó, por experiência própria, disse que há Esperança para o ferido; há esperança de um renôvo, há uma viva esperança para sua regeneração. 

“Porque há esperança para a árvore, pois, mesmo cortada, ainda se renovará, e não cessarão os seus rebentos. Se envelhecer na terra a sua raiz, e no chão morrer o seu tronco, ao cheiro das águas brotará e dará ramos como a planta nova”. (JÓ 14.7-9).

O livro de Jó é um livro histórico e excelente para exemplificar a ação de Deus na vida de uma pessoa temente a Ele . 

Nenhum crente poderia deixar de ler, por conter em suas páginas verdades imutáveis sobre esperança, perseverança e fidelidade.

É um livro que fala diretamente do relacionamento de Deus com o homem, no âmbito do mundo espiritual, dos momentos do silêncio de Deus. É considerado uma obra prime literária mundial.

Os primeiros cinco versículos do livro narram o primeiro estágio da vida de Jó. Era um homem que habitava na terra de Uz, possuía muitos bens, foi patriarca e um tipo de juiz e sacerdote, já que muitos o procuravam para resolver litígios, pedir conselhos, e a Bíblia declara que ele oferecia holocaustos por seus 10 filhos.
Jó era o homem mais rico do oriente naquele tempo, e provavelmente o mais respeitado.

Mas certo dia, Jó nunca imaginaria, que lá no céu, diante de uma reunião na sala de Justiça do Todo Poderoso, se apresentaria o nosso Adversário. (Satanás significa no hebraico adversário).

Nesta ocasião, Deus dá testemunho de Jó e observa suas qualidades: “ Homem íntegro e reto, temente à Deus e que se desvia do mal”. (Jó 1.8). 

Aqui começa uma nova etapa na vida deste homem, eestava acontecendo o que ele nunca imaginaria que aconteceria com ele. 

Geralmente os crentes fiéis a Deus nunca esperam que lhes venha e ou sobrevenha alguma situação embaraçosa em que sejam expostos às críticas dos outros, principalmente dos familiares, amigos e irmãos na fé. 

É exatamente daí que veem os piores questionamentos, tais como: ele (a) não é tão crente e tão fiel a Deus? Outros dizem: Só pode ser castigo de Deus; e pior ainda, dizem: está em pecado, é cobrança de Deus. 

De Jó, Deus diz: Por causa deste testemunho, o Adversário faz uma acusação:
“Ele só te teme porque tu deste a ele tudo, cercaste-o de bem, prosperidade, se tu tirares isso dele, verás que te negará”. (leia Jó 1.9-11).

Neste momento, Deus permite que o Adversário, Satanás, toque em tudo quanto Jó possuía. Este homem dorme abençoado, feliz e certo de que tudo estava em ordem. 

Ao acordar, sai ao pátio de sua casa, observa a bondade de Deus e o louva. 

Neste momento um servo seu entra desesperado anunciando-lhe uma terrível desgraça: os Sabeus levaram todo teu gado e mataram teus servos, só eu fiquei. 

Jó ouve atônito, e nem ainda digeriu esta terrível notícia, quando entra outro empregado seu e lhe anuncia que uma chuva de fogo, que caíra do céu, matara suas ovelhas. 

Outro adentra à casa anunciando que os caldeus levaram todos os seus camelos. 

Mas a pior de todas as notícias ainda estava por vir.

Enquanto estes homens ainda falavam sobre estes acontecimentos, surge um, que carrega consigo uma notícia devastadora. 

Este último anuncia-lhe que seus filhos, amados filhos, estavam reunidos em casa do irmão mais velho quando um forte vento, destruiu a casa e matou a todos.

Jó sai cambaleante, olha para o céu, tenta compreender o que está acontecendo, segundos que pareciam séculos, sua vida passa como um filme em sua mente, de repente este homem toma uma atitude.

Não como eu ou talvez você, não apontando o dedo para o céu e tomando prestação de contas com Deus, não anunciando que Deus era injusto, não, não, não.

A bíblia declara que este homem se levantou, rasgou seu manto, suas vestes,  dirigiu-se até seu quarto, lá pediu à sua esposa, que já estava em prantos que lhe ajudasse a raspar a cabeça, saiu novamente à vista de todos e se prostra em terra adorando ao Senhor.

Qual seria sua reação? O que você diria pra Deus?

O inimigo, Satanás,  fica furioso com a atitude de Jó.

Volta à presença de Deus e declara que se Deus lhe tocasse na saúde ele blasfemaria.

Deus permite, pele por pele. Deus permitiu que Satanás tocasse em sua carne, em seu corpo com enfermidades mortais; somente em sua alma não poderia tocar. 

Jó dormiu mais uma noite, seu corpo físico cansado e abatido com tantas derrotas seguidas. 

Providenciara o velório de seus dez filhos, sua mente confusa, sua cabeça doía e latejava. 
Seu corpo frágil rolava na cama, sua alma estava inquieta. Nada lhe restou.

Mas uma vez, sem ter o conhecimento daquilo que ocorria, quando este homem acorda, percebe que existem algumas feridas purulentas nascendo em seu corpo. 

Passadas algumas horas, vem a febre. O que é isto?

Muitos especulam sobre qual enfermidade atacou o corpo de Jó, mas ninguém pode afirmar qual era. 

No entanto, alguns médicos e entendidos do assunto listam as reações desta enfermidade no corpo de Jó: coceira contínua, degeneração da pele, perda de apetite, medo e depressão, feridas purulentas, vermes que surgiam nas feridas, dificuldade de respirar, olheiras, mau hálito, febre alta, diarréia, dentre outras. Meu Deus Quanta dor.

Gostaria de falar que, diante de tudo o que aconteceu com Jó, e do estado de seu corpo, uma chaga mortal se lhe crescia: a ferida moral, que era a maior de todas.

Como poderia viver ainda um homem, que um dia tornou-se conhecido por que em seus lábios havia sempre uma palavra sábia, um conselho, suas mãos agora purulentas um dia foram procuradas para saciar a fome e a necessidade de outros seres humanos menos favorecidos ou para levantar-se em adoração quando eram oferecidos holocaustos. 

O que restara para Jó? Nada. Provavelmente sua desgraça lhe deu mais fama do que sua glória. A notícia percorria todo o oriente médio. Todos ficaram sabendo, que vergonha. Tem um ditado popular que diz o seguinte: “A notícia boa corre, à notícia ruim voa“.

Diante disso, Jó toma uma decisão: vai se isolar juntamente com os desterrados, os rejeitados da sociedade e lá, próximo ao lixão da cidade, sentado na cinza, seu consolo é um caco de tijolo ou de telha que o alivia de suas coceiras.

Maldito o dia em que nasci. Maldição seja eu ter nascido vivo. Porque não morri dentro da madre de minha mãe? Desejo morrer. Este era o desejo que ardia agora na alma deste mendigo. 

Não havia mais sentido na vida. Jó não queria mais viver. 

Pra completar a cena, alguns de seus amigos, sabendo de sua desgraça decidem visitá-lo. 

A cena é chocante, vejam: Jó 2.8-13.

8. E Jó, tomando um pedaço de telha para raspar com ele as feridas, assentou-se no meio da cinza.

9. Então, sua mulher lhe disse: Ainda reténs a tua sinceridade? Amaldiçoa este teu Deus e morre.

10. Mas ele lhe disse: Como fala qualquer doida, assim falas tu; receberemos o bem de Deus e não receberíamos o mal? Em tudo isto não pecou Jó com os seus lábios.

11. Ouvindo, pois, três amigos de Jó todo este mal que tinha vindo sobre ele, vieram, cada um do seu lugar: Elifaz, o temanita, e Bildade, o suíta, e Zofar, o naamatita; e concertaram juntamente virem condoer-se dele e consolá-lo. 

12. E, levantando de longe os olhos e não o conhecendo, levantaram a voz e choraram; e rasgando cada um o seu manto, sobre a cabeça lançaram pó ao ar. 

13. E se assentaram juntamente com ele na terra, sete dias e sete noites; e nenhum lhe dizia palavra alguma, porque viam que a dor era muito grande.

É mesmo Jó que está ali? O espanto é tão grande que por sete dias estes homem não conseguem pronunciar uma só palavra.

Somente sentam e ficam ali observando as reações de seu amigo.

Chegam à uma conclusão, (errada conclusão e por sinal uma conclusão acusatório contra Jó): Jó está em pecado. Não há outra explicação lógica. 

Caso contrário Deus é injusto e não seria nada bom se acreditarmos nisso. Ou ainda, as coisas boas ou ruins acontecem pra cada um independente do que fazem. Este era um pensamento muito perturbador. Então a melhor opção foi acusá-lo.

Inicia-se um ciclo de debates, até que, no capítulo 14, Jó declara que não acredita em uma solução para o homem em sua situação, mas de uma maneira profética, seus olhos se abrem para uma possibilidade: 

Ainda “Há esperança para a árvore”. 

Ainda que esteja morta, cortada, seca, sem vida, se ela receber algumas gotas de orvalho, a umidade vinda de um rio ou mesmo uma chuvinha fraca, é capaz de voltar a viver e dar ramos como se fosse uma planta nova. Mas para o homem não há esperança.

Jó viu a solução. Ele percebeu que Deus poderia restaurar a vida àquilo que estava morto. O que ele esqueceu é que somos comparados à árvores, pelo próprio Deus. 

Somos árvore plantada junto à ribeiros de água. (Sl 1.3); Somos carvalhos de justiça e plantação do próprio Deus. (Is. 61.3). Somos jardim fechado e regado pelo próprio Deus. (Ct. 4.12).

Jó não compreendia que como árvore de Deus, só estava passando por um inverno. A primavera chegaria de novo trazendo com ela a vida. 
Há esperança para o desesperado e desesperançado, é só confiar pela fé, plenamente em Deus que tudo pode. 

Ele se tornaria uma forte e frutífera árvore novamente, estenderia seus galhos ainda mais adiante.

Alimentaria ainda mais pessoas pois seu último estado foi melhor que o primeiro conforme a promessa de Deus. (Jó 42.10-17).

Deus não só lhe restituiu tudo, pois sua fidelidade foi inquestionável, Deus ainda o abençoou  duplicadamente. 

Foi o resultado de sua fidelidade. Jó nunca deixou de crer em Deus, ainda que a vida terrena não estava lhe sendo favorável, Deus continuava a ser seu Deus e merecedor de toda glória. 

Se Deus fizer alguma coisa, Ele é Deus. Se Deus nada fizer, Ele continua sendo Deus. 

Esta é a atitude que Deus quer de nós. 

Mesmo diante do silêncio, mesmo diante de situações que não compreendemos, mesmo diante de toda a afronta e acusação, sejamos fiéis.

A árvore que o inimigo derrubou ou tentou destruir,  florescerá novamente, acredite.

Deus dará o renôvo e fará está árvore moribunda se levantar, florescer e dar muitos frutos novamente. Essa árvore pode ser eu ou pode ser você.  

Deus abençoe você e sua família. 

Pr. Waldir Pedro de Souza 
Bacharel em Teologia, Pastor e Escritor. 





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