AS CONSEQUÊNCIAS DAS ATITUDES DE ESAÚ E JACÓ.
A falta de vigilância de Jacó e a total
desobediência de Esaú. Cada um sofreu as consequências devidas por não ter
temor e dignidade diante de Deus. Jacó foi totalmente liberto para ter temor de
Deus e servir ao Senhor depois de lutar com o anjo de Deus no vau de Jaboque.
Gn.32.22-30.
Quanto a Esaú, continuou seu mau intento de
desprezar a Deus e a família de seus pais até o fim de sua vida.
As referências bíblicas sobre Esaú e Jacó no
livro de Gênesis nos revelam que o ser humano é tão fraco à ponto de querer
fazer justiça com as próprias mãos até contra seus parentes mais próximos.
Esaú estava convicto de que a venda da sua
primogenitura não seria levada em conta, não seria levada a sério por Jacó.
O que ele não contava era com a astúcia do
irmão, que foi ajudado pela mãe, com a permissão de Deus para cumprir os
desígnios do próprio Deus na vida e na posteridade de Jacó.
Esaú agradou ao seu pai até certo ponto, dali
por diante ele passou a ser hostil aos seus pais e fazia tudo o que desagradava
ao Senhor.
Não podemos viver confiados nas recompensas humanas
que supostamente são garantidas por meio de agrados pessoais.
O que é perdido nem sempre será recuperado. O
que é vendido, ou voluntariamente renunciado, dificilmente será retomado. Em
alguns casos, será impossível, ainda que se peça restituição.
Não podemos trocar nossos valores espirituais
pelas coisas do mundo, imaginando que um dia possamos recuperá-los. Esaú não
conseguiu.
Creio que o grande problema daquele filho foi
não ter procurado o pai para colocá-lo a par da situação e consertar tudo em
tempo hábil.
Deixou
o mal em segredo até o dia do pronunciamento da bênção. Era tarde demais para
ele. Seja qual for a sua situação, fale hoje mesmo com o Pai celestial. Não
deixe para o dia do juízo, pois será muito tarde.
“Buscai ao Senhor enquanto se pode achar.
Invocai-o enquanto está perto”. (Is.55.6).
Esaú foi o filho primogênito de Isaque e
Rebeca, e irmão gêmeo de Jacó. É importante entender quem foi Esaú para
que possamos compreender uma parte fundamental da origem do povo de Israel.
Não é possível afirmar com exatidão o significado
do nome Esaú. A Bíblia diz que na ocasião de seu nascimento foi lhe dado esse
nome por conta de seu corpo peludo: “E saiu o primeiro ruivo e todo como
um vestido de pelo; por isso chamaram o seu nome Esaú”. (Gn25:25).
Assim, é possível que esse nome esteja
relacionado a essa sua característica, porém a conexão entre as
palavras se’ar, “peludo”, e ‘esaw, “Esaú”, não é clara. Alguns
eruditos estendem esse significado no sentido de expressar uma implicação
relacionada à “natureza animalesca”. Ele aparece na Bíblia pela primeira vez no
capítulo 25 do livro de Gênesis, onde é descrita a genealogia de
Isaque.
O nascimento de Esaú.
Rebeca era estéril, mas num determinado
momento Deus lhe abriu a madre e ela engravidou de gêmeos.
Os gêmeos Esaú e Jacó lutavam
dentro de seu ventre. A expressão original no hebraico em Gênesis diz
literalmente que eles esmagavam um ao outro.
Devido a isso, Rebeca orou a Deus perguntando
o porquê de estar ocorrendo aquilo em seu ventre.
Deus então lhe respondeu que ela estava
carregando duas nações, e lhe falou, inclusive, sobre as implicações históricas
do nascimento de seus filhos, deixando claro que o mais velho serviria o mais
jovem. (Gn 25:23-26).
Quando se deu a ocasião do nascimento dos
meninos, o primeiro a nascer foi Esaú, porém Jacó estava agarrado em seu
calcanhar. (Gn 25:24-26).
Esaú era o preferido de Isaque.
Esaú era o filho preferido de
Isaque. Ele era um habilidoso caçador, que vivia percorrendo os campos.
Sua personalidade contrasta drasticamente com seu irmão Jacó, já que esse é
descrito como alguém calmo e que vivia entre as tendas.
A Bíblia diz que Isaque gostava
muito de comer das caças que seu filho lhe trazia. Talvez pelo favoritismo do
pai por um dos filhos, e a brecha que tal comportamento causava no convívio
familiar, Rebeca, a mãe, amava mais a Jacó. (Gn 25:28-30).
Esaú vende o direito de primogenitura.
A Bíblia descreve que Esaú havia chegado do
campo exausto e com muita fome, e Jacó tinha preparado um guisado, um ensopado
vermelho. A expressão hebraica para descrever esse ensopado, ha’adom,
é literalmente “matéria vermelha”. Nesse contexto, o nome Edom, que caracterizaria
os descendentes de Esaú, derivou do hebraico ‘adom, “ser vermelho”.
Quando Esaú pediu para comer do guisado, seu
irmão explorou sua miséria e lhe propôs a venda de sua primogenitura.
O primogênito detinha a posição de honra
dentro da unidade familiar, desfrutando de um status privilegiado e assumindo a
responsabilidade de ser o protetor e líder da família. O primogênito tinha
direito a receber uma porção dobrada da herança paterna.
Além de todos esses aspectos, por se tratar
da família de Abraão, devemos nos lembrar de que ali também havia a
questão da herança do pacto abraâmico. Ao desprezar sua primogenitura,
Esaú também mostrou desprezo pelas bênçãos da Aliança e pelas promessas de
Deus.
Esaú e a benção de Isaque. Esaú novamente
não atenta para o que de melhor Deus tinha para ele que era a bênção patriarcal
através de Isaque seu pai.
Na ocasião em que Isaque iria dar sua benção,
Rebeca agiu com muita astucia e arquitetou um plano para que Jacó recebesse tal
benção no lugar do seu irmão. (Gn 27:1-10). Quando Esaú voltou do campo e
trouxe a seu pai um prato feito com sua caça que tanto lhe agradava, Isaque
percebeu que havia sido enganado, e lhe contou que ele acabara de perder sua
benção pois Jacó o enganou. Isaque estava cego e não viu que que Jacó se
passava por Esaú.
Esaú ficou profundamente entristecido com o
que houve, implorou ao pai que lhe desse uma benção e culpou Jacó por toda
aquela situação. (Gn 27:34,36). Todavia já era tarde demais, a benção que
foi dada a Jacó não poderia ser revertida.
O escritor do livro de
Hebreus depois enfatizou que Esaú foi incapaz de se arrepender
verdadeiramente por ter brincado com as coisas de Deus. O direito de
primogenitura e o direito de receber as bênçãos de Deus, através de Isaque seu
pai, foram ignorados por Esaú que não deu o devido valor para com os planos de
Deus. (Hb 12:16,17). Esaú também prometeu matar seu irmão Jacó. (Gn 27:41).
Esaú se casou com duas esposas hetéias, e
isso desagradou seus pais. Depois ainda casou com mais duas esposas fora
da linhagem de sua família, conforme registo ele tentou amenizar essa situação
casando-se com uma descendente de Ismael na terra de Seir. (Gn 28:6,9). Gn.36.5,14,18;
1 Cr.1.35.
Nessa mesma região Esaú fixou residência. (Gn
36:8).
Esaú reencontra Jacó
Anos mais tarde, quando Jacó retornou da
Mesopotâmia, os irmãos se reencontraram numa cena comovente. Jacó temia pelo
momento do reencontro, e por isso pediu a Deus que aplacasse a ira de Esaú.
No momento do encontro, Esaú estava liderando
400 homens armados, mas Deus agiu na vida dele mudando totalmente os seus
planos e ele demonstrou afeto e misericórdia abraçando e perdoando seu irmão
Jacó. (Gn 33:3-21). Apesar de Esaú ter sido cordial, Jacó ainda desconfiava da
genuinidade de seu perdão, mas, de fato, Esaú não desejava mais se vingar. Os
irmãos se encontraram mais uma vez por ocasião do sepultamento de Isaque. (Gn
35:29).
Os descendentes de Esaú.
Os descendentes de Esaú foram os Edomitas. Se
os ânimos tinham se acalmado entre Esaú e Jacó, o mesmo não pode ser dito de
seus descendentes. O povo de Israel e o povo de Edom sempre estiveram travando
intensas disputas e batalhas. (Nm 20:18-21; 1Rs 11:14s; Sl 137:7).
Ambos os povos se odiaram e se desprezaram
mutuamente, numa continua luta fratricida. O auge dessa tensão ocorreu entre o
reinado de Davi e estendeu-se até o período posterior ao cativeiro
babilônico.
Nada se sabe sobre o restante da vida de
Esaú.
Posteriormente seu nome é mencionado em
Deuteronômio (2:3-29), no livro de Josué. (Js 24:4), em uma lista genealógica
(1 Cr 1:34,35).
Também aparece nos livros dos profetas Jeremias, Obadias e Malaquias. (Jr
49:7-10; Ob. 1:6-21; Ml 1:2,3).
No Novo Testamento, Esaú aparece na exposição
sobre o profundo significado teológico de sua rejeição dos planos de Deus e da
eleição de Jacó pela soberana escolha e vontade de Deus, justamente porque Jacó
buscou ter intimidade com Deus. (Rm 9;
Hb 12:16s).
Quem Foi Jacó na Bíblia? A História de Jacó.
Jacó foi o filho gêmeo mais novo de Isaque e
Rebeca. Ele é um dos três principais patriarcas do povo judeu, ao lado de seu
pai, Isaque, e seu avô, Abraão. Certamente a história de Jacó é uma das mais
conhecidas da Bíblia. A descendência de Jacó deu origem às doze tribos de
Israel.
O significado do nome Jacó.
A Bíblia conta que Jacó nasceu agarrado ao
calcanhar (hebraico ‘aqeb) de seu irmão gêmeo mais velho, Esaú. Daí, o
nome “Jacó” vem do hebraico ya’aqob e significa “ele agarrava” ou
“ele agarra”. Devido a esse episódio e uma variação do substantivo hebraico que
significa calcanhar, o nome Jacó é geralmente traduzido por “apanhador de
calcanhar” ou “suplantador”, que é derivado de “dominar” ou “segurar pelo
calcanhar”.
Acredita-se que em hebraico o nome de Jacó
tenha sido uma abreviação intencional do nome “ya’aqob-il” e significa
“Deus proteja”.
Sobre Jacó. O nascimento de Jacó.
O nascimento de Jacó está registrado em
Gênesis 25:21-28. Sua mãe, Rebeca, assim como sua avó, Sara, era
estéril e esperou por filhos durante vinte anos. Seu esposo, Isaque,
intercedeu ao Senhor em favor dela. Então Deus ouviu suas orações e abriu a
madre de Rebeca, e ela gerou os gêmeos Esaú e Jacó.
Não se sabe ao certo a data exata em que Jacó
viveu. Alguns estudos sobre essas datas estipulam que Abraão tenha vivido entre 2000 e
1900 a.C. Se isto estiver correto, então Jacó viveu em aproximadamente 1800
a.C.
Jacó, o herdeiro da promessa.
Deus havia prometido a Abraão que através de
seu filho, Isaque, faria dele uma grande nação. Apesar das dificuldades que
Isaque e Rebeca enfrentaram em relação à gravidez, a promessa de Deus não seria
frustrada. No tempo certo o casal teve filhos.
Com o nascimento dos filhos de Isaque, a
promessa de Deus estava sendo renovada. Esaú era o primogênito dos gêmeos,
então naturalmente era de se esperar que ele fosse o herdeiro da promessa de
Deus aos seus pais. Mas antes mesmo do nascimento de Esaú e Jacó, Deus, pela
sua soberana e infalível vontade, já havia determinado que Jacó herdaria a
promessa.
E o Senhor lhe disse: Duas nações há no teu
ventre, e dois povos se dividirão das tuas entranhas, e um povo será mais forte
do que o outro povo, e o maior servirá ao menor.
(Gênesis 25:23).
Jacó, a primogenitura, e a benção de Isaque.
No Oriente Antigo Próximo, o filho
primogênito geralmente herdava no mínimo o dobro das posses do pai em relação
aos outros irmãos. Além disso, ele também recebia uma série de privilégios,
dentre os quais a posição de chefe social e religioso da família.
Aproveitando-se da fome de seu irmão Esaú que
havia acabado de retornar do campo, Jacó comprou de Esaú o direito de
primogenitura, e insistiu em um juramento considerado irrevogável. Descobertas
arqueológicas confirmam que naquela época na Mesopotâmia o direito de
primogenitura podia ser negociado.
Não se sabe se no caso de Esaú e Jacó houve
algum tipo de burocracia para que tal negociação fosse registrada oficialmente.
Porém a Bíblia cita que foi feito um juramento. Em muitos casos, juramentos
como esse era válido perante um tribunal da lei.
Isaque, já idoso, comunicou que transmitiria
sua benção patriarcal. Então ele pediu que Esaú preparasse para ele o seu prato
favorito (Gênesis 27:1-46). Sabendo disso, Rebeca instruiu a Jacó sobre como
ele deveria proceder para tomar aquela benção para si mesmo.
Se aproveitando da cegueira do pai, Jacó se
passou por seu irmão Esaú e foi abençoado por Isaque. Quando Isaque e Esaú
descobriram o que havia ocorrido, nada mais poderia ser feito. A benção sobre a
vida de Jacó era irrevogável. (Gênesis 27:37,38).
O problema com Esaú e o casamento de Jacó.
Esaú ficou enfurecido quando descobriu que
tinha sido superado por Jacó. Então para fugir da ira de seu irmão, Jacó partiu
para casa de seus parentes em Harã. Em sua viajem Jacó teve uma visão noturna.
Nessa visão Deus lhe confirmou a promessa feita a Abraão e lhe deu garantia de
que o protegeria. (Gênesis 28).
Chegando a Harã, Jacó conheceu a sua
prima Raquel, filha de seu tio Labão, que era irmão de Rebeca. Jacó
desejou casar-se com Raquel e fez um acordo com Labão para que, ao fim de um
período de sete anos de trabalho, pudesse tomar Raquel por esposa.
O casamento ocorreu, mas Labão enganou Jacó.
Recorrendo a um possível costume da região, Labão concedeu a Jacó sua filha
mais velha, Lia (ou Léia), como esposa. Jacó então fez outro acordo com Labão
para que, finalmente, pudesse se casar com Raquel. Nesse novo acordo mais sete
anos de trabalho foi exigido de Jacó.
Os filhos de Jacó
Enquanto ainda estava morando com seu sogro
Labão, Jacó teve onze filhos e uma filha. Esses filhos foram gerados por suas
duas esposas e as servas delas.
Lia era mãe de Rúben, Simeão, Levi, Judá,
Issacar, Zebulom e Diná. De Zilpa, criada de Lia, Jacó foi pai de Gade e Aser.
Da criada de Raquel, Bila, nasceram Dã e Naftali. Após Deus abrir a madre de
Raquel, Jacó foi pai de José e Benjamim. Esse último nasceu já em Canaã.
Jacó tem seu nome mudado para Israel.
Após longos anos trabalhando para seu sogro e
fazendo seu rebanho prosperar, Jacó resolveu partir e retornar a Palestina.
Labão não queria que Jacó partisse e lhe propôs um acordo para sua permanência.
Na tentativa de obter vantagem sobre Jacó, Labão mudou o acordo várias vezes,
até que Jacó conseguiu fugir.
Quando soube da fuga de Jacó, Labão ainda o
perseguiu. Mas após uma longa conversa ao se encontrarem, ambos fizeram uma
aliança e Jacó finalmente viajou em direção ao sul. No caminho, Jacó encontrou
um grupo de anjos, o que lhe assegurava que Deus o estava protegendo. (Gênesis
32:1,2).
Quando estava indo em direção ao encontro
de seu irmão Esaú, passando pelo riacho de Jaboque ou vau de Jaboque, Jacó
encontrou-se com “um varão”, e lutou com ele durante toda noite. Ao romper do
dia, o homem deslocou a coxa de Jacó, mas ainda assim Jacó conseguiu ser
abençoado. Tal benção mudou seu nome de Jacó para Israel, que significa “o que
luta com Deus”. Obviamente aquele foi um encontro Divino. (Gênesis
32:24-30). Mais tarde novamente Deus apareceu para Jacó e reafirmou a mudança
de seu nome. (Gênesis 35:9-15).
A luta do patriarca Jacó com o Anjo do Senhor
ocorreu na região do vau de Jaboque (local em um rio, cuja profundidade permite
a passagem a pé).
A nascente do rio Jaboque está localizada ao
sul de Gileade, região montanhosa que atualmente faz parte da
Jordânia.
O Jaboque é um afluente do rio
Jordão e desemboca neste, entre o mar da Galileia e o mar
Morto. Seu curso tem aproximadamente 130 quilômetros.
O texto do livro de Gênesis 32:22-30, relata
a luta dramática de Jacó com o Anjo, que levaria ao surgimento do povo de
Israel, bem como ao aparecimento do Messias e sua
consequente obra salvadora que alcançou toda a humanidade.
Logo depois do ocorrido no riacho de Jaboque,
Jacó conseguiu encontrar-se com Esaú. Apesar do clima tenso que antecedeu
aquele momento, o encontro dos dois irmão foi de grande ternura e compaixão
entre ambos.
O final da vida de Jacó.
Jacó passou a residir mais uma vez na
Palestina. Já seu irmão Esaú foi a Seir, e lá formou uma nação. (Gênesis
33:16). Os anos seguintes não foram fáceis para Jacó. Seus filhos Simeão e Levi
tiveram sério conflitos com os filhos de Hamor por conta do problema com Diná
que havia sido estuprada por um dos filhos de Hamor. (Gênesis 34).
Também, a ama de Raquel, Débora, que era
importante para a família, morreu. Depois, sua tão amada esposa Raquel morreu
no parto de seu filho Benjamin. Seu outro filho Rúben, deitou-se com Bila, sua
concubina. Por fim, José, seu filho predileto, foi afastado dele,
sendo vendido para os mercadores egípcios ou Ismaelitas que passavam por lá em
suas caravanas mercantis.
Quando já estava bem idoso, por conta da fome
que assolava a região em que vivia, Jacó enviou seus filhos ao Egito atrás de
alimentos e precisou se exilar no Egito quando José, seu filho havia se
transformado em governador do Egito por providências de Deus e lá ele teve a
grande alegria de reencontrar seu filho José. No Egito ele foi muito bem
recebido.
Antes de morrer, já com a idade de 147 anos
(Gênesis 47:28), Jacó abençoou os filhos de José: Efraim e Manassés (Gênesis
48:8-20).
O patriarca também abençoou seus próprios
filhos, formando as doze tribos de Israel (Gênesis 49:1-33). Jacó faleceu e foi
enterrado em Macpela, perto de Hebrom, no tumulo da família juntamente com
Abraão, Sara, Isaque, Rebeca e Lia.
Jacó no Novo Testamento.
Jacó é citado nas genealogias presentes nos
Evangelhos de Mateus e Lucas (Mateus 1:2; Lucas 3:34). Frequentemente ele é
mencionado na conjunção “Abrão, Isaque e Jacó”, como parte do trio de
patriarcas notáveis do povo de Israel. (Mateus 8:11; Lucas 13:28).
O próprio Jesus fez uma citação de Êxodo 3:6,
onde é declarado: “Eu sou o Deus de Abraão, o Deus de Isaque e o Deus de Jacó”. (Mateus
22:32; Marcos 12:26; Lucas 20:37). Essa mesma expressão também aparece em Atos
dos Apóstolos. (Atos 7:32). Estêvão também mencionou Jacó em seu
sermão. (Atos 7:12-46).
O apóstolo Paulo refere-se a Jacó
por duas vezes (Romanos 9:11-13; 11:26). Por fim, na Epístola aos
Hebreus Jacó aparece na Galeria dos Heróis da Fé. (Hebreus 11:9,20).
A sequência da família de Abraão e Sara.
O que chama atenção de início na
história de vida de Isaque, Jacó e Esaú (bem como em toda a bíblia) é a
característica e a personalidade de cada um deles. Os judeus acreditavam (e
acreditam) que cada nome tem um significado, e o significado dos nomes apontava
para a personalidade e característica de quem o possuía. No caso de Jacó seu
nome realmente expressava sua personalidade e o seu caráter.
Aqui, eu abro um parênteses devido a uma
controvérsia em torno do significado do nome Jacó. Muitos significados tem
sido sugerido para esse nome: Usurpador, Suplantador, Enganador, “Aquele que
segura o calcanhar”, etc. O significado mais comum e conhecido é o
de “Enganador”.
Sem entrar no mérito da questão do
significado, a questão é que Jacó quando jovem tinha um caráter duvidoso; na verdade, creio
eu, que todos estes significados acima cabe muito bem a Jacó; de fato ele era
tudo isto, tinha um grande diferencial do seu irmão gêmeo Esaú que era o temor de Deus e a obediência e honra a seus pais.
1. O
primeiro incidente envolvendo o caráter de Jacó foi ainda dentro da barriga de
sua mãe. Diz a bíblia que os meninos lutavam dentro do ventre, e que ao nascer
Esaú, Jacó veio “grudado, agarrado” com a sua mão no calcanhar do irmão, como
que querendo impedi-lo de nascer primeiro (Suplantador). O Senhor relata a
Rebeca que proveniente de seu ventre nasceriam duas grandes nações (Gn
25.21-26).
É sabido que o filho mais velho (via de
Regra) herdava o direito de primogenitura, que incluía: As responsabilidades
pelo sustento e manutenção da casa e da família na ausência do Patriarca da
família. O primogênito herdava não só as responsabilidades, mas as posses, os
bens. E, por ser quem se tornaria o “chefe” da família, o filho mais velho
tinha direito a porções dobradas de alimentos e cuidados, e ao final da vida do
patriarca, ele receberia deste a invocação das bençãos de Deus. Em se
tratando de descendentes de Abraão, os primogênitos, receberiam diretamente as
bênçãos ministradas por Deus ao patriarca Abraão. (Gn 12.2,3 e 26.24).
2. O segundo episódio envolvendo a
personalidade e o caráter de Jacó foi quando ele, se aproveitando de um momento
de fraqueza do seu irmão, “comprou” dele o direito de primogenitura
(Usurpador), tendo lhe “vendido” um guisado de lentilhas (Gn 25.29-34). (Apesar
de Esaú ter desprezado o direito de primogenitura e, por conseguinte ao Senhor,
os fins não justificavam os meios no caso de Jacó).
3. O terceiro episódio e que fora a gota
d’água para Esaú, foi quando Jacó, em conluio com sua mãe Rebeca, arquitetaram
um plano para enganar Isaque, seu pai, que a esta altura do campeonato estava
velho e já não conseguia enxergar, estava totalmente cego. (Gn 27.1).
Passando-se por Esaú, Jacó (Enganador), recebe sobre sua vida, todo o direito e
todas as bênçãos que “eram” de Esaú. (Gn 27.2-29).
Como vimos anteriormente, os fins não
justificam os meio; embora o Senhor já havia predito que o maior serviria o
menor (Gn 25.23/ Rm 9.12), em nenhum momento Deus isentou Jacó das
consequências de seus atos, pois “o que o homem plantar, isto também ceifará”. (Gl
6.7). Ainda que Deus para, no final, cumprir todos os seus objetivos de obediência à Ele permitiu estes lapsos na vida de Jacó. Lembrando que o temor à Deus é inegociável,(Jó
42.2), e Jacó, mesmo quando errou continuou sendo temente a Deus.
A revolta e amargura de Esaú foram tão
grandes que ele soltou um berro e começou a chorar com grande lamento.
(Versículo 34,38). No calor e no furor de seus sentimentos decide e jura matar
seu irmão (Versículo 41). Jacó, ajudado e incentivado por Rebeca sua mãe, por
seus atos conseguiu desestabilizar e desestruturar toda a sua família e a casa
de seu pai.
Tal era o caráter de Jacó. Tal foi a consequência
de seus atos inconsequentes.
Aconselhado por seu pai e sua mãe, Jacó foge
para longe, para a terra dos parentes de sua mãe. Uma vez estabelecido na casa
de seu tio Labão, Jacó começa enfim a sofrer as consequências de suas atitudes.
(Gálatas 6.7). É enganado, ludibriado e explorado pelo próprio tio; até que
Deus começa aos poucos a se revelar e a tratar Jacó.
Mesmo sendo explorado, Deus começa a abençoar
Jacó que vai juntando alguns bens. Passado 20 anos servindo seu tio, Deus manda
Jacó voltar à casa de seus pais. E ele sabia muito bem o que significava voltar
para casa, o que o aguardava era a promessa e o juramento de Esaú: Morte.
Ao passar o vau de Jaboque, o
“suplantador/trapaceiro/enganador seria confrontado literalmente, quando lutou
com um anjo prevaleceu, porém não voltaria para casa da mesma maneira. Era
necessário ser transformado; era necessário deixar o velho caráter para trás.
Além disto, temia, e muito, encontrar Esaú. (Gn 32.7). Por isso, Jacó
envia presentes para seu irmão antes de encontrá-lo. Quem poderia aplacar a ira
de Esaú, senão o Senhor? Jacó bem sabia disto. (Gênesis 32.9-12).
Naquela madrugada (Gênesis 32.22) Jacó não
dorme de tanta ansiedade e aflição. E ao se encontrar com aquele homem, Anjo,
no vau de Jaboque, reconhecendo set Ele o próprio Deus não perde a oportunidade e diz que não o
deixaria ir embora, ao amanhecer, até que o abençoasse.
A Bíblia não relata explicitamente, mas,
podemos compreender que Deus deixa-se vencer. Ta aí algo, “disse” Deus, pelo
qual valeria à pena deixar-se ser vencido. Pela transformação do caráter,
pelo perdão, pela mudança de vida. E isto é um “segredo” divino. Se
a causa for tão nobre como a transformação de uma vida ou como o perdão, vale a
pena deixar-se ser vencido pela causa, o efeito é vida eterna.
Ao ter certeza da resposta positiva de sua
petição, a reconciliação e o perdão de Esaú, Jacó sai transformado e declara
com seus próprios lábios: “Tenho visto a Deus face a face, e a minha alma foi salva”.
(verso 30).
Jacó já não seria conhecido mais como enganador e
trapaceiro, mas Israel, que significa Príncipe de Deus. Ao encontrar-se com o
irmão, temos um grande exemplo, uma grande lição: O perdão.
Esaú não só perdoou em seu coração, mas,
ajoelhou, abraçou, beijou e chorou ao encontrar o irmão, agora Israel, o
príncipe de Deus .
Devemos todos nós, tomar o exemplo de Jacó,
em deixar-se ser tratado por Deus. E Esaú, em deixar-se, também, ser tratado
por Deus e perdoar.
Diz o apóstolo Paulo: “Tais fomos alguns de
nós” sugerindo que fomos ou que somos iguais a Jacó em nossas atitudes e ações
aqui na terra. (1 Co 6.11). Um dia, todos nós à semelhança de Israel
(até então Jacó) mais cedo ou mais tarde, precisamos passar pelo mesmo vau de
Jaboque onde Jacó ficou, e de onde emergiu Israel, o Príncipe de Deus. Se
assim o fizermos, Deus dará um novo caráter, uma nova vida e um novo
nome. Um nome que expresse sua nova personalidade, seu novo caráter sua
nova vida Ele já até tem esse nome. Há
só uma coisa para ser digno de usar esse nome, a sua nova
personalidade, caráter e atitude têm que expressar necessariamente o que o
significado deste nome representa, agora, convertidos e nascidos de novo, sendo
uma nova criatura em Cristo.
Deus abençoe você e sua família.
Waldir Pedro de Souza
Bacharel em Teologia, Pastor e Escritor.
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