segunda-feira, 16 de agosto de 2021

AS CONSEQUÊNCIAS DAS ATITUDES DE ESAÚ E JACÓ

AS CONSEQUÊNCIAS DAS ATITUDES DE ESAÚ E JACÓ. 

 

A falta de vigilância de Jacó e a total desobediência de Esaú. Cada um sofreu as consequências devidas por não ter temor e dignidade diante de Deus. Jacó foi totalmente liberto para ter temor de Deus e servir ao Senhor depois de lutar com o anjo de Deus no vau de Jaboque. Gn.32.22-30.

 

Quanto a Esaú, continuou seu mau intento de desprezar a Deus e a família de seus pais até o fim de sua vida.

As referências bíblicas sobre Esaú e Jacó no livro de Gênesis nos revelam que o ser humano é tão fraco à ponto de querer fazer justiça com as próprias mãos até contra seus parentes mais próximos.

Esaú estava convicto de que a venda da sua primogenitura não seria levada em conta, não seria levada a sério por Jacó.

 

O que ele não contava era com a astúcia do irmão, que foi ajudado pela mãe, com a permissão de Deus para cumprir os desígnios do próprio Deus na vida e na posteridade de Jacó.

Esaú agradou ao seu pai até certo ponto, dali por diante ele passou a ser hostil aos seus pais e fazia tudo o que desagradava ao Senhor.

Não podemos viver confiados nas recompensas humanas que supostamente são garantidas por meio de agrados pessoais.

O que é perdido nem sempre será recuperado. O que é vendido, ou voluntariamente renunciado, dificilmente será retomado. Em alguns casos, será impossível, ainda que se peça restituição.

Não podemos trocar nossos valores espirituais pelas coisas do mundo, imaginando que um dia possamos recuperá-los. Esaú não conseguiu.

 

Creio que o grande problema daquele filho foi não ter procurado o pai para colocá-lo a par da situação e consertar tudo em tempo hábil.

Deixou o mal em segredo até o dia do pronunciamento da bênção. Era tarde demais para ele. Seja qual for a sua situação, fale hoje mesmo com o Pai celestial. Não deixe para o dia do juízo, pois será muito tarde.

 

“Buscai ao Senhor enquanto se pode achar. Invocai-o enquanto está perto”. (Is.55.6).

 

Esaú foi o filho primogênito de Isaque e Rebeca, e irmão gêmeo de Jacó. É importante entender quem foi Esaú para que possamos compreender uma parte fundamental da origem do povo de Israel.

Não é possível afirmar com exatidão o significado do nome Esaú. A Bíblia diz que na ocasião de seu nascimento foi lhe dado esse nome por conta de seu corpo peludo: “E saiu o primeiro ruivo e todo como um vestido de pelo; por isso chamaram o seu nome Esaú”. (Gn25:25).

Assim, é possível que esse nome esteja relacionado a essa sua característica, porém a conexão entre as palavras se’ar, “peludo”, e ‘esaw, “Esaú”, não é clara. Alguns eruditos estendem esse significado no sentido de expressar uma implicação relacionada à “natureza animalesca”. Ele aparece na Bíblia pela primeira vez no capítulo 25 do livro de Gênesis, onde é descrita a genealogia de Isaque.

 

O nascimento de Esaú.

Rebeca era estéril, mas num determinado momento Deus lhe abriu a madre e ela engravidou de gêmeos.

Os gêmeos Esaú e Jacó lutavam dentro de seu ventre. A expressão original no hebraico em Gênesis diz literalmente que eles esmagavam um ao outro.

Devido a isso, Rebeca orou a Deus perguntando o porquê de estar ocorrendo aquilo em seu ventre.

Deus então lhe respondeu que ela estava carregando duas nações, e lhe falou, inclusive, sobre as implicações históricas do nascimento de seus filhos, deixando claro que o mais velho serviria o mais jovem. (Gn 25:23-26).

Quando se deu a ocasião do nascimento dos meninos, o primeiro a nascer foi Esaú, porém Jacó estava agarrado em seu calcanhar. (Gn 25:24-26).

 

Esaú era o preferido de Isaque.

Esaú era o filho preferido de Isaque. Ele era um habilidoso caçador, que vivia percorrendo os campos. Sua personalidade contrasta drasticamente com seu irmão Jacó, já que esse é descrito como alguém calmo e que vivia entre as tendas.

A Bíblia diz que Isaque gostava muito de comer das caças que seu filho lhe trazia. Talvez pelo favoritismo do pai por um dos filhos, e a brecha que tal comportamento causava no convívio familiar, Rebeca, a mãe, amava mais a Jacó. (Gn 25:28-30).

 

Esaú vende o direito de primogenitura.

A Bíblia descreve que Esaú havia chegado do campo exausto e com muita fome, e Jacó tinha preparado um guisado, um ensopado vermelho. A expressão hebraica para descrever esse ensopado, ha’adom, é literalmente “matéria vermelha”. Nesse contexto, o nome Edom, que caracterizaria os descendentes de Esaú, derivou do hebraico ‘adom, “ser vermelho”.

Quando Esaú pediu para comer do guisado, seu irmão explorou sua miséria e lhe propôs a venda de sua primogenitura. 

 

O primogênito detinha a posição de honra dentro da unidade familiar, desfrutando de um status privilegiado e assumindo a responsabilidade de ser o protetor e líder da família. O primogênito tinha direito a receber uma porção dobrada da herança paterna.

Além de todos esses aspectos, por se tratar da família de Abraão, devemos nos lembrar de que ali também havia a questão da herança do pacto abraâmico. Ao desprezar sua primogenitura, Esaú também mostrou desprezo pelas bênçãos da Aliança e pelas promessas de Deus.

 

Esaú e a benção de Isaque. Esaú novamente não atenta para o que de melhor Deus tinha para ele que era a bênção patriarcal através de Isaque seu pai.

Na ocasião em que Isaque iria dar sua benção, Rebeca agiu com muita astucia e arquitetou um plano para que Jacó recebesse tal benção no lugar do seu irmão. (Gn 27:1-10). Quando Esaú voltou do campo e trouxe a seu pai um prato feito com sua caça que tanto lhe agradava, Isaque percebeu que havia sido enganado, e lhe contou que ele acabara de perder sua benção pois Jacó o enganou. Isaque estava cego e não viu que que Jacó se passava por Esaú.

Esaú ficou profundamente entristecido com o que houve, implorou ao pai que lhe desse uma benção e culpou Jacó por toda aquela situação. (Gn 27:34,36). Todavia já era tarde demais, a benção que foi dada a Jacó não poderia ser revertida.

 

O escritor do livro de Hebreus depois enfatizou que Esaú foi incapaz de se arrepender verdadeiramente por ter brincado com as coisas de Deus. O direito de primogenitura e o direito de receber as bênçãos de Deus, através de Isaque seu pai, foram ignorados por Esaú que não deu o devido valor para com os planos de Deus. (Hb 12:16,17). Esaú também prometeu matar seu irmão Jacó. (Gn 27:41).

Esaú se casou com duas esposas hetéias, e isso desagradou seus pais. Depois ainda casou com mais duas esposas fora da linhagem de sua família, conforme registo ele tentou amenizar essa situação casando-se com uma descendente de Ismael na terra de Seir. (Gn 28:6,9). Gn.36.5,14,18; 1 Cr.1.35.

 

Nessa mesma região Esaú fixou residência. (Gn 36:8).

 

Esaú reencontra Jacó

Anos mais tarde, quando Jacó retornou da Mesopotâmia, os irmãos se reencontraram numa cena comovente. Jacó temia pelo momento do reencontro, e por isso pediu a Deus que aplacasse a ira de Esaú.

No momento do encontro, Esaú estava liderando 400 homens armados, mas Deus agiu na vida dele mudando totalmente os seus planos e ele demonstrou afeto e misericórdia abraçando e perdoando seu irmão Jacó. (Gn 33:3-21). Apesar de Esaú ter sido cordial, Jacó ainda desconfiava da genuinidade de seu perdão, mas, de fato, Esaú não desejava mais se vingar. Os irmãos se encontraram mais uma vez por ocasião do sepultamento de Isaque. (Gn 35:29).

 

Os descendentes de Esaú.

Os descendentes de Esaú foram os Edomitas. Se os ânimos tinham se acalmado entre Esaú e Jacó, o mesmo não pode ser dito de seus descendentes. O povo de Israel e o povo de Edom sempre estiveram travando intensas disputas e batalhas. (Nm 20:18-21; 1Rs 11:14s; Sl 137:7).

Ambos os povos se odiaram e se desprezaram mutuamente, numa continua luta fratricida. O auge dessa tensão ocorreu entre o reinado de Davi e estendeu-se até o período posterior ao cativeiro babilônico.

Nada se sabe sobre o restante da vida de Esaú.

Posteriormente seu nome é mencionado em Deuteronômio (2:3-29), no livro de Josué. (Js 24:4), em uma lista genealógica (1 Cr 1:34,35).

Também aparece nos livros dos profetas Jeremias, Obadias e Malaquias. (Jr 49:7-10; Ob. 1:6-21; Ml 1:2,3).

 

No Novo Testamento, Esaú aparece na exposição sobre o profundo significado teológico de sua rejeição dos planos de Deus e da eleição de Jacó pela soberana escolha e vontade de Deus, justamente porque Jacó buscou ter intimidade com Deus.  (Rm 9; Hb 12:16s).

 

Quem Foi Jacó na Bíblia? A História de Jacó.

Jacó foi o filho gêmeo mais novo de Isaque e Rebeca. Ele é um dos três principais patriarcas do povo judeu, ao lado de seu pai, Isaque, e seu avô, Abraão. Certamente a história de Jacó é uma das mais conhecidas da Bíblia. A descendência de Jacó deu origem às doze tribos de Israel.

 

O significado do nome Jacó.

A Bíblia conta que Jacó nasceu agarrado ao calcanhar (hebraico ‘aqeb) de seu irmão gêmeo mais velho, Esaú. Daí, o nome “Jacó” vem do hebraico ya’aqob e significa “ele agarrava” ou “ele agarra”. Devido a esse episódio e uma variação do substantivo hebraico que significa calcanhar, o nome Jacó é geralmente traduzido por “apanhador de calcanhar” ou “suplantador”, que é derivado de “dominar” ou “segurar pelo calcanhar”.

Acredita-se que em hebraico o nome de Jacó tenha sido uma abreviação intencional do nome “ya’aqob-il” e significa “Deus proteja”.

 

Sobre Jacó. O nascimento de Jacó.

O nascimento de Jacó está registrado em Gênesis 25:21-28. Sua mãe, Rebeca, assim como sua avó, Sara, era estéril e esperou por filhos durante vinte anos. Seu esposo, Isaque, intercedeu ao Senhor em favor dela. Então Deus ouviu suas orações e abriu a madre de Rebeca, e ela gerou os gêmeos Esaú e Jacó.

Não se sabe ao certo a data exata em que Jacó viveu. Alguns estudos sobre essas datas estipulam que Abraão tenha vivido entre 2000 e 1900 a.C. Se isto estiver correto, então Jacó viveu em aproximadamente 1800 a.C.

 

Jacó, o herdeiro da promessa.

Deus havia prometido a Abraão que através de seu filho, Isaque, faria dele uma grande nação. Apesar das dificuldades que Isaque e Rebeca enfrentaram em relação à gravidez, a promessa de Deus não seria frustrada. No tempo certo o casal teve filhos.

Com o nascimento dos filhos de Isaque, a promessa de Deus estava sendo renovada. Esaú era o primogênito dos gêmeos, então naturalmente era de se esperar que ele fosse o herdeiro da promessa de Deus aos seus pais. Mas antes mesmo do nascimento de Esaú e Jacó, Deus, pela sua soberana e infalível vontade, já havia determinado que Jacó herdaria a promessa.

E o Senhor lhe disse: Duas nações há no teu ventre, e dois povos se dividirão das tuas entranhas, e um povo será mais forte do que o outro povo, e o maior servirá ao menor.
(Gênesis 25:23).

 

Jacó, a primogenitura, e a benção de Isaque.

No Oriente Antigo Próximo, o filho primogênito geralmente herdava no mínimo o dobro das posses do pai em relação aos outros irmãos. Além disso, ele também recebia uma série de privilégios, dentre os quais a posição de chefe social e religioso da família.

Aproveitando-se da fome de seu irmão Esaú que havia acabado de retornar do campo, Jacó comprou de Esaú o direito de primogenitura, e insistiu em um juramento considerado irrevogável. Descobertas arqueológicas confirmam que naquela época na Mesopotâmia o direito de primogenitura podia ser negociado.

Não se sabe se no caso de Esaú e Jacó houve algum tipo de burocracia para que tal negociação fosse registrada oficialmente. Porém a Bíblia cita que foi feito um juramento. Em muitos casos, juramentos como esse era válido perante um tribunal da lei.

Isaque, já idoso, comunicou que transmitiria sua benção patriarcal. Então ele pediu que Esaú preparasse para ele o seu prato favorito (Gênesis 27:1-46). Sabendo disso, Rebeca instruiu a Jacó sobre como ele deveria proceder para tomar aquela benção para si mesmo.

Se aproveitando da cegueira do pai, Jacó se passou por seu irmão Esaú e foi abençoado por Isaque. Quando Isaque e Esaú descobriram o que havia ocorrido, nada mais poderia ser feito. A benção sobre a vida de Jacó era irrevogável. (Gênesis 27:37,38).

 

O problema com Esaú e o casamento de Jacó.

Esaú ficou enfurecido quando descobriu que tinha sido superado por Jacó. Então para fugir da ira de seu irmão, Jacó partiu para casa de seus parentes em Harã. Em sua viajem Jacó teve uma visão noturna. Nessa visão Deus lhe confirmou a promessa feita a Abraão e lhe deu garantia de que o protegeria. (Gênesis 28).

Chegando a Harã, Jacó conheceu a sua prima Raquel, filha de seu tio Labão, que era irmão de Rebeca. Jacó desejou casar-se com Raquel e fez um acordo com Labão para que, ao fim de um período de sete anos de trabalho, pudesse tomar Raquel por esposa.

O casamento ocorreu, mas Labão enganou Jacó. Recorrendo a um possível costume da região, Labão concedeu a Jacó sua filha mais velha, Lia (ou Léia), como esposa. Jacó então fez outro acordo com Labão para que, finalmente, pudesse se casar com Raquel. Nesse novo acordo mais sete anos de trabalho foi exigido de Jacó.

 

Os filhos de Jacó

Enquanto ainda estava morando com seu sogro Labão, Jacó teve onze filhos e uma filha. Esses filhos foram gerados por suas duas esposas e as servas delas.

Lia era mãe de Rúben, Simeão, Levi, Judá, Issacar, Zebulom e Diná. De Zilpa, criada de Lia, Jacó foi pai de Gade e Aser. Da criada de Raquel, Bila, nasceram Dã e Naftali. Após Deus abrir a madre de Raquel, Jacó foi pai de José e Benjamim. Esse último nasceu já em Canaã.

 

Jacó tem seu nome mudado para Israel.

Após longos anos trabalhando para seu sogro e fazendo seu rebanho prosperar, Jacó resolveu partir e retornar a Palestina. Labão não queria que Jacó partisse e lhe propôs um acordo para sua permanência. Na tentativa de obter vantagem sobre Jacó, Labão mudou o acordo várias vezes, até que Jacó conseguiu fugir.

Quando soube da fuga de Jacó, Labão ainda o perseguiu. Mas após uma longa conversa ao se encontrarem, ambos fizeram uma aliança e Jacó finalmente viajou em direção ao sul. No caminho, Jacó encontrou um grupo de anjos, o que lhe assegurava que Deus o estava protegendo. (Gênesis 32:1,2).

Quando estava indo em direção ao encontro de seu irmão Esaú, passando pelo riacho de Jaboque ou vau de Jaboque, Jacó encontrou-se com “um varão”, e lutou com ele durante toda noite. Ao romper do dia, o homem deslocou a coxa de Jacó, mas ainda assim Jacó conseguiu ser abençoado. Tal benção mudou seu nome de Jacó para Israel, que significa “o que luta com Deus”. Obviamente aquele foi um encontro Divino. (Gênesis 32:24-30). Mais tarde novamente Deus apareceu para Jacó e reafirmou a mudança de seu nome. (Gênesis 35:9-15).

 

A luta do patriarca Jacó com o Anjo do Senhor ocorreu na região do vau de Jaboque (local em um rio, cuja profundidade permite a passagem a pé).

A nascente do rio Jaboque está localizada ao sul de Gileade, região montanhosa que atualmente faz parte da Jordânia.

O Jaboque é um afluente do rio Jordão e desemboca neste, entre o mar da Galileia e o mar Morto. Seu curso tem aproximadamente 130 quilômetros.

O texto do livro de Gênesis 32:22-30, relata a luta dramática de Jacó com o Anjo, que levaria ao surgimento do povo de Israel, bem como ao aparecimento do Messias e sua consequente obra salvadora que alcançou toda a humanidade.

Logo depois do ocorrido no riacho de Jaboque, Jacó conseguiu encontrar-se com Esaú. Apesar do clima tenso que antecedeu aquele momento, o encontro dos dois irmão foi de grande ternura e compaixão entre ambos.

 

O final da vida de Jacó.

Jacó passou a residir mais uma vez na Palestina. Já seu irmão Esaú foi a Seir, e lá formou uma nação. (Gênesis 33:16). Os anos seguintes não foram fáceis para Jacó. Seus filhos Simeão e Levi tiveram sério conflitos com os filhos de Hamor por conta do problema com Diná que havia sido estuprada por um dos filhos de Hamor. (Gênesis 34).

Também, a ama de Raquel, Débora, que era importante para a família, morreu. Depois, sua tão amada esposa Raquel morreu no parto de seu filho Benjamin. Seu outro filho Rúben, deitou-se com Bila, sua concubina. Por fim, José, seu filho predileto, foi afastado dele, sendo vendido para os mercadores egípcios ou Ismaelitas que passavam por lá em suas caravanas mercantis.

Quando já estava bem idoso, por conta da fome que assolava a região em que vivia, Jacó enviou seus filhos ao Egito atrás de alimentos e precisou se exilar no Egito quando José, seu filho havia se transformado em governador do Egito por providências de Deus e lá ele teve a grande alegria de reencontrar seu filho José. No Egito ele foi muito bem recebido.

Antes de morrer, já com a idade de 147 anos (Gênesis 47:28), Jacó abençoou os filhos de José: Efraim e Manassés (Gênesis 48:8-20).

O patriarca também abençoou seus próprios filhos, formando as doze tribos de Israel (Gênesis 49:1-33). Jacó faleceu e foi enterrado em Macpela, perto de Hebrom, no tumulo da família juntamente com Abraão, Sara, Isaque, Rebeca e Lia.

 

Jacó no Novo Testamento.

Jacó é citado nas genealogias presentes nos Evangelhos de Mateus e Lucas (Mateus 1:2; Lucas 3:34). Frequentemente ele é mencionado na conjunção “Abrão, Isaque e Jacó”, como parte do trio de patriarcas notáveis do povo de Israel. (Mateus 8:11; Lucas 13:28).

O próprio Jesus fez uma citação de Êxodo 3:6, onde é declarado: “Eu sou o Deus de Abraão, o Deus de Isaque e o Deus de Jacó”. (Mateus 22:32; Marcos 12:26; Lucas 20:37). Essa mesma expressão também aparece em Atos dos Apóstolos. (Atos 7:32). Estêvão também mencionou Jacó em seu sermão. (Atos 7:12-46).

O apóstolo Paulo refere-se a Jacó por duas vezes (Romanos 9:11-13; 11:26). Por fim, na Epístola aos Hebreus Jacó aparece na Galeria dos Heróis da Fé. (Hebreus 11:9,20).

 

A sequência da família de Abraão e Sara.

O que chama atenção de início na história de vida de Isaque, Jacó e Esaú (bem como em toda a bíblia) é a característica e a personalidade de cada um deles. Os judeus acreditavam (e acreditam) que cada nome tem um significado, e o significado dos nomes apontava para a personalidade e característica de quem o possuía. No caso de Jacó seu nome realmente expressava sua personalidade e o seu caráter.

Aqui, eu abro um parênteses devido a uma controvérsia em torno do significado do nome Jacó. Muitos significados tem sido sugerido para esse nome: Usurpador, Suplantador, Enganador, “Aquele que segura o calcanhar”, etc. O significado mais comum e conhecido é o de “Enganador”.

Sem entrar no mérito da questão do significado, a questão é que Jacó quando jovem tinha um caráter duvidoso; na verdade, creio eu, que todos estes significados acima cabe muito bem a Jacó; de fato ele era tudo isto, tinha um grande diferencial do seu irmão gêmeo Esaú que era o temor de Deus e a obediência e honra a seus pais.

1.  O primeiro incidente envolvendo o caráter de Jacó foi ainda dentro da barriga de sua mãe. Diz a bíblia que os meninos lutavam dentro do ventre, e que ao nascer Esaú, Jacó veio “grudado, agarrado” com a sua mão no calcanhar do irmão, como que querendo impedi-lo de nascer primeiro (Suplantador). O Senhor relata a Rebeca que proveniente de seu ventre nasceriam duas grandes nações (Gn 25.21-26).

É sabido que o filho mais velho (via de Regra) herdava o direito de primogenitura, que incluía: As responsabilidades pelo sustento e manutenção da casa e da família na ausência do Patriarca da família. O primogênito herdava não só as responsabilidades, mas as posses, os bens. E, por ser quem se tornaria o “chefe” da família, o filho mais velho tinha direito a porções dobradas de alimentos e cuidados, e ao final da vida do patriarca, ele receberia deste a invocação das bençãos de Deus. Em se tratando de descendentes de Abraão, os primogênitos, receberiam diretamente as bênçãos ministradas por Deus ao patriarca Abraão. (Gn 12.2,3 e 26.24).

2. O segundo episódio envolvendo a personalidade e o caráter de Jacó foi quando ele, se aproveitando de um momento de fraqueza do seu irmão, “comprou” dele o direito de primogenitura (Usurpador), tendo lhe “vendido” um guisado de lentilhas (Gn 25.29-34). (Apesar de Esaú ter desprezado o direito de primogenitura e, por conseguinte ao Senhor, os fins não justificavam os meios no caso de Jacó).

3. O terceiro episódio e que fora a gota d’água para Esaú, foi quando Jacó, em conluio com sua mãe Rebeca, arquitetaram um plano para enganar Isaque, seu pai, que a esta altura do campeonato estava velho e já não conseguia enxergar, estava totalmente cego. (Gn 27.1). Passando-se por Esaú, Jacó (Enganador), recebe sobre sua vida, todo o direito e todas as bênçãos que “eram” de Esaú. (Gn 27.2-29).

Como vimos anteriormente, os fins não justificam os meio; embora o Senhor já havia predito que o maior serviria o menor (Gn 25.23/ Rm 9.12), em nenhum momento Deus isentou Jacó das consequências de seus atos, pois “o que o homem plantar, isto também ceifará”. (Gl 6.7). Ainda que Deus para, no final, cumprir todos os seus objetivos de obediência à Ele permitiu estes lapsos na vida de Jacó. Lembrando que o temor à Deus é inegociável,(Jó 42.2), e Jacó, mesmo quando errou continuou sendo temente a Deus. 

A revolta e amargura de Esaú foram tão grandes que ele soltou um berro e começou a chorar com grande lamento. (Versículo 34,38). No calor e no furor de seus sentimentos decide e jura matar seu irmão (Versículo 41). Jacó, ajudado e incentivado por Rebeca sua mãe, por seus atos conseguiu desestabilizar e desestruturar toda a sua família e a casa de seu pai.

Tal era o caráter de Jacó. Tal foi a consequência de seus atos inconsequentes.

Aconselhado por seu pai e sua mãe, Jacó foge para longe, para a terra dos parentes de sua mãe. Uma vez estabelecido na casa de seu tio Labão, Jacó começa enfim a sofrer as consequências de suas atitudes. (Gálatas 6.7). É enganado, ludibriado e explorado pelo próprio tio; até que Deus começa aos poucos a se revelar e a tratar Jacó.

Mesmo sendo explorado, Deus começa a abençoar Jacó que vai juntando alguns bens. Passado 20 anos servindo seu tio, Deus manda Jacó voltar à casa de seus pais. E ele sabia muito bem o que significava voltar para casa, o que o aguardava era a promessa e o juramento de Esaú: Morte.

Ao passar o vau de Jaboque, o “suplantador/trapaceiro/enganador seria confrontado literalmente, quando lutou com um anjo prevaleceu, porém não voltaria para casa da mesma maneira. Era necessário ser transformado; era necessário deixar o velho caráter para trás. Além disto, temia, e muito, encontrar Esaú. (Gn 32.7). Por isso, Jacó envia presentes para seu irmão antes de encontrá-lo. Quem poderia aplacar a ira de Esaú, senão o Senhor? Jacó bem sabia disto. (Gênesis 32.9-12).

Naquela madrugada (Gênesis 32.22) Jacó não dorme de tanta ansiedade e aflição. E ao se encontrar com aquele homem, Anjo, no vau de Jaboque, reconhecendo set Ele o próprio Deus  não perde a oportunidade e diz que não o deixaria ir embora, ao amanhecer, até que o abençoasse.

A Bíblia não relata explicitamente, mas, podemos compreender que Deus deixa-se vencer. Ta aí algo, “disse” Deus, pelo qual valeria à pena deixar-se ser vencido. Pela transformação do caráter, pelo perdão, pela mudança de vida.  E isto é um “segredo” divino. Se a causa for tão nobre como a transformação de uma vida ou como o perdão, vale a pena deixar-se ser vencido pela causa, o efeito é vida eterna.

Ao ter certeza da resposta positiva de sua petição, a reconciliação e o perdão de Esaú, Jacó sai transformado e declara com seus próprios lábios: “Tenho visto a Deus face a face, e a minha alma foi salva”. (verso 30).

Jacó já  não seria conhecido mais como enganador e trapaceiro, mas Israel, que significa Príncipe de Deus. Ao encontrar-se com o irmão, temos um grande exemplo, uma grande lição: O perdão.

Esaú não só perdoou em seu coração, mas, ajoelhou, abraçou, beijou e chorou ao encontrar o irmão, agora Israel, o príncipe de Deus .

Devemos todos nós, tomar o exemplo de Jacó, em deixar-se ser tratado por Deus. E Esaú, em deixar-se, também, ser tratado por Deus e perdoar.

Diz o apóstolo Paulo: “Tais fomos alguns de nós” sugerindo que fomos ou que somos iguais a Jacó em nossas atitudes e ações aqui na terra. (1 Co 6.11).  Um dia, todos nós à semelhança de Israel (até então Jacó) mais cedo ou mais tarde, precisamos passar pelo mesmo vau de Jaboque onde Jacó ficou, e de onde emergiu Israel, o Príncipe de Deus. Se assim o fizermos, Deus dará um novo caráter, uma nova vida e um novo nome. Um nome que expresse sua nova personalidade, seu novo caráter sua nova vida  Ele já até tem esse nome. Há só uma coisa para ser digno de usar esse nome,  a sua nova personalidade, caráter e atitude têm que expressar necessariamente o que o significado deste nome representa, agora, convertidos e nascidos de novo, sendo uma nova criatura em Cristo.

 

Deus abençoe você e sua família.

 

Waldir Pedro de Souza

Bacharel em Teologia, Pastor e Escritor.

 

 

 

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