segunda-feira, 29 de agosto de 2022

REIS DE ISRAEL, DE JUDÁ E A GENEALOGIA DE JESUS

REIS DE ISRAEL, DE JUDÁ E A GENEALOGIA DE JESUS

 

Reis de Israel e de Judá e a preservação da genealogia de Jesus. Deus usou todos os métodos que confundiu os líderes do Velho Testamento, corruptos ou não, para preservar a genealogia de Jesus.

 

Quem foram os reis de Israel e de Judá?

Somente três reis reinaram sobre todo o povo unido de Israel. Depois os israelitas se dividiram em dois países: Judá, a sul, e Israel, a norte. Os reis de Judá eram descendentes de Davi mas os reis de Israel vieram de várias famílias e tribos diferentes.

Antes da monarquia, o povo de Israel era liderado por juízes, líderes nomeados por Deus que uniam o povo contra seus inimigos. Mas quando Samuel, o último juiz, estava idoso, os israelitas exigiram um rei, para serem como outros povos. Então Deus escolheu Saul como rei de Israel. Mas Saul desobedeceu a Deus e outro homem foi escolhido como seu sucessor: Davi.

Deus prometeu que Davi sempre teria um rei no trono (2 Samuel 7:16-17). Mas seus descendentes desobedeceram a Deus e perderam o apoio de dez das tribos de Israel que estava sob o domínio de Roboão filho de Salomão. Assim, o reino ficou dividido: as tribos de Judá e Benjamim formaram o reino de Judá e se mantiveram leais à família de Davi, sob o domínio de Roboão, enquanto que as outras dez tribos se juntaram e formaram o reino de Israel, sob o domínio de Jeroboão que estabeleceu Samaria como sua capital.

O reino de Judá teve 19 reis e uma rainha ao longo de 340 anos, enquanto que o reino de Israel teve 19 reis ao longo de 200 anos. Como os reis de Israel sofriam golpes e eram depostos com alguma frequência, tinham, em média, reinados mais curtos que os reis de Judá.

Reis do reino unido de Israel: (Antes da divisão das tribos de Israel no reinado de Roboão, filho de Salomão).

Saul - primeiro rei de Israel, desobedeceu a Deus e foi rejeitado por Ele como rei. Segundo Atos dos Apóstolos 13:21 Saul reinou 40 anos sobre Israel.

Is-Bosete - filho de Saul, esteve a cargo das tribos de Israel desde a morte de seu pai (enquanto Davi foi ungido rei sobre Judá), mas foi proclamado rei 2 anos antes de sua morte. Ele foi o chefe de 10 tribos durante o mesmo período que Davi reinou sobre Judá, até que foi assassinado por antigos aliados. Depois disso Davi foi proclamado rei sobre todas as tribos de Israel.

Davi - nomeado por Deus como sucessor de Saul, reinou 7 anos sobre Judá e 33 sobre todo o Israel; Deus prometeu que sempre teria um descendente seu no trono.

Salomão - filho de Davi, foi o rei mais rico e sábio de sempre; ele construiu o templo de Jerusalém. Depois de sua morte houve uma grande cisão entre o povo de Israel. Os reinos foram divididos em Reino do Norte - Israel e Reino do Sul - Judá.

Depois da morte de Saul houve um intervalo de 7 anos e meio, até que Davi reinasse sobre todo o Israel. Como entender os 2 anos de reinado de Isbosete em Israel e os 7 anos que Davi reinou em Judá? Nesse meio tempo, é provável que a casa de Saul - por meio de Isbosete, e sob a forte liderança de Abner, estivesse se recuperando da derrota para os filisteus e buscando o apoio de aliados em todas as tribos para a casa de Saul.

O texto não é explícito, mas é provável que após estarem numa situação mais estável, Abner, comandante do exército de Israel, tenha proclamado Is-bosete "oficialmente" rei. Isso teria acontecido 2 anos antes de sua morte (2Samuel 2:8-11). A partir daí, iniciou-se outro período turbulento, com a guerra entre as famílias de Davi e Saul - capítulos 2 a 4 de 2 Samuel.

Por isso, entendemos que o sucessor de Saul, Isbosete, liderou (inativa e oficialmente) Israel 7 anos, simultâneos ao tempo que Davi reinou sobre Judá (2 Samuel 5:4-5). Apesar de haver alguma controvérsia na interpretação cronológica desse período, esta linha interpretativa parece ser a mais aceitável entre os estudiosos.

 

Os Reis de Israel:

Jeroboão I - Da tribo de Efraim, se rebelou contra Salomão, depois liderou a revolta contra Roboão, tornando-se rei de dez das tribos de Israel; não seguiu a Deus e promoveu a idolatria em Israel, por isso Deus prometeu destruir sua descendência.

Nadabe - Filho de Jeroboão, durou apenas dois anos, depois foi assassinado.

Baasa - Da tribo da Issacar, matou toda a família de Jeroboão e tomou o trono; cometeu os mesmos pecados que Jeroboão.

Elá - Filho de Baasa, também foi ruim e foi assassinado depois de dois anos.

Zinri - Assassinou Elá e toda a família de Baasa; teve o reinado mais curto, de apenas sete dias.

Onri - Comandante do exército, foi proclamado rei depois que Elá foi morto e venceu todos os rivais; ele estabeleceu Samaria como a capital do reino de Israel.

Acabe - Filho de Onri, ficou famoso por ser ruim e idólatra e se casar com Jezabel, que perseguia os profetas de Deus; um profeta previu sua morte e a destruição de sua família; Acabe morreu em batalha contra o rei da Síria.

Acazias - Filho de Acabe, foi ruim como seus pais e morreu depois de uma queda.

Jorão - Filho de Acazias, foi ruim mas não tão ruim quanto seu pai; morreu junto com seu primo Acazias, rei de Judá, assassinados por Jeú.

Jeú - Comandante do exército, foi escolhido por Deus para destruir a família de Acabe; matou Jezabel, os descendentes de Acabe e os profetas de Baal, mas continuou na idolatria.

Jeoacaz - Filho de Jeú, somente procurou a ajuda de Deus quando o país estava debaixo da opressão do rei da Síria; Deus o livrou mas o exército ficou muito reduzido.

Jeoás - Filho de Jeoacaz, foi idólatra e teve muitos problemas com o rei da Síria.

Jeroboão II - Filho de Jeoás, foi idólatra mas foi usado por Deus para acabar com a opressão que os israelitas estavam sofrendo.

Zacarias - Filho de Jeroboão, foi ruim e durou apenas seis meses, depois foi assassinado por Salum.

Salum - Conspirou contra Zacarias e tomou o trono durante um mês; depois foi assassinado.

Menaém - Assassinou Salum e se tornou rei; continuou na tradição da idolatria.

Pecaías - Filho de Menaém, foi ruim e durou pouco tempo; foi assassinado por Peca.

Peca - Oficial do exército, conspirou contra Peca e se tornou rei; no seu reinado o rei da Assíria conquistou várias partes do reino de Israel; Peca também morreu assassinado.

Oséias – Último rei de Israel, foi ruim mas não tão ruim como seus predecessores; se tornou vassalo do rei da Assíria mas depois se rebelou e os assírios conquistaram Israel, deportando os israelitas.

 

Reis de Judá:

Roboão - Filho de Salomão, foi tolo e se recusou a baixar os impostos pesados; por causa disso dez tribos o rejeitaram e o país ficou dividido.

Abias - Filho de Roboão, foi um rei ruim, que não obedecia a Deus.

Asa - Filho de Abias, tinha o coração voltado para Deus; seu reinado foi marcado por guerras com o reino de Israel.

Josafá - Filho de Asa, também obedeceu a Deus e procurou reduzir a idolatria em Judá.

Jeorão - Filho de Josafá, casou com Atalia, filha de Acabe, e foi influenciado pelos reis ruins de Israel, se desviando de Deus.

Acazias - Filho de Josafá, também foi um rei ruim; ele e Jorão, rei de Israel, foram assassinados por um israelita chamado Jeú.

Atalia - Mãe de Acazias, quando soube que seu filho estava morto, matou todos os netos (menos um, que escapou) e tomou o trono; depois de sete anos foi deposta e assassinada.

Joás - O único filho de Acazias que sobreviveu à chacina de sua avó, Joás foi proclamado rei aos sete anos, quando Atalia foi deposta; ele obedeceu a Deus enquanto o sacerdote Joiada estava vivo mas depois se desviou.

Amazias - Filho de Joás, obedeceu a Deus mas entrou em guerra contra Israel e perdeu; morreu assassinado por conspiradores.

Azarias/Uzias - Filho de Amazias, obedeceu a Deus mas depois ficou orgulhoso e entrou numa parte do templo que era proibido, por isso ficou com lepra.

Jotão - Filho de Uzias, obedeceu a Deus e fez algumas reparações no templo de Jerusalém.

Acaz - Filho de Jotão, colocou um altar idólatra no templo de Deus e até queimou um de seus filhos como sacrifício a um ídolo.

Ezequias - Filho de Acaz, foi obediente a Deus e purificou o templo; durante seu reinado os assírios conquistaram Israel mas Deus livrou o reino de Judá.

Manassés - Filho de Ezequias, teve o reinado mais longo de todos; ele foi tão ruim que Deus prometeu destruir Judá, mas depois de uma grande derrota ele se arrependeu e se voltou para Deus; mesmo assim, não acabou com a idolatria no país.

Amom - Filho de Manassés, continuou nos pecados de seu pai e morreu assassinado.

Josias - Filho de Amom, começou a reinar com oito anos; na idade adulta restaurou o templo e promoveu a adoração a Deus, renovando a aliança entre Deus e os israelitas; foi o último rei de Judá fiel a Deus.

Jeoacaz - Filho de Josias, foi ruim e reinou apenas três meses; foi deposto pelo faraó do Egito, que colocou seu irmão no trono.

Jeoaquim - Filho de Josias, não seguiu a Deus e se tornou vassalo do rei da Babilônia; depois se rebelou e morreu enquanto o exército babilônico sitiava Jerusalém.

Joaquim - Filho de Jeoaquim, desobedeceu a Deus e durou apenas três meses; foi levado cativo para a Babilônia, onde passou o resto da vida.

Zedequias - Filho de Josias, foi colocado no trono pelo rei da Babilônia no lugar de seu sobrinho Joaquim; quando se rebelou, os babilônios atacaram e destruíram Jerusalém, deportando os judeus; Zedequias foi capturado e levado para a Babilônia; seus filhos foram assassinados.

 

Depois do exílio na Babilônia o que aconteceu?

Depois que os judeus foram deportados para a Babilônia, a região de Israel foi dominada por vários reinos e impérios diferentes. 70 anos depois do exílio, os judeus voltaram para sua terra mas não como povo independente e não tinham rei.

Durante um curto período entre o fim do Antigo Testamento e o início do Novo Testamento, uma família conhecida como os Macabeus reinou sobre Israel, declarando independência. Eles eram de uma família de sacerdotes, não da descendência de Davi, e seu reino não durou muito tempo.

Na época em que Jesus nasceu, havia um rei chamado Herodes que governava a região. Mas ele não era judeu. Seu poder vinha do imperador de Roma e seus descendentes no trono foram todos vassalos dos imperadores romanos.

Mas Deus não se esqueceu de sua promessa a Davi. Ele enviou Jesus como descendente de Davi para ser o salvador do mundo (Lucas 1:32-33). Assim, a descendência de Davi ficou com um rei no trono para sempre, no trono celestial.

 

A genealogia de Jesus e as lições mais importantes da história bíblica sobre a preservação do cumprimento da palavra profética de Genesis 3.15 da vinda do Messias.

A Bíblia nos apresenta a genealogia de Jesus em duas perspectivas. Mateus apresenta Jesus como descendente de Abraão e Lucas retrocede sua linhagem até Adão. Mateus apresenta Jesus como o Rei dos judeus e Lucas como o Homem perfeito. Marcos e João não tratam da genealogia de Jesus Cristo, por causa do propósito para o qual escreveram. Marcos, escrevendo para os romanos, apresenta Jesus como servo e destaca suas obras mais do que suas palavras. João, escrevendo um evangelho universal, tem como escopo apresentar Jesus como o Filho de Deus e como tal, cumpriu toda a promessa da vinda do Salvador, Seu ministério entre os homens e seu sacrifício vicário profetizado por Isaías em todo o capítulo 53.

Tanto no registro de Mateus como no de Lucas, vemos na genealogia de Jesus Cristo pessoas más, que se insurgiram contra Deus.

 

Uma visão panorâmica das pessoas escolhidas por Deus para realizar o seu propósito até a chegada do Messias prometido.

Em primeiro lugar, vemos na genealogia de Jesus Cristo mulheres em cuja vida há marcas reprováveis. Tamar, coabitou com o seu próprio sogro Judá e gerou dele dois filhos gêmeos Perez e Zera; Raabe era prostituta em Jericó; Rute era moabita e Bate-Seba, mãe de Salomão, adulterou com Davi.

Muito provavelmente nenhum personagem gostaria de destacar em sua biografia mulheres com esse passado. Mas porquê elas estão inseridas na genealogia de Jesus Cristo? Para reforçar a verdade de que o Filho de Deus se identificou mais com os pobres e miseráveis pecadores a quem veio Ele salvar. Jesus disse que os sãos não precisam de médicos.

Em segundo lugar, vemos na genealogia de Jesus homens em cuja vida há marcas de mentira. Os patriarcas mencionados aqui, Abraão, Isaque e Jacó tiveram momentos de fraqueza na área da mentira. Eles não só se omitiram, mas esconderam a verdade e inverteram os fatos com medo de sofrerem com as consequências de seus atos. Foram fracos e repreensíveis. Isso prova que Deus nos escolhe não pelos nossos méritos, mas apesar dos nossos deméritos e das nossas fraquezas.

Em terceiro lugar, vemos na genealogia de Jesus homens em cuja vida há marcas de violência. Na lista da genealogia de Jesus há homens como Davi, cujas mãos estavam cheias de sangue, mas foi considerado um homem segundo o coração de Deus por sua vida de humilhação debaixo da potente mão de Deus e não saía para a guerra sem a ordem de Deus. Roboão governou Judá com truculência. O rei Acaz queimou seus filhos, perseguiu seu próprio povo e cerrou ao meio o profeta Isaías. Manassés foi muito violento, ele encheu Jerusalém de sangue, foi considerado um monstro. Um tormento para seu próprio povo. Jamais escolheríamos homens dessa estirpe para integrar nossa família. A genealogia de Jesus Cristo aponta-nos para a infinita misericórdia de Deus. Ele ama com amor eterno os mais indignos.

Em quarto lugar, vemos na genealogia de Jesus homens em cuja vida há marcas de idolatria. Salomão, por causa de suas muitas mulheres, sucumbiu à idolatria. Roboão, fez um bezerro de ouro e construiu novos templos para outros deuses em Israel para desviar o povo do Deus vivo. Acaz fechou a casa de Deus e encheu Jerusalém de ídolos abomináveis. Manassés foi astrólogo, idólatra e feiticeiro. Levantou altares pagãos e prostrou-se diante de todo o exército dos céus. Na esteira da genealogia de Jesus Cristo temos pessoas que nos deixam perplexos por causa de sua afrontosa rebeldia a Deus. Isso prova, de forma incontestável que Deus ama os objetos de sua ira e enviou Jesus para identificar-se com os pecadores e salvá-los da ira vindoura perdoando-os de seus pecados.

Mas, antes de ficarmos mais chocados com essa assombrosa lista, olhemos para nós mesmos porque somos indignos, somos pecadores, somos culpados. Nosso coração é desesperadamente corrupto. Por que Deus nos escolheu? Por que ele nos amou? Por que ele não poupou o seu próprio Filho, antes por todos nós o entregou, para morrer em nosso lugar? A resposta é: Por causa de Sua graça, que é maior do que a vida. “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu seu filho Unigênito para que todo aquele que nEle crer não pereça, mas tenha a vida eterna”. Jo.3.16.

Deus não escolhe os capacitados, Deus capacita os escolhidos. Deus não escolhe santos, beatificados e perfeitos, Deus escolhe pessoas que mesmo cheias de defeitos e pecados se disponham a servir a Deus em espírito e em verdade.

Então não deixe de servir a Deus por achar que Deus te rejeitou, muito pelo contrário, Ele tem prazer na vida daqueles que se humilham debaixo da potente mão de Deus.

Deus abençoe você e sua família.

 

Pr. Waldir Pedro de Souza

Bacharel em Teologia, Pastor e Escritor.

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