segunda-feira, 16 de março de 2020

CIDADES DESTRUIDAS POR DEUS

CIDADES DESTRUIDAS POR DEUS 


Vamos ver porque estas cidades foram destruídas por Deus. 

Corazim, Betsaida e Cafarnaum. Três pequenas cidades (ou vilarejos) à época de Jesus, mas todas confirmadas pelos estudos científicos de nossa época (Arqueologia). Por que, será, a indignação de Jesus com essas cidades? Sem falar que Jesus também lamenta a situação de Jerusalém, que, no tempo dos evangelistas, já havia sido atacada ou destruída (Mt 23, 37 e Lc 13, 34).

Ele sofre pelo endurecimento dos corações daquele povo. Jesus andava pelas vilas e cidades pregando a Palavra de Deus, inclusive nas sinagogas. Mas muitos ainda não haviam aceitado as boas novas que Ele trazia. Era muita mudança; era muito radical segundo o entendimento deles.

Não podemos afirmar que os judeus não aceitaram Jesus e a sua mensagem, pois os primeiros discípulos eram genuínos judeus; a multidão que o seguia era judaica; Maria e José eram judeus; e, é claro, Jesus era um bom judeu. João usa o nome de “judeus” para rivalizar com Jesus porque a realidade em que escreve o seu Evangelho é bem diferente da realidade em que o Mestre viveu.

De Betsaida, vieram André e Pedro (Jo 1, 44) e Filipe (Jo 12, 21). Cafarnaum foi a morada de Jesus (Mc 9, 33; Mt 4, 13), onde ele passou a maior parte de seu tempo, pregando, curando e ensinando àquela população. Corazim, citada quatro vezes no Evangelho de Mateus e Lucas, também parece ter sido lugar de grande apreço para o Mestre. São todas cidades do norte: da “rústica” Galileia, muito querida por Jesus.


Mais 4 cidades destruídas por Deus no Velho Testamento. 

A Bíblia trás uma informação sobre as 4 cidades destruídas por Deus.

São elas: Sodoma, Gomorra, Admá e Zeboim.
No livro Deuteronômio, encontramos os seguintes versículos:

“As gerações vindouras, os vossos filhos que se levantarem depois de vós, e o estrangeiro que vier de terras remotas, verão as pragas desta terra e as suas doenças com que o Senhor a afligirá.

Toda a sua terra será abrasada com enxofre e sal, de sorte que não será semeada, e nada produzirá, nem nela crescerá erva alguma. Será como a destruição de Sodoma e de Gomorra, de Admá e de Zeboim, que o senhor destruiu na sua ira e no seu furor.

Todas as nações perguntarão: Por que o senhor fez assim a esta terra? Qual a causa do furor e desta tão grande ira?

Então se dirá: Porque abandonaram a aliança do Senhor, o Deus de seus pais, a qual com eles tinha feito quando os tirou do Egito.

Foram servir a outros deuses, e prostraram-se diante deles, deuses desconhecidos, que o Senhor não lhes tinha dado.

Portanto se acendeu a ira do Senhor contra esta terra, para trazer sobre ela todas as maldições que estão escritas neste livro.

O Senhor os tirou da sua terra com ira, com indignação, com grande furor, e os lançou em outra terra, como hoje se vê.

As coisas encobertas pertencem ao Senhor nosso Deus, porém as reveladas pertencem a nós e a nossos filhos para sempre, para que cumpramos todas as palavras desta lei”.
Deuteronômio 29.22-29.



A destruição de Tiro e Sidom foi profetizada por Isaías no capítulo 23 e pelo profeta Ezequiel capítulos 26,27,28.

A Babilônia representava o poder imperial. Tiro (situada no Líbano) significava poder comercial. Sua influência, com a da antiga cidade de Sidom (próxima de Tiro), referida aqui como se fosse mãe em relação a Tiro, (Isaías 23.4,12) era maior do que a de qualquer outra nação.


Profecia cumprida: Tiro foi destruída e nunca mais edificada.

O profeta Ezequiel (capítulos 26, 27 e 28) profetizou que Tiro, cidade fenícia localizada na costa oriental do Mar Mediterrâneo, seria destruída e inundada, e nunca voltaria a ser edificada. As passagens se referem ao lugar onde Tiro estava. Mas a cidade foi reconstruída em outro local com o mesmo nome. 

De acordo com a profecia feita por Ezequiel, a cidade de Tiro seria arrasada (Ez 26:8), lançada no mar (Ez 26:12) e suas muralhas iriam se tornar uma penha que serviria de enxugadouro de redes para os pescadores (Ez 26:15). De acordo com um excelente comentário da Bíblia , “esta mensagem veio a Ezequiel em 586 a.C.”. Alguns meses depois, em 585 a.C., Nabucodonosor II cercou a cidade por 13 anos e a destruiu.

Porém, a cidade era, na verdade, dividida em duas: uma maior no continente (conhecida pelos gregos como Antiga Tiro), e outra fortificada numa ilha (também chamada de Tiro pelos gregos) defronte à cidade continental. Nabucodonosor conseguiu tomar e destruir a cidade no continente, mas não a cidade fortificada na ilha. Até aí, a profecia havia-se cumprido somente em parte.

Cerca de duzentos anos mais tarde, em 332 a.C., Alexandre, o Grande, atacou a cidade fortificada e, para chegar até ela, fez com que os soldados lançassem ao mar os escombros das muralhas da cidade continental destruída por Nabucodonosor, fazendo, assim, um caminho ligando o continente à ilha (Diod. Sic. XVII. 40-46). 

O que não era possível fazer com seus navios, Alexandre conseguiu construindo este istmo sobre o qual seu exército podia passar.  E, assim, cumpriu-se o versículo 12 da profecia: “Despojarão a sua riqueza e saquearão os seus suprimentos; derrubarão seus muros e demolirão suas lindas casas, e lançarão as suas pedras, o seu madeiramento e todo o entulho ao mar”. (Ezequiel 26:12).

Esse caminho de pedras nos séculos seguintes passou a ser usado pelos pescadores da região para enxugadouro de redes: “Tiro se tornou um lugar para secar redes de pesca”. 

Assim, cumpriu-se o versículo 14: “Farei de você uma rocha nua, e você se tornará um local propício para estender redes de pesca”.

“Alexandre, o Grande, reduziu Tiro a ruínas em 332 a.C. Tiro recuperou-se em uma certa medida deste golpe, mas nunca recuperou o lugar que uma vez chegou a ocupar diante do mundo. A maior parte do lugar do que uma vez era uma grande cidade, agora é tão vazio como o topo de uma rocha – um lugar onde os pescadores que ainda frequentam o local espalham suas redes para secar”.

De acordo com o dicionário bíblico Moody, a cidade de Tiro: “Foi reconstruída em 314 A.C. 

A cidade de Tiro está relacionada com o ministério de Jesus. (Mt. 15:21-28; Mc. 3:8; cons. Mt. 11:21, 22), e foi o lar de crentes (Atos 21:3-6). Orígenes foi ali sepultado em 254 d. C. e Eusébio pregou ali em 323 d.C. Os muçulmanos a conquistaram em 638 d.C e os cruzados a tomaram em 1124 d.C. A cidade foi completamente destruída pelos sarracenos em 1291 d.C. Atualmente é uma pequena vila de pescadores, chamada de Es-Sur”.

A maior parte da profecia de Ezequiel tratava da cidade continental de Tiro, cuja localização é mais provável que tenha se perdido permanentemente e esteja soterrada sob as águas do Mar Mediterrâneo, como atestou em um diário de viagens um viajante judeu.

Quanto à cidade da ilha diz-se: “Na atualidade, a cidade da ilha segue sendo um montão de escombros, testemunho do julgamento de Deus”.

A Tiro antiga não existe mais, nem mesmo a ilha; ficaram algumas poucas ruínas. O que agora se chama de Tiro (Sur), nem de longe lembra a antiga cidade quase invencível. Portanto, a Palavra de Deus se cumpriu cabalmente.


Cidades censuradas por Jesus. 

Estas cidades são também chamadas na Bíblia de cidades impenitentes. Mt 11, 20-24.

Aqui, Jesus faz referência a seis cidades; no entanto, destas, visitou apenas três, Corazim, Betsaida e Cafarnaum, onde fez muitos milagres. Ainda assim elas não se converteram, não acreditaram no Cristo, ali, no meio delas. Se Jesus tivesse visitado Tiro e Sidom e lá feito os milagres que nelas se realizaram, estas teriam se convertido. E se em Sodoma, que já havia sido destruída por seus pecados, tivessem sido realizados tais milagres, ela teria permanecido até aqueles dias. Portanto, não é propriamente o milagre que converte, mas a fé.

Tiro e Sidom foram duas cidades do Antigo Testamento que caíram por falta de fé, por não acreditarem nas palavras dos profetas. 

Por isso a advertência de Jesus, quando disse: "Ai de ti, Corazim! Ai de ti, Betsaida! Porque se em Tiro e em Sidom tivessem sido realizados os milagres que em vós se realizaram, há muito se teriam convertido… Mas Eu vos digo: O Dia do Juízo será mais tolerável para Tiro e Sidom do que para vós. 

E tu, Cafarnaum, por acaso te elevarás até o Céu? Antes, até o inferno descerás. Porque se em Sodoma tivessem sido realizados os milagres que em ti se realizaram, ela teria permanecido até hoje…" Cafarnaum estava sendo devorada pela luxúria, logo onde Jesus esteve e fez milagres.

Existe, portanto, um fio condutor entre as cidades onde se realizaram os milagres e aquelas onde eles não foram feitos. Jesus nos dá ideia do que é a fé e o poder destruidor da falta de fé e da luxúria.

Em Nínive aconteceu o contrário, aquela cidade escutou a palavra de Deus, atendeu o Seu pedido e se converteu. Por isto foi preservada. O profeta Jonas viveu essa história e a escreveu. 


Ninguém pode ser condenado sem conhecimento da culpa. Àquele que muito foi dado, muito será cobrado. O nosso coração é um divisor de águas, temos que orar e vigiar, para não sermos cobrados por aquilo que conhecemos e não fazemos. A presença de Jesus é o divisor das águas, é pela Sua palavra, pelo Seu testemunho que o homem se salva.

O rigor do julgamento será muito maior para aquele que conhece. Alguém que não conhece Jesus, mas vive no seu mundo particular, terá menor rigor no julgamento.

Seremos, pois, cobrados pelo conhecimento que temos das coisas de Deus e pela forma que o vivenciamos.

O ponto central de toda esta explicação é o Reino de Deus. Este é uma semente que, dependendo do lugar onde cai, pode frutificar ou morrer. O Reino de Deus nos vem sem estar condicionado ao milagre. A vida é um grande vestibular: podemos passar por essa prova, porque o Céu aproveita o que de bom fazemos e está sempre a nos dar oportunidade. Se passarmos nessa prova, seremos bem-aventurados; caso contrário, seremos mal-aventurados. É a lei de Deus. Devemos, pois, abrir o nosso coração a uma conversão sincera, sem esperarmos por milagres, para que não ressoe em nós aquela advertência: "Ai de ti, Betsaida. Ai de ti, Corazim…".

Passados dois milênios daqueles ensinamentos, vemo-nos hoje mergulhados numa Sodoma, numa Tiro e Sidom, atolados na luxúria e na falta de fé. Precisamos mover nosso coração em direção a Deus e depois pedir o milagre. Mas costumamos fazer exatamente o inverso: pedimos primeiro o milagre, para depois movermos o coração. 

Se não recebemos o milagre, continuamos com o coração fechado. A profundeza do Reino de Deus está nesta semente. Ele está onde ela brotar. E onde brotará? No terreno fértil? No meio dos espinhos? No terreno pedregoso? Ela será pisada...?

Aprendemos que ela brotará naquele coração que tiver a fertilidade necessária, é aí mesmo! Caso contrário, acontecerá conforme Jesus disse a Cafarnaum: "Antes, até o inferno descerás”.

Ou movemos nosso coração em direção à fé, à Palavra de Deus, ou não alcançaremos o Seu Reino. Esta é a hora de nossa grande prova, passamos por ela agora ou nunca.

O caminho da fé é a vivência da fé. O maior ensinamento que podemos dar da fé é o nosso próprio testemunho de fé. Se não agirmos assim, espalharemos em nosso meio Tiro, Sidom, Cafarnaum…, etc.


Cuidado Com os Fariseus

Jesus adverte seus discípulos a cumprirem os ensinamentos dos fariseus, mas os aconselha a não viverem da mesma maneira que eles. Isto porque eles não viviam de acordo com o que ensinavam. (Mateus 23.1 – 10).
Eles eram dominadores e tinham fome de poder.(v.v 23.11,12).

O fariseus e mestres da lei sempre foram famintos por poder, autoridade e notoriedades terrenas eram seus objetivos. O Senhor Jesus é contrário a essa maneira de pensar e se comportar.

Ele estimula seus discípulos ao serviço, de forma que quem servir mais esse será o maior.

Criticas à hipocrisia farisaica. (v.v 23.13 – 36).

Jesus separa uma longa secção do seu ensino para criticar a atitude hipócrita e diabólica dos mestres da lei, principalmente dos fariseus.

Jesus mostra sua indignação com quem quer transformar a religião em fonte de prazer pessoal e manipulação de pessoas. Os verdadeiros servos de Deus amam a sua Palavra e vivem de maneira dina do Evangelho.

Jesus, depois de criticar duramente os Fariseus, trás o seu lamento sobre Jerusalém, demonstrando o quanto os habitantes de Jerusalém, em sua maioria, estavam errados em não ouvi-lo, principalmente os sacerdotes. (v.v 23.37 – 39).

O Senhor Jesus Cristo em suas últimas semanas faz um lamento sobre a cidade de Jerusalém. Ele mostra como Deus tem tentado, há muito tempo reuni-la debaixo de suas asas mas ela tem rejeitado e assassinado seus mensageiros.

Por fim, o Senhor anuncia profeticamente que isso lhe custará caro. Ao longo dos séculos Jerusalém tem sofrido com sua desobediência a Deus. 


Deus abençoe você e sua família. 

Pr. Waldir Pedro de Souza
Bacharel em Teologia, Pastor e Escritor. 











segunda-feira, 9 de março de 2020

PARA QUE SERVIAM AS CIDADES DE REFÚGIO

PARA QUE SERVIAM AS CIDADES DE REFÚGIO. 


Números 35:9-34 e Josué 20:1-9.

As cidades de refúgio eram uma espécie de região segura para as pessoas que precisavam dos direitos humanos no pleno entendimento da palavra nos tempos veterotestamentários. Estas cidades foram criadas para proteger pessoas que, muito embora fossem pessoas honestas e trabalhadoras, tinham cometidos crimes e precisavam de proteção até que fossem julgados para serem considerados culpados ou não. Os crimes culposos eram, via de regra, perdoados. Quanto aos crimes dolosos, que são os crimes premeditados, geralmente as pessoas que adentravam à essas cidades, eram condenados à morte sem perdão e ou sem piedade quando tentavam enganar as autoridades daquelas cidades com mentiras.


Em estudos sobre o Pentateuco encontramos em várias nuances ou pequenas variações  a presença da misericórdia de Deus  em nossas vidas, e uma delas é citada em vários livros da Bíblia são as conhecidas cidades de refúgio. Essas cidades aparecem pela primeira vez na Bíblia através de Moisés, pois o Senhor havia dado a ele leis de igual retribuição aos crimes cometidos, o conhecido “olho por olho e dente por dente”, assim o parente de alguém morto poderia justificar o assassinato por vingança porém as cidades de refúgio saiam um pouco da rigidez dessa regra. 

Temos que deixar claro em nossas mentes que o povo de Israel não tinha código de lei vigente ainda, foi um povo escravizado e que vivia no Egito de forma totalmente desorganizada, sem saber o que era o certo ou o errado. Contudo o Senhor veio por intermédio de Moisés mudar essa visão. 

Iniciando nossa jornada a partir do contexto histórico da época, vamos descobrir que um local era considerado cidade quando a mesma era cercada por muros, (ex.: cidade de Jericó) caso não houvesse os muros era considerada uma aldeia.

Em Ex.21:23-25 vemos como eram julgados os crimes:

Mas se houver morte, então darás vida por vida. Olho por olho, dente por dente, mão por mão, pé por pé, queimadura por queimadura, ferida por ferida, golpe por golpe. Essa era a lei.


Apesar disso, as cidades de refúgio envolviam certas medidas de misericórdia.

É evidente que Deus queria impressionar os filhos de Israel com a santidade da vida humana. Por fim a vida de uma pessoa, não intencionalmente, é algo muito sério, e as cidades de refúgio sublinhavam isso de modo enfático. Assim aquele que cometia crimes sem querer ou cometesse por engano um homicídio culposo, (sem intenção de matar) poderia buscar proteção em alguma destas seis cidades.

Fazei com que vos estejam à mão cidades que vos sirvam de cidades de refúgio, para que ali se acolha o homicida que ferir a alguma alma por engano. Números 35:11.

A grande importância da existência dessas cidades fica claro ao serem citadas em quatro livros do Antigo Testamento. As cidades de refúgio são uma ordem provinda de Deus e não uma mera invenção dos homens.

“ E falou mais o Senhor a Moisés, dizendo...”.
Números 35:9.

O próprio Deus foi quem cuidou dos detalhes de localização de cada uma das seis cidades de refúgio. Vejam abaixo o nome de cada uma delas. A localização geográfica de cada uma era estratégica, três do lado leste do rio Jordão e três na terra de Canaã. Num 35;13.

“E das cidades que derdes haverá seis cidades de refúgio para vós”. Números 35:13.

Quando o Senhor entregou Canaã aos Hebreus, Ele ordenou que a terra fosse dividia em três partes, e cada parte deveria escolher uma cidade de refúgio. Deuteronômio 2-3. 

Assim foram instituídas as três primeiras: Bezer, Ramote-Gileade e Golam.  

A partir do momento em que outras terras de Canaã fossem dada aos Hebreus mais três cidades de refúgio deveriam ser acrescentadas. 

E, se o Senhor teu Deus dilatar os teus termos, como jurou a teus pais, e te der toda a terra que disse daria a teus pais “quando guardares todos estes mandamentos, que hoje te ordeno, para cumprí-los, amando ao Senhor teu Deus e andando nos seus caminhos todos os dias”, então acrescentarás outras três cidades além destas três. Deuteronômio 19:8-9

Os nomes dados às outras três cidades de refúgio que surgiram posteriormente foram: Quedes, Siquém e Quiriate-Arba.

Para uma maior compreensão fica claro que Moisés designou três ao oriente do Jordão e depois da conquista de Canaã, Josué e os chefes das tribos, designaram as outras três cidades a oeste do rio.

As cidades de refúgio não poderiam ser longe dos locais onde as doze tribos de Israel se estabeleceram, para que no caso de um homem que houvesse necessidade de fugir para ela, não fosse alcançado pelo vingador de sangue, o vingador de sangue no caso era o parente mais próximo da vítima que ansiando por vingança buscasse matar o que por engano ou sem querer houvesse cometido aquele homicídio culposo.

A preocupação em facilitar o acesso às cidades de refúgio, exigia que as estradas fossem bem cuidadas e com sinais claros que indicassem “refúgio”, “refúgio", “refúgio”.  

Além disso, haviam atletas treinados em corridas para ajudar na fuga daqueles inocentes que, apavorados, gritavam por socorro. 

O indivíduo que chegasse à cidade de refúgio, na entrada da cidade deveria declarar porque razão estava ali. Assim os anciãos responsáveis por aquela cidade cuidariam para que ele tivesse proteção, alimentação e abrigo. O vingador de sangue que violasse o recinto daquela cidade seria executado.

Tais cidades serviam como medidas judiciais auxiliares para ajudar o escape dos homicidas involuntários, quando os vingadores da vítima matavam sem misericórdia ao culpado sem temer a ação por parte da Lei.

Havia qualificações específicas para aqueles que buscassem as cidades de refúgio, e os anciãos das cidades tomavam decisões referentes a cada caso.

O julgamento daquele que matou sem querer a um homem começava com o júri a favor do homicida e não do homem responsável por vingar a morte do seu parente.

O povo tinha o dever de defender o réu, não permitindo que fosse morto pelo vingador. 

Após o julgamento o réu deveria ser levado para a cidade de refúgio e ficar lá até a morte do Sumo-Sacerdote.

Se no julgamento ficasse provado que o homicídio foi voluntário, era entregue à morte. Se, porém, ficasse provado que matou em legítima defesa, ou por acidente, então a cidade lhe oferecia asilo. Se ele deixasse a cidade, antes do falecimento do sumo sacerdote, sua vida correria perigo e lhe seria de total responsabilidade. Depois da morte do sumo sacerdote, era permitido voltar a sua casa sob a proteção das autoridades.


A condição para ser recebido e mantido em segurança nas cidades de refúgio era decidida pelos líderes da mesma. Quando o fugitivo ia ao lugar de julgamento na entrada da cidade, ele explicava aos líderes o que aconteceu e assim eles o deixavam ficar naquela cidade e lhe davam um lugar para morar ali.

Em qualquer uma dessas cidades de refúgio o homem estaria seguro e ninguém poderia matá-lo.

Para que ali se acolhesse o homicida que involuntariamente matasse o seu próximo a quem dantes não tivesse ódio algum; e se acolhesse a uma destas cidades, e vivesse;
Deuteronômio 4:42.

Os lugares de refúgio se estendiam aos templos, os santuários e os lugares santos de todas as variedades. Uma das características mais inclusivas das cidades de refúgio era o fato de todos quantos carecessem pudessem alcançar ali a misericórdia, a proteção e o sustento para si e para todos os seus familiares pelo tempo necessário ou até mesmo para sempre, pelo resto de sua vida.


Martinho Lutero em 1529 quando estava escondido no castelo em Coburg escreveu o hino Castelo Forte aludindo ao refúgio que Cristo lhe estava dando naquele momento.

Neste hino, Lutero expressa o quanto podemos confiar em Jesus, nosso Castelo Forte, nosso Escudo e Boa Espada. Mostra também que quem nos defende é o Senhor dos altos céus, o próprio Deus e que o nosso grande acusador cairá com uma só palavra. No nosso hinário (harpa cristã) é o número 581, e o título do hino é Castelo Forte. 

Estas cidades serviram de refúgio tanto para o israelita como para o estrangeiro.

Serão por refúgio estas seis cidades para os filhos de Israel, e para o estrangeiro, e para o que se hospedar no meio deles, para que ali se acolha aquele que matar a alguém por engano. Números 35:15.

Se trazemos a ideia que o nosso Salvador é hoje nossa cidade de refúgio podemos entender que Jesus é o nosso sumo sacerdote e esconderijo, mesmo para Israelitas ou para gentios (estrangeiros ou prosélitos), sua morte nos livrou do temor da retaliação do pecado, hoje não existe mais distinção de nações, pois todos que O aceitam são enxertados na videira verdadeira.

E também eles, se não permanecerem na incredulidade, serão enxertados; porque poderoso é Deus para os tornar a enxertar.
Romanos 11:23.

As cidades de refúgio estabelecidas pelo Senhor Deus através de Moisés e confirmadas a Josué eram a proteção daqueles que eram culpados involuntariamente, assim Cristo se tornou através da sua morte na cruz nossa eterna cidade de refúgio, n’Ele encontramos misericórdia, segurança e salvação. Em Cristo há aceitação para o rejeitado, há refúgio para o excluído e para o perdido pecador. 


As cidades de refúgio aparecem na narrativa bíblica do Antigo Testamento e despertam a curiosidade de algumas pessoas. As principais referência acerca das cidades de refúgio são encontrada nos livros de Números (35:9-34) e Josué (20:1-9). Neste texto, conhecemos um pouco mais sobre o quem eram, e quais eram as cidades de refúgio mencionadas na Bíblia.

O que eram essas cidades de refúgio?

A tribo de Levi não recebeu terras como as demais tribos, ao invés disso, a tribo de Levi foi escolhida para viver em 48 cidades espalhadas pela Palestina. Dessas 48 cidades, seis delas, por ordem de Deus, foram designadas como “cidades de refúgio“, sendo três de cada lado do rio Jordão. Números 35:13,14.

As cidades de refúgio serviam como um tipo de asilo para os homicidas não intencional. Entretanto, havia uma restrição clara em relação ao tipo de homicídio. Só podia recorrer ao recurso das cidades de refúgio, a pessoa que, sem intenção (crime culposo), tirasse a vida de alguém. Números 35:15.

Em caso de assassinato intencional (crime doloso), o assassino não tinha qualquer direito de partir para as cidades de refúgio, devendo então ser morto por conta do crime cometido. 

Em Números 35:16-23, encontramos os critérios que ajudavam a determinar quando um crime era intencional e quando era involuntário.

A necessidade de se recorrer ao privilégio das cidades de refúgio ficava por conta de que, quando alguém era morto, o parente masculino mais próximo da pessoa assassinada deveria agir como “vingador de sangue”. Números 35:12,19; Deuteronômio 19:12.

Logo, na vida pública do povo de Israel devia ser aplicada a lei da retribuição de Êxodo 21:23-25; Levítico 24:10-23; Deuteronômio 19:21, um princípio também expresso na conhecida e antiguíssima Lei de Talião. 

O termo "lei do talião" não aparece nem na Bíblia e nem no Código de Hamurabi. Deriva da expressão latina lex talionis (Lei do Talião). O termo "talião" vem do latim "talis" (tal) que significa "idêntico" ou "semelhante". 

Portanto a pena para os crimes aos quais se aplicava essa lei não é uma pena equivalente, mas idêntica, semelhante.

Tratava-se da primeira tentativa de controlar a vingança, estabelecendo uma proporção entre o dano recebido num crime e o dano produzido com o castigo.

Porém, o vingador de sangue não poderia causar dano ao homicida que matou involuntariamente, enquanto ele estivesse acolhido em uma das cidades de refúgio.

O assassino poderia deixar a cidade de refúgio quando o sumo sacerdote morresse, ficando livre para habitar em outra cidade em completa segurança, sem que o vingador tivesse qualquer direito sobre ele. Nm 35:25-28.

O principal objetivo das cidades de refúgio era fazer com que a terra onde o povo de Israel habitava, ficasse livre de toda impureza, pois a presença do Senhor era o ponto principal dentre os israelitas. Números 35:33,34.

Quando o assassino desintencional chegasse à cidade de refúgio, ele deveria expor o seu caso aos anciãos, e ser recebido na cidade adequadamente. Também é importante ressaltar que sempre os crimes eram julgados, para que ninguém se aproveitasse desse benefício indevidamente, ficando a cargo dos anciãos da localidade onde o homicida morasse, estabelecer o julgamento final sobre sua causa.

Quais eram as cidades de refúgio?

Já sabemos que eram seis as cidades de refúgio, situadas estrategicamente nas regiões norte, central e sul da terra em que habitavam os israelitas, com estradas que mantinham o acesso fácil e aberto a elas. 

Moisés escolheu três delas no lado leste do Jordão (Deuteronômio 4:41-43): Bezer, Ramote em Gileade e Golã em Basã.

Depois, já na época de Josué, outras três cidades foram indicadas, dessa vez do lado oeste do rio Jordão, sendo elas: Quedes, Siquém e Efraim. (Josué 20:7).

No Novo Testamento, é possível que o escritor da Epístola aos Hebreus tenha usado uma referência às cidades de refúgio como um tipo de figura do refúgio que encontramos em Cristo Jesus. Hebreus 6:18.


Os efeitos das cidades de refúgio no Novo Testamento e sua aplicabilidade.  


As seis cidades de refugio são a figura da Igreja e do próprio Cristo. Rm. 8.1.

Como escaparemos nós? Hebreus 2.3.

Ao estudarmos as histórias bíblicas, principalmente as do Velho Testamento, precisamos entender o que elas têm em comum com a realidade do Novo Testamento e também com a nossa realidade no mundo moderno. 


“Deus é o nosso refúgio e fortaleza”. Salmo 46.1. 

“Tu és o lugar em que me escondo; tu me preservas da angústia; tu me cinges de alegres cantos de livramento”. Salmo 32.7. 


Vejamos a seguir os nomes das cidades de refugio e seus significados para nós hoje.


Estas cidades eram consideradas cidades de refúgio para os impuros. 

Quedes significa que o lugar é santo, portanto intocável. 

E disse: Não te chegues para cá; tira os sapatos de teus pés; porque o lugar em que tu estás é terra santa. Êxodo 3.5.


As cidades de refúgio eram consideradas refúgio para o cansado. 

Siquém significa ombro amigo.

Mateus 11:28 diz Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei.


As cidades de refúgio eram consideradas refúgio para o que está longe do lar e quer voltar.  

Hebrom significa cidade da comunhão e refúgio para o que está longe do lar e quer voltar. 

1 Coríntios 1:9 diz que Fiel é Deus, pelo qual fostes chamados para a comunhão de seu Filho Jesus Cristo.


As cidades de refúgio era considerada refúgio para o fraco e para os fracassados na vida. 

Bezer significa fortaleza.

2 Timóteo 2:1 diz: Tu, pois, meu filho, fortifica-te na graça que há em Cristo Jesus.


As cidades de refúgio eram consideradas refúgio para o humilhado. 

Ramote significa lugar exaltado e refúgio para o humilhado.


Lucas 14:11 diz: Porquanto qualquer que a si mesmo se exaltar será humilhado, e aquele que a si mesmo se humilhar será exaltado. Tiago 4:10 diz: Humilhai-vos perante o Senhor e Ele vos exaltará.


As cidades de refúgio eram consideradas refúgio para o que está sendo envolvido pelas coisas erradas do mundo.

Golam significa lugar separado.


1 João 2:14 diz: Eu vos escrevi, pais, porque já conhecestes aquele que é desde o princípio. Eu vos escrevi, jovens, porque sois fortes, e a palavra de Deus está em vós, e já vencestes o maligno.


1 João 2:15,16 diz: Não ameis o mundo, nem o que no mundo há. Se alguém ama o mundo, o amor do Pai não está nele.

Porque tudo o que há no mundo, a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida, não é do Pai, mas do mundo.

Alguém aconselhou: nunca se envolva com este mundo, fuja para a cidade de Golam, ou seja, siga para os braços de Jesus Cristo, autor e consumador da nossa fé.   


Com a criação das seis cidades de refugio Deus queria proporcionar para o pecador arrependido uma oportunidade de santificação e comunhão com Deus em total segurança.

Ali o perseguido sem justa causa alcançaria a exaltação, recuperação dos dias de sofrimento e aflição, pois o Salmos 46:1 nos diz: Deus é o nosso refúgio e fortaleza, socorro bem presente na angústia.

Deus abençoe você e sua família. 

Pr. Waldir Pedro de Souza 
Bacharel em Teologia, Pastor e Escritor. 





segunda-feira, 2 de março de 2020

A INTERVENÇÃO DE DEUS ATRAVÉS DE DEBORA E A MALDIÇÃO DE MEROZ

A INTERVENÇÃO DE DEUS ATRAVÉS DE DEBORA E A MALDIÇÃO DE MEROZ

Significado do nome Meroz: 

Nome derivado do Hebraico e significa cidade de refúgio.

Muito embora esse nome signifique cidade de refúgio, lá não era uma cidade considera de refúgio assim como a cidade de Jericó, por ser uma cidade fortificada como era o costume das cidades de refúgio, também não era uma cidade de refúgio. Vou fazer outra postagem sobre quais eram as cidades de refúgio desde os tempos de Moisés e Josué e o porque essas cidades eram tão importantes e tão bem protegidas.

Localização de Meroz: 

Desconhece-se a localização exata de Meroz, embora alguns provisoriamente a situem em Khirbet Marus, a uns 8 km ao Sul de Quedes, em Naftali.

Comecemos a entender a história de o “porquê” da maldição de Meroz. De Juízes 4 em diante vemos o empenho de Débora a Profetisa de Israel para ajudar o povo de Deus que sofria naquele momento uma perseguição e muita aflição. 

Em Juízes 4 vemos que os israelitas estavam sob a opressão dos canaanitas, e na sua aflição os filhos de Israel clamaram ao Senhor. É triste ver nos israelitas um relacionamento baseado no sofrimento.

Pessoas que são incapazes de buscar a Deus apenas quando as coisas estão dando errado, mas que são endurecidas e más quando vai tudo bem.
Os israelitas revelam um personalidade egoísta e má, para com o Senhor, que desde os tempos antigos tem sido bondoso com Seu povo.
Aqui ele levanta Débora, uma mulher de Deus que era profetiza e juíza de Israel nestes dias. Através dela, Baraque e Jael o Senhor derrotou Sísera e Jabim, rei de Canaã.
Fica evidente que há livramento em Deus para aqueles que clamam a Ele, mesmo quando os motivos não são sinceros e a situação foi criada por seus próprios erros.
O que mais se destaca aqui, na minha opinião, é sobretudo o amor de Deus que é grande, por todos nós.

Esboço de Juízes 4:
4.1 – 3: Israel se afasta de Deus
4.4 – 9: Débora a Profetisa
4.10 – 16: A vitória de Baraque
4.17 – 24: A morte de Sísera

Juízes 4.1 – 3: Israel se afasta de Deus.

1 Depois da morte de Eúde, (O segundo Juiz de Israel,vindo depois de Otniel, o primeiro Juiz, que era casado com a filha de Calebe) mais uma vez os israelitas fizeram o que o Senhor reprova.
2 Assim o Senhor os entregou nas mãos de Jabim, rei de Canaã, que reinava em Hazor. O comandante do seu exército era Sísera, que habitava em Harosete-Hagoim.
3 Os israelitas clamaram ao Senhor, porque Jabim, que tinha novecentos carros de ferro, os havia oprimido cruelmente durante vinte anos.

Juízes 4.4–9: Débora a Profetisa

Quem era Débora?

“Débora, profetisa..., julgava a Israel debaixo da palmeira de Débora...”. Jz 4: 4,5.

Débora foi a quinta juíza de Israel, e a única mulher a alcançar esse elevado cargo político por seu próprio povo. Era uma mulher sensível aos problemas da sociedade. Por isso ela foi descrita como a “mãe de Israel” uma mulher atenta às necessidades e clamores do povo sob sua responsabilidade.

A vida de Débora é um exemplo de coragem. Quando nos dedicamos ao Senhor podemos ousar diante dos desafios, pois é Deus quem nos prepara para cumprir sua vontade em nossas vidas. Débora foi, um exemplo de mulher disposta a ser usada por Deus mesmo diante de grandes desafios e obstáculos. 


A fé de Débora no Senhor é um exemplo de vida piedosa que deve ser seguido por todos os cristãos.


4 Débora, uma profetisa, mulher de Lapidote, liderava Israel naquela época.
5 Ela se sentava debaixo da tamareira de Débora, entre Ramá e Betel, nos montes de Efraim, e os israelitas a procuravam, para que ela decidisse as suas questões.
6 Débora mandou chamar Baraque, filho de Abinoão, de Quedes, em Naftali, e lhe disse: O Senhor, o Deus de Israel, lhe ordena que reúna dez mil homens de Naftali e Zebulom e vá ao monte Tabor.
7 Ele fará que Sísera, o comandante do exército de Jabim, vá atacá-lo, com seus carros de guerra e tropas, junto ao rio Quisom, e os entregará em suas mãos.
8 Baraque disse a ela: “Se você for comigo, irei; mas, se não for, não irei”.
9 Respondeu Débora: “Está bem, irei com você. Mas saiba que, por causa do seu modo de agir, a honra não será sua; porque o Senhor entregará Sísera nas mãos de uma mu-lher”. Então Débora foi a Quedes com Baraque,

Juízes 4.10 – 16: A vitória de Baraque.

10 onde ele convocou Zebulom e Naftali. Dez mil homens o seguiram, e Débora também foi com ele.
11 Ora, o queneu Héber se havia separado dos outros queneus, descendentes de Hobabe, sogro de Moisés, e tinha armado sua tenda junto ao carvalho de Zaanim, perto de Quedes.
12 Quando disseram a Sísera que Baraque, filho de Abinoão, tinha subido o monte Tabor,
13 Sísera reuniu seus novecentos carros de ferro e todos os seus soldados, de Harosete-Hagoim ao rio Quisom.
14 E Débora disse também a Baraque: “Vá! Este é o dia em que o Senhor entregou Sísera em suas mãos. O Senhor está indo à sua frente!” Então Baraque desceu o monte Tabor, seguido por dez mil homens.
15 Diante do avanço de Baraque, o Senhor derrotou Sísera e todos os seus carros de guerra e o seu exército ao fio da espada, e Sísera desceu do seu carro e fugiu a pé.
16 Baraque perseguiu os carros de guerra e o exército até Harosete-Hagoim. Todo o exército de Sísera caiu ao fio da espada; não sobrou um só homem.

Juízes 4.17 – 24: A morte de Sísera.

17 Sísera, porém, fugiu a pé para a tenda de Jael, mulher do queneu Héber, pois havia paz entre Jabim, rei de Hazor, e o clã do queneu Héber.
18 Jael saiu ao encontro de Sísera e o convidou: “Venha, entre na minha tenda, meu senhor. Não tenha medo!” Ele entrou, e ela o cobriu com um pano.
19 “Estou com sede”, disse ele. “Por favor, dê-me um pouco de água.” Ela abriu uma vasilha de leite feita de couro, deu-lhe de beber, e tornou a cobri-lo.
20 E Sísera disse à mulher: “Fique à entrada da tenda. Se alguém passar e perguntar se há alguém aqui, responda que não”.
21 Entretanto, Jael, mulher de Héber, apanhou uma estaca da tenda e um martelo e aproximou-se silenciosamente enquanto ele, exausto, dormia um sono profundo. E cravou-lhe a estaca na têmpora até penetrar o chão, e ele morreu.
22 Baraque passou à procura de Sísera, e Jael saiu ao seu encontro. “Venha”, disse ela, “eu lhe mostrarei o homem que você está procurando.” E entrando ele na tenda, viu ali caído Sísera, morto, com a estaca atravessada nas têmporas.
23 Naquele dia Deus subjugou Jabim, o rei cananeu, perante os israelitas.
24 E os israelitas atacaram cada vez mais a Jabim, o rei cananeu, até que eles o destruíram.

Logo a seguir da história do capítulo 4 de Juízes temos a história da maldição de Meroz e os motivos pelos quais Meroz foi amaldiçoado. Para entendermos sobre este assunto foi que coloquei aqui a análise dos dois capítulos do livro dos Juízes, os capítulos 4 e 5.

Meroz foi um lugar amaldiçoado por um anjo por não ter vindo “em auxílio de Jeová”. (Jz 5:23) Talvez os habitantes de Meroz não tivessem ajudado Baraque, o comandante designado por Jeová, na própria luta contra os cananeus sob Sísera. (Jz 5:5-16) Ou, se Meroz estava na rota de fuga do derrotado Sísera, talvez seus habitantes tivessem deixado de detê-lo. (Jz 4:17) Relatar a Bíblia a seguir o ato corajoso de Jael em matar Sísera dá algum apoio a este último conceito. (Jz 5:24-27) O anjo que proferiu a maldição foi possivelmente aquele que lutou por Israel.
Desconhece-se a localização exata de Meroz, embora alguns provisoriamente a situem em Khirbet Marus, a uns 8 km ao Sul de Quedes, em Naftali.

Juízes 5 

5:1. Cantaram Débora, e Baraque. A narrativa da derrota de Sísera foi apresentada em duas revisões, uma em prosa (Jz. 4) e outra em versos (Jz. 5). A maior parte das autoridades em critica atribuem grande antiguidade ao Cântico de Débora, datando-o perto dos acontecimentos que descreve.
2. Desde que os chefes se puseram à frente de Israel, o povo se ofereceu voluntariamente dizendo: bendizei ao Senhor. A exortação começa com uma grande necessidade do povo começar novamente  a louvar ao Senhor. As outras palavras têm sido interpretadas de diversas maneiras. Uma das traduções preserva o paralelismo do original: Pela orientação dos líderes de Israel, pela voluntariedade do povo. Completamente diferente é esta outra: Porque eles deixaram os longos cabelos soltos em Israel. Esta última dá a ideia de que Israel se tornou praticamente uma nação de nazireus, ou que eles desfrutaram da liberdade e poder com o qual o longo cabelo dos nazireus estava associado.
3. Ouvi, reis, dai ouvidos, príncipes. Os governantes das nações são convidados insistentemente a que considerem os grandiosos atos do Deus de Israel.
4. Saindo tu, ó Senhor, de Seir, marchando desde o campo de Edom. Contrastando com os deuses da fertilidade de Canaã, o Deus de Israel estava associado com as regiões áridas do sul, particularmente Sinai e Horebe. Tal como entrara em aliança com o Seu povo no Sinai, e tal como cuidara dele na peregrinação pelo deserto, agora Ele está sendo descrito saindo de Seir e Edom para libertar o Seu povo dos seus opressores.
5. Os montes vacilaram diante do Senhor. Uma possível tradução é a seguinte: As montanhas tremeram diante do Senhor. Moore prefere As montanhas desmancharam-se, que se compara à uma outra tradução. O quadro é de Deus partindo de Sua habitação para ajudar o Seu povo no conflito com Sísera. Toda a natureza se convulsionou quando Deus agiu no Seu poder. A imagem é poética e tem a intenção de fixar na mente do leitor a impressionabilidade da atividade divina. Lá no Sinai. Sem dúvida os israelitas associavam o Sinai com a teofania que apareceu a Moisés e a doação da Lei. Ali Israel entrou em aliança com Deus. Aqui Deus é descrito vindo do sul, lá do Sinai, pala libertar o Seu povo.
6. Os viajantes tomavam desvios tortuosos. Os cananeus obtiveram o controle das estradas principais de toda a terra, de modo que os israelitas que tinham de viajar usavam os desvios tortuosos, os desvios indiretos não frequentados pelo inimigo.
7. Ficaram desertas as aldeias. Os camponeses abandonaram as aldeias buscando a proteção das cidades muradas. Outros (Jew. Pub. Soc. versão, por exemplo) sugerem esta tradução: Os líderes de Israel desapareceram. Até que eu, Débora, me levantei. O verbo no feminino com uma terminação arcaica, tanto pode se referir à primeira como à segunda pessoa. Traduções mais recentes são: Até que tu te levantaste, Débora (JPS; igualmente a RSV). Por mãe em Israel. A frase ocorre em II Sm. 20:19 onde indica uma cidade.
8. Escolheram-se deuses novos. Estas palavras têm deixado perplexos os estudantes da Bíblia. Seu significado mais óbvio é que Israel, destituído da ajuda de Deus, voltou-se para a idolatria. Alguns comentadores fazem de Deus o sujeito, traduzindo Deus (Elohim) escolheu algo novo (a Pechita e a Vulgata). Outros traduzem Elohim para juízes, embora tal uso seja estranho ao Livro de Juízes. Parece mentor traduzir as palavras segundo a E.R.A., vendo nelas uma descrição da apostasia do povo de Israel na sua desesperada tentativa de obter ajuda dos ídolos. Então a guerra estava às portas. Incursões do inimigo alcançaram até as portas das cidades dos israelitas. Não se via escudo nem lança entre quarenta mil em Israel. Ou os israelitas não possuíam armas, ou eles temiam mostrar suas armas ao inimigo.
9. Meu coração se inclina para os comandantes de Israel, que voluntariamente se ofereceram entre o povo. O poeta expressa gratidão pelos líderes de Israel que se comprovaram fiéis no momento da crise.
10. Vós os que cavalgou jumentas brancas. Todas as classes sociais tiveram motivos para agradecer. Os ricos mercadores e os nobres cavalgavam em jumentas brancas. E que andais pelo caminho. As classes mais pobres que andavam a pé quando tratavam dos seus negócios.
11. Falai dos atos de justiça do Senhor. Algumas expressões deste versículo são obscuras para o leitor moderno. Albright sugere que ao sinal de címbalos entre o bater dos tambores, o povo devia repetir as palavras de louvor. Na A.V., palavras interpretativas foram acrescidas em itálico: Eles que foram libertados, isto é, do ruído dos arqueiros, dando a entender que a referência é aos arqueiros inimigos. Keil e Delitzsch traduzem: Com a voz dos arqueiros entre os puxadores de água, ali louvar os atos de justiça do Senhor. Isto dá a entender uma cena de vitória na qual os guerreiros, tendo retornado do campo da batalha, misturam-se com as mulheres junto às tinas de água, contando-lhes as vitórias realizadas por Deus.
12. Desperta, Débora, desperta. Estas palavras formam uma introdução à segunda parte do cântico, que descreve o conflito e a vitória.
13. Então desceu o restante dos nobres. O povo do Senhor, considerado como um remanescente, governaria sobre os poderosos. A RSV traduz assim: Então desceu marchando o remanescente dos nobres.
14. De Efraim, cujas raízes estão na antiga região de Amaleque, desceram guerreiros. A RV traduz assim: De Efraim desceram aqueles cujas raízes estão em Amaleque, isto é, os amalequitas nômades tinham invadido a região central de Canaã. De Maquir desceram comandantes. Maquir era um ramo da tribo de Manassés. A parte de Manassés que se estabeleceu a oeste do Jordão tomou parte no conflito.
16. Por que ficaste entre os currais. . .? Alguns não tomaram parte na batalha contra os cananeus. Foram alvo de uma série de zombarias,
17. Gileade ficou dalém do Jordão. Não veio ajuda das duas tribos e meia estabelecidas a leste do Jordão. Do mesmo modo, Dã, Aser, Zebulom e Naftali foram censurados por sua indolência.
19. Vieram reis e pelejaram. Depois da narrativa das atitudes tomadas pelas tribos, o poeta descreve a batalha propriamente dita. Sísera organizou uma confederação de reis contra Israel. Em Taanaque, junto às águas de Megido. Taanaque, localizada 8kms a sudeste de Megido, domina uma das passagens pala a Planície de Esdrelom. As águas de Megido são o Quisom e seus tributários. Porém não levaram nenhum despojo de prata. Isto pode ser interpretado como zombaria, caso em que estaria se declarando que a campanha foi infrutífera. Pode também se referir aos reis que, em sua ansiedade de lutar contra Israel, não aceitaram pagamento mercenário.
20. Desde os céus pelejaram as estrelas contra Sísera. O Deus de Israel interveio em beneficio do Seu povo. As próprias forças da natureza foram dispostas contra os cananeus.
21. O ribeiro Quisom os arrastou. Nesta região o Quisom não é normalmente uma corrente perigosa. No momento critico da batalha ele transbordou e se transformou em uma torrente que tornou inúteis os carros dos cananeus.
22. Então as unhas dos cavalos sacavam. A JPS traduz assim: Então os cascos dos cavalos batiam pesadamente; isto é, faziam esforços para correr.
23. Amaldiçoai a Meroz. A cidade de Meroz não se juntou aos israelitas em seu ataque contra os cananeus. Sua localização é desconhecida. Alguns pensam que estava localizada ao longo da rota da fuga de Sísera, e que seus habitantes fracassaram em capturá-lo. A maldição de Meroz pode fazer contraste coma bênção de Jael.
24. Bendita seja sobre as mulheres, Jael, mulher de Héber, o queneu. Em contraste com a covardia dos homens de Meroz, a dedicação de Jael se destaca nitidamente. Bendita seja sobre as mulheres é um superlativo hebraico que significa “a mais bem-aventurada entre as mulheres”.
25. Água pediu ele, leite lhe deu ela. Os pronomes claramente identificam os personagens da história, Sísera e Jael. Em taça de príncipes lhe ofereceu nata. A palavra hem’a, traduzido para nata, era leite coalhado artificialmente. Sacudia-se o leite no odre, fermentando-o com o leite azedo que aderia ao couro, devido a uso anterior da vasilha. Essa bebida continua sendo preparada pelos beduínos árabes (cons. C.M. Doughty, Arabia Deserta, 1, 325). A taça de príncipes talvez fosse um recipiente grande, ou de uso adequado para uma pessoa importante.
26. À estaca estendeu a mão. A narrativa em prosa contida em 4:11 ajuda a explicar a ação. Jael pegou a estaca em sua mão esquerda e o martelo na mão direita, e assim feriu o adormecido Sísera. O ato foi de bravura, pois ela arriscou sua própria vida matando o inimigo de Israel. Se Sísera tivesse acordado, Jael estaria em suas mãos.
27. Aos pés dela ... caiu morto. O cair não implica que Sísera estivesse em posição vertical quando foi ferido. O poeta está descrevendo o resultado do golpe de Jael. O fato do inimigo de Israel ter sido morto foi motivo de regozijo e o poeta chega até a se alegrar com a tragédia. O fato do poderoso Sísera ter sido morto por uma mulher foi motivo de regozijo especial.
28. A mãe de Sísera olhava pela janela. A cena – muitíssimo humana – prossegue agora na casa de Sísera. A mãe de Sísera preocupada com o seu filho fica imaginando por que ele se demora tanto em regressar da batalha.
29. As mais sábias das suas damas respondem. As mulheres de posição que estavam com ela tentavam encorajá-la. Elas eram “sábias” mas neste caso não conheciam a verdade.
30. Porventura não achariam e repartiriam despojos? Leva algum tempo a divisão dos despojos de guerra. O exército vitorioso devia fazer a devida distribuição. Matavam os homens, dividiam as mulheres entre os guerreiros (uma ou duas moças a cada homem), e distribuíam os despojos sob as ordens do vencedor. Era prática normal nas guerras da antiguidade. A grande ironia do exemplo em exame é que Sísera não estava participando de tais frutos da vitória, mas era um cadáver aos pés de uma mulher, a sua assassina.
31. Assim, ó Senhor, pereçam todos os teus inimigos. O poeta subitamente interrompe sua descrição pitoresca do destino de Sísera com uma oração a Deus. Que todos os inimigos de Deus pereçam como Sísera pereceu. Inversamente, porém os que te amam, brilham como o sol quando se levanta no seu esplendor. O sol, aniquilando as trevas da noite com o seu invencível poder, é aqui um símbolo do poder daqueles que são abençoados por Deus. E a teria ficou em paz quarenta anos. A destruição de Sísera trouxe alívio aos atormentados israelitas. Durante uma geração Israel ficou livre de interferência externa.

Na atualidade há pessoas que nunca se livraram das maldições hereditárias, padecem e sofrem todas as consequências de não querer ficar livre através do Senhor Jesus. 

De uma hora para outra, começou-se a ensinar em muitos segmentos evangélicos que a causa provável do sofrimento de alguém poderia ser uma maldição hereditária. 

Logo surgiram os quebradores de maldição, que não fazem outra coisa senão ficar rompendo repentinamente as tais maldições que nunca se acabam enquanto tiver dando lucro financeiro. 

A quebra de maldições é um assunto que precisa ser muito bem esclarecido, sob o risco de cairmos no erro de desprezar o que o Senhor Jesus fez por nós no Calvário, enquanto ficamos tentando lidar com aquilo que já foi colocado sobre o nosso Salvador. Isaias 53.

Que as maldições existem é fato inegável. As assim chamadas “hereditárias” não são a cruz que determinadas famílias ou pessoas têm de carregar, mas são mostra de que os demônios, por terem encontrado a porta sempre aberta em tais família, em tais pessoas, insistem em fazer com que todos os descendentes daquele tronco familiar sofram. Há ainda as maldições que os pais lançam sobre os filhos, e estes, sem conhecer o que a Escritura diz sobre todos os seres humanos, amedrontam-se permitindo que o mal os alcance. Existem também aquelas que são lançadas por líderes religiosos, os quais, diabolicamente, obrigam suas ovelhas a fazerem o voto de nunca abandoná-los. É oportuno falar também das maldições que surgem por causa de certas lendas populares que enredam, nas teias do príncipe das trevas, os que a elas dão ouvidos.

Um assunto sério é a maldição e a sua consequente quebra ou recusa e por isso a coisa fica mais sério ainda. Milhões de vidas estão sofrendo, perdendo bens, saúde e paz achando que não há saída e nem solução. 

Casamentos são desfeitos, vidas arruinadas por causa de alguma maldição real ou imaginária que domina as pessoas. A verdade é que sem a revelação das Escrituras, da palavra de Deus sobre o assunto, não iremos obter libertação alguma. 

Também pouco adiantará ter somente o conhecimento intelectual do que foi feito por nós.

O que de fato nos livrará de toda e qualquer opressão do inimigo é o entendimento que vem ao nosso coração por intermédio da Palavra de Deus, dando-nos a certeza do que já nos pertence em Cristo, e a nossa firme disposição de fazer valer o nosso direito nEle. Por outro lado, mesmo sabendo que Ele nos substituiu, se não recusarmos qualquer tipo de sofrimento, pois todo sofrimento que teríamos de experimentar, o Senhor Jesus já padeceu em nosso lugar, o inimigo continuará a nos oprimir, fazendo-nos padecer inutilmente aquilo que já foi sofrido pelo nosso Mestre. O profeta Isaías escreveu que “...pelas Suas pisaduras nós fomos sarados...(libertos)...”.

Quase todos os cristãos garantem saber que o Senhor Jesus sofreu em lugar deles. Mas, o que a maioria não sabe é que isso não é apenas uma doutrina, ou uma declaração bonita; é a mais pura verdade. Via de regra, o cristão não admite que desconhece o real significado do que, na verdade, representa para todos os seres humanos o sacrifício do Senhor Jesus no Calvário. Ele é capaz de recitar de cor toda a doutrina da justificação, mas tudo da boca para fora, pois ele não consegue crer em seu coração.
 Um sábio conselho do apóstolo Paulo nos ensina que “quanto ao trato passado, vos despojeis do velho homem que se corrompe pelas concupiscências do engano”. (Ef 4.22). 

Apesar do Senhor Jesus ter levado todo o nosso sofrimento, precisamos despojar-nos do velho homem, que é escravo do diabo. É preciso pedir perdão ao Senhor Deus por todo lixo espiritual que temos aceitado em nossa vida. Temos de despir-nos do velho homem, e de todos os seus enganos.

Muitas pessoas, quando solteiras, ao saberem de alguém infiel no casamento diziam para si mesmas; comigo vai ser diferente. Se acontecer comigo, eu peço imediatamente o divórcio”. E, mais tarde, aconteceu de fato. O que diziam era como semente para que o diabo agisse na vida delas. Temos que vigiar para não dar legalidade ao diabo. 

É preciso entender que a nossa redenção é um fato inegável e inegociável. Hoje, não há a menor possibilidade de qualquer pessoa que queira livrar-se completamente de algum sofrimento não conseguir a libertação. 

O diabo, que oprime tantos indivíduos, já foi vencido por nós, por intermédio do Senhor Jesus. Quando Satanás tentar levantar-se na sua vida, repreenda-o para que ele “bata em retirada”. A Palavra diz que isso é privilégio de todo filho de Deus:

Sabemos que o que é nascido de Deus não peca; mas o que de Deus é gerado conserva-se a si mesmo, e o maligno não lhe toca. (1 Jo 5.18). 

Atualmente, fez-se necessário, tão-somente, vigiar nossa posição em Cristo e nunca descer dela. Não há quem possa tirar-nos da liberdade para qual o Senhor Jesus nos libertou: Estai, pois, firmes na liberdade com que Cristo nos libertou e não torneis a meter-vos debaixo do jugo da servidão. (Gl 5.1).

Se lhe ocorre agora que seu problema é alguma maldição que lançaram sobre a sua vida, e você aceitou, vá imediatamente em oração ao trono da graça de Deus, peça-Lhe o perdão e agradeça por Ele ter colocado tal maldição sobre o Senhor Jesus. Em seguida, diga ao diabo que é em o Nome do Senhor Jesus, que você está livre; ordene-lhe que saia da sua vida, levando com ele todo o sofrimento. Quebrar ou recusar maldição é irrelevante. O que importa é livrar-se dela.

Na carta aos gálatas, o apóstolo Paulo diz que “Cristo nos redimiu da maldição da lei” (Gálatas 3:13). Mas o que isso significa? Será que Paulo disse que a Lei é maldita?

Quando observamos o contexto dessa passagem, vemos que Paulo estava contrastando as Duas Alianças: A Aliança feita no Sinai por intermédio de Moisés e a Aliança de Cristo. Os gálatas não queriam se submeter à Lei de Cristo, eles queriam seguir a Velha Aliança: Eles estavam observando as prescrições de Deus dadas exclusivamente ao povo israelita (Gálatas 3:1-5). 

Eles pregavam que os cristãos deveriam ser circuncidados. (Gálatas 5:2-4). Desse modo, estavam desprezando o sacrifício de Cristo, que havia Se entregado para libertá-los (e a nós também) das exigências da Lei. (Gálatas 3:13; 5:1).

No capítulo 3 da carta de Paulo aos Gálatas Paulo diz que o patriarca Abraão foi considerado justo pela fé, não por meio da observância da Lei, haja vista que ele foi considerado justo antes de receber a circuncisão. (vv. 6-8). Portanto, só são seus filhos aqueles que têm a mesma fé dele, e não aqueles que observam a lei. (v. 9). Mas, aqueles que insistem em cumprir a Lei, estão obrigados a cumpri-la inteiramente, pois a Lei diz:  “Maldito quem não puser em prática as palavras desta lei”. (Deuteronômio 27:26; Gálatas 3:10). 

Como é impossível cumprir tudo, sem derrapar em um único mandamento, em um único til da lei (cf. Tiago 2:8-13), aquele que se propõe a cumprir toda a Lei será amaldiçoado se não o fizer. 

A boa notícia é que Cristo Se fez maldição por nós ao morrer na cruz no nosso lugar, pois a Lei dizia: “Qualquer que for pendurado num madeiro está debaixo da maldição de Deus” ou seja da lei. (Deuteronômio 21:23). Desse modo, Cristo nos libertou das exigências da Lei. 

Vejamos em Gálatas 3.10-23 alguns dos ensinamentos do Apóstolo Paulo sobre este assunto. 


10. Todos aqueles, pois, que são das obras da lei estão debaixo da maldição; porque escrito está: Maldito todo aquele que não permanecer em todas as coisas que estão escritas no livro da lei, para fazê-las. 

11. E é evidente que, pela lei, ninguém será justificado diante de Deus, porque o justo viverá da fé.

12. Ora, a lei não é da fé, mas o homem que fizer estas coisas por elas viverá. 

13. Cristo nos resgatou da maldição da lei, fazendo-se maldição por nós, porque está escrito: Maldito todo aquele que for pendurado no madeiro;

14. para que a bênção de Abraão chegasse aos gentios por Jesus Cristo e para que, pela fé, nós recebamos a promessa do Espírito.

15. Irmãos, como homem falo. Se o testamento de um homem for confirmado, ninguém o anula nem lhe acrescenta alguma coisa. 

16. Ora, as promessas foram feitas a Abraão e à sua posteridade. Não diz: E às posteridades, como falando de muitas, mas como de uma só: E à tua posteridade, que é Cristo. 

17. Mas digo isto: que tendo sido o testamento anteriormente confirmado por Deus, a lei, que veio quatrocentos e trinta anos depois, não o invalida, de forma a abolir a promessa. 

18. Porque, se a herança provém da lei, já não provém da promessa; mas Deus, pela promessa, a deu gratuitamente a Abraão.

19. Logo, para que é a lei? Foi ordenada por causa das transgressões, até que viesse a posteridade a quem a promessa tinha sido feita, e foi posta pelos anjos na mão de um medianeiro. 

20. Ora, o medianeiro não o é de um só, mas Deus é um.

21. Logo, a lei é contra as promessas de Deus? De nenhuma sorte; porque, se dada fosse uma lei que pudesse vivificar, a justiça, na verdade, teria sido pela lei.

22. Mas a Escritura encerrou tudo debaixo do pecado, para que a promessa pela fé em Jesus Cristo fosse dada aos crentes.

23. Mas, antes que a fé viesse, estávamos guardados debaixo da lei e encerrados para aquela fé que se havia de manifestar.


Paulo não está dizendo que a Lei é maldita, mas que a Lei trazia uma maldição (para aqueles que não a cumpriam por completo, ou seja, para todos, porque ninguém era capaz de cumpri-la plenamente) da qual Cristo nos libertou ao se tornar Ele mesmo maldição por nós.

Em sua carta aos romanos, Paulo disse que, uma vez que Cristo morreu e ressuscitou por nós, nós agora pertencemos a Ele e estamos sujeitos às leis Dele, e não às leis da Antiga Aliança: “Assim, meus irmãos, vocês também morreram para a lei, por meio do corpo de Cristo, para pertencerem a outro, àquele que ressuscitou dos mortos, a fim de que venhamos a dar fruto para Deus”. (Romanos 7:4).

Por isso, devemos levar a sério as repreensões que Paulo deu aos gálatas para que não cometamos os mesmos erros deles. 

Nós não estamos debaixo da Lei mosaica, estamos debaixo da Lei de Cristo. Portanto, devemos viver como pessoas libertas da Antiga Lei; caso contrário, nos separaremos de Cristo e cairemos da graça: “Foi para a liberdade que Cristo nos libertou. Portanto, permaneçam firmes e não se deixem submeter novamente a um jugo de escravidão… Vocês, que procuram ser justificados pela lei, separaram-se de Cristo; caíram da graça”. (Gálatas 5:1,4).

“Foi para a liberdade que Cristo nos libertou...”, por isso somos abençoados, graças a Deus. 

Deus abençoe você e sua família. 

Pr. Waldir Pedro de Souza
Bacharel em Teologia, Pastor e Escritor.