quinta-feira, 31 de maio de 2018

CORPUS CRISTI

CORPUS CRISTI


Qual a origem desta festa da tradição católica Romana?

“A origem da Solenidade do Corpo e Sangue de Cristo remonta ao século XIII. ...A festa de Corpus Christi foi oficialmente instituída por Urbano IV com a publicação da bula Transiturus em 8 de setembro de 1264, para ser celebrada na quinta-feira depois da oitava de Pentecostes”.

O governo brasileiro extinguiu a proibição do trabalho em grande parte dos dias considerados santos pelos católicos. 

Entretanto, um dos feriados religiosos que ainda permanecem de pé é o dia em que se comemora a festa de Corpus Christi (expressão latina que significa “Corpo de Cristo”).

A festa é celebrada anualmente, mas não tem um dia fixo, ou seja, sua data é móvel e deve sempre ocorrer numa quinta-feira após o domingo da Santíssima Trindade. 

Neste ano está sendo comemorada no Brasil na data de hoje dia 31.05.2018.

Na realidade, a observação da festa deveria ocorrer na quinta-feira da semana santa, o dia da última Ceia, mas foi transferida para outra data para que não fosse prejudicada por causa das celebrações em torno da cruz e da morte de Jesus Cristo, na sexta-feira santa, também chamada pelos católicos de sexta-feira da paixão. 


As origens das comemorações de Corpus Cristis.

Tudo começou com a religiosa Juliana de Cornellon, nascida na Bélgica, em 1193. Segundo alegou, teve insistentes visões da Virgem Maria ordenando-lhe a realização de uma grandiosa festa. Juliana (mais tarde Santa Juliana) afirmava que a festa seria instituída para honrar a presença real de Jesus na hóstia, ou seja, o corpo místico de Jesus na Santíssima Eucaristia.

Ainda quando era bispo, o papa Urbano IV teve conhecimento dessas visões e resolveu estendê-la à Igreja Universalmente para os fiéis católicos, o que então já era uma verdadeira festa. Pela bula “Transiturus do Mundo”, publicada em 11 de agosto de 1264, Urbano IV a consagrou em todo o mundo, com uma finalidade tríplice:

Primeiro ponto: Prestar as mais excelsas honras a Jesus Cristo.

Segundo ponto: Pedir perdão a Jesus Cristo pelos ultrajes cometidos pelos ateus.

Terceiro ponto: Protestar contra as heresias dos que negavam a presença de Deus na hóstia consagrada.


Como chegou esta festa católica no Brasil.


No Brasil, a festa de Corpus Christi chegou com os colonizadores portugueses e espanhóis. Na época colonial, a festa tinha uma conotação político-religiosa. É que dias antes das procissões, as câmaras municipais exigiam que as casas de moradia e de comércio fossem enfeitadas com folhas e flores.

Na época, quando o Brasil ainda era uma colônia, participavam da procissão membros de todas as classes, incluindo os escravos, os leigos das ordens terceiras e os militares.

Durante muitos anos, o entrosamento do povo com o governo, e vice-versa, foi praticamente completo. Um exemplo que comprova esse fato ocorreu em 16 de junho de 1808, quando D. João VI acompanhou a primeira procissão de Corpus Christi, realizada no Rio de Janeiro.

O que mais caracteriza esta festa católica são as procissões.

O que marca a festa de Corpus Christi são as procissões, quando ocorrem as ornamentações das ruas com tapetes feitos de vários tipos de materiais, como papel, papelão, latinhas de bebidas, serragem colorida, isopor, etc. 

Desenhos são elaborados nessa ornamentação com as figuras de Jesus, do cálice da Ceia e da Virgem Maria. Utilizam-se toneladas de materiais para formar os tapetes vistosos e admirados pelos que acompanham as procissões.


O que é mais importante e mais marcante que caracteriza esta festa.


O momento mais solene da festividade de Corpus Christi é quando o hostiário, onde estão depositadas as hóstias ainda não consagradas, é conduzido nas procissões por um líder da alta hierarquia da igreja católica.

No momento em que o hostiário passa, um silêncio profundo é observado por todos os presentes e, de uma extremidade a outra, toca-se a sineta que anuncia a passagem do cortejo. 

As reações das pessoas são as mais variadas.

Algumas se comovem ao extremo e choram, outras se ajoelham diante do hostiário. De ponto em ponto, há uma parada, quando, então, se entoam cânticos tradicionais da liturgia católica. Segundo a liderança romana, as ornamentações são feitas para que o Corpo de Cristo possa passar por um local digno, para ser visto por todas as pessoas. Representa uma manifestação pública da fé na presença real de Jesus Cristo na Eucaristia.

O que é  a Eucaristia?

Ensinando sobre a Eucaristia, diz a Igreja Católica: “A Eucaristia é um Sacramento que, pela admirável conversão de toda a substância do pão no Corpo de Jesus Cristo, e de toda a substância do vinho no seu precioso sangue, contém verdadeira, real e substancialmente o Corpo, o Sangue, a Alma e a Divindade do mesmo Jesus Cristo Nosso Senhor, debaixo das espécies de pão e de vinho, para ser nosso alimento espiritual”.

Ensina, ainda, que na Eucaristia está o mesmo Jesus Cristo que se encontra no céu. Esclarece também que essa mudança, conhecida como transubstanciação, “ocorre no ato em que o sacerdote, na santa missa, pronuncia as palavras de consagração: ‘Isto é o meu Corpo; este é o meu sangue’”. Daí por diante a hóstia passa pelo processo de “consubstanciação”, ou seja, a partir desse (daquele) momento a hóstia passa a ser o corpo vivo de Cristo. Por esse motivo a hóstia é depositada no sacrário, porque segundo essa crença católica “o corpo vivo de Cristo fica guardado ali até a próxima missa".

O catecismo católico traz uma pergunta com relação ao Sacramento da Eucaristia nos seguintes termos: “Deve-se adorar a Eucaristia?”. E responde: “A Eucaristia deve ser adorada por todos, porque ela contém verdadeira, real e substancialmente o mesmo Jesus Cristo Nosso Senhor”.

O que diz a Bíblia sobre este assunto?

Os católicos procuram justificar a festa de Corpus Christi com a Bíblia citando partes dela que supostamente dão base para o dogma da Eucaristia. Os textos mais frequentemente são os de Mateus 26.26-29; Lucas 22.14-20 e João 6.53-56.

Essa doutrina católico romana é contrária ao bom senso e ao testemunho dos sentidos: o bom senso não pode admitir que o pão e o vinho oferecidos pelo Senhor aos seus discípulos na Ceia fossem a sua própria carne e o seu próprio sangue, ao mesmo tempo em que permanecia em pé diante deles vivo, em carne e osso. 

É manifesto que Jesus, segundo seu costume, empregou uma linguagem simbólica, que queria dizer: “Este pão que parto representa “simbolicamente” o meu corpo que vai ser partido por vossos pecados; o vinho neste cálice representa “simbolicamente” o meu sangue, que vai ser derramado para apagar os vossos pecados”.

 Não há ninguém, de mediano bom senso, que compreenda no sentido literal estas expressões simbólicas do Salvador. A razão humana não pode admitir tampouco o pensamento de que o corpo de Jesus, tal qual se encontra no céu (Lc 24.39-43; Fp 3.20-21), esteja presencialmente nos elementos da Ceia.

Biblicamente, a Ceia do Senhor é uma ordenança e não uma Eucaristia; era empregado o pão e não a hóstia; é um memorial, como se lê em 1Coríntios 11.25,26, e sua simbologia está em conformidade com o método de ensinamento do Senhor Jesus, que usou muitas palavras de forma figurada: “Eu sou a luz do mundo” (Jo 8.12); “Eu sou a porta” (Jo 10.9); “Eu sou a videira verdadeira” (Jo 15.1). Quando Jesus mencionou na última Ceia os elementos “pão” e “vinho”, não deu qualquer motivo para se crer na transubstanciação.

Não se engane, adorar a Eucaristia também é um ato de idolatria. 

“De Deus não se zomba,  tudo que o homem semear isso também ceifará”. Gl.6.7. Idolatria é zombaria contra os verdadeiros propósitos de Deus para com a humanidade.

Pr. Waldir Pedro de Souza 
Bacharel em Teologia, Pastor e Escritor. 





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