terça-feira, 14 de novembro de 2017

AÇÃO SOCIAL DA IGREJA

AÇÃO SOCIAL DA IGREJA.
Mateus 25: 35 - 45.

35 porque tive fome, e me destes de comer; tive sede, e me destes de beber; era forasteiro, e me acolhestes;
36 estava nu, e me vestistes; adoeci, e me visitastes; estava na prisão e fostes ver-me.
37 Então os justos lhe perguntarão: Senhor, quando te vimos com fome, e te demos de comer? ou com sede, e te demos de beber?
38 Quando te vimos forasteiro, e te acolhemos? ou nu, e te vestimos?
39 Quando te vimos enfermo, ou na prisão, e fomos visitar-te?
40 E responder-lhes-á o Rei: Em verdade vos digo que, sempre que o fizestes a um destes meus irmãos, mesmo dos mais pequeninos, a mim o fizestes.

CONCEITO DIDÁTICO DE AÇÃO SOCIAL
DE ACORDO COM A SOCIOLOGIA

Tipologia da Ação Social: Max Weber

Na construção de sua sociologia, Max Weber desenvolve uma tipologia da ação social, entendida por ele como o objeto próprio da investigação sociológica. O primeiro tipo de ação proposto pelo autor é a ação racional referente a fins, que diz respeito às ações nas quais há um objetivo a ser alcançado, e os meios são racionalmente mobilizados com vistas a atingir o fim em questão. Podemos citar como exemplo deste tipo de ação o caso do prisioneiro que, tendo como objetivo recuperar a liberdade, lança mão da delação premiada, considerando as consequências de sua escolha em detrimento da consecução de seu objetivo. O segundo tipo de ação racional elencado por Weber é a ação racional referente a valores, na qual o indivíduo age orientado pela “crença consciente no valor absoluto e inerente a determinado comportamento”, desconsiderando as consequências previsíveis de sua ação, e agindo “a serviço de sua convicção sobre que parecem ordenar-lhe o dever, a dignidade, a beleza, as diretivas religiosas, a piedade ou a importância de uma “causa” de qualquer natureza”. Podemos citar como exemplo deste tipo de ação o Seppuku (ou Harakiri ), um ritual suicida praticado pelos samurais, de acordo com as prescrições do Bushido, o código de conduta samurai.

Weber descreve ainda dois tipos de ações irracionais: a ação afetiva e a ação tradicional. A primeira pode ser entendida como uma expressão do estado emocional do indivíduo, ”trata-se de sublimação, quando a ação afetivamente condicionada aparece como descarga consciente do estado emocional“, podendo ser exemplificada na forma de brigas de trânsito ou crimes passionais. A ação tradicional, por sua vez, diz respeito a “uma reação surda a estímulos habituais que decorre na direção da atitude arraigada”, ou seja, é um tipo de ação que compreende pouca reflexão a respeito de seus fins e meios, desenvolvendo-se de maneira habitual e irrefletida. Podemos citar como exemplo de ação tradicional o fato de vestirmos roupas pretas a fim de expressar o luto.

Exemplos de tipos-ideais

Os tipos-ideais são utilizados por Weber como modo de evitar que as descrições sejam utilizadas de maneira adequada somente ao momento, que segundo o próprio Weber isso era feito pelos historiadores de maneira ambígua, “criadas para satisfazer uma necessidade de expressão adequada, mas cujo significado (...) não foi bem definido”. Entendendo que os conceitos nas ciências sociais não podem se exprimir diretamente da realidade, mas são investidos de valor, utiliza-se os tipos-ideais como forma de tentar delimitar as causas de um fenômeno, mesmo que eles sejam híbridos em seus componentes, tendo “caráter ‘feudal’, noutra parte, caráter ‘patrimonial’, numa terceira, ‘burocrático’ e, numa quarta, ‘carismático’” (Conceitos sociológicos fundamentais).

Exemplos de situações que a ação social da igreja enquanto ação social religiosa,  pode interferir para minimizar e ou melhorar as relações interpessoais e a vivência das pessoas individualmente e em família/comunidade. Tomo aqui como parâmetro social as classes sociais mais pobres,  os excluídos e rejeitados da sociedade/família.

Ação racional com relação a fins: O estudo visando a “ascensão social” – em uma sociedade totalmente meritocrática – pode ser pensado como uma ação visando certos fins. Para se chegar a determinada posição o estudo seria o meio para se atingir tal fim. Nesse exemplo, ainda teoricamente, quanto mais se estuda, maior será o retorno com relação aos ganhos.

Ação racional com relação a valores: O casamento entre membros de famílias que mantêm um mesmo estilo de vida, seja por grupo de status, estamento, estratificação social ou grupo religioso, visando o “bem” do membro do grupo que se casará.

Ação Afetiva: Briga entre famílias, onde uma mata um membro de outra como vingança pela morte de um membro da primeira família.

Ação Tradicional: Quando mudam-se hábitos cotidianos devido à indicações ou “sermões” de padres ou pastores. Anteriormente, o indivíduo possuía uma percepção de um modo de agir com relação a algo – por exemplo, o aborto. Um indivíduo que julgava o aborto válido por determinadas questões racionais, e ao ir na missa ou ao culto e ouvir alguma pregação acerca do aborto, e mostrando a posição de sua igreja sobre aquilo, muda-se de opinião ou sente-se culpado pela legitimação tradicional da igreja.
Nesta e outras questões que envolvem a fé das pessoas e o que a Bíblia diz,  não importam o que as religiões dizem e nem o que os religiosos afirmam; grande parte da população já são bem esclarecidas e aceitam a ação social religiosa como uma ajuda psicológica espiritual para vencer as frustrações de determinadas situações desagradáveis.

Encontramos na Bíblia farto material que ajudam e inspiram a igreja a praticar uma ação social constante e bem direcionada em favor da comunidade. A igreja pode e deve praticar a ação social que venha a interferir na melhora das condições e da convivência da sociedade à sua volta.

A igreja pode interferir com várias ações sociais e em várias situações das pessoas, das famílias e das comunidades no intuito de melhorar a vivência e a convivência,  principalmente em casos de necessidades básicas que os órgãos públicos não conseguem suprir. A igreja estará assim cumprindo seu verdadeiro papel no meio de uma sociedade sofrida e carente de socorro quase que diuturnamente.
Mateus 25.34-45. 1 João 3.17-18. Tiago  2.14-17. Atos 3.6.Deuteronômio 24.19-22. Lucas 6.38.

Exemplos práticos de pessoas que não ficaram só na teoria da ação social:

1. Herbert José de Souza,conhecido como Betinho.

2. Madre Teresa de Calcutá.

3. Obras sociais de casas de recuperação de viciados, mantidas e administradas por igrejas em geral. Etc, etc. 
Este assunto não se esgota e nem se esclarece com tão poucas linhas, mas deixamos aqui nossa sugestão de que em qualquer situação,  além de consultar seu médico ou seu pastor, ou o religioso de sua preferência não se esqueça de verificar na Bíblia se ela aprova ou desaprova aquilo que você acha que deve fazer. Para se praticar uma boa ação, uma ação social que aparece na nossa frente todos os dias e toda hora, devemos consultar apenas nossa mente e nosso coração antes de estender a mão amiga e ajudar alguém.

Pr. Waldir Pedro de Souza
Bacharel em Teologia, Pastor e Escritor.

Nenhum comentário:

Postar um comentário